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DESTAQUES
• Condomínio da Solidariedade, que oferece assistência a portadores do HIV, é reinaugurado
• Artigo – Definição de um hospital
• Artigo – Contra a redução de recursos para o SUS
• Em um ano, Goiás tem 1.096 casos notificados
• País já tem 1,2 mil casos suspeitos. Em Goiás são dois
• Paciente é morto a tiros em hospital
• Há mais médicos no país
• "Marconi realiza uma revolução na Saúde"
• Pesquisa diz que é três vezes mais fácil achar médico particular do que público
TV ANHANGUERA/GOIÁS (clique no link para acessar a matéria)
Condomínio da Solidariedade, que oferece assistência a portadores do HIV, é reinaugurado
http://g1.globo.com/goias/jatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/condominio-da-solidariedade-que-oferece-assistencia-a-portadores-do-hiv-e-reinaugurado/4644858/
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O POPULAR
Artigo – Definição de um hospital
Quando alguém diz algo parecido com: você conhece o meu vizinho, o dr. José? A chance de o interlocutor imaginar alguém de jaleco e estetoscópio em um ambiente hospitalar ou de um advogado de terno e gravata em um tribunal é altíssima. Isso porque, secularmente, essas duas profissões estão associadas ao título doutor.
Da mesma forma, a menção do vocábulo hospital nos remete automaticamente à imagem de um lugar que diagnostica e trata pacientes, que possui uma emergência, centro cirúrgico, laboratório e imagem 24 horas, além de várias especialidades médicas, farmacêutica, nutricionista, fisioterapeuta e, naturalmente, uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para onde serão levados os pacientes mais graves. Enfim, o que define um hospital não é uma de suas dependências, mas o conjunto. Diferente de uma clínica que usualmente é um estabelecimento menor e com menos complexidade.
Se no caso do doutor a suposição pode gerar, no máximo, um debate sobre a origem do termo, com alguns defendendo que é exclusivo de quem fez doutorado em oposição ao costume histórico, no segundo exemplo a confusão entre hospital e clínica pode trazer graves consequências.
Nossa legislação é arcaica ou omissa, com leis da década de 70, da era em que beber e dirigir, enquanto fumava era normal; que cinto de segurança era algo que se enfiava embaixo do banco para não incomodar e segurança era um conceito intangível. E são essas leis que possibilitam que unidades de saúde sem a estrutura necessária para o completo atendimento do paciente continuem sendo chamadas de hospitais.
Como uma sociedade organizada e democrática temos a obrigação de seguir as leis, mas sem jamais abrir mão de debatê-las ou de sugerir e apoiar mudanças que possam proteger os que não são capazes de discernir e separar uma instituição comprometida com a segurança de uma clínica com bela fachada. É isso o que propõe o projeto de lei (PL) 419, de autoria do vereador Eudes Vigor (PMDB), aprovado pela Câmara de Goiânia em 14 de outubro e que torna obrigatória a implantação de leitos de UTI em hospitais públicos e privados de Goiânia.
Nós, da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade (Ahpaceg), apoiamos esse projeto, defendemos que a exigência seja ampliada para todo o Estado e consideramos inconcebível que alguém se posicione contra leis que tentam trazer mais segurança à população. Ter leitos de UTI é um dos requisitos fundamentais para que uma unidade de saúde possa ser considerada hospital. E quando falamos em UTI, nos referimos a uma estrutura que ofereça segurança no atendimento ao paciente, o que não inclui as chamadas semi-UTIs ou UTIs móveis usadas no transporte de pacientes com complicações de clínicas para hospitais.
Ao atendermos um paciente não podemos contar com a sorte nem a crença que tudo vai dar certo. Não podemos contar com a transferência às pressas para um hospital caso esse paciente apresente complicações. Precisamos, sim, contar com estruturas adequadas para a boa assistência à população e ter uma estrutura de terapia intensiva no hospital é essencial. Por isso, esperamos que o projeto seja sancionado. Assim, ao entrar em um hospital, o goianiense terá a certeza de que contará com uma unidade de terapia intensiva caso venha a precisar.
Haikal Helou é médico e presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
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Artigo – Contra a redução de recursos para o SUS
Vivemos na atualidade uma situação grave que vem somar-se a uma redução gradual de recursos para saúde ao longo dos anos: os cortes no orçamento da União para o Sistema Único de Saúde (SUS), que foram de R$ 3,8 bilhões em 2014. Em 2015, foram mais R$ 5,9 bilhões e a previsão para 2016, na Lei de Orçamento da União (LOA), é de um déficit de R$ 16,6 bilhões. Isso causa um impacto sem precedentes no SUS.
É importante lembrar que o SUS é uma conquista da sociedade brasileira, com a Constituição de 1988, um sistema que é admirado e invejado no mundo inteiro porque é descentralizado, equitativo e de acesso universal. E é com grande preocupação que vemos esse cenário agredir a sustentação de políticas de assistência e promoção construídas há décadas. O corte de recursos já começa a causar impactos como vimos com a decisão da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) de fechar 50% dos leitos do SUS oferecidos nas unidades particulares conveniadas.
Um levantamento do Conselho Federal de Medicina mostra, ainda, a defasagem da tabela do SUS em mais de 1.500 procedimentos médico-hospitalares. Tal quadro gera imensas dificuldades para os gestores em saúde. Lançamos o movimento Todos pela Saúde, com a participação de vários órgãos e instituições da sociedade organizada. O objetivo é construir uma agenda em favor da saúde do brasileiro, principalmente, daquele cidadão de baixa renda que não tem dinheiro para custear um tratamento particular.
Neste momento, no qual está sendo discutido o orçamento da União para 2016, a pressão da sociedade deve ser toda direcionada ao Congresso Nacional, aos deputados federais, aos senadores e, principalmente, à área econômica do governo federal, para que a saúde tenha um tratamento diferente de outras áreas do governo. O que tem de ser feito é a participação maior da União no financiamento da saúde pública brasileira.
A nós gestores públicos cabe mostrar à população os graves problemas que vão advir disso: falta de medicamentos, vacinas – algo que historicamente nunca aconteceu no Brasil –, redução de cirurgias eletivas e procedimentos de alta e média complexidade. Durante a abertura da 15ª Conferência Nacional de Saúde de 2015, que será realizada de hoje até quarta-feira, em Brasília, faremos juntamente com representantes de todo o país mais essa reivindicação, dentre muitas que o SUS necessita: financiamento adequado, sem aumento de impostos.
Precisamos impedir esse retrocesso, no momento em que o sistema é imobilizado. Sabemos que as consequências serão drásticas, principalmente, para os mais pobres. É o momento de agirmos antes que o pior se concretize.
Leonardo Vilela é secretário de Estado da Saúde de Goiás.
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País já tem 1,2 mil casos suspeitos. Em Goiás são dois
Brasília – Em uma situação inédita, o País já registra 1.248 casos suspeitos de microcefalia, má-formação do cérebro que pode trazer sequelas ao desenvolvimento cognitivo e motor da criança. Os registros já ocorrem em 311 municípios de 14 Estados, segundo boletim atualizado do Ministério da Saúde divulgado ontem. De acordo com o boletim, um novo caso está sendo investigado em Goiás, além do ocorrido em Rio Verde.
O avanço de casos tem surpreendido o governo e profissionais de saúde. Para comparação, na última semana, o boletim apontava 739 casos -um aumento de 68%. Segundo o Ministério da Saúde, o avanço na epidemia está ligado ao agente tido como causador da complicação em gestantes, o vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
No sábado, após resultado de exames em um recém-nascido diagnosticado com a má-formação, o governo confirmou a relação com o vírus. Antes, análise de amostras coletadas em gestantes já apontavam indícios da relação.
Entre os Estados, Pernambuco registra o maior número de casos, com 646 registros em investigação.
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Paciente é morto a tiros em hospital
Homem era detento e estava internado no Huapa quando foi baleado no quarto. Policial que estava com ele foi rendido
Um homem foi morto a tiros dentro do Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) na noite desta segunda-feira (30).
Segundo a diretora regional do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), Rita Leal, o paciente era um detento que estava na unidade para tratamento, acompanhado de três policiais. No momento do crime, dois agentes estavam na recepção principal e um no quarto com o preso. Um homem entrou no cômodo, efetuou os disparos e fugiu pulando o muro do hospital.
O Instituto Médico Legal e as polícias Militar e Civil foram acionados. O caso será investigado.
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Em um ano, Goiás tem 1.096 casos notificados
Dados divulgados ontem mostram que homossexuais entre 20 e 29 anos foram os mais infectados entre junho de 2014 e 2015
Homossexuais com idade entre 20 e 29 anos foram os mais infectados pelo vírus HIV em Goiás entre junho de 2014 e junho deste ano. Os números do Boletim Epidemiológico HIV/Aids de 2015 foram divulgados ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) durante a inauguração das novas instalações do Condomínio Solidariedade, no Jardim Europa, em Goiânia. Em um ano, desde que as notificações de infecção por HIV tornaram-se obrigatórias, foram registrados 1.096 novos casos. Já 858 pessoas estavam com aids em Goiás no mesmo período.
“Aumentar a notificação de HIV é bom porque significa que mais pessoas podem iniciar o tratamento para evitar a doença em si”, explica a coordenadora estadual de DST/Aids, Milca de Freitas Queiroz Prado. Quando a sorologia indica que o HIV é positivo é porque a pessoa entrou em contato com o vírus, mas ainda não desenvolveu a Aids. O HIV destrói o sistema imunológico e o indivíduo fica mais susceptível e adquirir uma doença oportunista, como tuberculose, hepatite e câncer.
“Antes as pessoas descobriam que eram portadores do vírus HIV já com a doença. A partir de 2011, com o teste rápido ampliou muito o diagnóstico e isso é muito importante. Quando mais cedo se conhecer o estado sorológico, mais cedo se inicia o tratamento para reduzir a carga viral e não desenvolver a aids. Com isso, a probabilidade de transmitir o vírus cai drasticamente”, explica Milca Prado. O Ministério da Saúde estima que o País tem atualmente 650 mil pessoas portadoras do vírus HIV, com registro de 32 mil novos casos por ano.
Profilaxia
De acordo com os responsáveis pelo Boletim Epidemiológico, desde o momento de aquisição da infecção, o portador do HIV é transmissor, entretanto os indivíduos com infecção recente ou com imunossupressão avançada transmitem o vírus com mais facilidade por terem maior carga viral no organismo. O tempo entre a infecção e o surgimento de sintomas varia de 5 a 30 dias. Já o período de latência clínica, após a infecção aguda, até o desenvolvimento da imunodeficiência dura em média seis anos. Hoje, para amenizar os casos de dúvida, as unidades públicas de saúde oferecem a profilaxia pós-exposição sexual. O interessado deve procurar a unidade num prazo de até 72 horas após a exposição e ingerir os medicamentos por 28 dias.
O primeiro caso de aids em Goiás foi registrado em 1984 em um indivíduo homossexual, do sexo masculino, então com 30 anos de idade. De lá até 30 de junho deste ano, foram notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 13.564 casos de aids. Inicialmente, a aids em Goiás era predominantemente masculina. Nos anos 80 para cada 9,5 casos de aids em homens, uma mulher adquiria a doença. Essa proporção, entretanto, foi caindo com o passar dos anos. No ano passado, para cada 2,6 casos notificados em homens, uma mulher tinha aids. Desde 2005 o índice de mortalidade entre os portadores da doença tem ficado estável, com uma média de sete óbitos por 100 mil habitantes
Antiga casa de apoio vira unidade de saúde
Criado nos anos 1980, após as primeiras notificações de HIV/Aids em Goiás, o Condomínio Solidariedade nasceu por iniciativa da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) como casa de apoio para atender pacientes do interior que precisavam se tratar em Goiânia. Anos mais tarde, passou a ser gerido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Em 2014, a administração do local foi assumida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), a mesma organização social que é responsável pelo Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), que atende pacientes com HIV/Aids.
Com as novas instalações, o Condomínio Solidariedade passou à condição de unidade de saúde. O local foi transformado num Centro de Atendimento Multidisciplinar, com dois núcleos: Casa de Apoio, com 28 leitos, dois deles infantis; e Assistência Médica Multidisciplinar, com 30 leitos, oito consultórios médicos ambulatoriais e salas para reabilitação psicossocial, fisioterapia e terapia ocupacional. Em reforma, adequação e novos equipamentos, foram gastos cerca de R$ 4,5 milhões.
Morador de uma cidade a quase 400 quilômetros de Goiânia, T.A., de 32 anos, gostou do que viu. Ele frequenta o local há cinco, desde que descobriu ser portador de aids. “Antes era muito rústico, agora está bem melhor, com alojamento apropriado, novas salas, ficou mais ampliado e com segurança melhor”, disse ele, que precisa se deslocar para a capital de dois em dois meses. Sem parentes na capital, T.A. sempre se hospedou no Condomínio desde que iniciou o tratamento.
Com a reforma, o local, que contava com 28 leitos na Casa de Apoio, ganhou mais 30, dez deles para pacientes que precisam de cuidados paliativos e 20 destinados a pacientes com perfil de internação de longa permanência, que serão encaminhados pela rede pública de saúde. No setor ambulatorial, dois dos consultórios são destinados a atendimentos odontológicos. A expectativa é de que sejam realizados mensalmente 2.100 atendimentos
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DIÁRIO DA MANHÃ
Há mais médicos no país
Brasil aumenta número de médicos, mas mantém desigualdade na distribuição
Dados do relatório Demografia Médica no Brasil 2015 indicam que cerca de 400 mil médicos atuam no Brasil. De acordo com os números divulgados hoje (30) pelos conselhos Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e Federal de Medicina (CFM), o total de registros demédicos no país é de 432.870, mas 33.178 registros se referem a registros secundários, ou seja, são de profissionais com mais de um registro nos conselhos regionais.
A segunda inscrição ocorre quando o médico trabalha em áreas fronteiriças entre dois estados [e ele têm registro em mais de um conselho] ou quando ele muda temporariamente para fazer cursos ou especializações. Deduzidos os registros secundários, o total de médicos no país soma 399.692 profissionais.
Considerando-se o total de registros médicos no país, já que um médico pode atuar em estados diferentes, o Brasil tem, em média 2,11médicos para cada grupo de mil pessoas. A taxa é muito próxima a de países desenvolvidos como Estados Unidos [média de 2,5 médicos por grupo de mil habitantes], Canadá (2,4) e Japão (2,2). Segundo Mário Scheffer, coordenador do estudo, nessa média não é considerada o número total de médicos, mas o de registro, porque "um médico com dois registros tem de ser contado nos dois estados, porque ele é mão de obra para ambos".
Desigualdade
A distribuição desses médicos pelo país é muito desigual tanto entre as unidades da Federação quanto em relação a capitais e interior do país. A região Sudeste, por exemplo, concentra mais da metade dos médicos do país (55,3%), enquanto a região Norte tem apenas 4,4% desse total, seguida pelo Centro-Oeste, com 7,9%.
O estado do Maranhão dispõe de 5.396 médicos, o que corresponde a 1,3% do total de profissionais brasileiros, enquanto sua população corresponde a 3,4% do total nacional. A média é a mais baixa do país, de 0,79 profissionais para cada grupo de mil pessoas. O estado de São Paulo concentra 117.995 médicos (28,1% do total), para uma população que corresponde a 21,7% do país [2,7 médicos a cada grupo de mil]. O Distrito Federal é a unidade federativa com maior concentração de médicos por grupo de pessoas do país: 4,28 médicos a cada mil pessoas.
As 27 capitais do país concentram 55,24% do total de registros de médicos, embora a população dessas cidades represente apenas 23,80% do país. Todas as 5.543 cidades do interior têm 44,76% dos médicos, enquanto sua população soma 76,2% do Brasil. Com isso, a taxa demédicos por grupos de mil habitantes soma 4,84 nas capitais e 1,23 médicos no interior.
"O médico é um profissional que demora 12 anos para se formar. Ele não vai trabalhar em lugares distantes se não houver boas condições para sua família. O relatório mostra que abrir escolas não resolverá o problema porque a maioria deles [médicos] vai trabalhar em cidades com mais de 50 mil habitantes. O governo precisa desenvolver uma política de interiorização", defendeu Braúlio Luna, presidente do Cremesp.
Perfil
Em 2014, os homens eram maioria dos médicos no país (57,5% do total), mas há uma tendência de feminização da medicina no Brasil. "Desde 2010, há mais registros de mulheres que de homens. A profissão ainda é masculina, mas isso está mudando", afirmou Mário Scheffer. Desde 2011, 52,6% dos médicos eram mulheres. No ano passado, esse número já correspondia a 54,8% do total.
Segundo Scheffer, a maior presença das mulheres na medicina vem acompanhada de desigualdade. "As mulheres recebem menos, embora tenham vínculos e carga horária equivalentes aos homens."
A idade média dos médicos em atividade no país chega a 45,7 anos. Conforme o estudo, essa média vem caindo ao longo do tempo, resultado da entrada de novos médicos no mercado de trabalho.
Salário
A maioria dos médicos tem mais de um emprego e se submete a longas jornadas semanais de trabalho. Do total de médicos do país, apenas 22% têm somente um empregador. O restante tem entre dois ou mais vínculos.
A maioria dos médicos [75,5% do total] trabalha mais de 40 horas semanais. O salário da maioria [62,4%] é de R$ 16 mil mensais. No entanto, o salário é considerado baixo pelo presidente do CFM, Carlos Vital. Segundo ele, o ideal seria um salário de R$ 11 mil por 20 horas semanais ou R$ 22 mil por 40 horas.
"Essa é a proposta que a categoria médica tem defendido. Mas o governo paga, em média, R$ 6 mil por 40 horas semanais. Isso é extremamente desmotivador", afirmou Braúlio Luna, presidente do Cremesp.
Para Vital, a PEC 459, em tramitação na Câmara dos Deputados desde 2009 e que institui a carreira de estado para o médico brasileiro, poderia ajudar a resolver esse problema salarial e garantir condições dignas para o exercício da profissão. "A PEC reconhece o exercício de medicina como essencial ao estado. A lei é que irá, posteriormente, regulamentar e determinar esses salários", concluiu.
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"Marconi realiza uma revolução na Saúde"
Para Leonardo Vilela essa área deu um salto de qualidade no Estado
POR HELTON LENINE
As novas instalações do Condomínio Solidariedade, casa de apoio da Secretaria Estadual de Saúde para portadores de HIV/Aids, gerido pela Organização Social Instituto Sócrates Guanaes, como extensão do HDT, foi inaugurado na manhã de ontem (30) pelo governador Marconi Perillo. "Fico muito feliz com o resultado da Saúde em Goiás. Nós tomamos a decisão de mudar o conceito de gestão dos hospitais do Estado para termos eficiência e qualidade no sistema de Saúde", disse Marconi.
"É bom ressaltar que o que importa é o profissionalismo. Nossa preocupação é oferecer serviços humanizados à população e estamos tendo esse resultado com as Organizações Sociais (OSs). É importante que se ressalte isso", observou Marconi, acrescentando que, graças a essa decisão, aconteceu uma revolução nos hospitais do Estado. "Enquanto alguns Estados brasileiros derrapam na gestão da Saúde, Goiás tem unidades com reconhecimento nacional", comemorou.
Para Marconi, pessoas que criticam os hospitais do Estado não conhecem o real funcionamento das unidades. "Pedi ao secretário Leonardo Vilela, inclusive, uma nova pesquisa de satisfação", afirmou. Ele também defendeu a contratação em regime celetista na Saúde "porque é menos burocrático". "É claro que, como em todas as contratações, é necessário monitoramento. Tem que ser avaliada a eficiência e também o trabalho realizado", sentenciou.
O secretário de Saúde, Leonardo Vilela, reforçou o momento histórico do Condomínio. "Temos uma unidade de saúde confortável e digna para os pacientes. Agora são mais 30 leitos para os pacientes crônicos." Ele afirmou que Goiás tem sido o centro das atenções na área da Saúdeno país: "Marconi realizou uma revolução. Temos agora uma saúde gratuita de qualidade, com excelentes profissionais e equipamentos de ponta."
Casa de Apoio Solidariedade
Durante a inauguração Marconi vistoriou o local e conversou com pacientes
Durante o evento, foram entregues pelo governador e pelo secretário espaços ampliados para atendimento médico, odontológico, reabilitação psicossocial, fisioterapia, terapia ocupacional e área de apoio administrativo.
O projeto de reestruturação da unidade, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde, eleva o Condomínio Solidariedade à condição de unidade de saúde, com incremento de novos 30 leitos. Um ambulatório com oito consultórios médicos também será entregue. Já a Casa de Apoio foi totalmente readequada e acrescentados serviços de apoio para que funcione em condições adequadas. "O Condomínio Solidariedade tem uma história que respeitamos e, hoje, resgatamos e valorizamos, ao oferecer à rede pública de Goiás uma unidade especializada também em cuidados paliativos", ressaltou o governador.
Leonardo Vilela lembrou que após anos sem a exata definição de perfil e em depreciação estrutural, o espaço está totalmente remodelado. "Foram investimentos em reforma, adequação e equipamentos um montante de R$ 4,5 milhões", afirmou. O custo mensal está orçado em R$ 789 mil. Permanece o caráter de Casa de Apoio para pacientes portadores de HIV/Aids abrigando em hospedagem temporária pacientes do interior do estado, em tratamento no HDT.
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AGÊNCIA BRASIL
Pesquisa diz que é três vezes mais fácil achar médico particular do que público
Um relatório divulgado hoje (30), em São Paulo, revela que é três vezes mais fácil encontrar um médico no setor privado do que no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o relatório Demografia Médica no Brasil 2015, divulgado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas 21,6% do total de médicos do país – cerca de 400 mil profissionais – atende unicamente no serviço público, enquanto 26,9% atende no setor privado. O restante atende a ambos.
Segundo as entidades, o equilíbrio numérico entre os setores público e privado é apenas aparente, já que há uma grande desigualdade quando se considera a quantidade de público atendida: no SUS ela é muito maior. Cerca de 75% da população brasileira utiliza exclusivamente o SUS, enquanto o restante tem cobertura de plano ou seguro de saúde.
Uma estimativa feita em junho deste ano pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontou que os clientes de planos de saúdesomavam 50.516.992 pessoas no país, enquanto os demais 150,5 milhões de habitantes recorriam exclusivamente ao SUS. Com isso, a população atendida pela rede privada, que é três vezes menor, encontra mais facilidade de médicos que no SUS.
"O paciente tem três vezes mais dificuldade de ter disponibilidade de um médico no SUS do que na área privada. Isso pode melhorar com políticas públicas de saúde, com prioridade e atenção na saúde, mais investimento, maior capacidade administrativa e com carreira de estado para os médicos e profissionais de saúde, que possa trazer perspectiva de progressão", disse Carlos Vital, presidente do Conselho Federal de Medicina.
"A desigualdade entre os setores público e privado precisa ser revista. Esse é o grande desafio para o sistema de saúde que se quer universal", afirmou Mário Scheffer, coordenador do estudo. De acordo com o levantamento, os médicos que atuam apenas no setor privado ou em ambos os setores ganham mais do que aqueles que atuam apenas no SUS. Dos médicos que atuam no sistema público de saúde, 37,8% ganham menos que R$ 8 mil mensais.
Entre os que atuam apenas no setor privado, essa porcentagem cai para 21,8%. A grande maioria dos profissionais que atuam no setor público [84,5% do total] tem dois vínculos empregatícios. Entre os profissionais do setor privado, essa taxa cai para 27,1% do total.
Mais da metade dos médicos [51,5% do total] que atuam no setor público trabalham em hospitais, 23,5% em unidades básicas e no programa Saúde da Família e apenas 4,8% em serviços de atenção secundária e especializada. Entre os que atuam no serviço privado, o lugar de trabalho mais frequente é o consultório particular [40,15 do total] e o hospital privado [38,1%].
Mais Médicos
Segundo Mário Scheffer, coordenador do estudo, o relatório não considerou a totalidade de médicos do Programa Mais Médicos, estimada em 18 mil profissionais, pois a pesquisa trabalha apenas com dados de registros de médicos brasileiros nos conselhos regionais de medicina e não estrangeiros. Segundo ele, apenas os 7 mil profissionais brasileiros dentro do programa foram considerados para essa pesquisa. Por isso, disse Scheffer, não foi possível prever o impacto do programa dentro do relatório.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação