Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 29/04 A 02/05/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Por que cursos de Medicina são ‘galinha dos ovos de ouro’ das faculdades e causam guerra na Justiça?

Conselho Federal de Medicina proibe uso do ‘chip da beleza’: especialista aponto malefícios na proibição

Câncer de esôfago: Tumor silencioso tem sua incidência aumentada na população diante do uso excessivo do álcool e tabaco

Hospital do Governo de Goiás é referência em cuidados prolongados

Estudo mapeia contágio hospitalar nas primeiras mortes de Covid-19 em BH

Fake news das vacinas: pesquisa analisa nova onda de desinformação sobre imunizantes nas redes sociais

Salário mínimo de R$ 1.320 entra em vigor nesta segunda-feira, 1º

O ESTADÃO

Por que cursos de Medicina são ‘galinha dos ovos de ouro’ das faculdades e causam guerra na Justiça?


Com a expansão de vagas de Medicina nos últimos anos, graduações para formar novos médicos viraram a “galinha dos ovos de ouro” das faculdades e causam racha no setor. Diante de centenas de pedidos de abertura de cursos por liminar, associações do ensino superior privado protagonizam briga no Judiciário por defenderem critérios distintos para liberar mais escolas médicas.

Paralelamente, grandes e pequenos grupos empresariais investem cada vez mais na educação médica de olho no mercado bilionário e que se destaca pelo elevado retorno e baixa evasão. Já especialistas e entidades médicas veem risco de a rapidez na criação de novos cursos resultar na formação precária, com oferta de vagas em locais sem estrutura mínima ou avaliação correta das condições de ensino.

O estudo Demografia Médica, conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e Associação Médica Brasileira (AMB), estima que uma única vaga em Medicina represente ativo de R$ 2 milhões para a instituição.

E a receita potencial das graduações privadas no País é de R$ 20,9 bilhões em 2022, considerando a ocupação de todas as vagas ao longo dos seis anos do curso. Isso representa incremento de quatro vezes na cifra de 20 anos atrás (R$ 5 bilhões), em valores atualizados.

As vagas dobraram em dez anos: de 20.570 em 2013 para 41.805 no ano passado, segundo o estudo da USP feito com base em dados do Ministério da Educação (MEC). Aproximadamente 90% das vagas da última década foram abertas no setor privado, com incentivo primeiro da Lei do Mais Médicos, de 2013, e depois por uma chuva de liminares, que permitiu abrir escolas mesmo durante a moratória do governo federal que proibiu novos cursos por cinco anos – e que terminou no último dia 5 de abril.

As instituições autoras dos pedidos judiciais alegam que tanto a lei do Mais Médicos, ao condicionar a abertura de cursos a critérios e localidades definidos pelo MEC, quanto a moratória ferem o princípio da liberdade econômica.

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Graças às ações judiciais, 6 mil vagas foram abertas nos cinco anos de veto e, segundo o MEC, há pelo menos 225 pedidos tramitando na Justiça para abrir cursos, o que representaria mais 20 mil vagas.

“O fato de Medicina ter a mensalidade mais cara entre as graduações e de ser um dos cursos com menor evasão a transformou na galinha dos ovos de ouro das instituições de ensino. Há intenso movimento de aquisições de faculdades pequenas por grandes grupos educacionais”, diz Mario Scheffer, professor da USP e coordenador do estudo Demografia Médica.

O valor médio da mensalidade em Medicina é de R$ 9 mil, segundo levantamento feito pelos pesquisadores. Já a evasão é menor que 7%, enquanto chega a 30% nas demais graduações, segundo dados do Semesp, entidade que representa instituições particulares.

Grupos apostam em aquisições e criam unidades de negócio exclusivas

Líder em número de cursos de Medicina no Brasil, a Afya administra 3.163 vagas, em 30 escolas, distribuídas em 14 Estados. Fundada no Tocantins no fim da década de 1990, com o nome NRE, a empresa cresceu principalmente por meio de aquisições de faculdades menores, sobretudo no interior.

Em 2019, abriu capital na bolsa de valores Nasdaq (EUA), e, nos três últimos anos, investiu mais de R$ 3 bilhões na compra de dez faculdades de Medicina – e tem meta de abrir 200 novas vagas por ano até 2028.

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“A expansão foi feita via aquisição, mas uma aquisição de centros universitários que tinham histórico de qualidade. Hoje, estrutura física, metodologia e matriz curricular seguem o mesmo padrão em todos os nossos cursos, independentemente se está no interior do Amazonas ou no Rio”, diz Flávio Carvalho, vice-presidente de operações da Afya, ao ser questionado se a rápida expansão poderia prejudicar a qualidade. No ano passado, a companhia registrou R$ 535 milhões de lucro líquido, alta de 21% ante 2021. A receita dos cursos de Medicina rerpresenta 70% do faturamento do grupo.

O grupo Yduqs, dono de redes como Estácio e Ibmec, quadruplicou o número de cursos de Medicina sob sua gestão nos últimos dez anos, apostando em aquisições, como a dos grupos Adtalem e Athenas, e na abertura de vagas por meio dos chamamentos públicos do Mais Médicos, pelos quais o MEC define os municípios que podem ter novos cursos.

Desde 2014, a Yduqs passou de 4 para 17 cursos, totalizando hoje 1.586 vagas e pouco mais de 8 mil alunos na área. Embora esses sejam só 1% do total de estudantes de graduação do grupo, a receita com cursos médicos já é 20% do faturamento, segundo dados de 2022.

O grupo criou, em 2021, o Idomed, vertical focada em educação médica. “Nossa primeira escola de Medicina foi aberta há 26 anos, mas esse campo cresce em relevância ano a ano no grupo, com a criação de um ecossistema de educação médica, não só com graduação, mas com pós, residência, educação continuada”, diz Silvio Pessanha Neto, vice-presidente da Yduqs e CEO do Idomed. A receita líquida da vertical de ensino médico cresceu 34% entre 2021 e o ano passado, ante 4% de alta na receita total do grupo.

A Ânima Educação é outra gigante educacional que criou uma unidade de negócio para focar em educação médica. Em 2021, levantou R$ 1 bilhão com o fundo DNA Capital (ligado à família Bueno, da Dasa) e, em março de 2022, efetivou a criação da Inspirali, reunindo as vagas de Medicina sob sua gestão. O último relatório de resultados informa 10 mil alunos nos seis anos de graduação dos cursos.

No processo de expansão, a Ânima comprou os ativos de duas instituições com cursos na área: o grupo Laureate, em 2021, e o Centro Universitário Ages (UniAges), em 2019. A receita líquida da Inspirali aumentou 56% no ano passado em comparação com 2021. Nas demais graduações oferecidas pelo grupo, a alta foi de 22%.

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O grupo Cogna também estabeleceu em 2021 sua vertical para cursos de Medicina, a KrotonMed, que tem sete escolas médicas com 580 vagas. O grupo Ser Educacional é outro que apostou em aquisições, especialmente no Norte e Nordeste, para ampliar vagas, chegando a 653.

Divergência sobre critérios para abrir cursos opõem entidades nos tribunais

O setor vive um racha, com disputa que foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF). A lei dos Mais Médicos impõe restrições à abertura de vagas, mas tem apoio da Associação Nacional de Universidades Particulares (Anup), que em junho moveu Ação Direta de Constitucionalidade no Supremo defendendo que a criação de cursos esteja, sim, condicionada aos chamamentos públicos do MEC. As instituições que questionam a regra estão obtendo decisões favoráveis na primeira instância, com juízes liberando a abertura de cursos sem os mesmos critérios dos editais do Mais Médicos.

A ação judicial é necessária para pôr fim ao “mercado de liminares”, diz a presidente da entidade, Elizabeth Guedes. “O curso de Medicina, por usar a estrutura do SUS para formação, deve obedecer a uma política pública de distribuição de vagas que beneficie a população desassistida, por isso veio a lei do Mais Médicos. Com as liminares, são abertos cursos em qualquer localidade, mesmo sem necessidade de mais vagas ou estrutura adequada.”

Para ela, a autorização pela via judicial tira o poder de regulação do MEC e cria distorção. “São dois regimes de concessão de cursos. Um que tem uma política que atrela a abertura de cursos à expansão do SUS, e outro que é só uma atividade econômica”, diz.

Embora apoiada no pleito por grandes grupos educacionais associados, como Afya e Yduqs, a Anup sofre oposição de entidades do mesmo setor, como a Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades (Abrafi), a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) e o Colégio de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), que ingressou no Supremo com ação pedindo justamente o contrário. Ou seja, querem que seja declarado inválido o artigo da lei do Mais Médicos que condiciona as novas vagas aos chamamentos do MEC.

Em nota, o Crub diz que o dispositivo da lei “favorece grandes grupos econômicos educacionais em prejuízo de associações, fundações e empresas educacionais de médio e pequeno porte”. Para a entidade, esses grupos apoiam a lei para “evitar que outras entidades possam disputar mercado”.

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Para Celso Niskier, diretor-presidente da Abmes, as duas modalidades devem existir, tanto as vagas no interior fomentadas pelo Mais Médicos quanto “os projetos de excelência” nos grandes centros. “Consideramos que a fixação dos profissionais em locais com escassez de médicos não se dá apenas com a criação de escolas de Medicina, mas também pela oferta de condições de trabalho e de estímulos para manutenção deles nessas localidades. Independente do meio de autorização usado pelo MEC, os critérios de avaliação devem ser os mesmos para preservar a qualidade de ensino.”

Presidente da Ser Educacional, grupo que apoia a posição do Crub, Abmes e Abrafi, Jânyo Diniz também defende a coexistência dos dois modelos.

Os que defendem a abertura só por meio do Mais Médicos afirmam que as regras previstas nos chamamentos são importantes, pois exigem que a instituição de ensino garanta estrutura adequada para a formação de qualidade.

“Nessas liminares, as instituições pedem que a abertura de cursos seja analisada pela portaria 20 do MEC, que regula todos os cursos de graduação, que não têm a mesma necessidade de campo de prática que a Medicina. Isso não faz sentido”, diz Pessanha Neto, da Yduqs. Ele afirma que há casos de liminares em que o juiz autorizou curso de Medicina sem realização de vistoria prévia do MEC no local.

Segundo Elizabeth, da Anup, a chuva de liminares criou um mercado paralelo, em que consultores ou pequenas instituições ingressam na Justiça para obter autorização e, antes mesmo de abrir o vestibular, vendem essa autorização para grupos educacionais. “São especuladores, atravessadores. Isso desorganiza a oferta e desequilibra o mercado”, diz. As ações da Anup e do Crub estão sob apreciação do ministro Gilmar Mendes, mas ainda não há data prevista para julgamento.

Questionado pelo Estadão sobre os pedidos de liminares, o Ministério da Educação afirmou que os processos judiciais “continuam tramitando no MEC segundo as exigências do padrão regulatório e em observância à lei do Mais Médicos”.

Portaria do MEC do início de abril indica que será mantida a regra de abertura de cursos por chamamentos públicos conforme a lei do Mais Médicos, privilegiando municípios com escassez de profissionais e que tenham estrutura adequada para receber a graduação. Os critérios para os chamamentos, diz o MEC, estão sendo discutidos por comissão interministerial e devem ser divulgados até agosto.

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O HOJE

Conselho Federal de Medicina proibe uso do ‘chip da beleza’: especialista aponto malefícios na proibição

Chip da beleza acabou sendo proibido após o uso exacerbado por parte dos atletas e adeptos de musculação

O ‘Chip da beleza’ passou a ser muito utilizado por mulheres em razão de seus benefícios. Ao oferecer rapidamente ganho de massa muscular,  diminuição de celulite, aumento da disposição e da libido, muitos atletas e adeptos de musculação, começaram a utilizar o medicamento de forma exacerbada. Para conter o consumo indevido, o Conselho Federal de Medicina (CRF) proibiu o consumo popular e estabeleceu a utilização legal apenas para o tratamento de doenças, disfunções hormonais ou processos de transição de gênero.

As motivações para o CRM fazer a proibição do “chip da beleza” envolvem o seu uso indiscriminado, a falta de esclarecimentos sobre seus efeitos colaterais, a propaganda antiética, a falta de  protocolos consistentes comprovando doses de segurança, segundo a resolução publicada em neste terça-feira 11 de abril. 

Mesmo com a proibição, a cirurgiã plástica Renata Magalhães acredita que, apesar da autorização legal, o medicamento possivelmente continuará sendo utilizado. “Como cirurgiã plástica, recebo em meu consultório muitas mulheres que usam terapias hormonais. Quando questiono os motivos e os efeitos, a maioria diz que o uso dos hormônios melhorou sua vida. Por isso, acredito que elas não abrirão mão deles e, mesmo que os médicos não prescrevam, outros profissionais o farão”, diz.

Segundo a especialista, o problema é mais que estético, e pode se tornar um problema emocional.  “Eu acredito que exista a necessidade de uma discussão mais ampla sobre o tema, com diretrizes para que os médicos possam trabalhar de forma a fazer o melhor para os seus pacientes. Com a população já acostumada aos benefícios, a simples proibição somente irá fomentar o mercado negro. Pessoas que poderiam se beneficiar destes tratamentos, desde que feitos a devida segurança e informações ao paciente, deixarão de ser atendidas pelos profissionais éticos e qualificados e certamente irão procurar quem prescreva de forma irregular.”

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Câncer de esôfago: Tumor silencioso tem sua incidência aumentada na população diante do uso excessivo do álcool e tabaco

Médico Manoel Antônio explica que existem dois subtipos da doença: Carcinoma Epidermoide escamoso e o Adenocarcinoma

Órgão que faz parte do sistema digestório e conecta a cavidade oral ao estômago, o esôfago tem papel fundamental na condução dos líquidos e alimentos para o organismo. O cuidado com a saúde desta parte do corpo está diretamente ligado a manutenção de hábitos de vida saudáveis, essenciais também à prevenção do câncer de esôfago. De alta incidência nos homens, dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 10 mil casos da doença no Brasil, destes, 8.200 em homens.  

Nunca se falou tanto em saúde e nas formas de cuidado com o corpo e com a mente. Com o aumento da incidência de cânceres pelo mundo, a pauta tem ganhado destaque. O cirurgião oncológico Manoel Antônio Ramos, explica que existem dois subtipos da doença no esôfago comuns: Carcinoma Epidermoide escamoso e o Adenocarcinoma. Enquanto o primeiro incide no terço superior e médio do esôfago e está diretamente ligado ao tabagismo, o segundo ocorre no terço inferior, na transição com o estômago e está relacionado ao refluxo e a obesidade. 

O médico observa que o cigarro convencional tem ligação direta com o subtipo Carcinoma Epidermoide, responsável por 90% dos casos e alerta para novas substâncias no mercado que futuramente podem se tornar fatores de risco, principalmente para a população jovem. “Apesar de ainda não termos estudos relacionados ao uso do cigarro eletrônico com o surgimento do câncer de esôfago, pelos dispositivos terem se popularizado recentemente, a sua utilização deve ser evitada, principalmente em função dos tipos de substâncias presentes neles”.

Manoel Antônio faz alguns alertas, o primeiro sobre os sinais que se apresenta na alimentação. Nas fases iniciais o câncer de esôfago é silencioso, os sintomas vão ocorrer conforme a progressão da doença. Em fase avançada, o principal sintoma é a dificuldade em engolir, causando a sensação de ‘entalamento’. O cirurgião oncológico explica que o paciente começa a utilizar líquidos para auxiliar na condução da comida na hora da alimentação, e com a mudança na alimentação, ocorre a desnutrição em função da perda de peso.

“O paciente passa a se alimentar com comidas mais líquidas e pastosas e muitas vezes sem perceber, muda seu hábito alimentar. É comum chegar nos consultórios pessoas com o esôfago quase fechado em função do tumor e com perda entre 20% e 25% do peso corporal. Nesses casos, para que ele possa se alimentar, durante o tratamento, é necessário fazer a passagem da sonda diretamente no jejuno, localizado no intestino delgado, já que a via oral está obstruída”, explica o profissional. 

Em diagnósticos precoces, no estágio I da doença, o tratamento indicado é a ressecção endoscópica da mucosa ou a esofagectomia, cirurgia para remoção da área da lesão, a depender da localização do tumor. Para que o paciente possa continuar se alimentando, o esôfago pode ser reconstruído com tecidos de outros órgãos, como o do próprio estômago. Já para casos avançados, o tratamento pode incluir modalidades combinadas, como a quimioterapia e a radioterapia. 

Há casos em que é necessário diminuir o tamanho da lesão, antes de intervir cirurgicamente, geralmente, pacientes em estágios II e III da doença.  “Para este tipo de tumor é essencial o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Além do oncologista clínico, o cirurgião oncológico, o nutricionista e o rádio-oncologista são alguns dos profissionais que auxiliarão no tratamento. O objetivo em comum é o mesmo, que o tratamento seja bem-sucedido, amenizando os efeitos colaterais e garantindo a qualidade de vida do paciente”.  

O profissional ainda lembra que a irritação crônica do esôfago também pode contribuir para o surgimento de tumores. O cuidado para este fator de risco está diretamente ligado a identificação e acompanhamento de doenças digestivas, como o refluxo gastroesofágico e o esôfago de Barret.  “Seguir uma dieta balanceada, rica em fibras, manter o peso, evitar o cigarro e diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, também estão no rol de hábitos de vida saudável e de prevenção ao câncer de esôfago”, finaliza o cirurgião oncológico Manoel Antônio Ramos.

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A REDAÇÃO

Hospital do Governo de Goiás é referência em cuidados prolongados

O Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta (HDS), unidade do Governo de Goiás, é uma instituição que presta atendimento ambulatorial e hospitalar de média complexidade com objetivo de prestar assistência gratuita aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo referência em cuidados prolongados e no tratamento de feridas crônicas para a região Metropolitana de Goiânia e todo o estado.

Rumo à expansão, a unidade, além de excelência no atendimento ao idoso, tornou-se também referência em cuidados paliativos com a implantação da Unidade de Cuidados Prolongados. Composta por 15 leitos individuais e equipe especializada, os pacientes internados contam com o cuidado individualizado e humanizado 24 horas por dia. Além disso, possui mais de 40 mil metros quadrados de área verde, um diferencial em prol da recuperação de seus pacientes.

A Unidade de Cuidados Prolongados é voltada para pacientes estáveis, cujas patologias sejam crônicas e/ou em cuidados paliativos que necessitem de atendimento hospitalar ou pacientes que precisem de cuidados de transição para a desospitalização segura para retorno às suas respectivas residências.

Outro serviço de destaque na unidade é o Ambulatório de Feridas Crônicas. O HDS é o único do Estado de Goiás que oferece atendimento especializado pelo SUS no tratamento desse tipo de lesão. Com uma equipe altamente capacitada, em funcionamento todos os dias, inclusive feriados, o serviço atende diariamente, em média, 48 pacientes, das 7h às 19h.

A unidade teve sua fundação em 1943, sendo denominado, na época, Leprosário Colônia Santa Marta. Em consequência da nova política de atenção às pessoas com hanseníase, e de diretrizes nacionais de desospitalização para estes pacientes, em 1983 foi transformado em Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta (HDS Santa Marta).

A unidade conta com equipe multiprofissional nas áreas de nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, farmacêutica (farmácia clínica), psicologia, terapia ocupacional, assistência social e arteterapia.

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MEDICINA S/A

Estudo mapeia contágio hospitalar nas primeiras mortes de Covid-19 em BH

Um estudo desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) analisou as primeiras 100 mortes ocorridas em decorrência da Covid-19 na região metropolitana de Belo Horizonte. Chamou a atenção dos pesquisadores que quase um quarto delas pode estar associado a uma transmissão intra-hospitalar do coronavírus causador da doença. Foram examinados os prontuários de 19 hospitais das redes pública e particular. É o primeiro estudo regional detalhado no Brasil das mortes iniciais da pandemia de Covid-19.

A transmissão intra-hospitalar ocorre quando o paciente entra no hospital para tratar de outra condição de saúde e é infectado durante a internação. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define alguns critérios para o enquadramento desse tipo de contágio.

É o caso da pessoa que dá entrada no hospital sem uma infecção por Covid-19 e, depois de sete dias, manifesta sintomas, com um elo epidemiológico de transmissão. Ela pode ter ficado ao lado de uma pessoa que tinha Covid-19. Se não houver esse elo de transmissão certo, deve-se considerar o intervalo de 14 dias. Se ela começa com sintomas de Covid-19 depois de 14 dias internada, então é considerada infecção hospitalar, explica a infectologista Karina Napoles, que coordenou a pesquisa e reuniu os resultados em sua dissertação de mestrado defendida no ano passado.

Além de 14 casos que se enquadraram nos critérios da Anvisa, a pesquisa listou como possível infecção hospitalar as demais ocorrências em que o paciente deu entrada no hospital com outro diagnóstico e apresentou sintomas de Covid-19 pelo menos dois dias depois. Como o período de incubação do coronavírus varia de 1 a 14 dias, a pessoa pode pegar e manifestar sintomas dali a dois dias, justifica Karina. As primeiras 100 mortes em Belo Horizonte ocorreram entre 30 de março e 19 de junho de 2020. Segundo o mapeamento, houve ao todo 24 casos em que o contágio pode ter ocorrido em ambiente hospitalar.

Os resultados do estudo foram recentemente encaminhados em artigo para a Revista Médica de Minas Gerais e os pesquisadores acreditam que eles podem contribuir para melhores práticas na gestão da saúde. De acordo com Karina, a transmissão hospitalar foi pouco detectada no início da pandemia.

Achava-se que a Covid-19 ia chegar com os sintomas bem manifestados. Eu observei que em um determinado hospital que registrou diversos casos de transmissão, por exemplo, houve a tomografia de um paciente idoso que demorou a ser checada. Os médicos trocam de turno, fazem plantões de rodízio. E nisso demorou a análise e o diagnóstico de Covid-19. Não é que houve uma negligência, mas se pensava pouco na possibilidade de ser Covid-19 naquele início de pandemia. O idoso tinha poucos sintomas específicos de Covid-19 e nós ainda não estávamos habituados a esses casos.

Segundo ela, com o alto risco de transmissão hospitalar, a análise da tomografia precisaria ter ocorrido de forma mais célere. A pesquisadora também considera que pacientes que tinham diagnóstico confirmado de Covid-19 não deveriam ter dividido o mesmo espaço com aqueles que tinham apenas suspeita. A separação dos leitos seria uma medida sanitária fundamental.

Não pode misturar nem os suspeitos, porque um suspeito pode ser positivo e o outro ser negativo. E aí acaba transmitindo. Sabemos que, muitas vezes, o hospital não tem estrutura, não tem condição. Mas o principal desafio, a meu ver, é esse: garantir a divisão de leitos.

A pesquisa também traçou o perfil das vítimas. Foram 47 homens e 53 mulheres. No recorte por idade, 71 tinham mais de 60 anos. Além disso, 57 eram pardos ou pretos. Em média, as mortes ocorreram 15 dias depois do início dos sintomas. A análise também mostrou que a hipertensão estava presente em 47 pacientes e diabetes, em 32.

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ÉPOCA

Fake news das vacinas: pesquisa analisa nova onda de desinformação sobre imunizantes nas redes sociais


Divulgadas de forma generalizada durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19, as fake news relacionadas às vacinas voltaram a ser produzidas e disseminadas nas redes no final de fevereiro deste ano. A nova onda de desinformação teve como alvo a versão bivalente do imunizante, que começou a ser distribuída pelo SUS em 27 de fevereiro deste ano, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sendo vacinado como parte do Movimento Nacional pela Vacinação. A data marcou o pico da ocorrência das postagens com informações falsas.

A circulação desse material foi monitorada por pesquisadores do Netlab – Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Entre os dias 26 de fevereiro e 21 de março, os estudiosos utilizaram tecnologias de extração de dados e combinaram machine learning com análise manual de especialistas para avaliar o conteúdo. Dessa maneira, conseguiram detectar as narrativas mais frequentes e o volume de publicação delas em cada plataforma. Os resultados foram publicados no relatório “A volta da desinformação sobre vacinas”.



Carlos Eduardo Barros, um dos pesquisadores responsáveis, explica que a amostragem foi ponderada a partir de um recorte em que ainda não aparece o número total de publicações, que podem estar ocultas em alguns tipos de mídias sociais. “O conteúdo analisado inclui o máximo de publicações falsas coletáveis – já que muitas podem estar fora do radar devido à falta de transparência das plataformas -, e o mínimo de falsos positivos – aquelas publicações que falam sobre o tema de forma parecida com a abordagem falsa, mas podem ser, por exemplo, denúncias da mentira”.

O Twitter foi o destaque no volume de mensagens compartilhadas. No período analisado, foram 323,2 mil tuítes com conteúdo conspiratório sobre as vacinas. Pouco mais de 50 mil destes foram publicados só no dia do lançamento da campanha de vacinação. O mesmo ocorreu com o Facebook, com 20,8 mil publicações identificadas, a maior parte delas também no dia 27 de fevereiro.

Já os aplicativos de mensagens apresentaram outro padrão de disseminação de fake news. Apesar do volume menor de mensagens – 6,7 mil via WhatsApp e 5,1 mil no Telegram -, os compartilhamentos se mantiveram constantes ao longo de todo o período observado. Segundo o relatório, os conteúdos que circularam no WhatsApp negavam a eficácia das vacinas com base em falsos estudos internacionais, além de afirmar que os imunizantes causariam infarto e mortalidade infantil. Já no Telegram, certificados de vacinação falsos e teorias sobre a vacina como plano de controle populacional davam o tom.

De acordo com os pesquisadores do Netlab, que é coordenado pela professora da Escola de Comunicação da UFRJ Rose Marie Santini, a existência de grupos privados nessas plataformas faz com que o conteúdo seja ainda mais nocivo. “Aplicativos de mensagens como esses são considerados espaços ‘obscuros’, justamente porque foram criados para conversas pessoais e privadas. Por inúmeros motivos, hoje são utilizados de muitas outras formas, inclusive como fontes de informações noticiosas – e frequentemente falsas”.

Narrativas mais abordadas

A nova onda de fake news não apresentou narrativas novas relevantes, explicam os coordenadores do Netlab. As mensagens de maior repercussão estão ancoradas em teorias conspiratórias antigas. Entre elas estão: atribuir às vacinas contra a covid-19 a culpa pelas mortes de artistas; declarar uma suposta composição nociva dos imunizantes; afirmar que existe um acordo entre a imprensa e as big techs para esconder os efeitos colaterais. Os conteúdos ganham credibilidade popular à medida que contam também com um fator psicológico, que tende a sustentar as conspirações como verdade, dizem os cientistas.

“É duro admitir que fomos enganados, principalmente quando isso influenciou escolhas pessoais que geraram, no caso das vacinas, perdas irreversíveis para muitos brasileiros. A desinformação repetida se beneficia dessa dificuldade, ao mesmo tempo que leva pessoas a romperem vínculos sociais importantes e os preenche com comunidades extremistas”, diz Rose Marie.

A vacinação pública do presidente Lula, em 27 de fevereiro, marcou o novo pico de disseminação de fake news sobre imunizantes – Foto: Ricardo Stuckert | Ministério da Saúde

As motivações para a disseminação desses conteúdos são diversas. No entanto, a dimensão política chama a atenção. A relação entre a vacinação de Lula e o pico de compartilhamento de mensagens falsas nas redes sociais é utilizada por grupos para engajar e dar visibilidade a muitas narrativas que foram amplamente politizadas nos anos anteriores, mas já haviam sido refutadas e perdido espaço no debate público. Tal metodologia tem dois efeitos que interessam a quem espalha a desinformação: fazer crer que fatos objetivos a respeito da vacina são uma questão de opinião política e afastar a população das fontes de credibilidade.

“Essa é uma estratégia clássica da desinformação sobre ciência, que se aproveita da dificuldade de compreensão em temas muito técnicos para promover argumentos sem base científica que interessam apenas a certos setores políticos ou econômicos”, pontua o estudo.

Indústria da desinformação

As notícias falsas não são disseminadas de maneira aleatória. A chamada indústria da desinformação é lucrativa e envolve também nomes de influência no universo digital, que ajudam a espalhar com facilidade as postagens e a dar crédito ao conteúdo. Durante a CPI da Covid, iniciada em 2021, o Google forneceu uma lista de vídeos que foram retirados do YouTube por exibirem fake news relacionadas ao novo coronavírus. O conteúdo teria rendido aos perfis mais de R$ 230 mil. “A desinformação online se constituiu como um modelo de propaganda, envolvendo direta ou indiretamente diversos setores de mercado de comunicação, assim como muitas figuras públicas que buscam visibilidade para suas pautas”, explicam os pesquisadores.



No Brasil, o tema está no centro do debate atual, com o projeto de lei 2630/20, conhecido como Lei das Fake News, que determina medidas de combate à disseminação de conteúdo falso nas redes sociais. O documento, apresentado pelo deputado Alessandro Vieira (Cidadania), deve ser votado nesta terça-feira (2), em caráter de urgência. O grupo de cientistas da Netlab também tem apresentado as discussões sobre o tema nos veículos de comunicação.

“Avançar nessa pauta é urgente não só para o mercado, mas para a soberania do país. Defendemos que o ponto central do debate deve ser a transparência das plataformas. Sem que a sociedade brasileira tenha acesso a dados de qualidade sobre o que circula nessas redes, todos os outros objetivos do PL podem ficar comprometidos”, defendem os pesquisadores da UFRJ.

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DIÁRIO DO ESTADO

Salário mínimo de R$ 1.320 entra em vigor nesta segunda-feira, 1º

Valor era previsto no Orçamento, mas gastos do INSS atrasaram reajuste

A partir desta segunda-feira (1º), o trabalhador que recebe salário mínimo tem o segundo reajuste do ano. A remuneração mensal passou de R$ 1.302 para R$ 1.320. A medida provisória com o aumento foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

O valor de R$ 1.320 originalmente estava previsto no Orçamento Geral da União de 2023. No entanto, foi adiado em quatro meses porque o salário mínimo neste valor não permitiria pagar os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) durante todo o ano.

O aumento para R$ 1.320 ficou em discussão porque os R$ 6,8 bilhões destinados pela Emenda Constitucional da Transição se mostraram insuficientes para bancar o aumento dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atrelados ao salário mínimo. Isso porque a forte concessão de aposentadorias e pensões no segundo semestre do ano passado criou impacto maior que o estimado para os gastos do INSS neste ano.

De acordo com o Ministério da Fazenda, além dos R$ 6,8 bilhões, o governo precisaria de R$ 7,7 bilhões para bancar o aumento do salário mínimo para R$ 1.320 ainda em janeiro. Inicialmente, a equipe econômica queria adiar o reajuste para 2024, mas o governo conseguiu encontrar recursos para o novo aumento do mínimo. O dinheiro veio do recadastramento do Bolsa Família, que eliminou 1,2 milhão de beneficiários em situação irregular apenas em abril.

“O relator [do Orçamento], depois que o projeto foi encaminhado ao governo federal, reforçou o orçamento do Ministério da Previdência em R$ 6,8 bilhões. Só que esse recurso foi consumido pelo andar da fila do INSS [redução da fila de pedidos]. A partir do início do processo eleitoral, a fila começou a andar”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em janeiro.

Segundo o ministro, a aceleração da inclusão de aposentadorias e pensões consumiu os R$ 6,8 bilhões. “Pedimos para a Previdência refazer os cálculos, para repassar na mesa de negociação que será aberta com os sindicatos. O presidente cumpre a palavra este mês e cumprirá a palavra este ano [sobre a valorização do salário mínimo acima da inflação]”, acrescentou o ministro na ocasião.

Projeto

Após os dois reajustes deste ano, um em janeiro e outro agora em maio, o governo busca discutir uma política de valorização permanente do salário mínimo a partir de 2024. Na última sexta-feira (28), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, informou que o governo em breve enviará um projeto de lei que retoma a fórmula que vigorou de 2012 até 2019.

Pela política anterior, o salário mínimo era corrigido pela inflação do ano anterior, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Caso o PIB encolha, haverá apenas a reposição pela inflação. O Ministério da Fazenda defendia outra fórmula, que incluiria a variação do PIB per capita e teria impacto menor no Orçamento, mas foi vencido.

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Assessoria de Comunicação