CLIPPING SINDHOESG 03/12/25

3 de dezembro de 2025

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Medicina personalizada deve transformar modelo assistencial

Planos de saúde coletivos apresentam leve redução em 2025

Judicialização da saúde consome R$ 1,84 bilhão com dez medicamentos mais caros

https://www.camara.leg.br/noticias/1228954-judicializacao-da-saude-consome-r-184-bilhao-com-dez-medicamentos-mais-caros

A cláusula de coparticipação em contratos de seguro de saúde

Violência contra médicos abre discussões do II Webinar do CFM

Como implementar a gestão de cuidado preventivo nas operadoras

https://www.saudebusiness.com/operadoras-de-saude/gestao-de-cuidado-preventivo

REVISTA COBERTURA

Medicina personalizada deve transformar modelo assistencial

Novo relatório da série Caminhos da Saúde Suplementar 2035 destaca impactos clínicos, econômicos e tecnológicos da genômica, da saúde digital e da desospitalização para o setor

A adoção da medicina personalizada baseada em genômica pode transformar profundamente o modelo assistencial da saúde suplementar brasileira, com impacto direto na sustentabilidade e nos resultados clínicos, indica a nova edição da série Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O estudo projeta que a incorporação coordenada de tecnologias de precisão pode gerar economia potencial de R$ 15 bilhões a R$ 25 bilhões ao ano, impulsionada por diagnósticos mais precisos, terapias otimizadas, prevenção personalizada de doenças crônicas e expansão do cuidado domiciliar estruturado. e acesse a íntegra do estudo.

Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, a área vive um ponto de virada. “A medicina personalizada tem capacidade real de reorganizar o sistema, permitindo que o setor ofereça cuidado mais eficiente, mais seguro e mais sustentável. Estamos diante de uma mudança estrutural na forma como tratamos, prevenimos e acompanhamos as doenças.”

Segundo o relatório, a medicina personalizada já apresenta evidências robustas de benefício em áreas como oncologia, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Em câncer, a precisão terapêutica pode elevar as taxas de resposta de 25% a 30% para 60% a 75%, enquanto na cardiologia a abordagem personalizada reduz 25% a 35% dos eventos maiores. A nutrigenômica – área que relaciona variações genéticas às respostas nutricionais – demonstrou reduzir em 71% a incidência de diabetes tipo 2 em intervenções baseadas no perfil genético individual.

O avanço tecnológico também tem sido determinante para viabilizar essa transição. O custo do sequenciamento do genoma completo caiu de US$ 3 bilhões em 2003 para menos de US$ 1.000 em 2023, abrindo espaço para uso populacional, tanto em prevenção quanto em estratificação de risco. A farmacogenômica, por sua vez, já mostra resultados imediatos, com redução de 30% a 50% dos eventos adversos medicamentosos e economia anual média de US$ 5.535 por beneficiário em programas estruturados.

Cechin destaca o potencial econômico dessa mudança: “Ao reduzir complicações evitáveis, ajustar o tratamento ao perfil genético e permitir intervenções mais precoces, a medicina personalizada não apenas melhora o desfecho dos pacientes como reduz desperdícios. É uma combinação rara em saúde: melhores resultados com menor custo.”

A desospitalização também aparece como elemento central da reorganização assistencial. Iniciativas internacionais de “Hospital at Home” mostram reduções expressivas de custos (32%), tempo de internação (33%) e readmissões em 30 dias (58%). Embora experiências iniciais na saúde suplementar brasileira indiquem resultados promissores, apenas 12-15% das operadoras mantêm programas estruturados de cuidado domiciliar, segundo o estudo.

A incorporação integrada de saúde digital – incluindo monitoramento remoto, inteligência artificial e telemedicina – é apontada como habilitadora estratégica da medicina personalizada. Dispositivos de monitoramento contínuo, combinados a algoritmos preditivos, já são capazes de identificar deterioração clínica com até 84% de acurácia, possibilitando intervenções precoces e redução de hospitalizações.

Apesar do potencial, o IESS ressalta que o avanço da medicina personalizada enfrenta desafios regulatórios, tecnológicos e educacionais. Entre eles, lacunas na legislação brasileira para dados genômicos, ausência de um marco de não discriminação genética, limitações de infraestrutura tecnológica e baixa capacitação profissional – apenas uma parcela reduzida dos médicos se considera apta a interpretar testes genéticos.

Cechin reforça a necessidade de coordenação entre os atores do setor: “Se o Brasil quiser aproveitar essa oportunidade, operadoras, prestadores, reguladores e instituições de pesquisa precisarão se mover juntos. A medicina personalizada exige novos arranjos regulatórios, integração de dados e investimentos consistentes em qualificação profissional.”

Para acelerar essa transição até 2035, o estudo propõe quatro pilares estratégicos: infraestrutura genômica compartilhada, programa nacional de nutrigenômica aplicada, expansão estruturada da desospitalização e modelos de remuneração baseados em valor, com reinvestimento das economias obtidas em inovação e ampliação do acesso.

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MONITOR MERCANTIL

Planos de saúde coletivos apresentam leve redução em 2025

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) atualizou o Painel de Reajustes de Planos Coletivos, ferramenta que reúne estatísticas consolidadas sobre os aumentos aplicados pelas operadoras em contratos coletivos empresariais e por adesão. Segundo a agência reguladora, o reajuste médio aplicado a esses contratos de assistência médico-hospitalar de janeiro a agosto de 2025 foi de 11,15%, uma leve redução em relação ao reajuste médio do ano anterior.

Diferentemente do que faz com os planos de saúde individuais, a ANS não define um índice de reajuste específico para os coletivos. Porém, esses planos estão no radar de observação da agência. “São fiscalizados principalmente por meio da análise de reclamações de consumidores e da garantia de cumprimento de regras contratuais e de atendimento”. A agência atua para evitar abusos e inconsistências, podendo intervir em casos de práticas consideradas irregulares, como reajustes excessivos e não previstos.

O Painel de Reajustes de Planos Coletivos apresenta informações agrupadas por tipo de contratação, porte do contrato, modalidade e porte da operadora, e permite consultas individualizadas por empresa. “Os percentuais refletem os reajustes anuais informados pelas operadoras com base na variação de custos efetivamente praticada”, explica a agência.

As informações do painel são alimentadas pelo conjunto de dados “Reajuste de Planos Coletivos”, disponível no Portal Brasileiro de Dados Abertos. Os dados abrangem os reajustes praticados nos contratos firmados sob a regulamentação da Lei nº 9.656/98, com preço preestabelecido, e são atualizados trimestralmente após o encerramento do envio dos comunicados pelas operadoras.

Regras

Os contratos com menos de 30 vidas – que são reajustados de acordo com as regras do Agrupamento de Contratos -, o percentual médio aplicado no período foi de 14,81%, quase cinco pontos percentuais acima dos contratos de maior porte, que registraram reajuste médio de 9,95%. O distanciamento entre os dois grupos se manteve no comparativo com ciclos anteriores.

O Painel destaca que um em cada quatro beneficiários em contratos coletivos reajustados em 2024 estava vinculado a contratos com menos de 30 vidas (23,9%). A proporção se manteve nos primeiros oito meses de 2025 (23,6%). Dentro deste grupo, os contratos com até cinco vidas ampliaram sua participação ao longo dos anos: de 4,7% em 2014 para 14,8% em 2024 e 15% até agosto de 2025.

Nos planos exclusivamente odontológicos, o reajuste médio entre janeiro e agosto de 2025 foi de 3,68%, permanecendo estável em relação a 2024 e abaixo dos valores praticados em 2022 e 2023.

Nesse segmento, os contratos com menos de 30 vidas registraram reajuste médio de 5,29%, enquanto os contratos de maior porte tiveram média de 3,27% no mesmo período. Diferentemente dos produtos médico-hospitalares, os planos odontológicos não seguem a regra de agrupamento de contratos.

Os dados mostram ainda que a participação dos contratos odontológicos com menos de 30 vidas aumentou de 9,7% em 2014 para 21,2% em 2024.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

Judicialização da saúde consome R$ 1,84 bilhão com dez medicamentos mais caros

A judicialização da Saúde no Brasil levou, até agosto deste ano, a gastos superiores a R$ 1,8 bilhão apenas na compra dos dez medicamentos mais caros, todos decorrentes de ações individuais. Esse valor não inclui despesas geradas por decisões em ações coletivas.

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para discutir o tema. Debatedores defenderam a adoção da medicina baseada em evidências como estratégia para reduzir gastos e dar mais segurança às decisões judiciais.

A responsável pela área de judicialização no Ministério da Saúde, Tarciana Barreto, informou que quase um quinto do total foi gasto com o medicamento Elevedys, terapia genética usada no tratamento da distrofia muscular de Duchenne. Segundo ela, não há comprovação científica suficiente sobre sua eficácia.

“Foram registradas mortes relacionadas ao uso do Elevedys no exterior. Se ele não tivesse sido suspenso pela Anvisa, os 216 pareceres executórios recebidos pelo Ministério da Saúde poderiam ter gerado quase R$ 2 bilhões em gastos”, afirmou.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP), autora do requerimento da audiência, lembrou que a tendência também ocorre no setor privado. Em 2023, ações contra planos de saúde ultrapassaram 234 mil processos, aumento de 60% em relação a 2020. A judicialização da saúde suplementar gerou R$ 5,5 bilhões em gastos no ano passado.

“Estamos falando da sustentabilidade do SUS e da saúde suplementar. Os impactos atingem pacientes e famílias, e lidamos com um orçamento finito diante de necessidades infinitas”, afirmou a parlamentar.

A deputada defende que decisões judiciais se baseiem em evidências científicas e diretrizes transparentes, para garantir segurança aos pacientes e ao sistema.

Segundo dados do Ministério da Saúde, gastos com decisões individuais representam quase um terço do orçamento anual do Mais Médicos (R$ 6,4 bilhões); quase metade do Brasil Sorridente (R$ 4,2 bilhões); um quinto do Programa Nacional de Imunizações (R$ 8,6 bilhões); e equivalem ao orçamento anual do Samu.

O Ministério lembrou que, até 2024, decisões judiciais eram baseadas apenas em relatórios médicos e direcionadas a tecnologias não incorporadas ao SUS. Decisão do Supremo Tribunal Federal (temas 6 e 1234, que originaram as súmulas vinculantes 60 e 61) determinou que a concessão de medicamentos não incorporados deve ser excepcional.

Nos últimos cinco anos, 70% de todo o gasto federal com judicialização foi destinado à compra de apenas dez medicamentos. A procuradora nacional da União de Políticas Públicas da AGU, Cristiane Souza Fernandes Curto, destacou que sete em cada dez brasileiros dependem do SUS, o que representa mais de 150 milhões de pessoas.

Uso distorcido

A coordenadora de Saúde na Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Priscila Louly, destacou a necessidade de evitar o uso distorcido do Judiciário. Dados da Advocacia-Geral da União mostram que, no ano passado, R$ 2,7 bilhões atenderam decisões judiciais que beneficiaram apenas 6 mil pacientes – valor equivalente ao orçamento do programa Farmácia Popular.

“Hoje lidamos com medicamentos de altíssimo custo. Há dez anos, o remédio mais caro custava R$ 80 mil. Hoje há tratamentos que chegam a R$ 10 milhões ou R$ 20 milhões por paciente”, afirmou.

Falhas no acesso

Para a cardiologista Ludhmilla Hajjar, a judicialização reflete falhas de acesso no sistema de saúde, e não uma disputa entre cidadãos e o Estado.

“Uma mãe que busca um medicamento na Justiça não está contra o Estado; ela está tentando salvar o filho. O Judiciário virou a última porta de socorro, e essa porta está sobrecarregada, colocando em risco a sustentabilidade do sistema”, disse.

Ela defendeu o fortalecimento da medicina baseada em evidências, tanto para orientar decisões judiciais quanto para agilizar o registro de novos medicamentos.

Similares

A diretora de Acesso ao Mercado da Interfarma, Helaine Capucho, informou que sete das dez moléculas mais pedidas na Justiça já estão incorporadas ao SUS. Entre as que ainda não foram incorporadas, muitas têm genéricos ou similares disponíveis no mercado brasileiro, mas o processo regulatório pode levar até quatro anos.

Entre as sete moléculas mais demandadas que já estão no SUS, cinco ainda aguardam a publicação de protocolo clínico, etapa que pode levar até 16 meses, seguida por mais de dois anos para a primeira compra

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MEDICINA S/A

A cláusula de coparticipação em contratos de seguro de saúde

O crescente número de demandas judiciais que buscam a declaração de nulidade ou a caracterização de abusividade das cláusulas de coparticipação tem ampliado o debate acerca da legalidade dessas disposições nos contratos de planos de saúde.

No entanto, uma simples análise da legislação vigente e da jurisprudência atual, à luz do princípio do equilíbrio contratual, evidencia que a cláusula de coparticipação constitui uma manifestação legítima da autonomia da vontade das partes no momento da pactuação do contrato de adesão ao plano de saúde.

Isso porque, nessa modalidade, o consumidor, ao optar por uma mensalidade mais acessível, assume o compromisso de arcar com um valor adicional fixo destinado à contraprestação devida à operadora, responsável pelo custeio do valor remanescente do procedimento, permitindo que os custos dos serviços sejam distribuídos entre as partes e assegurando o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

A Lei nº 9.656/98, em seu art. 16, VIII, reconhece expressamente a validade da coparticipação, desde que haja previsão contratual clara, com identificação dos procedimentos sujeitos ao regime e definição objetiva dos percentuais aplicáveis.

A regulamentação infralegal reverbera o mesmo entendimento: a Resolução CONSU nº 8/1998 apenas veda mecanismos que imponham ao beneficiário o custeio integral do procedimento ou dificultem indevidamente o acesso ao serviço, enquanto a Resolução Normativa nº 465/2021 da ANS estabelece que a coparticipação está limitada a 50% do valor contratado entre operadora e prestador, devendo observar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

É evidente, assim, que a principal finalidade da modalidade de coparticipação é assegurar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, atuando como mecanismo de moderação no uso dos serviços e de repartição equitativa dos custos.

Esse modelo possibilita a manutenção de mensalidades mais acessíveis, amplia o acesso dos consumidores aos serviços de saúde e vincula parte do pagamento ao uso efetivo do plano, contribuindo, assim, para a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar e para a prevenção de aumentos generalizados nas mensalidades de todos os beneficiários. Desse modo, quem mais utiliza, pagará mais do que quem menos utiliza.

A jurisprudência, de igual modo, é firme ao reconhecer a validade da cláusula de coparticipação, desde que observados os deveres de informação e transparência contratual.

O judiciário, nesse contexto, tem papel relevante para estabilizar a judicialização das demandas que questionam as cláusulas e os cálculos de coparticipação nessa modalidade de contratação, o que deve ser feito, por um lado, para confirmar se as operadoras estão aplicando as coparticipações e os reajustes anuais de forma legal e, de outro lado, rechaçar com firmeza as milhares de ações, muitas delas movidas em massa mediante advocacia predatória e que genericamente discutem nulidade ou abusividade de cláusulas contratuais, de cálculos de coparticipação e de reajustes.

Não se pode, assim, desconsiderar que a adoção de uma interpretação consumerista irrestrita, sem observância dos princípios contratuais, fragiliza a segurança jurídica e desconsidera o pacto assumido entre as partes, além de efetivamente contrariar os dispositivos legais e regulamentares incidentes sobre a questão.

Ao aderir ao contrato, as partes assumem obrigações recíprocas, uma vez que cabe à operadora prestar informações adequadas e fornecer demonstrativos claros das cobranças, enquanto ao beneficiário incumbe o dever de adimplir a parcela proporcional ajustada e ao judiciário, ainda, preservar o equilíbrio dessas relações.

Na hipótese de controvérsia, é de se ressaltar que a análise técnica por perito atuarial é essencial para verificar a regularidade das cobranças e subsidiar a análise do magistrado acerca da aderência do contrato às normas regulatórias e às práticas de mercado, permitindo uma decisão mais bem embasada e que possa contribuir para a formação de uma jurisprudência técnica sobre o tema.

Assim, a modalidade de coparticipação não deve ser vista como obstáculo ao direito à saúde, mas como ferramenta essencial à ampliação do acesso à saúde e à manutenção da viabilidade econômica dos planos de saúde privados, amplamente respaldada na legislação e nas resoluções da agência reguladora do setor.

*Luana Sales Barros da Silva é advogada no Serur.

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PORTAL CFM

Violência contra médicos abre discussões do II Webinar do CFM

Com alertas sobre casos de violência contra médicos e casos de gestores que pretendem submeter o profissional a trabalho escravo, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, deu início às discussões do II Webinar do Médico Jovem, realizado pela autarquia nesta terça-feira (2). Entre os exemplos relatados pelo diretor do CFM, Hiran citou o caso recente de uma médica diplomada há poucos anos gravemente ferida no rosto em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no município de Aparecida de Goiânia (GO), demonstrou indignação com o crime e declarou que a profissional receberá o apoio dos Conselhos de Medicina. “Não podemos deixar isso acontecer. A pessoa jamais vai pensar que no local de trabalho, trazendo saúde para o paciente, será agredida pelo próprio paciente”, lamentou.

O coordenador da Comissão de Integração do Médico Jovem do CFM, Bruno Leandro de Souza, também destacou a preocupação com o tema. Nossa sociedade está doente, mas quando essa doença atinge os locais onde estão pessoas que saem de suas casas para ajudar, acolher, confortar, curar, quando possível, isso se torna muito mais assustador”, lamenta o conselheiro.

Resolução CFM – Como ação do Conselho no combate à violência contra médicos, o presidente do Conselho destacou a aprovação da Resolução CFM 2.444/2025, que “estabelece garantias de segurança para os médicos no exercício de sua atividade profissional em todas as unidades de saúde em funcionamento no território nacional e normas para a fiscalização e a interdição ética”. A norma é relatada pelo conselheiro federal pelo Rio de Janeiro, Raphael Câmara e foi editada pelo CFM em agosto.

A Resolução foi apresentada pelo relator após a abertura do seminário online, que pela manhã também discute temas como publicidade médica e as vantagens e desvantagens do trabalho médico como Pessoa Jurídica. Assista à íntegra do evento em CFM AO VIVO : II Webinar de Integração do Médico Jovem | Portal Médico 

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SAÚDE BUSINESS

Como implementar a gestão de cuidado preventivo nas operadoras

O cuidado preventivo é a chave para o equilíbrio financeiro e a melhoria dos desfechos clínicos.

Investir em saúde preventiva contribui para a redução dos gastos assistenciais. É por isso que a gestão de cuidado preventivo vem ganhando espaço como estratégia central para as operadoras de saúde. 

O avanço da Atenção Primária, os modelos baseados em valor e a necessidade de controlar custos tornaram o cuidado preventivo em saúde uma prioridade. Ao estruturar processos, dados e fluxos assistenciais, as operadoras conseguem intervir antes das complicações, oferecer acompanhamento contínuo e fortalecer a coordenação do cuidado.

A seguir, veja como programas de prevenção de doenças, rastreamentos regulares e monitoramento de saúde preventiva mostram impacto direto na redução de internações evitáveis e na melhora da experiência do paciente.

Como implementar a gestão de cuidado preventivo nas operadoras

O que é gestão de cuidado preventivo e por que ela é essencial nas operadoras

A gestão de cuidado preventivo é um conjunto de estratégias e práticas sistêmicas que visam identificar, acompanhar e intervir em grupos populacionais, com os seguintes objetivos: 

evitar o surgimento de doenças (prevenção primária), 

detectar condições em estágios iniciais (prevenção secundária) e 

evitar a progressão de agravos e complicações (prevenção terciária). 

Em essência, o acompanhamento contínuo do paciente busca promover a saúde e bem-estar do paciente, com uma integração entre níveis de cuidado.

A gestão de cuidado preventivo é o pilar central da gestão do cuidado em atenção primária (APS). A APS atua como o coordenador do cuidado preventivo e a porta de entrada preferencial, garantindo o acompanhamento contínuo do paciente. 

É na APS que o cuidado centrado no paciente se manifesta, sendo o ponto ideal para a identificação de riscos, a realização de rastreamento e check-ups regulares, e a implementação de intervenções precoces em saúde.

Como estruturar um modelo preventivo eficiente

A adoção de um modelo de gestão de cuidado preventivo exige metodologia e compromisso com o acompanhamento contínuo do paciente. 

É importante investir na integração dos dados, treinamento de equipes, protocolos claros e uma visão populacional. A seguir, um passo a passo direto para implementação:

1. Diagnóstico inicial da população

É fundamental conhecer o perfil epidemiológico dos beneficiários, incluindo dados demográficos, principais morbidades e indicadores de utilização de serviços. Essa análise orienta intervenções mais precisas e o gerenciamento de riscos à saúde.

2. Coleta e integração de dados assistenciais

Utilize prontuários eletrônicos e informações de laboratórios para criar uma visão unificada e completa da jornada de saúde do paciente. O uso de dados para gestão preventiva sustenta decisões clínicas mais rápidas e assertivas.

3. Estratificação de risco baseada em evidências

Classifique os beneficiários em diferentes grupos de risco (baixo, moderado e alto) para focar os recursos onde eles são mais necessários e garantir o gerenciamento de riscos.

Essa etapa define prioridades, intensidade de cuidado e ações proativas, além de estruturar cuidados preventivos e personalizados.

4. Criação de programas preventivos por linha de cuidado

Desenvolva programas de prevenção de doenças direcionados (ex: diabetes, hipertensão, saúde da mulher), utilizando protocolos clínicos preventivos específicos para cada condição. A lógica de gestão populacional em saúde garante continuidade e foco no paciente.

5. Implementação de protocolos integrados (APS, especialistas, navegação)

Padronize condutas com protocolos clínicos preventivos. A integração entre níveis de cuidado reduz a duplicidade de exames e melhora o fluxo assistencial.

Além disso, a integração do cuidado é um dos pilares da Saúde Baseada em Valor (SBV), que tem como foco principal a otimização dos desfechos clínicos para o paciente por um custo acessível.

6. Tecnologia e ferramentas de apoio

Investir em plataformas de analytics, inteligência artificial e telemonitoramento para o controle da saúde preventiva e o suporte à decisão clínica, com a ajuda da tecnologia.

7. Educação permanente do beneficiário

Promover a medicina preventiva e promoção da saúde por meio de comunicação clara e constante inventiva o engajamento e a maior adesão a tratamentos e programas. Isso aumenta a satisfação dos usuários e reduz complicações.

8. Métricas, KPIs e monitoramento contínuo

Definir indicadores de desempenho (KPIs) relacionados tanto a resultados clínicos (desfechos) quanto a resultados econômicos (custos e sinistralidade) para avaliar o sucesso e realizar ajustes.

Relacionado:[E-book] SBF 2025: insights estratégicos para gestores de saúde: Como implementar a gestão de cuidado preventivo nas operadoras

Benefícios da gestão de cuidado preventivo

A saúde preventiva transforma a operadora de um simples pagador de contas para um verdadeiro gestor de saúde. Os resultados são percebidos tanto no balanço financeiro quanto na qualidade de vida dos beneficiários.

Para operadoras

Nas operadoras, a redução de internações evitáveis é um dos primeiros resultados percebidos. Intervenções precoces diminuem a necessidade de procedimentos de alta complexidade, além de garantir uma atenção humanizada.

sinistralidade também tende a cair quando há controle mais efetivo das doenças crônicas e prevenção de agravos. A estabilização dos casos permite que a operadora mantenha custos mais previsíveis ao longo do tempo.

Outro efeito positivo é a otimização dos custos assistenciais, que surge como consequência direta da realocação inteligente de recursos, com prioridade para a Atenção Primária. Esse movimento fortalece a porta de entrada, amplia resolutividade e evita duplicidades.

À medida que a população crônica é acompanhada de forma estruturada, a previsibilidade financeira também tende a melhorar. Com isso, a operadora consegue projetar despesas com maior segurança e tomar decisões mais estratégicas.

O fortalecimento da APS se torna evidente quando os fluxos preventivos estão integrados. A atenção integrada e preventiva aumenta a coordenação do cuidado e cria uma experiência mais consistente para o beneficiário.

Como efeito da gestão de cuidado preventivo está o aumento da eficiência operacional, a partir da padronização de processos e com a atuação conjunta das equipes. A coordenação reduz retrabalhos, falhas de comunicação e inconsistências assistenciais.

Para beneficiários

Do lado dos beneficiários, a adesão aos tratamentos aumenta quando o cuidado é centrado na pessoa e quando existe uma relação mais próxima e de confiança com a operadora. Isso favorece o engajamento e melhora o acompanhamento.

As complicações e agravos se tornam menos frequentes quando há detecção precoce e monitoramento contínuo. O paciente recebe suporte antes que a condição evolua, evitando eventos graves.

Além disso, o acompanhamento contínuo e personalizado garante que cada beneficiário receba a atenção adequada ao seu perfil de risco. Programas de gestão populacional tornam o cuidado mais direcionado e efetivo.

A melhoria dos desfechos clínicos reflete a soma dessas práticas. O beneficiário experimenta uma vida mais saudável, com menos episódios críticos e maior estabilidade de saúde.

A experiência de cuidado também se torna mais positiva quando o paciente se sente monitorado, orientado e amparado. Isso fortalece a relação com a operadora e ajuda a construir confiança no sistema.

Por fim, o incentivo à promoção da saúde ganha força quando a operadora atua como parceira ativa na construção de hábitos saudáveis. O beneficiário percebe que existe uma preocupação contínua, que vai além do tratamento de doenças.

Em resumo, a transição para um modelo focado na gestão de cuidado preventivo é o caminho mais sustentável para a redução de custos por prevenção e a garantia de excelência assistencial. 

Operadoras que investem na gestão preventiva se posicionam como líderes, oferecendo valor real para seus beneficiários e estabilidade para seus acionistas.

Dúvidas frequentes

O que é cuidado preventivo?

O cuidado preventivo se refere a todas as ações e serviços de saúde destinados a evitar doenças, lesões e outras condições de saúde. Isso inclui desde a vacinação e orientação sobre estilo de vida até exames de rastreamento e intervenções para reduzir fatores de risco específicos. 

O que é gestão preventiva?

Gestão preventiva, no contexto de saúde suplementar, é a aplicação de técnicas de gestão para organizar e otimizar os recursos (humanos, financeiros e tecnológicos) em função da saúde da população. 

Isso envolve a utilização do uso de dados para gestão preventiva e a implementação de programas de prevenção de doenças com o objetivo de gerar valor, reduzir riscos e diminuir custos a longo prazo.

O que é gestão do cuidado?

A gestão do cuidado se dedica a garantir que o paciente receba o cuidado certo, no lugar certo e no momento certo. Ela envolve a coordenação de serviços, a comunicação entre os profissionais de saúde e a integração entre níveis de cuidado (APS, secundário e terciário). 

Quais são os 4 tipos de prevenção?

Os quatro tipos de prevenção em saúde são classificados de acordo com o momento da intervenção no curso da doença:

Prevenção Primária: Evitar a ocorrência da doença (ex: vacinação, promoção de hábitos saudáveis).

Prevenção Secundária: Detectar a doença em estágios iniciais, antes do surgimento dos sintomas (ex: exames de rastreamento, como a mamografia).

Prevenção Terciária: Minimizar as complicações de uma doença já estabelecida, reabilitar o paciente e melhorar a qualidade de vida (ex: gestão de pacientes crônicos, fisioterapia após AVC).

Prevenção Quaternária: Evitar a medicalização excessiva e iatrogenias, protegendo o paciente de intervenções desnecessárias.

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Assessoria de Comunicação