Na manhã da última sexta-feira (10), o Sindhoesg realizou uma capacitação técnica voltada para enfermeiros de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), integrantes das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e gestores da área da saúde das instituições associadas. O encontro teve como foco central as boas práticas na gestão da água utilizada em procedimentos de hemodiálise à beira-leito.
A palestra foi ministrada por Márcia da Silva Alves, bacharel em Química, gerente de Qualidade da Nefroclínica e especialista em Vigilância Sanitária e Saúde Pública. Com quase dez anos de experiência no controle de qualidade da água para diálise, Márcia compartilhou orientações práticas e normativas sobre um tema de grande importância para a segurança de pacientes que necessitam de hemodiálise.
Durante a capacitação, foram discutidos os principais cuidados relacionados à qualidade da água utilizada em hemodiálise à beira-leito. A palestrante observou que, embora Goiás ainda não possua uma regulamentação específica para esse tipo de procedimento, as boas práticas seguem os parâmetros da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 11/2014 da Anvisa. Essa norma estabelece os requisitos de funcionamento para os serviços de diálise em todo o Brasil.
Márcia abordou detalhadamente os componentes da osmose portátil, equipamento essencial para a realização da hemodiálise junto ao leito hospitalar, e reforçou a importância do monitoramento rigoroso da água potável utilizada no processo. Entre os parâmetros destacados estão as características físico-químicas, organolépticas e o controle do cloro residual pós-osmose.
Durante a sessão de hemodiálise, segundo ela, também é fundamental verificar a condutividade, informação que pode ser monitorada diretamente no visor da máquina de osmose.
Outro ponto relevante foi o controle documental e a manutenção preventiva dos equipamentos usados. Márcia reforçou a necessidade de manter atualizados os procedimentos operacionais, cronogramas de manutenção e registros das coletas analíticas da água. “A limpeza do reservatório de água, por exemplo, deve seguir a recomendação da RDC 11 e ser realizada a cada seis meses, com laudo que comprove o atendimento a essa exigência”, destacou.
Também foi salientada a importância da troca regular dos filtros da osmose portátil, especialmente o filtro de carvão, da verificação da análise de cloro, e da existência de um ponto de água potável próximo ao leito para garantir a eficiência e segurança do processo.
Ao final, a palestrante enfatizou a importância da elaboração de planos de ação sempre que forem identificadas não conformidades nos processos. “Mais do que identificar falhas, é fundamental gerar evidências de que houve aprendizado e melhoria contínua nos serviços prestados”, concluiu Márcia.
A promoção desta palestra de capacitação faz parte das ações educativas e de atualização profissional promovidas pelo Sindhoesg e abertas aos associados. Siga as redes sociais do Sindicato e acompanhe nosso novo site para conferir o calendário dos próximos eventos.