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DESTAQUES DE HOJE
OMS recomenda acesso a antirretrovirais para grupos de risco
Proposta quer fiscalizar aprovação de genéricos
Anvisa vai mudar regras para nomes de remédios
Dengue – Vacina reduz em 85% casos hemorrágicos
Medicina por insistência
SAÚDE BUSINESS 365
OMS recomenda acesso a antirretrovirais para grupos de risco
Pela primeira vez, organização recomenda que homens que fazem sexo com homens tomem medicamentos como método adicional de prevenção
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta sexta-feira (11) que homens que fazem sexo com homens tenham acesso a medicamentos antirretrovirais na tentativa de prevenir novas infecções pelo HIV. A chamada profilaxia pré-exposição é uma opção para pessoas que não são soropositivas, mas que apresentam grande risco de contrair o HIV.
O método consiste em tomar um único comprimido (geralmente, uma combinação de dois antirretrovirais) todos os dias. Quando adotada de forma consistente, a estratégia pode reduzir em até 92% novas infecções entre grupos de risco.
“Pela primeira vez, a OMS recomenda fortemente que homens que fazem sexo com homens considerem tomar medicamentos antirretrovirais como um método adicional de prevenção à infecção por HIV, juntamente ao uso de preservativo”, informou o órgão. Por meio de nota, a organização destacou que os índices de infecção por HIV entre homens que fazem sexo com homens permanecem altos em quase todo o mundo e que novas opções de prevenção se fazem urgentemente necessárias.
A estimativa é que a profilaxia pré-exposição poderia reduzir entre 20% e 25% a incidência da doença nesse público, chegando a evitar até 1 milhão de novas infecções entre o grupo nos próximos dez anos.
Segundo a entidade, estudos indicam que homens que fazem sexo com homens têm 19 vezes mais chance de contrair o HIV do que a população em geral, enquanto o risco entre mulheres profissionais do sexo é 14 vezes maior do que entre as demais mulheres. Já mulheres transgêneros (homens que se identificam como mulheres) têm quase 50 vezes mais chance de contrair o HIV do que os demais adultos. Para usuários de drogas, o risco também chega a ser quase 50 vezes maior que a população em geral.
“Falhas no provimento de serviços adequados relacionados ao HIV para grupos-chave – homens que fazem sexo com homens, presidiários, usuários de drogas, profissionais do sexo e pessoas transgênero – ameaçam o progresso global na resposta ao HIV”, alertou a organização.
Essas pessoas, segundo a OMS, apresentam maior risco de contrair infecção por HIV e, ainda assim, têm menos acesso à prevenção, aos testes rápidos e ao tratamento. “Em muitos países, elas são deixadas de lado por políticas nacionais de HIV, enquanto leis discriminatórias e políticas são as principais barreiras para o acesso”, acrescenta na nota.
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Proposta quer fiscalizar aprovação de genéricos
Proposta quer garantir segurança dos remédios. Estudo mostrou desconfiança de médicos quanto aos procedimentos de avaliação da eficácia
Desde 2000, o Brasil concede registro para medicamentos genéricos. Eles têm a mesma substância ativa e fórmula dos remédios originais, são autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e fiscalizados da mesma forma que os de marca. Nas farmácias, o consumidor encontra mais de 21 mil apresentações diferentes de genéricos. Eles são obrigados, por lei, a custar no mínimo 35% menos do que os de marca.
No primeiro semestre deste ano, a eficácia dos medicamentos genéricos foi debatida numa audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor. Se por um lado os genéricos caíram no gosto popular, principalmente, por causa dos preços mais baixos, por outro a classe médica tem questionado a eficácia desses medicamentos.
Para esclarecer essas críticas, o deputado Sérgio Brito (PSD-BA) apresentou uma Proposta de Fiscalização e Controle para saber o que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está fazendo para garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos disponibilizados no mercado brasileiro. Essa proposta está sendo analisada pela Comissão de Defesa do Consumidor.
Pesquisa
Uma pesquisa do Instituto Proteste mostrou que, em 2011, o preço mais em conta foi o que levou 60% dos entrevistados a optar pelos genéricos na hora da compra. Para 83% das pessoas os genéricos são tão eficazes quanto os remédios de marca.
O problema é que essa mesma pesquisa demonstrou a desconfiança dos médicos em relação aos genéricos: 23% acreditam que os genéricos apresentam mais efeitos colaterais e 30% dizem que eles não são eficazes como os remédios de marca. Além disso, 45% dos médicos entrevistados afirmam que o processo de avaliação da qualidade dos genéricos é menos exigente.
Rogério Hoefler, farmacêutico do Conselho Federal de Farmácia, é taxativo: “o brasileiro pode confiar nos genéricos”. Segundo ele, qualquer produto é passível de ter desvio de qualidade e todos devem ser averiguados e punidos. A possibilidade de falhas ocorre com qualquer tipo de medicamento. “Não podemos generalizar”, adverte.
A Anvisa rebate as críticas sobre a fiscalização dos medicamentos genéricos. Ricardo Borges, gerente de tecnologia farmacêutica da agência reguladora, diz que o controle é permanente, rigoroso e atende a padrões internacionais.
Para Hoefler, é preciso fazer estudos comparativos de medicamentos de marca e genéricos para fundamentar essa pesquisa da Proteste. "Se está no mercado e está registrado é um produto que tem qualidade."
O presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais, Henrique Tada, informa que os genéricos representam 20% de todos os medicamentos consumidos no País. E que foi exatamente o padrão de qualidade que se exige desse remédio que ajudou essa indústria a se firmar.
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O POPULAR
Anvisa vai mudar regras para nomes de remédios
Lígia Formenti – Estadão Conteúdo
As regras para nomes comerciais de medicamentos vão mudar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve votar dentro de duas semanas o texto da nova resolução, que tem como principal objetivo criar estratégias para reduzir a confusão no momento da compra de remédios.
O presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, afirma que o erro geralmente é cometido em três situações típicas. A mais comum ocorre quando o remédio tem nome semelhante a outro produto que já está no mercado, mas que possui indicação diferente. A confusão também pode ser provocada quando o nome comercial faz referência a algum composto, que não está presente no medicamento ou sugere uma indicação diferente da que é apresentada pelo produto.
"Essas são algumas possibilidades. Mas a criatividade é ilimitada", disse o diretor. Justamente por isso, completou, os pedidos serão analisados caso a caso.
A resolução regulamenta uma lei criada em 2003. A maior polêmica em torno do assunto diz respeito à análise dos nomes já existentes. "É um tema muito delicado, que pode trazer uma série de prejuízos para o setor se as regras não forem muito bem conduzidas", afirmou o presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Henrique Uchio Tada.
O receio era o de que marcas antigas tivessem de ser retiradas do mercado se Anvisa passasse a considerar o nome inadequado. Barbano, no entanto, afirmou que a análise será feita no momento do registro de medicamentos novos. Para os que já estão no mercado, completou, não há razão para que eles sejam reavaliados – exceto se houver relato de grande número de acidentes provocados por erros no momento da compra do produto.
A renovação do registro é feita a cada cinco anos. "Quando o medicamento traz algum risco, ele pode ser retirado do mercado a qualquer tempo, não precisamos aguardar o período da renovação do registro", completou.
A resolução também traz uma avaliação sobre "famílias" de medicamentos. Produtos que têm em sua composição o mesmo princípio ativo, mas com algumas variações. É o caso, por exemplo, de analgésicos que levam na fórmula apenas um princípio ativo e outros, com mesmo nome, que trazem combinação com outras substâncias. "A princípio não vejo problema para que sejam mantidos. Mas regras precisam estar definidas: a embalagem deve ser feita de forma a deixar claro para o consumidor que são medicamentos semelhantes, com mesma indicação, mas com composição um pouco diferente", ponderou.
Barbano é favorável também em liberar que uma empresa tenha dois medicamentos registrados no mercado, com indicações para o mesmo fim mas com nomes distintos. A situação é comum em casos de fusão de empresas. "Não há risco sanitário, nem mesmo de cartelização", finalizou o presidente da Anvisa.
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Dengue – Vacina reduz em 85% casos hemorrágicos
Um estudo da farmacêutica Sanofi, publicado nesta quinta-feira, 10, na revista científica britânica The Lancet, mostra que uma vacina contra a dengue reduziu em 88,5% o número de casos de dengue hemorrágica e em 56% o número de casos comuns da doença em testes em três países asiáticos. O documento apontou ainda diminuição de 67% dos riscos de hospitalizações.
Esse foi o primeiro teste de uma vacina contra a doença que chegou à fase 3, aplicada em um grande número de voluntários e última etapa antes de a vacina ser submetida aos órgãos reguladores dos países. O documento, no entanto, não mostrou a mesma eficácia acima dos 50% contra todos os quatro subtipos da doença comum. Contra o subtipo 2 foi obtida a menor proteção: 35%. Já nos subtipos 3 e 4 a proteção chegou a 75% e, contra o subtipo 1, teve eficácia de 50%.
O estudo foi feito em 10.275 crianças de 2 a 14 anos em 12 áreas endêmicas de Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã.
Segundo a diretora de saúde pública da Sanofi, Lucia Bricks, é comum que as vacinas tenham melhor desempenho entre as formas mais graves das doenças, como ocorre com a gripe. “A redução de casos da dengue hemorrágica é de grande importância porque reduz a forma mais grave.”
A vacina também está sendo testada em países da América Latina, incluindo o Brasil, com um número ainda maior de voluntários: 20 mil. O resultado deve ser publicado ainda neste ano, segundo Lucia.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Medicina por insistência
Jovens precisam manter a perseverança para passar em vestibulares e se tornarem médicos
DIVANIA RODRIGUES
Persistência – determinação – sacrifício. Essas palavras definem a rotina de estudantes que planejam conseguir vaga em uma faculdade de Medicina. O curso é um dos mais desejados no país, tornando a concorrência acirrada. Muitos são os que fizeram vestibulares repetidas vezes antes de conseguir entrar na faculdade e de fato estudar para tornarem-se médicos futuramente.
A Universidade de São Paulo (USP), referência na área, divulgou a relação com o número de estudantes que pretendiam disputar a uma vaga para Medicina. Os números demonstram a concorrência.
Tanto em 2013, quanto em 2014 o curso foi o que teve mais inscritos, respectivamente 15.517 e 16.108. A quantidade alta de inscritos faz a taxa de números de aluno por vagas ser de 58,57, para a cidade de São Paulo e a 62,91, em Ribeirão Preto.
Recentemente a USP também divulgou que dos seus estudantes de Medicina, 25% fizeram vestibular pelo menos quatro vezes. Outro dado apresentado revelou que 84% deles não conseguiram passar na primeira tentativa para entrar na universidade.
Em Goiás
No vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG), para no segundo semestre deste ano, 164 candidatos disputavam por cada vaga para o campus de Jataí. Segundo dados fornecidos pelo Colégio Olimpo, de todos os alunos na Capital, cerca de 900 dos seus pretendiam entrar para a faculdade de Medicina. Destes, 80% dos alunos são aprovados em universidades do Estado e do Brasil, através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou de vestibulares.
Lucas Silva Ribeiro, 20 anos, desde os 15, quando estava no ensino médio, pensou em ser médico. O estudante prestou 13 vezes o vestibular, tentando realizar o sonho desde 2010. “Prestei na UFG, PUC, Unievangélica, UFSC (Santa Catarina), UFGD (Mato Grosso do Sul) e Unaerp (São Paulo). Além disso, ainda fiz o Enem cinco vezes”, conta relembrando o passado recente.
Na última tentativa, por meio da nota no Enem, Lucas conseguiu sua entrada no tão almejado objetivo. “Eu passei pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) vou cursar Medicina na Uni-Evangélica. As aulas começam no próximo dia 4 de agosto em Anápolis”, informa o estudante que disse que a rotina de estudos eram longas.
“Estudava cerca de seis horas diárias, de segunda-feira a sábado. Foram três anos e meio de cursinho pré-vestibular nos quais revi as matérias do Ensino Médio pelo menos umas oito vezes”, afirma. Por causa das dificuldades em entrar para a faculdade de Medicina, Lucas disse que pensou algumas vezes em desistir do sonho. Para o estudante a concorrência excessiva para o curso faz as notas de corte serem muito altas. Assim, um aluno, mesmo que tenha alcançado nota alta, fica de fora do número de vagas por pouca diferença com o outro candidato.
Durante o período, Lucas passou para os cursos de Veterinária e Engenharia Elétrica. Mas, segundo ele, nenhum deles teria chamado sua atenção, sendo Medicina seu único objetivo. “Também só pensava em passar para Universidades federais, mas conversando com professores passei a perceber que as particulares também eram boas, então agora estou tranquilo em ter conseguido”, afirma.
Sonho
Loraine Cruvinel, 26 anos, hoje médica formada, desde criança quis seguir a profissão. “Sempre idealizei me formar em Medicina. Porém no 3º ano do ensino médio, quase desisti por achar muito difícil realizar meu sonho”, conta. Depois de um ano e meio fazendo cursinho pré-vestibular, na segunda tentativa conseguiu entrar no curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC).
Com um ano de formação em clínica geral, depois de seis anos de estudo, Louraine se diz realizada. “É gratificante trabalhar naquilo que se ama. Valeu todo o esforço para conquistar o que tenho agora”, explica a médica.
Para ela, o desejo para o futuro em sua profissão é não se acostumar ao sofrimento e dor dos pacientes, dando-lhes sempre um tratamento humanizado. A médica que trabalha pela manhã em uma clínica particular e pela tarde em um hospital de cunho filantrópico, explica que sempre que pode estimula quem está tentando entrar para a faculdade de Medicina.
“Mesmo que demore 10 anos para conseguir entrar no curso, e depois mais seis anos para se formar, e apesar de todas as dificuldades, é uma profissão que vale a pena, pois cada paciente que você ajuda é uma injeção de ânimo”, afirma Loraine.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação