DESTAQUES
Covid-19 longa ainda é problema a ser enfrentado
Conheça a Distonia, doença rara que afeta os movimentos; pode ser genética ou adquirida
Nanismo + TEA: o desafio de terapias múltiplas para crianças atípicas
HGG é parte da história da medicina e da capital de Goiás
Família denuncia demora em transferência de paciente grave em Goiânia
60% dos sobreviventes de AVC’s podem enfrentar problemas cognitivos
Distonia: saiba o que é e ajude na conscientização sobre a doença
Governo registra 39 casos e uma morte por malária em Goiás
AGÊNCIA BRASIL
Covid-19 longa ainda é problema a ser enfrentado
Cuidado mais importante é a vacinação em dia
As sequelas causadas pela covid-19 e os quadros crônicos da doença, chamados de covid-19 longa, continuarão a preocupar autoridades sanitárias e a pressionar serviços de saúde, avaliam pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou ontem, 6, o alerta de emergência de saúde pública de importância internacional para a covid-19, o que significa que os surtos da doença já são considerados mais controlados e previsíveis, principalmente por causa da vacinação. Mesmo assim, a presença desses surtos em todos os continentes mantém o status de pandemia.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, ressalta que, além de a doença ainda fazer vítimas, há doentes que convivem com seus sintomas por períodos prolongados.
“Os cuidados continuam. É uma doença que ainda tem um um impacto importante na saúde de todos. Tanto nas suas formas agudas quanto nas suas formas crônicas. A covid longa e as sequelas da doença são realmente um grande problema de saúde pública a ser enfrentado”, diz.
Diante disso, o cuidado mais importante é a vacinação em dia, com as doses de reforço e a vacina bivalente. Ir além do esquema básico de vacinação, com duas doses, é indispensável para a proteção contra a variante Ômicron e suas derivadas, que dominam o cenário epidemiológico desde o início do ano passado.
A pneumologista Patrícia Canto, da Fundação Oswaldo Cruz, destaca que os sintomas da covid-19 longa observados em serviços de saúde atingiram principalmente as pessoas infectadas antes da vacinação.
“A covid trouxe, para muitas pessoas que se contaminaram, especialmente antes das vacinas, uma série de sequelas com as quais convivem até hoje, seja perda de olfato ou paladar, cansaço crônico, e uma série de problemas cardiovasculares”, descreve.Pesquisadores da Fiocruz se debruçam sobre essas condições de saúde para entender melhor seus mecanismos, e Patrícia Canto afirma que ainda não há resultados definitivos.
“É importante que muitos estudos permaneçam, porque sabemos pouco sobre a covid. São poucos anos de doença e temos muito o que aprender sobre esse vírus, sobre as sequelas definitivas e as consequências a longo prazo. Não podemos descuidar. Temos que ter a consciência de que, em caso de sintomas respiratórios, temos que fazer o teste de covid e usar máscara para evitar a contaminação para outras pessoas, além de evitar a circulação em lugares fechados quando estamos com sintomas, porque isso protege outras pessoas, principalmente as do grupo de risco”.
A garantia do acesso às vacinas, seja em países pobres ou em grupos específicos de países de renda média e alta, é essencial para a proteção coletiva, destaca a pesquisadora.”É importante que todo mundo faça sua parte, tenha consciência do coletivo e, principalmente, tome as vacinas, porque elas mostraram que foram cruciais para isso que foi decretado pela OMS. Sem as vacinas, a situação no mundo seria muito mais grave”.
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JORNAL OPÇÃO
Conheça a Distonia, doença rara que afeta os movimentos; pode ser genética ou adquirida
Conheça a Distonia, doença rara que afeta os movimentos; pode ser genética ou adquirida
Em São Paulo foi definido que o 6 de Maio seria o Dia da Conscientização sobre Distonia, mas há iniciativa da data ser lembrada em Goiás ou até nacionalmente. Então, o que vem a ser esta doença? A neurocirurgiã Ana Maria Moura explica se tratar de uma condição neurológica dos músculos, podendo afetar o corpo, com contração, distorcendo a posição de parte ou de todo o corpo, com cãibra, o que causa fortes dores e até a morte do paciente. A doença não tem cura, sendo tratada com medicação e cirurgia.
De acordo com a literatura médica, a Distonia é uma condição neurológica caracterizada por movimentos involuntários e repetitivos. Todavia, a doença pode atingir pessoas de todas as idades. Um exemplo é do maestro João Carlos Martins. Ele revelou sofrer da doença desde os 16 anos. “Ele tem a distonia do músico”, classifica, citando que há os casos de músicos, que desenvolvem a doença na musculatura da boca.
Ana Maria Moura destaca que a Distonia afeta a coordenação muscular, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes. Ela explica que as contrações repetidas de um músculo ou de um grupo de músculos podem ser bastante dolorosas. “Operei uma criança com cãibra pelo corpo todo. Imagina ter cãibra por todo o corpo? É uma dor inimaginável”, pontua. A doença leva a pessoa a ter movimentos e posturas anormais dificultando a mobilidade voluntária, podendo ser incapacitante e até levar à morte.
Outro exemplo ressaltado pela especialista pode ser considerado mais ‘leve’. “A piscadinha, por exemplo, é o blefaroespasmo no olho ou tremor no olho. Isso pode ser um tipo de Distonia focal”, frisa. Existe também a ‘cãibra do escrivão’. “De tanto a pessoa escrever, ela começa a ter distúrbio do movimento. Quando vai praticar aquela ação surgem as falhas musculares”, enfatiza.
De acordo com a médica, os casos de Distonia genética são mais graves em comparação com a doença adquirida. A doença genética se manifesta mais em crianças. A especialista ressalta que medicamentos também podem provocar a doença. “Alguns medicamentos para tratar quadros depressivos graves, podem ocasionar distúrbios de movimentos, como os antipsicóticos. A exposição a alguns metais pesados, por exemplo. Acúmulo no corpo de ferro e cobre. Isso tudo pode provocar a Distonia”, explica a médica. Ela acrescentou que casos de lesões graves, como traumatismos, também estão relacionados com casos da doença.
Tratamento da Distonia
Devido à complicação da doença, o tratamento é feito por equipe multidisciplinar. O que inclui fisioterapeutas, fonoaudiólogos e o uso de música, para proporcionar um maior relaxamento da pessoa. Apesar de agir no corpo, a doença dificilmente compromete a cognição do paciente. No entanto, outros fatores podem afetar a saúde mental. “Então o psicólogo é muito importante, porque quando a pessoa vai se vendo naquele quadro, ela começa a ficar ansiosa e depressiva. Ela mesma se isola”, lamenta.
A medicação receitada para o tratamento é a toxina botulínica, o botox. “O que a toxina botulínica faz? Ela relaxa a musculatura. É um relaxante muscular. Ela também é muito bem vinda e ajuda muito no tratamento”, esclarece. Entretanto, a especialista salienta que não há um medicamento específico para a Distonia. “Geralmente, a maioria dos pacientes acabam indo para a cirurgia, diferente do Parkinson, que dá para ir prorrogando por meio da medicação, fazendo fisioterapia”, compara. “Há uma quantidade de aplicação de botox. Não dá para a doença ir evoluindo e irmos aumentando a dose”, destaca.
Cirurgia
Nos casos mais graves e avançados da Distonia a opção é a cirurgia, para se conseguir uma melhor qualidade de vida. “Vai parar a evolução da doença? Não. Mas nós vamos conseguir uma melhor correção”, aponta. Ela cita dois procedimentos. Uma por implantação de eletrodos. Isto é, por fios muito finos, em uma região do cérebro. Os eletrodos fornecem correntes elétricas para pequenas partes do cérebro, alterando o circuito cerebral anormal e, assim, aliviando os sintomas da condição neurológica.
“Temos a opção, que trabalho melhor com ela, que é a estimulação cerebral profunda. Consistente na técnica da neuromodulação, por meio de energia. Há um marca-passo que joga energia para a ponta do eletrodo e nesse circuito do movimento, que está falho, por algum motivo ele restabelece”, acentua. A médica acrescenta que não há explicação de porque o circuito responde a carga de energia. “Mas sabemos que com a energia esse circuito é restabelecido e dá para o paciente ganhar muito tempo, antes que a doença fique de uma forma que ele perca a autonomia de vida”, afirma.
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A REDAÇÃO
Nanismo + TEA: o desafio de terapias múltiplas para crianças atípicas
Catherine Moraes
Especial para 0 A Redação
Goiânia – Iasmim Vitória Sandri do Nascimento, de 15 anos, é moradora de São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo (SP) e antes mesmo do nascimento, a família descobriu que ela teria uma displasia óssea que lhe causaria a baixa estatura, o nanismo. Aos 12 anos, entretanto, depois de diversas terapias e acompanhamentos multidisciplinares, outro diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA). A adolescente não é um caso isolado na comunidade e as histórias revelam as dificuldades enfrentadas pelas famílias para garantir tratamento adequado não apenas para o nanismo, mas também para o autismo.
Miriam de Cássia, de 39 anos, mãe da Iasmin conta que desde o 5º mês de gestação foi alertada sobre os membros curtos e o diagnóstico de algum tipo de nanismo. O parto precisou ser adiantado pela falta de desenvolvimento e a bebê, que nasceu com 37 cm e 2,1 quilos, passou oito dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em todo o mundo já foram encontrados mais de 500 tipos de nanismo e Miriam explica que ainda assim, não há um diagnóstico fechado da filha, que é acompanhada pelo Hospital das Clínicas de São Paulo (SP) desde o primeiro ano de vida.
Iasmim Vitória Sandri do Nascimento
“A Iasmim sempre foi muito esperta, comunicativa, falante, mas quando entrou na escola, aos 4 anos, fui chamada pela professora. A indicação era de que eu deveria buscar um profissional para avaliação e comecei a perceber que ela estava regredindo. As crianças desenhavam e ela só conseguia fazer alguns rabiscos. Por outro lado, era esperta e ativa e a neuropediatra falava que ‘era o tempo dela’. Não fiquei satisfeita, via o atraso dela na parte pedagógica e na idade comparada com outras crianças”, explica a mãe.
A menina passou por fonoaudiólogo, psicólogo, psicomotricista e foi lá que constatou um atraso intelectual. Sem dinheiro para custear tantas terapias, ela teve o acompanhamento suspenso. Aos 7 anos, Iasmim voltou para as terapias e não conseguia processar o que as pessoas falavam pra ela. Não aprendeu a ler e não conseguia memorizar imagens. A mãe conta que só conseguiu pagar uma avaliação neuropsicológica para a filha quando ela já tinha 10 anos. “Fiz ela reprovar na escola duas vezes – o 3º e o 5º ano – porque ela não sabia ler. Hoje ela estuda em uma escola estadual, cursa o 8º ano e está aprendendo a ler. É uma menina mais independente, mas isso aconteceu com ajuda das terapias. Além da escola formal, hoje passa por uma clínica multidisciplinar com terapeuta ocupacional, psicóloga e psicopedagoga. Durante quatro dias da semana, também conta com uma acompanhante terapêutica por 3 horas que vem na nossa casa e trabalha questões sociais e de independência, do dia a dia mesmo”, acrescenta.
Aumento de demanda e demora no atendimento
Miguel, de 5 anos, tem acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo e também TEA. O garoto, que mora em São Paulo, capital, só teve o segundo diagnóstico confirmado no final de 2022. A mãe, Paula Luzin, de 41 anos, que é biomédica, conta que no final de 2020, primeiro ano de pandemia da covid-19, ele começou a apresentar um movimento repetitivo de dar “tapinhas” no ouvido. A primeira suspeita foi de otite, logo descartada. Os movimentos continuaram, inicialmente esporádicos, mas depois passaram a se intensificar.
O menino foi levado a um otorrinolaringologista com 3 anos e apesar de falar e pedir algumas coisas, não formava frases, usava palavras soltas e a indicação foi de um fonoaudiólogo. “Contamos para o pediatra sobre os movimentos repetitivos e ele disse que não achava necessário acompanhamento, justificando que poderia ser o tempo de confinamento por conta da pandemia. Somente após eu insistir ele fez o encaminhamento ao psicólogo e fonoaudiólogo”, explica a mãe do Miguel.
As sessões com a psicóloga foram iniciadas e em 10 encontros ela não conseguiu fechar um diagnóstico. Em seguida, solicitou um teste neuropsicológico. Paralelo a isso, Miguel foi levado a um neuropediatra que sugeriu autismo e já encaminhou para terapia ocupacional, psicóloga e fonoaudióloga. Após meses de terapia e a avaliação neuropsicológica, finalmente um diagnóstico fechado. Mesmo morando na maior cidade do país, a família teve dificuldade para um tratamento adequado e rápido pelo plano de saúde por falta de vagas disponíveis nas clínicas.
“Esperei por três meses em uma primeira clínica, e ainda não tinham todos os profissionais, mas iniciamos mesmo assim. Foram oito meses para conseguir vaga na clínica que ele está hoje e no início também não tinha terapeuta ocupacional. A reclamação é de falta de profissionais de terapia ocupacional e fono, além da alta rotatividade”. Hoje, o acompanhamento dele é de duas vezes por semana, com 3 horas diárias.
Pediatras e o diagnóstico de autismo
O caso de demora nos diagnósticos é uma realidade nacional e o assunto foi debatido no último mês de março, no Rio de Janeiro, durante o Seminário Rio TEAMA, que reúne famílias e profissionais ligados à comunidade envolvida no TEA. Palestrante do evento, o pediatra Thiago Castro que também tem um filho com diagnóstico de TEA, o Noah, e acumula mais de 295 mil seguidores no Instagram defendeu a importância do diagnóstico na rede primária de saúde bem como do apoio dos profissionais de educação.
“Pediatras deveriam saber sobre autismo. Esta conta não é apenas do neurologista, é nossa, dos pediatras e da escola. Quando negligenciamos os sinais, estamos assinando o atestado de comprometimento intelectual dessa criança. Somos nós que falhamos com ela. Uma vez eu disse pra uma mãe de um menino de 3 anos que ainda não falava que meninos falavam mais tarde… Que isso era normal, ele ia falar no tempo dele. Eu nunca me esqueci desse caso porque eu falhei. Se eu errar, eu rasgo o laudo, mas não diagnosticar é grave. O diagnóstico não é pra prender, pra rotular, é pra libertar essa criança, para garantir tratamento adequado”, disse Thiago.
Durante sua palestra, Thiago falou sobre os benefícios da intervenção e terapias corretas logo nos primeiros anos de vida e na necessidade de que esse momento não demore a acontecer. “Vemos nas cidades menores, longe dos grandes centros, os médicos pedindo encaminhamento para um neuropediatra. Essa consulta demora 4 meses. Temos no Brasil de 1,5 mil a 2 mil neuropediatras. Na minha cidade, a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 1 mil crianças. Depois de chegar a essa consulta, o médico pede uma ressonância: exame caro, com sedação, e muitas cidades não têm… Pediatras deveriam obrigatoriamente estarem capacitados para diagnóstico de autismo”, lamentou Thiago Castro.
Neurocirugiã, diretora de Relações Interinstitucionais da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e professora do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Ana Maria Moura afirma que os estudos sobre TEA são relativamente novos dentro da literatura e que um esforço está sendo feito dentro das vertentes incluindo níveis municipal, estadual e federal. “Estamos somando esforços para que mais pessoas sejam diagnosticadas e entendam os sinais de alerta para procurar um médico. Além disso, a busca é que esses pacientes sejam acolhidos em centros especializados em doenças raras. Ano passado foi inaugurado um em João Pessoa, este ano outro em Porto Alegre. Já temos o primeiro curso de especialização em Doenças Raras na Paraíba. Pessoas estão sendo formadas e redes de apoio estão sendo formadas. Os números são cada vez maiores e os desafios são intensos”, completa.
Atendimento ainda mais precário nas cidades menores
Abraão tem 11 anos e mora em Paranatinga, no interior do Mato Grosso. A cidade com população estimada em 23.250 habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fica a 377 km de Cuiabá, a capital do Estado. Diagnosticado com TEA e acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo, ele enfrenta as dificuldades da falta de atendimento multidisciplinar na cidade.
A mãe, a professora Evanize Rodrigues, de 43 anos, conta que aos 4 anos as características começaram a ficar evidentes: ecolalia (um distúrbio da fala considerado sintoma comum de TEA), movimentos repetitivos, seletividade alimentar e não interação com outras crianças. “Ele fez sessões com psicóloga, fonoaudióloga e por último com neuropsicóloga, sempre com observações e relatórios da escola. O Abraão tem atraso intelectual na aprendizagem escolar e não acompanha o currículo proposto para o 6º ano. De manhã, frequenta uma escola regular e participa da sala de recurso”, explica.
Evanize diz que a indicação para o filho é de um acompanhamento com terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e fonoaudióloga, mas que o município não conta com equipe multidisciplinar. Sem plano de saúde, todos os exames para diagnóstico foram feitos de forma particular e a psicóloga em um centro de reabilitação público.
“Foi caríssimo, ficou pesado e tentei os demais acompanhamentos pela rede pública, mas precisaria levar ele a outra cidade. As leis existentes são boas, mas falta efetivação na prática, principalmente no atendimento médico e acompanhamento terapêutico. A fila de espera para atendimento em um centro especializado é longa. O diagnóstico é demorado. As primeiras características que ele apresentou até hoje são as mesmas, só se definiram. Mas não podemos deixar de procurar atendimento de qualidade para nossos filhos que precisam de autonomia e qualidade de vida. Isso fará diferença na vida adulta deles”, lamenta.
O mais difícil é o preconceito
“O mais difícil de tudo é o preconceito das pessoas. No começo também tivemos dificuldades com o convênio, principalmente para liberação de exames mais específicos. Hoje, vemos que falta inclusão de verdade na escola, adaptação das lições para nossos filhos que são PCDs. Muitas vezes pensamos em desistir, mas nosso amor por ela falou mais alto e sabíamos que ela seria capaz. Se eu pudesse hoje dar um conselho para uma família que passar pelos dois diagnósticos eu diria: tente manter a calma e procure ajuda. Com os avanços a gente vê que tudo que fizemos valeu a pena”, afirma a mãe de Iasmim.
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HGG é parte da história da medicina e da capital de Goiás
Carolina Pessoni
Goiânia – No Setor Oeste, região central de Goiânia, está localizada uma das mais importantes unidades de saúde do Estado, o Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi, mais conhecido como HGG. Com 63 anos de história, o HGG faz parte da trajetória da capital, de centenas de profissionais de saúde e milhares de pacientes, que circulam pelos seus corredores desde sua inauguração.
A história do hospital, entretanto, começa antes de sua construção, próximo ao Lago das Rosas. O médico Alberto Rassi comprou o Instituto Médico Cirúrgico de Campinas e, após a aquisição, o renomeou de Casa de Saúde Dr. Rassi.
Em 29 de dezembro de 1959, abriu as portas da nova unidade construída no Setor Oeste, com o nome de Hospital Rassi. Em 1963, foi vendido para o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) e funcionou por 20 anos como um hospital federal para tratamento eletivo, de urgência e emergência, em várias especialidades.
A transferência para a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) ocorreu em dezembro de 1990. Em 1991, o Hospital foi fechado para reforma geral e suas atividades foram absorvidas pelo Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e outras três maternidades.
A reabertura ocorreu somente em maio de 1998, com proposta de atendimento parcial em nível terciário para prestação de serviços de média e alta complexidade, realizando atendimento especializado, cirurgias eletivas de alto custo e procedimentos diagnósticos. Em 2001, o Hospital Geral de Goiânia abriu suas portas a distintas unidades de ensino e estabeleceu Residência Médica em oito especialidades, inicialmente.
O Hospital passou a ser gerenciado por uma organização social em março de 2012. O Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech) venceu o chamamento público da Secretaria de Estado da Saúde e, desde então, faz a gestão com foco na prestação assistencial ao usuário do SUS.
O coordenador em Saúde do Idtech, o médico Marcelo Rabahi, afirma que a ideia da família Rassi era construir um hospital que pudesse acompanhar o desenvolvimento de Goiânia. “Foi, e ainda é, um local de formação de vários médicos porque, junto com o Hospital das Clínicas, era a unidade que oferecia os programas de residência. Atualmente, se mantém como um hospital de ensino com o papel de formar, além de médicos, profissionais diversos da área da saúde”, diz.
Rabahi destaca que na última década, a unidade vem implantando ações de excelência no atendimento, buscando o que há de mais moderno e seguro para os pacientes. “O hospital tem hoje a certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA) nível 3, que é o mais alto, e foi pioneiro nisso, pois não havia essa cultura na saúde do Estado.”
O médico ressalta ainda que, por ser um hospital de atendimento terciário, recebe pacientes de alta complexidade e que isso é muito necessário dentro da política de saúde. “Entretanto, também tem papel fundamental na formação de pessoas. O hospital oferece oportunidades para que médicos e multiprofissionais se qualifiquem cada vez mais”, reforça.
Apesar de ser gerido por uma organização social de direito privado, o HGG é uma unidade de saúde 100% pública, com acesso aos tratamentos via SUS. Em sua estrutura possui 62 leitos de Clínica Médica, 113 leitos de Clínica Cirúrgica, 14 leitos de diálise, além de 30 leitos no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e 10 de Cuidados Paliativos. O ambulatório possui 33 consultórios, sendo um deles odontológico, três salas de pequenos procedimentos e duas multiuso.
São 34 especialidades médicas e multiprofissionais, que vão desde cardiologia a psiquiatria e geriatria. Entre os programas especiais, destacam-se o Serviço Especializado do Processo Transexualizador – Ambulatório TX, o Programa de Combate e Controle da Obesidade (PCCO) – com cirurgias bariátricas e metabólicas, além dos transplantes (rím, fígado e recente habilitação para medula óssea), sendo um dos maiores transplantadores renais do Centro-Oeste.
Outro destaque do hospital são os projetos de humanização, implantados para dar maior conforto aos pacientes, acompanhantes e colaboradores. Entre eles estão o Arte no HGG, com exposições constantes pelos corredores do hospital e oficinas de pintura quinzenais; Sarau do HGG, com apresentações de músicos nas tardes de quinta-feira; Comunicadores da Alegria, em que profissionais da imprensa se vestem de palhaços e visitam os pacientes internados no mês de dezembro.
Para Marcelo Rabahi, o HGG se integra na história de Goiânia na formação dos profissionais. “É uma unidade de qualificação, promovendo a autossuficiência da cidade na formação desses profissionais. Já na assistência, por realizar atendimentos de alta complexidade, traz desenvolvimento para a própria cidade, agregando valor para a região”, diz.
O coordenador de Saúde diz ainda que, pessoalmente, ter a oportunidade de trabalhar no HGG é a realização de um sonho. “É muito importante ver a medicina de excelência sendo oferecida em um hospital público, o que só foi possível graças aos colaboradores e à gestão, com todas as condições oferecidas pela Secretaria de Estado da Saúde”, encerra.
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Família denuncia demora em transferência de paciente grave em Goiânia
Goiânia – Família denuncia demora em transferência da paciente Luana Vieira Germano, de 30 anos, internada no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) desde abril deste ano. Segundo os familiares, a paciente está com suspeita de uma doença autoimune chamada Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAF) e precisa de tratamento específico, com escopo de reumatologia. A unidade hospitalar solicitou uma vaga no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), no entanto, sem sucesso.
O jornal A Redação entrou em contato com o Hugo para saber o boletim médico de Luana. O hospital informou que “a paciente está internada em leito de UTI e recebe atenção de nefrologia”. Além disso, ressaltou que aguarda transferência dela para outra unidade, enquanto isso a paciente recebe atenção integral e humanizada.
O Hospital das Clínicas é regulado pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). O AR entrou em contato com a pasta municipal, no entanto, não obteve retorno até a publicação da reportagem. O espaço está aberto.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) disse que não há confirmação da síndrome na paciente. Afirmou ainda que “segue buscando vaga na rede própria na especialidade de reumatologia para a paciente, que está sendo assistida por equipe médica e multiprofissional do Hugo em leito de cuidados intensivos”. “A vaga também está sendo buscada pela SMS de Goiânia na rede conveniada da capital”, afirmou em nota.
Entenda o caso
Luana foi diagnosticada com dengue no início do mês de abril. Ela foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Geraldo Magela, em Aparecida de Goiânia. No dia seguinte, 7 de abril, se sentiu mal novamente e foi ao Cais Chácara do Governador, em Goiânia, local onde precisou ser transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas, no primeiro momento, não conseguiu vaga disponível.
Ela foi transferida para o HUGO após sofrer duas paradas cardíacas, no dia 8 de abril. No local, ela foi internada em estado grave, quando recebeu o diagnóstico de que os rins não estavam funcionando. Cerca de dois dias depois, os pulmões também pararam de funcionar e ela foi intubada.
A família relata que, desde a internação, os médicos tiveram dificuldade em diagnosticar o que ela tinha. Os profissionais suspeitam de doença autoimune chamada Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo ou apenas SAF. Devido a necessidade do escopo reumatológico, ela precisa ser transferida com urgência.
A Luana é asmática e essa foi a segunda ou terceira vez que ela teve dengue esse ano, ela é mãe de três crianças e o atual estado dela é gravíssimo.
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DIÁRIO DO ESTADO
60% dos sobreviventes de AVC’s podem enfrentar problemas cognitivos
Alerta foi divulgado pela American Heart Association em conjunto com a American Stroke Association, em uma declaração científica publicada na revista Stroke.
Mais da metade dos sobreviventes de um acidente vascular cerebral (AVC) têm tendência a desenvolver comprometimento cognitivo dentro de um ano após o problema. Além disso, um em cada três sobreviventes correm o risco de demência dentro de 5 anos após o episódio. O alerta foi divulgado pela American Heart Association em conjunto com a American Stroke Association, em uma declaração científica publicada na revista Stroke.
De acordo com a médica e presidente do comitê de redação da declaração, Nada El Husseini, a deficiência cognitiva é uma condição muitas vezes subnotificada e subdiagnosticada, mas muito comum com a qual os sobreviventes de derrame frequentemente lidam.
Mais pesquisas são necessárias para entender como o comprometimento cognitivo se desenvolve após o AVC. Porém o novo documento aconselha que pacientes que se recuperam da doença tenham as funções cognitivas avaliadas e acompanhadas após o episódio.
Tipos de AVCs
O AVC isquêmico, causado por um bloqueio em um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro, representa 87% de todos os acidentes vasculares cerebrais. Enquanto os hemorrágicos, que ocorrem quando um vaso sanguíneo enfraquecido se rompe, representam cerca de 13%.
“Os sobreviventes de AVC devem ser sistematicamente avaliados quanto ao comprometimento cognitivo, para que o tratamento possa começar o mais rápido possível após o aparecimento dos sinais”, disse El Husseini.
Ainda conforme a declaração, o comprometimento cognitivo é mais comum nas primeiras duas semanas após o ocorrido, mas pode aparecer até um ano após o episódio, e chega a afetar até 60% dos sobreviventes.
Cerca de 40% desse público não atende aos critérios diagnósticos para demência, mas o problema ainda afeta a qualidade de vida deles, tendo incapacidade física, distúrbios do sono, alterações comportamentais e de personalidade, depressão e outras alterações neuropsicológicas.
“O comprometimento cognitivo após o AVC varia de comprometimento leve a demência e pode afetar muitos aspectos da vida, como memória, pensamento, planejamento, linguagem e atenção, bem como a capacidade de uma pessoa trabalhar, dirigir ou viver de forma independente”, ressalta El Husseini.
A declaração ainda aponta que até 20% dos sobreviventes de AVC apresentam comprometimento cognitivo leve e recuperam totalmente a função cognitiva. Isso é mais provável de ocorrer nos primeiros seis meses após a condição.
Casos de AVC no Brasil
Segundo os dados do portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, o acidente vascular cerebral matou mais de 87.518 brasileiros, entre 1ª de janeiro e 13 de outubro de 2022. O número equivale a média de 12 óbitos por hora, ou 307 por dia, e faz do AVC a principal causa de morte no país.
Aumento do caso entre jovens
Tal condição é mais comum em adultos mais velhos, porém a incidência em jovens e pessoas de meia idade tem crescido nas últimas décadas. Idade, pressão alta, tabagismo, obesidade, estilo de vida sedentário e diabetes são conhecidos por aumentar os riscos.
O tratamento imediato para o AVC pode reduzir substancialmente o risco de sequelas graves e até mesmo morte. Por isso, saber identificar os sintomas da condição é fundamental.
De acordo com informações do Hospital Albert Einstein, uma das formas de identificar um AVC é fazer o teste SAMU:
Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Veja se um lado do rosto não mexe;
Abraço: veja se a pessoa consegue elevar os dois braços como se fosse abraçar ou se um membro não se move;
Música: veja se a pessoa repete o pedacinho de uma música ou se enrola as palavras;
Urgente: chame uma ambulância ou vá a um pronto atendimento especializado.
Essa recomendação é importante porque os sintomas mais comuns da condição são desvio de rima labial (sorriso torto), dificuldade para levantar os dois braços e fala arrastada.
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Distonia: saiba o que é e ajude na conscientização sobre a doença
Doença pode atingir pessoas de todas as idades, como o maestro João Carlos Martins (que revelou sofrer de distonia desde os 16 anos)
Sabe aquelas pessoas que sempre balançam os pés quando se sentam? Ou mexem as mãos de forma contínua e desconectada ao falar? Mais do que um hábito, muitas vezes incômodo, esses movimentos repetitivos podem ser decorrentes da distonia. Mas o que seria distonia?
Sobre a doença
Distonia é uma condição neurológica caracterizada por movimentos involuntários e repetitivos, que podem afetar diversas partes do corpo, como o pescoço, os braços, as pernas e o tronco.
A doença pode atingir pessoas de todas as idades, como o maestro João Carlos Martins (que revelou sofrer de distonia desde os 16 anos), e ter causas genéticas ou adquiridas, como traumas cerebrais, infecções, uso de medicamentos ou outras doenças, como Parkinson e síndrome de PKAN.
A neurocirurgiã Ana Maria Moura explica que a distonia é uma doença neurológica rara que afeta a coordenação muscular e pode comprometer a qualidade de vida dos pacientes. Ainda de acordo com ela, as contrações repetidas de um músculo ou de um grupo de músculos podem ser bastante dolorosas. Além disso, elas podem levar a movimentos e posturas anormais dificultando a mobilidade voluntária, podendo ser incapacitante e até levar à morte.
Os sintomas podem variar desde leves desconfortos até dificuldades severas na execução de tarefas cotidianas, como escrever, se vestir, comer e andar.
Tipos
Há dois tipos de distonia, a primária e a secundária. A primária é quando a condição é a única característica clínica e não está relacionada a outras doenças. A secundária é provocada por uma outra doença ou tem outras causas possíveis.
Tratamento
O tratamento é definido a partir da identificação da causa do problema e pode ser medicamentoso, cirúrgico, incluir injeções de toxina botulínica, estimulação cerebral profunda e atividade físicas.
“Portanto, é importante que o paciente tenha um diagnóstico correto e precoce e possa iniciar o tratamento o quanto antes”, diz Ana Maria Moura, que tem atuado no tratamento cirúrgico da doença, o que vem permitindo que pacientes tenham mais qualidade de vida.
Vale lembrar que, recentemente, ela operou cum criança com síndrome de PKAN e distonia generalizada grave. Foi a primeira cirurgia do tipo realizada no país e aconteceu em um hospital de Goiânia.
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O HOJE
Governo registra 39 casos e uma morte por malária em Goiás
A Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) registrou 39 casos e uma morte por malária em 2023. Os dados foram informados na manhã deste domingo (7/5). A morte pela doença foi de uma mulher, de 41 anos, em Anápolis. Ela ficou 18 dias internada.
Segundo a secretaria, os dados são da última terça-feira (2). Ao todo, são 81 casos suspeitos no Estado. Destes, 42 já foram descartados. De acordo com o governo, apenas 2 dos 39 casos confirmados ocorrem por transmissão local.
“Fizemos captura de insetos, vamos fazer avaliação e análise desses insetos, foi feito um combate com inseticida na região onde os dois casos [de contaminação em Goiás] provavelmente se infectaram e esse monitoramento vai permanecer”, afirmou a a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim ao G1.
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Assessoria de Comunicação