Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING 15 A 17/12/12

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR
Saúde
Infestação de muriçocas deixa goianienses irritados

De acordo com Prefeitura, insetos se reproduzem em fossa sépticas em cidades vizinhas e se dirigem à Goiânia em busca de sangue
Camila Blumenschein

Irritação na pele, coceira e perturbação do sono. Esses são os problemas causados pelas muriçocas, que são capazes de deixar muita gente incomodada, ainda mais quando este tipo de mosquito infesta as residências, como tem acontecido em vários bairros de Goiânia. Rosane Alves Fleury, de 46 anos é coordenadora pedagógica do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmeis) do Jardim América, um dos bairros da capital onde os moradores têm reclamado da presença em grande quantidade das muriçocas. Conforme Rosane, o alto número desses insetos no local tem deixado as crianças irritadas.
“Aqui no Cmei tem muriçoca em qualquer hora do dia e são muitas. Algumas crianças reclamam da coceira na pele e não conseguimos fazer nada para evitar”, conta a coordenadora. Conforme Rosane as muriçocas estão por toda parte, principalmente nas cortinas nos quartos onde as crianças dormem, nos cantos dos cômodos e embaixo das mesas. “Na secretaria a gente até pode colocar veneno, mas nos outros locais não porque é prejudicial para as crianças”, acrescenta.
Um dos garotos que fica no Cmei, e também sofre com o problema da grande quantidade de mosquitos em casa, sempre fica com as pernas cheias de feridas. “São muitas picadas e ele reclama, fala que coça muito”, conta a coordenadora. A avó do menino, Maria Luiza da Silva diz que ele também mora do Jardim América e que a casa dele está infestada de muriçocas. “A mãe dele já colocou cortinado na cama, mas não adianta”, fala.
Há cerca de 20 dias as muriçocas começaram a aparecer na casa da bancária Valquíria Castanheira, de 48 anos, também no Jardim América e a incomodar. “Aqui costumava ter uma ou outra muriçoca, hoje está demais”, ressalta. O mesmo aconteceu na casa da pedagoga Eline Costa Borges, de 29. “Elas começaram a aparecer há uns dois meses. Sou alérgica e as picadas me incomodam muito”, destaca. A jovem também reclama do zumbido que as muriçocas fazem. “Atrapalha o sono e deixa a gente irritado. Acho que vou tentar comprar alguns remédios para ver se diminui”, completa.
INFESTAÇÃO
De acordo com o coordenador de vigilância e controle ambiental de vetores da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Sócrates Siqueira Souza, Goiânia está enfrentando uma infestação de muriçocas. “Percebemos que de uns seis meses para cá a incidência desses insetos em residências da capital aumentou muito”, declara.
O motivo do aumento, conforme Sócrates, não é certo, mas a SES tem algumas explicações para a grande incidência desses mosquitos pela cidade. “As muriçocas se reproduzem em corrégos, nas partes onde há muita quantidade de água parada e nos períodos de seca, quando estes estão baixos e também dentro de fossas sépticas”, explica.
Como a quantidade de fossas sépticas em Goiânia não é grande, o coordenador da SES destaca o fato de que os mosquitos dessa espécie costumam voar para até 25 quilômetros de distância do local onde eles nasceram em busca de alimento. “As muriçocas se reproduzem em altíssima quantidade e voam para longe para obter sangue humano, no caso das fêmeas, que precisam dessa proteína para a reprodução. Muitas vêm para Goiânia de cidades como Aparecida e Trindade onde há muitas fossas sépticas, que são grandes criadouros”, informa.
Segundo Sócrates, para descobrir exatamente porque a incidência de muriçocas tem aumentado nos últimos meses em Goiânia a SES precisaria realizar uma pesquisa, que não é feita porque esses mosquitos não transmitem doenças em Goiás. “Em alguns estados brasileiros as muriçocas podem transmitir doenças como a filariose, mas isso não ocorre em Goiás porque o clima não é favorável.”
Apenas as fêmeas das muriçocas se alimentam de sangue humano. Os machos se elimentam de seiva, grãos de pólen e frutos. As fêmeas, de acordo com Sócrátes, têm o hábito de sair em busca de alimento no crepúsculo e durante à noite. Durante o dia, explica, elas saem para colocar os ovos. “Por causa desse hábito costumamos aconselhar as pessoas que moram em casas e nos primeiros andares de prédios a fecharem as janelas e portas no fim da tarde e à noite. Colocar telas nas janelas também é uma medida eficiente”.
Apesar da muriçoca e o mosquito da dengue (aedes aegypti) serem da mesma família – ambas as espécies são culicíneos – eles apresentam alguns hábitos diferentes. “O mosquito da dengue costuma se alimentar durante o dia. Eles picam os humanos nas horas mais quentes do dia, diferente das muriçocas. O aedes aegypti também consegue se reproduzir em locais onde há pouca água parada e as muriçocas preferem os espaços onde há muita água”, compara.
Há 10 anos a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem procurado diminuir a infestação na capital por meio do controle químico dos córregos. Um produto biológico é jogado nos córregos para matar as larvas dos mosquitos. “Nós trabalhamos com a hipótese de que essas espécies podem estar se reproduzindo agressivamente nos municípios vizinhos dentro de fossas sépticas”, afirma. O ideal para tentar diminuir o aparecimento de tantos criadouros, seria lacrar as fossas sépticas e colocar tela no cano desses locais para impedir a entrada dos mosquitos para reprodução. (17/12/12)
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Para presidente do Cremego, ação é “política do faz de conta”

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) Salomão Rodrigues Filho, chama de “equivocada” a estratégia usada para redução de danos de usuários de drogas. “A política de redução de danos é uma política de faz de conta. O poder público faz de conta que está tratando e o paciente faz de conta que está sendo tratado”, afirma o médico psiquiatra.
Na avaliação do presidente do Cremego, os profissionais de saúde “não podem querer o mínimo ao paciente usuário de drogas, para que ele se recupere.” “Os profissionais devem querer, desejar, programar, para que o paciente seja tratado cientificamente, corretamente e possa abandonar, definitivamente, o uso de drogas. Só assim, ele será reinserido na sociedade”, pontua.
O secretário municipal de Saúde, Elias Rassi, rebate as críticas do presidente do Cremego. “As terapias que consideram apenas o aspecto bioquímico ou biológico, de forma geral, têm mostrado uma certa incapacidade de oferecerem soluções mais definitivas para situações como do uso de drogas”, diz. “Não devemos desprezar nenhuma experiência da história da nossa sociedade”, emenda, ressaltando a Unidade de Acolhimento Transitório e os trabalhos desenvolvidos nos Centros de Atenção Psicossocial como medidas que visam à resolução do problema gerado pelo uso abusivo das drogas.
Salomão Rodrigues, por sua vez, reage, dizendo “o Brasil não tem nenhuma política antidrogas, em nenhum dos três níveis, nem no combate ao tráfico.” “Não se faz prevenção nem há preparação de professores nem de representantes de associações de bairros, por exemplo, infelizmente”, observa. (16/12/12)
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Hospitais
Estado é proibido de transferir gestão

Carla Borges

O Estado de Goiás está proibido de celebrar novos contratos com organizações sociais (OS) para a gestão de hospitais públicos. A decisão é do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual, Eduardo Pio Mascarenhas, em ação civil pública proposta pela promotora de justiça Fabiana Lemes Zamalloa do Prado. O juiz considerou graves as irregularidades e ilegalidades apontadas pelo Ministério Público (MP) estadual nos contratos firmados entre a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e OS, mas negou a antecipação de tutela para que os contratos já em vigor fossem suspensos.
Entre as irregularidades apontadas pela promotora, está a de que o Estado não homologou a decisão do Conselho Estadual de Saúde, que se manifestou negativamente sobre a celebração dos contratos. Além disso, a promotora sustenta que os serviços repassados às organizações sociais são previamente quantificados nos contratos e pagos, independentemente de sua efetiva execução. Caso não haja a execução do serviço em dado período, o pagamento referente à parcela subsequente poderá sofrer redução de 10% a 20%, apenas, dependendo do contrato de gestão.
A promotora diz ainda que o modelo de gerência adotado viola o princípio da complementaridade da atuação da iniciativa privada no Sistema Único de Saúde (SUS), porque as OS podem contratar até 50% dos empregados de forma direta, sob regime celetista, podendo despender de 60% a 70% do valor do contrato com gastos com pessoal. Em virtude disso, observa, muitos servidores concursados vêm sendo removidos e lotados onde as vagas já foram preenchidas.
Como se trata de uma ação civil pública, o juiz ouviu as partes antes de se decidir. Em sete páginas de manifestação, o Estado de Goiás afirmou que haveria dano irreparável, de maneira reversa, caso fosse concedido o cancelamento dos atuais contratos com as OS, que já assumiram a administração de sete hospitais do Estado. O oitavo, o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) está no centro de uma disputa judicial entre duas OS que participaram da licitação para escolha.
O Estado alegou que não poderia voltar a prestar o serviço de forma direta imediatamente, o que levou o juiz a indeferir o pedido de suspensão dos atuais contratos. “A suspensão imediata dos serviços prestados pelas OS ou a proibição de renovação ou prorrogação, nos moldes propostas pelo MP, poderá acarretar perigo à saúde da população, uma vez que esta poderá ficar privada desse serviço essencial”, ponderou Eduardo Pio Mascarenhas. “A imediata suspensão traria mais prejuízos do que benefícios. O perigo é inverso”, entendeu.
Segundo o magistrado, o lapso temporal entre a cessão da atuação das OS e a retomada da prestação do serviço por parte do Estado, por menor que seja, “é suficiente para gerar graves danos àqueles que dependem dos hospitais estaduais para tratarem da saúde”. Quanto aos novos contratos, além das irregularidades apontadas, o juiz chamou a atenção para o “vultoso dispêndio do erário para mantê-los” e considerou “prudente evitar que novos contratos sejam firmados, a fim de que se evite a perpetuação de tão severas irregularidades”.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que ainda não foi intimada da decisão judicial. Disse ainda que o órgão encarregado de prestar assistência jurídica à administração pública é a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que deverá analisar se o Estado vai recorrer, pedindo a cassação da medida de antecipação de tutela. “No momento, a decisão não acarreta nenhuma alteração para a SES-GO, visto que não afetou os contratos em vigência, celebrados para a administração de sete hospitais da rede pública de saúde”.
HUAPA
Na nota, a SES fala que aguarda o desfecho da disputa judicial para decidir como ficará o futuro do Huapa. Ontem, a OS vencedora do chamamento público, instituto Gerir, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) com um mandado de segurança e um recurso especial para ficar com a administração do hospital. (15/12/12)
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DIÁRIO DA MANHÃ
TJ proíbe Estado de celebrar novos contratos com OSs para administração de hospitais

Filipe Carvalho
Uma liminar proposta pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) foi deferida na tarde de ontem pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas, da 2ª Vara de Fazenda Pública Estadual. A liminar impede o governo de Goiás a conceder novos contratos com organizações sociais (OSs) para gestão de hospitais do Estado.
O juiz Eduardo Pio tomou a decisão por considerar irregularidades graves nos contratos, além de um alto valor de recursos envolvidos. Segundo o juiz, o governo de Goiás não homologou a decisão de passar a gerência de hospitais estaduais para organizações sociais no Conselho Estadual de Saúde, que teria se posicionado contra. Na mesma liminar, o magistrado indeferiu o pedido do MP, que queria impedir o Estado de renovar ou prorrogar os contratos com OSs já vigentes.
O juiz ressalta que proibir a renovação de contratos ou suspender de forma imediata os serviços prestados por organizações sociais em hospitais podem condizer um alto risco para a saúde pública, uma vez que se o serviço for interrompido, a população pode se ver privada de ter acesso a esses locais.
Segundo o MP-GO, os contratos de gestão consomem muitos recursos financeiros, e aumentam a burocracia para contratação de empregados. Eduardo Pio disse que o mais prudente a se fazer é evitar que novos contratos sejam firmados, para que se evite a perpetuação das irregularidades.
O MP-GO utiliza como argumento o fato de que os serviços que são transferidos para as OSs são previamente pagos e assinalados nos contratos, mesmo que não sejam executados posteriormente. Segundo o órgão, até 50% dos empregados podem ser contratados de forma direta, removendo os servidores concursados.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) defende que a gestão de hospitais intermediados pelas Organizações Sociais possuem respaldo constitucional e amparo nas legislações federal e estadual. O órgão disse que o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) possui esse modelo de gestão há 10 anos e se tornou referência nacional em sua área de atuação. A PGE não informou se irá recorrer da decisão. (15/12/12)
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PF divulga vestibulares fraudados
Seleções da UniEvangélica, em Anápolis, e da Fesurv, em Rio Verde, estão na lista de instituições vítimas da ação de quadrilha
Cecília Preda
A Polícia Federal (PF) divulgou na tarde de ontem os nomes das instituições de ensino superior que foram vítimas de organizações criminosas que fraudavam vestibulares de Medicina em todo o Brasil. Em Goiás, a Associação Educativa Evangélica (UniEvangélica) e a Universidade de Rio Verde (Fesurv) estão na lista. Ainda na lista estão a PUC-Pelotas (RS), Anhembi Morumbi (SP), Estácio de Sá (RJ), Centro Universitário de Maringá (PR) e PUC-Campinas (SP).
Em nota, a PF esclareceu que vários eventos foram evitados com apoio das universidades. No entanto, a investigação criminal não detalhou quais foram vítimas e em quais golpes foram evitados.
Até o fechamento desta edição, 51 pessoas estavam presas suspeitas de participarem da quadrilha que fraudava os vestibulares. Na primeira etapa da Operação Calouro, a PF investigou quem aplicava o golpe nas universidades. A próxima etapa irá investigar os alunos que pagaram para ingressar no curso de medicina de forma ilícita.
De acordo com a PF, algumas quadrilhas usavam a transmissão eletrônica de gabarito para fraudar o vestibular. Outras realizavam a substituição do vestibulando, em que o candidato que concorria à vaga não era o mesmo que realizava a prova.
Normalmente, quem realizava o exame eram estudantes de medicina, de cursos preparatórios para vestibular e engenheiros. Os valores das vagas chegavam a girar entre R$ 45 mil e R$ 80 mil.
Ainda conforme nota da PF, as fraudes atraíam jovens de famílias ricas, “com pouquíssimo interesse em estudar ou em alcançar alguma coisa na vida com seu próprio mérito. Nesses casos, fica muito claro o apoio ou mesmo incentivo das famílias para que os alunos utilizem esse esquema para passarem no vestibular”.
As quadrilhas se concentravam nos estados de Goiás e Minas gerais e visavam as instituições de ensino superior particulares. Não há nenhuma universidade federal na lista divulgada pela Polícia Federal.
O Ministério da Educação informou ter solicitado a íntegra do inquérito policial para fiscalização em todas as instituições apontadas.
A equipe de reportagem do Diário da Manhã tentou entrar em contato com as duas universidades de Goiás que estão na lista. A UniEvangélica informou que os responsáveis em responder pelo assunto já haviam encerrado o expediente e apenas na segunda-feira (17) uma resposta poderia ser dada a imprensa. Já na Fesurv ninguém atendeu às ligações.
A operação Calouro foi desencandeada na madrugada da última quarta-feira (12) e buscava cumprir 70 mandados de prisão e 73 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiros, São Paulo, Tocantins, Rio Grande do Sul, Acre, Mato Grosso e Piauí. (15/12/12)
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Artigo – Medicina e Direito do Trabalho de mãos dadas
Ana Lúcia Amorim Boaventura
Em razão da consulta formulada por uma médica do trabalho da Petrobras, o Conselho Federal de Medicina – CFM – publicou recentemente um parecer (nº 26/12) sobre a solicitação de exames para monitoramento de drogas ilícitas para fins de acesso ao trabalho. Como já é de praxe, e merece louvor de toda sociedade, o CFM está sempre atento à proteção de direitos fundamentos dos pacientes e, nesse caso, tutelou o direito constitucional à intimidade, uma vez que reprova tais medidas.
Ocorre que o referido parecer fala também no álcool, droga lícita, e o exercício de algumas profissões associadas a esta substância, fatalmente, coloca em risco a coletividade. Um exemplo é a profissão de motorista. Todos nós sabemos que álcool e direção não combinam. A Lei 12.619/12, que regulamenta esta atividade laboral, alterou o artigo 235-B da CLT dizendo: “São deveres do motorista profissional: VII – submeter-se a teste e a programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica, instituído pelo empregador, com ampla ciência do empregado.”
Ora, o legislador está em total sintonia com a Organização Internacional do Trabalho – OIT – que já dizia desde 1995, através de um manual de recomendações práticas, que o local de trabalho é um ambiente propício para o combate e prevenção de problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas.
E não poderia ser diferente. A droga no ambiente de trabalho coloca em risco o trabalhador dependente, seus colegas, a empresa e, não raras vezes, terceiros não envolvidos diretamente com a cadeia produtiva. A OIT afirma que trabalhadores dependentes químicos tendem a se envolver mais em acidentes de trabalho e a se ausentarem mais do ambiente laboral que outros trabalhadores.
Sensíveis a esta realidade, penso que as empresas devem atuar, pois caso haja um dano causado por um de seus empregados, devem responder e suportar os prejuízos advindos desse evento perante o próprio empregado acidentado ou sua família e perante terceiros, se for o caso. Logo, em razão dessa responsabilidade civil e também social, a empresa não pode quedar-se inerte, devendo, conforme legislação vigente, agir. É a regra de que os direitos coletivos devem se sobrepor aos individuais.
Porém, é preciso lembrar que o parecer trata de tais exames para acesso ao trabalho, não discorrendo sobre tais análises durante a vigência do contrato de trabalho, como é o caso do artigo da CLT acima citado. Logo, a realização de exames toxicológicos em fase admissional certamente encampará atitudes discriminatórias por parte das empresas. É o que também diz a Lei 9.029/95 que proíbe, em seu artigo 1º, a adoção de quaisquer práticas discriminatórias e limitativas de acesso ao trabalho.
Alice Monteiro de Barros, em sua obra “Proteção à intimidade do empregado”, editora LTr, cita que a OIT editou em 1996 um Repertório de Recomendações Práticas sobre a Proteção dos Dados Pessoais dos Trabalhadores, de caráter não obrigatório, que diz que “os exames toxicológicos só deverão ser realizados de conformidade com a legislação e práticas nacionais ou com as normas internacionais”. O repertório vai mais além, segundo a referida doutrinadora. Ele diz que “os exames médicos só poderão ser exigidos de conformidade com a lei nacional, respeitando-se o segredo médico, os princípios gerais da saúde e segurança do trabalho.”
E por falar em sigilo médico, o Código de Ética Médica em seu artigo 76 veda o médico de “revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou de instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade.” Assim, o profissional médico poderá quebrar o sigilo em prol da proteção de terceiros. Porém, é necessário salientar que, o médico deverá se restringir a expor o mínimo possível seu paciente, limitando-se a declarar a inaptidão do trabalhador.
Assim, levando em consideração a proteção da intimidade do trabalhador, a Lei 9.029/95, que apesar de não proibir expressamente tais exames admissionais, veda atitudes discriminatórias de acesso ao trabalho, concluo que o CFM não errou e nem sequer violou o ordenamento jurídico através do parecer em comento. O artigo 235-B, VII, da CLT, aqui analisado, nos remete a exames periódicos, ou seja, exames feitos no curso do contrato de trabalho dos motoristas e não para fins admissionais. Tanto é assim que os outros incisos também fazem menção às infrações no exercício da profissão. Inclusive, o artigo fala que a não submissão, por parte do motorista, ao teste e ao programa de controle de uso de álcool, acarretará infração disciplinar, passível de penalização. Pune-se então quando existe o vínculo laboral e a favor de um programa recomendado pela OIT”.
Os pareceres de uma maneira geral têm caráter opinativo e de esclarecimento. Logo, o CFM apenas recomenda que os médicos a não solicitem tais exames. Porém, sabemos que, futuramente, tal opinião poderá ensejar uma Resolução, passando a ser passível de condenação.
Dizer que o parecer não se preocupou com a coletividade é uma afirmação superficial. E não são os dependentes de álcool e drogas um grupo que carece de proteção? Felizmente o CFM se posicionou com muita coragem contra empresas que não se cansam de adotar práticas violadoras de direitos. É a Medicina que vai além dos limites dos hospitais e consultórios e exerce seu papel social.
(Ana Lúcia Amorim Boaventura, advogada, especialista em Direito Constitucional pela UFG, cursa especialização em Direito Médico, Odontológico e da Saúde, Membro da Associação Mundial de Direito Médico e Associação Latino-americana de Direito Médico, avaliadora da ONA- IQG) 16/12/12
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O HOJE
Coluna Xeque-Mate –
Após 14 anos na diretoriado Hospital de DoençasTropicais (HDT), o médico Boaventura Braz deixou cargo ontem, mas continua integrando o corpo clínico, como médico infectologista. No seu lugar assume o médico André Guanaes. (15/12/12)
 

………………………………………. (clique no título para acessar as matérias abaixo)
 

Justiça proíbe novas OSs na área da Saúde (15/12/12 – página 3)
 

Huapa subjudice (15/12/12 – página 3)
http://www.ohoje.com.br/pageflip/2233/index.html
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Queda é principal acidente com crianças em Goiânia
Especialistas alertam para cuidados durante as férias escolares
Vanessa Martins

Crianças, mesmo antes de aprenderem a andar, estão sujeitas a sofrer quedas preocupantes mesmo dentro de casa. Cair da cama, do berço e até tropeços podem causar danos graves e até levar a morte. O diretor técnico do Hospital Materno Infantil, Ivan Isaac, alerta os pais para que fiquem atentos principalmente nesta época de férias escolares. Queda é o principal acidente com os pequenos registrados em Goiânia.
“O acidente mais comum com crianças em casa é a queda, principalmente depois que as crianças começam a andar”, comenta Ivan. Felizmente, o médico afirmou que a maioria dos casos não é muito grave, mas quando a criança bate a cabeça alguns sintomas devem ser observados.
Segundo o diretor, “se a criança apresentar vômito ou sonolência e não chorar no momento da batida, ela deve ser levada para o médico, mas sintomas podem aparecer em até quatro dias após o acidente, por isso é importante observar os mesmos sintomas durante todo esse período e, se aparecerem, a criança deve ser levada ao médico”.
Intoxicação
Outros casos que merecem atenção são os de intoxicação. Segundo dados do Hospital Materno Infantil da capital, 176 crianças de até 14 anos morreram por algum tipo de intoxicação somente este ano. O maior responsável por mortes de crianças é a intoxicação por medicamentos, com 60 casos registrados entre janeiro e outubro deste ano.
Ivan afirmou também que as intoxicações acontecem por veneno de rato, soda caustica, inseticidas e outras substâncias tóxicas. Ele alerta ainda que essas substâncias, até em supermercados, devem ser mantidas em prateleiras altas para evitar que crianças alcancem.
O diretor explica ainda que casos de afogamento são mais raros, mas também recorrentes. Em Goiânia, dois afogamentos de crianças ganharam repercutiu na mídia este ano. Um deles foi o acidente com duas crianças que caíram na piscina da creche. Isaque Faleiro, de 2 anos, morreu.
Advertências
O diretor técnico do HMI aconselha atenção redobrada às crianças que já sabem andar para evitar possíveis quedas. Ele alerta também para manter as crianças longe dos medicamentos, que são os principais fatores de intoxicação de crianças de até 10 anos.
O Ministério da Saúde aconselha também cuidados com baldes banheiras e vasos sanitários, que podem oferecer riscos para crianças menores. A maioria das queimaduras sofridas por crianças pequenas acontece com alimentos muito quentes na cozinha, por isso também é importante evitar que as crianças tenham acesso às panelas e alimentos quentes. Para evitar quedas, o ministério pede cuidado com móveis, janelas sacadas, escadas e pisos escorregadios.
Casos
Em setembro deste ano uma criança de oito anos veio a óbito devido a um acidente doméstico com uma churrasqueira que caiu sobre ela. Em julho, também de 2012 uma garota de um ano e sete meses morreu afogada em um balde enquanto a mãe lavava roupa e fazia o almoço. Um bebê de quatro meses morreu ao cair da cama em outubro deste ano.
No dia dez deste mês um garoto de três anos morreu após afogar na piscina de um hotel fazenda.
Brasil
Segundo dados do Ministério da Saúde, houve 247 afogamentos de crianças de até 10 anos em 2000. Em 2010, este número caiu para 168. O número de mortes de crianças com até dez anos devido a acidentes domésticos caiu em 31% em todo o país. Segundo informações do Ministério, em 2000, o número de crianças que morreram devido à acidentes em casa foi de 868. Em 2010, os óbitos caíram para 595. Os dados regionais e locais ainda não foram divulgados pelas secretarias municipal e estadual.
O Ministério da Saúde acredita que a queda no número de mortes se deva aos investimentos na Política Nacional de Redução da Mortalidade por Acidentes e Violência, que estrutura a Rede Nacional de Prevenção da Violência e de Promoção da Saúde.
O ministério também destaca as Unidades de Pronto Atendimento que estão espalhadas pelo país e que, segundo o MS, resolvem 97% dos problemas, sem precisar encaminhar para hospitais, evitando filas. (15/12/12)
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SAÚDE BUSINESS WEB

 

OSs são suspeitas de desviar R$ 10 milhões por ano da área da saúde
As organizações sem fins lucrativos chamadas Sistema Assistencial à Saúde (SAS) e Instituto SAS, responsáveis pela gestão de hospitais em Itapetininga, São Miguel Arcanjo, Americana, Araçariguama e Vargem Grande Paulista, além do Rio de Janeiro e de Araranguá, em Santa Catarina, são suspeitas de desviar R$ 10 milhões por ano da área da saúde, segundo investigações do Ministério Público.
Segundo reportagem do Fantástico, quase  R$ 1 milhão em dinheiro vivo foi encontrado num apartamento no bairro Higienópolis, na capital paulista, durante operação deflagrada na última segunda-feira (11), pelo Ministério Público de Sorocaba (SP). Foram apreendidos R$ 952 mil, 8 mil euros, US$ 3,2 e 1 mil pesos argentinos e chilenos. As malas de dinheiro foram encontradas na casa de Fabio Berti Carone, suspeito de comandar o esquema de desvio de recurso. (17/12/12)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação