Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 15/08/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Custos médicos podem superar em três vezes a inflação

Ministério da Saúde vai instituir comitê de emergência para mpox

Golpe da falsa vistoria preocupa Bombeiros

Hospital de Câncer Araújo Jorge cobra repasses da Prefeitura de Goiânia

Governo e indústria da saúde anunciam R$ 57,4 bilhões em investimentos

Com R$ 2 bi em 2024, apoio do BNDES à indústria farmacêutica é recorde

Artigo – O papel crucial da Radiologia na Medicina Baseada em Valor

MONITOR MERCANTIL

Custos médicos podem superar em três vezes a inflação

A Aon (Nyse: AON), líder global em serviços profissionais, destacou o impacto do aumento dos custos médicos na saúde financeira das empresas durante a Human Insights Conference 2024, realizada nesta terça-feira (13), no teatro B32, em São Paulo. Foi discutido como programas de gestão de saúde estão ganhando força nas estratégias das empresas, visando tanto a sustentabilidade dos contratos de saúde quanto o reforço nas práticas de bem-estar voltadas à força de trabalho.

O tema foi amplamente abordado em um painel que reuniu líderes do setor, incluindo o vice-presidente de Health & Talent da Aon no Brasil, Leonardo Coelho, o presidente do Conselho Administrativo da Rede One Care, Sérgio Ricardo Santos, que também atuou como moderador do painel, o diretor gerente da Bradesco Saúde e vice-presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Flavio Bitter, o diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Mauricio Nunes da Silva, a CEO da SulAmérica, Raquel Reis, o presidente executivo do Conselho de Administração da DASA, Doutor Romeu Domingues, o presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador, e o superintendente de Atenção à Saúde da Unimed Belo Horizonte, Sérgio Bersan, que compartilharam suas experiências e estratégias para enfrentar os desafios financeiros impostos pelo aumento contínuo dos custos médicos.

Conforme o Relatório das Tendências Globais dos Custos de Saúde 2024 da Aon, a previsão é que a taxa média de aumento de planos de saúde corporativos no Brasil será de 14,1% em 2024. Esses dados reforçam os desafios significativos das empresas com os custos médicos, incentivando práticas inovadoras para o gerenciamento dessas despesas.

A Pesquisa de Benefícios 2023 da Aon, realizada com mais de 929 empresas de diversos setores e portes no Brasil, indica que os principais programas de gestão de saúde voltados a colaboradores, são:

Principais benefícios de saúde oferecidos:

Pesquisa de Benefícios Aon (Tabela: Aon)

– Assistência Médica: a assistência médica continua sendo prevalente, com 98,4% das empresas oferecendo esse benefício aos seus colaboradores.

– Assistência Odontológica: benefícios de assistência odontológica são oferecidos por 92,5% das organizações.

– Programa de Saúde Mental: 73% das empresas têm ações voltadas para o bem-estar psicológico dos trabalhadores, um aumento de 33 p.p. em relação a 2021.

– Telemedicina: o serviço de telemedicina é oferecido por 86,3% das empresas, um aumento de 13,4 pontos percentuais em relação ao período de 2020-2021.

“Abordar o impacto dos custos médicos é crucial, especialmente em um momento de volatilidade econômica e inflação global significativa”, destaca Leonardo Coelho.

“Os especialistas Aon projetaram para 2024 aumento de 14,1% nos custos de planos de saúde corporativos, similar ao patamar de 14,4% de 2023. Para 2025 já observamos uma tendência de leve redução nesses percentuais. Nosso compromisso é apoiar nossos clientes com soluções inovadoras e estratégicas de gestão de Capital Humano que os ajudem a controlar e gerenciar esses custos de maneira eficaz, garantindo a sustentabilidade financeira das organizações e o bem-estar de seus colaboradores. Estamos no limiar de uma mudança profunda, onde inovação, sustentabilidade e adaptação são essenciais para enfrentar os desafios do setor de saúde”.

A Pesquisa de Benefícios 2023 da Aon envolveu a participação de 929 empresas de diversos setores e portes no Brasil e mais outras 1.000 empresas em diferentes países da América Latina. O estudo abrangeu cinco dimensões do bem-estar: físico, emocional, social, financeiro e profissional. Os resultados mostram um aumento na adoção de programas de bem-estar e a importância crescente dessas iniciativas para a valorização de talentos, além de promover a saúde integral dos colaboradores.

O Relatório das Tendências Globais dos Custos de Saúde 2024 foi realizado em 113 escritórios da Aon em todo o mundo, com profissionais especializados em corretagem, administração e consultoria de planos de saúde custeados pelos empregadores. O relatório destaca a previsão de um aumento de 14,1% nos planos de saúde corporativos no Brasil para 2024, mantendo o patamar de 14,4% realizado em 2023. Esse aumento é impulsionado por fatores como inflação de preços, avanços tecnológicos e padrões de uso dos planos.

No dia 13 de agosto, a Aon realizou o Human Insights Conference 2024 em São Paulo, reunindo líderes empresariais e de RH para discutir as tendências emergentes e as melhores práticas na gestão de recursos humanos. O evento contou com painéis sobre o impacto do aumento dos custos médicos na saúde financeira das empresas, iniciativas de bem-estar, futuro do trabalho, entre outros, reunindo especialistas e líderes de mercado para compartilhar suas experiências e insights.

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AGÊNCIA BRASIL

Ministério da Saúde vai instituir comitê de emergência para mpox

“Nós vamos instituir um Comitê de Operação de Emergência, envolvendo Ministério da Saúde, Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], conselhos de secretários municipais e estaduais de saúde. Já estávamos acompanhando, tivemos reunião de especialistas, há duas semanas, desde que começaram os casos, e essa possibilidade [de disseminação da doença], e vamos analisar as questões como vacina. Não há motivo de alarme, mas de alerta”, afirmo a jornalistas, no Palácio do Planalto, após participar de um evento de anúncio de investimentos na indústria da saúde.

Notícias relacionadas:

A avaliação da pasta é que a nova onda da doença apresenta risco baixo neste momento para o Brasil. Dados do ministério apontam que, em 2024, foram notificados 709 casos de mpox no Brasil e 16 óbitos, sendo o mais recente em abril do ano passado. Já em âmbito global, este ano, os casos já superam o total registrado em 2023 e somam mais de 14 mil, além de 524 mortes.

Em maio de 2023, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS declarou que a mpox também não configurava mais emergência em saúde pública de importância internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status de emergência em razão do surto da doença em diversos países.

Doença

A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.

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DIÁRIO DA MANHÃ

Golpe da falsa vistoria preocupa Bombeiros

Corporação emite alerta para população não cair no golpe

Hélio Lemes

O Golpe da falsa vistoria tem chegado até o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO). Para alertar a população para não cair no golpe, a corporação fez questão de emitir um alerta.

De acordo com os Bombeiros e-mails em massa tem chegado para a corporação com a alegação de que uma vistoria será feita por Bombeiros Civis. No entanto, a corporação lembra que as inspeções técnicas em edificações comerciais e residências em Goiás são feitas de forma exclusiva pelo Corpo de Bombeiros Militar, conforme previsto na Lei 15.802.

A corporação orienta que caso receba um comunicado de outras fontes que afirmam fazer inspeções como Bombeiro Civil, não fornecer os dados e desconsidera a mensagem. A única entidade a fazer as vistorias é o Corpo de Bombeiros Militar, e qualquer informação sobre o assunto vai ser repassada pelos canais oficiais de comunicação da corporação.

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A REDAÇÃO

Hospital de Câncer Araújo Jorge cobra repasses da Prefeitura de Goiânia

O Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ) revelou que corre o risco de interromper diversos atendimentos, como quimioterapia e cirurgias, devido aos atrasos nos repasses municipais feitos pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). A instituição afirma que o valor devido é de quase R$ 45,5 milhões sem considerar juros e correção monetária.
 
Segundo o presidente da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), Alexandre Meneghini, o não repasse dos recursos ameaça a continuidade dos tratamentos e eleva os riscos de uma paralisação completa das atividades. “Temos trabalhado com afinco e implementado medidas para reduzir os impactos decorrentes desses atrasos. É essencial que os valores pendentes sejam liberados urgentemente para prevenir um colapso nos serviços prestados”, alerta.
 
O HAJ é contratualizado com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e o serviço prestado representa quase 90% da receita da Instituição. O hospital também declara que os atrasos começaram há três anos e que já fez diversas solicitações e reuniões com a prefeitura para regularizar a situação.
 
A dívida da Prefeitura com o Araújo Jorge é referente à produção dos meses de maio e junho, a emendas parlamentares, a processos administrativos, piso de enfermagem julho, diferenças no piso de enfermagem, a recursos pendentes da Portaria GM/MS Nº 443, de 3 de abril de 2023, e da Portaria nº 97 (Programa Hospitais Sustentáveis).

A reportagem do jornal A Redação entrou em contato com a SMS para obter um posicionamento sobre esta situação, que retornou com a seguinte nota: “A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que tem se empenhado para realizar os pagamentos e eles estão ocorrendo dentro das condições do município e no tempo adequado. Hoje será realizado mais um repasse ao hospital”.
 
Como ocorrem os repasses
A União, via Fundo Nacional de Saúde, efetua os repasses com regularidade ao Fundo Municipal de Saúde de Goiânia. Porém, o repasse para o Hospital de Câncer Araújo Jorge tem uma média de 40 dias de atraso, afirma a instituição.
 
Além disso, o hospital estaria enfrentando atrasos maiores para alguns recursos, como de algumas emendas parlamentares federais do ano de 2023, as quais foram repassadas à SMS e ainda não foram recebidas pela instituição.

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ISTOÉ

Governo e indústria da saúde anunciam R$ 57,4 bilhões em investimentos


No contexto da nova política industrial do país, em vigor desde janeiro, o governo federal e empresas do complexo econômico-industrial da saúde anunciaram investimentos conjuntos que somam R$ 57,4 bilhões. O anúncio foi feito no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira (14).

“O governo cuida da indústria, do povo, do país, da soberania desse país. Esse país tem tudo para ser grande. Estejam certos que o SUS vai continuar se aperfeiçoando e a gente vai poder ter orgulho de dizer que somos brasileiros e não desistimos nunca”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cerimônia.

Além disso, foram definidas novas metas para o setor, aprovadas durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), reativado no mês passado pelo presidente Lula.

A principal delas é o aumento da produção nacional na área de medicamentos e produtos de saúde visando reduzir a dependência de importações. O objetivo é chegar a suprir, com a indústria nacional, 70% da necessidade do país em nove anos, segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.

“Hoje, foi apresentada a Missão 2 da Nova Indústria Brasil, que [envolve] o complexo industrial da saúde. Na reunião do CNDI, mais cedo, foram aprovadas as metas. Então, nós partimos de um número básico [atual] de 45% de produção no país, dos produtos do complexo da saúde. A meta, até 2026, é chegarmos a 50%. E, depois, em 2033, a 70% [de produção nacional]”, detalhou Alckmin.

Titular do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos destacou a importância de ampliar a produção nacional na área de saúde como estratégia de soberania nacional.

“Sentimos na pele o quanto significou a dependência [internacional], principalmente na [pandemia de] covid. Mesmo com nossa força na produção de vacinas, nós tivemos que importar bastante por causa da escala para atender o povo”, exemplificou.

Investimentos

Já em relação aos investimentos, a indústria da saúde conta com financiamento público de R$ 16,4 bilhões, segundo o governo. São R$ 8,9 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saúde, R$ 4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 3,5 bilhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência federal vinculada ao MCTI. Esses valores já incluem os contratos assinados durante a reunião.

A esse volume somam-se R$ 39,5 bilhões em investimentos privados das empresas do setor, que incluem empresas da indústria médica e farmacêutica.

Desse total, R$ 33,5 bilhões são aportes do Grupo FarmaBrasil, Interfarma e Sindusfarma, previstos entre 2024 e 2026, que vão financiar novas plantas industriais e ampliação da fabricação nacional de insumos.

Outros R$ 6 bilhões irão para o Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS/Santa Cruz e Fiocruz) para ampliar a oferta de vacinas e biofármacos. A produção estimada é de 120 milhões de frascos por ano – para atender prioritariamente demandas da população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

O setor de saúde representa cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que reflete o tamanho da economia brasileira, destacou o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante.

“É um setor fundamental e que gera muita inovação tecnológica, além de ter um papel decisivo na sobrevida, na qualidade de vida da população”, afirmou. Mercadante defendeu uma ampliação do setor de saúde, que atualmente corresponde a 2% da indústria de transformação.

“É pouco, tem que ser mais. Temos um déficit comercial de US$ 14,6 bilhões. Nós importamos US$ 17,1 bilhões e só exportamos US$ 2,5 bilhões. Ou seja, se a gente fortalece esse setor, a gente economiza divisas, gera emprego, gera mais competitividade e começa a exportar”, observou.

Um dos impulsos para novos investimentos deve ser a reforma tributária, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante a reunião.

“Uma outra dimensão muito importante da reforma tributária, que ainda vai para o Senado, como sabemos, é estabelecer 100% de desoneração nas compras públicas, na área da saúde, e redução de 60% da alíquota básica na área de medicamentos”, afirmou.

Avanço da indústria

Presidente-executivo do Grupo FarmaBrasil, que representa o setor de medicamentos, Reginaldo Arcuri afirmou que as políticas industriais dos governos anteriores de Lula fizeram com que das 10 maiores empresas farmacêuticas do país seis passassem a ser nacionais ao longo dos últimos 20 anos.

“Em todas essas políticas, o setor saúde e especificamente a produção de medicamentos tiveram destaque como setores estratégicos e importadores de futuro”, afirmou. Ele ressaltou que o Grupo FarmaBrasil vai investir cerca de R$ 20 bilhões em novas fábricas, ampliações, equipamentos e pesquisa e desenvolvimento nos próximos anos.

Arcuri ainda defendeu segurança jurídica e previsibilidade nas políticas públicas, já que o setor de medicamentos depende de longos processos de desenvolvimento.

“Para isso, precisamos atualizar as normas na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cemed). Outro fator, já mencionado, é solucionarmos, com urgência, os problemas enfrentados pela Anvisa para o desempenho de suas ações. É imprescindível manter o alto nível de qualidade da agência na análise de segurança e eficácia dos medicamentos”, observou.

Nova Indústria Brasil

Ainda durante o evento de hoje, em Brasília, o governo anunciou incremento extra de R$ 42,7 bilhões para o Plano Mais Produção (P+P), coordenado pelo BNDES e que financia a política industrial.

Com isso, a soma total passa a R$ 342,7 bilhões, com recursos do BNDES, da Finep e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), além de reforço em linhas de crédito do Banco do Nordeste (BNB), com R$ 16,7 bilhões, e do Banco da Amazônia (Basa), com outros R$ 14,4 bilhões.

A Nova Indústria Brasil (NIB), como foi batizada a política do governo, prevê o uso de recursos públicos para atrair investimentos privados. Entre as medidas, destaca-se a criação de linhas de crédito especiais, subvenções e ações regulatórias e de propriedade intelectual, bem como uma política de obras e compras públicas, com incentivos ao conteúdo local para estimular o setor produtivo em favor do desenvolvimento do país.

A política pública foi dividida em missões, que, na verdade, representam setores estratégicos específicos. A Missão 1 é a agroindústria, a Missão 2 é o complexo industrial da saúde, a Missão 3 abrange o setor de infraestrutura, a Missão 4 envolve transformação digital, a Missão 5 representa o segmento de transição ecológica e a Missão 6, a indústria de defesa.

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JORNAL CINFORME

Com R$ 2 bi em 2024, apoio do BNDES à indústria farmacêutica é recorde


Até meados de julho de 2024, as aprovações de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as indústrias farmoquímica e farmacêutica brasileiras alcançaram R$ 2 bilhões, maior valor desde 1995.

Os valores aprovados em 2024 são 32% superiores a todo o ano de 2023 (R$ 1,4 bilhão) e correspondem a 16% do total de 30 anos de apoio do BNDES ao segmento.

Com o apoio do banco, as indústrias estão desenvolvendo novos medicamentos, novas associações farmacêuticas (que facilitam a absorção e a administração), vacinas, montagem de centros de pesquisa e desenvolvimento e adquirindo máquinas e equipamentos.

“Este país voltou a investir em setores estratégicos com o governo do presidente Lula e o BNDES é um importante parceiro da inovação. A pandemia mostrou ao mundo a importância do desenvolvimento de tecnologias para a produção de novos medicamentos e de vacinas como ferramentas de saúde pública”, disse o presidente da instituição, Aloizio Mercadante.

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MEDICINA S/A

Artigo – O papel crucial da Radiologia na Medicina Baseada em Valor

medicina baseada em valor, conceito impulsionado pelo Professor Michael Porter, de Harvard, em colaboração com a Professora Elizabeth O. Teisberg, tem ganhado relevância como uma abordagem essencial para enfrentar os complexos desafios da saúde no Brasil.

O conceito, delineado no livro ‘Redefining Health Care’, dos autores Michael e Elizabeth, propõe uma mudança fundamental na prestação de cuidados de saúde, colocando o foco nos resultados dos pacientes em vez de considerar a quantidade de serviços prestados.

Há, no entanto, grandes desafios para implementar o modelo na prática, considerando a complexidade do setor de saúde no Brasil. A ausência de dados e a falta de interoperabilidade de sistemas são ofensores importantes que fazem com que parte significativa dos planos de saúde, governos, seguradoras e prestadores de serviços de saúde atuem contabilizando e remunerando procedimentos de forma independente, sem considerar o desfecho clínico do paciente e tampouco o resultado esperado.

Nesse contexto, o Programa de Compras Baseadas em Valor Hospitalar (VBP), do inglês ‘Hospital Value-Based Purchasing Program (VBP)’, implementado primeiramente nos Estados Unidos pelo ‘Centers for Medicare & Medicaid Services (CMS)’, uma agência federal responsável por administrar os principais programas de saúde estadunidenses, é um exemplo de iniciativa que pode ser determinante para impulsionar a adoção da medicina baseada em valor, por recompensar hospitais e prestadores de serviços de saúde que demonstram resultados superiores em termos de qualidade e eficiência.

Ao vincular o financiamento à entrega de resultados mensuráveis de saúde, o VBP é uma iniciativa que objetiva alcançar para a saúde a prestação de cuidados de alta qualidade, alinhando os interesses dos prestadores de serviços de saúde com os resultados obtidos no cuidado dos pacientes.

No viés da radiologia, a importância da medicina baseada em valor é especialmente relevante pois, os exames de imagem desempenham um papel central na assistência à saúde, fornecendo informações cruciais para o diagnóstico precoce, tratamento e monitoramento de uma ampla gama de condições médicas.

Os exames de imagem representam uma parcela relevante do custo total de atendimento de um paciente, por isso é fundamental que sejam utilizados adequadamente. À vista disso, se torna muito importante considerar o conceito de ‘Fee-for-value’, que pode ser traduzido como reembolso por taxa de valor pois, pressupõe remunerar os prestadores de serviços de saúde com base nos resultados alcançados e não na quantidade de exames realizados.

O conceito oferece incentivos para que o fornecimento dos diagnósticos seja mais preciso, evitando a solicitação de exames desnecessários. Este modelo auxilia os prestadores de serviços de saúde a usar eficientemente os recursos de imagem, reduzindo custos e melhorando resultados dos pacientes. Adicionalmente, pode reduzir a exposição desnecessária do paciente à radiação em exames de raios-x e tomografia computadorizada.

Ainda que a medicina baseada em valor ofereça uma abordagem inovadora e promissora para a prestação de cuidados de saúde no Brasil, a implementação bem-sucedida é altamente desafiadora pois, requer mudanças estruturantes no setor.

Recentemente o Hospital Alemão Osvaldo Cruz, em sua unidade Vergueiro, adotou um modelo experimental que pode ser considerado um primeiro passo na direção da medicina baseada em valor. Baseado em pacotes e protocolos pré-estabelecidos de custos, o projeto, embora promissor, não se mostrou viável na prática devido à necessidade de altos níveis de integração e compartilhamento de dados com todos os agentes da cadeia da saúde.

Nesse contexto, mesmo que os prestadores de serviços de saúde se adaptem, é necessário que governos, entidades reguladoras, planos de saúde e fontes pagadoras também assumam o compromisso com a transição para modelos mais eficientes, tanto sob a ótica assistencial como financeira, como a medicina baseada em valor.


*Alan Ramos é head de Expansão na FIDI – Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem.

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Assessoria de Comunicação