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DESTAQUES
Médicos seguem faltando ao trabalho em postos de saúde de Goiânia
Pacientes reclamam da falta de médicos nos Cais de Goiânia
Prefeitura de Goiânia prorroga contratos de médicos até 22 de abril
Escala de trabalho gera novo impasse entre médicos e secretaria de Saúde
Alvo de protestos, Mais Médicos amplia capacidade das saúdes municipais
Secretaria adia rescisão
Clínicas populares em alta
Fátima Mrué: 100 médicos aderiram a edital de temporários
Exames de DNA confirmam troca de bebês em maternidade há 32 anos
TV ANHANGUERA/GOIÁS
Médicos seguem faltando ao trabalho em postos de saúde de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/medicos-seguem-faltando-ao-trabalho-em-postos-de-saude-de-goiania/5772650/
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Pacientes reclamam da falta de médicos nos Cais de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/pacientes-reclamam-da-falta-de-medicos-nos-cais-de-goiania/5771038/
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TV SERRA DOURADA
Prefeitura de Goiânia prorroga contratos de médicos até 22 de abril
https://www.youtube.com/watch?v=Nl63mn_7leg
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JORNAL OPÇÃO
Escala de trabalho gera novo impasse entre médicos e secretaria de Saúde
Por Amanda Damasceno
Diretores das unidades teriam avisado em grupos de Whatsapp que a escala válida não é a publicada no site da prefeitura, e sim a que já estava em vigor
O impasse entre os médicos credenciados e a Prefeitura de Goiânia continua neste sábado (1º/4). Dessa vez, o problema é com a escala de trabalho feita pela Secretaria Municipal de Saúde.
A secretária titular da pasta, Fátima Mrué, afirmou em entrevista coletiva na última sexta-feira (31/3) que as escalas para este fim de semana e para a semana que vem foram feitas e publicadas no site da prefeitura, porém os médicos afirmam que a escala está sendo encarada como “falsa”.
“Boa parte dos nomes está em dias ou locais errados”, garante um médico ouvido pelo Jornal Opção. A informação é de que os diretores médicos avisaram em grupos de Whatsapp que a escala que é válida não é a publicada pela prefeitura, mas a que já é vigente.
Como uma forma de “completar” as escalas, os médicos concursados também foram chamados. Só que haveria até casos de médicos que estão de férias e aparecem na escala publicada pela secretaria.
Além disso, apesar do que diz a Secretaria, boa parte dos médicos entende que não há mais vínculo com a prefeitura. Fátima, entretanto, foi enfática ao dizer que nenhum contrato foi rompido e que enquanto os profissionais não rescindirem os contratos até o dia 22, eles devem continuar atendendo.
Assim, a controvérsia continua e faz com que o atendimento nas unidades de saúde siga prejudicado. Alguns médicos credenciados ouvidos na sexta-feira (31) pelo Jornal Opção adiantaram que não irão mais prestar serviço para o município.
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Alvo de protestos, Mais Médicos amplia capacidade das saúdes municipais
Por Augusto Diniz
Desde que foi lançado, em 2013, programa atraiu profissionais formados em outros países e estrangeiros para cidades que não conseguiam contratar
A atenção básica à saúde sempre foi um dos grandes problemas enfrentados pelo Brasil. Quando o governo federal anunciou a criação do Programa Mais Médicos em 2013, entidades classistas dos profissionais de saúde brasileiros se manifestaram. Parte da categoria médica se colocou contrária à vinda de estrangeiros, principalmente cubanos, para integrar as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) em diversos Municípios do País.
Tanto que o desembarque de um desses cubanos em Fortaleza (CE), o do médico Juan Delgado, hoje com 51 anos, foi marcado por médicos brasileiros aos gritos e vaias contra a chegada de profissionais de Cuba, em agosto de 2013, para atuar no Brasil. Mais de três anos depois, ainda há quem acredite que pessoas que defendam o Mais Médicos mereçam mesmo ir para Cuba e deixarem o nosso País.
A verdade é que os profissionais, tanto brasileiros graduados em outros países, brasileiros intercambistas quanto os estrangeiros ajudaram a mudar um pouco a realidade ainda muito sofrida da capacidade de atendimento da saúde pública no Brasil. Tanto é que dos 5.570 municípios do País, 4.058 cidades e 34 distritos indígenas contam com médicos que chegaram ao Brasil por meio do programa de ampliação da rede de assistência básica.
Você quer gritar o clássico e batido “vai pra Cuba” para um médico cubano que atua no Brasil por meio do Mais Médicos, fique à vontade. Mas saiba que vai precisar gastar a voz com 11.429 profissionais daquele país com contrato de trabalho por aqui válido por três anos e que pode ser renovado, analisados caso a caso pelo governo federal, por mais três anos, como decidiu a União em setembro de 2016 por meio de Medida Provisória.
O Mais Médicos, em todo o Brasil, conta com 18.240 profissionais que vieram para o nosso País a partir de 2013. Desse total, 5.274 médicos formados no Brasil, os intercambistas, e 1.537 se graduaram em outros países, de acordo com dados do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). É por meio da Opas e do governo cubano que acontece a negociação parar contratar médicos cubanos que participam do programa Mais Médicos.
Mudanças
Como cerca de 4 mil cubanos estavam com seus contratos de quatro anos se encerrando no final do ano passado, outros 4 mil médicos de Cuba seriam selecionados para substituir os que voltariam àquele país depois de vencidos os três anos de contrato pelo Mais Médicos. A nova proposta do governo federal é que editais a serem abertos até abril comecem, nos próximos três anos, a substituir por esses 4 mil cubanos por 4 mil brasileiros no programa.
Mesmo com uma bolsa formação paga no valor de R$ 11.520 após reajuste do governo de 9% no que antes era R$ 10.570, há uma dificuldade de manter os médicos brasileiros trabalhando nas cidades mais distantes. A dificuldade de substituir brasileiros por cubanos, que recebem cerca de R$ 3 mil repassados pelo governo cubano e pela Opas, é de manter os profissionais nascidos no Brasil em áreas mais carentes de profissionais de saúde.
O médico brasileiro precisa de trabalhar um mínimo de um ano pelo Mais Médicos para receber um bônus de 10% na nota da prova da residência. E é aí que começa o problema, pois os médicos locais, em sua maioria, saem do Mais Médicos assim que atingem o tempo para receber o bônus na avaliação da seleção para a residência que desejam tentar.
Enquanto isso, mais de 1,3 mil médicos cubanos haviam pedido a renovação de seus contratos de três anos pelo Mais Médicos para permanecerem a atuar nas cidades em que estão instalados no Brasil. Ao mesmo tempo, a possibilidade de tirar o benefício do bônus na prova de residência para os médicos brasileiros é visto como um risco de afastar o interesse dos profissionais do nosso País em participar do programa.
Críticos
Apesar das reclamações de parte das entidades classistas de médicos brasileiros, a lista de nomes de profissionais que atuam em cidades do interior goiano está recheada de sobrenomes latinos, como Gallardo, Castellanos, Ramirez, Reyes, Leyva, Delgado, Sanchez e Gonzalez entre outros. E é essa a realidade do programa em todo o Brasil, com 62,65% dos profissionais contratados vindos de Cuba.
Há quem diga que são espiões cubanos disfarçados de médicos ou uma forma de os governos do PT financiarem o que se convencionou em chamar de ditadura de Cuba. Se essa fosse a verdade, a maioria dos prefeitos das 4.058 cidades brasileiras não teriam ficados preocupados em 2016 com o possível corte de repasses de recursos por meio do programa e envio de médicos aos municípios durante as eleições municipais do ano passado.
Primeiro porque o pedido de substituir os médicos cubanos por brasileiros no Mais Médicos partiu do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), que, por meio de seu presidente, Mauro Junqueira, explicou em setembro de 2016 que havia um temor por parte dos prefeitos que o Mais Médicos fosse cortado. E isso, na visão dos gestores municipais, prejudicaria e muito o atendimento de saúde em suas cidades.
Depois, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu que a substituição de médicos cubanos por profissionais brasileiros entre 2017 e 2019 só será possível se houver um interesse e adesão dos nascidos no Brasil. “É uma ação temporária para que a política de Estado de ter médicos brasileiros em todos os postos seja alcançada”, disse à “Folha de S.Paulo” no ano passado. Só que o que deveria ser um programa inicialmente de três anos, até o final de 2016, pelo resultado positivo da ação e pela necessidade de se manter abastecida de profissionais o Programa de Saúde da Família (PSF), foi prorrogado por mais três anos.
Contrapartida
Quem arca com os custos dos auxílios moradia e alimentação são as prefeituras que recebem os profissionais contratados pelo governo federal por meio do programa Mais Médicos. O auxílio-moradia pago pelas prefeituras varia entre o mínimo de R$ 500 e o máximo de R$ 2,5 mil ou o pagamento do imóvel para o médico. Já o auxílio-alimentação pago vai de R$ 500 a R$ 700. O custo da contrapartida é menor para as gestões municipais do que a contratação de um médico. E se o Mais Médicos não fosse um bom negócio para as prefeituras a Associação Brasileira de Municípios (AMB) não teria defendido a prorrogação do programa por mais três anos, até o final de 2019.
Três anos depois, saúde básica amplia atendimento em cidades goianas
Se quando chegou a Fortaleza (CE) o médico cubano Julian Delgado e outros vindos daquele país foram recepcionados com protestos de médicos brasileiros contrários à contratação de estrangeiros para atuar no Brasil, hoje a implantação do programa é comemorada por prefeituras. Há municípios em que o déficit de profissionais no Programa de Saúde da Família (PSF) batia na casa dos 50%.
De acordo com portal do Mais Médicos, dos 246 municípios goianos 113 contam com profissionais da saúde contratados pelo programa do governo federal desde 2013. A ação foi implantada pela União, ainda no governo Dilma Rousseff (PT), para ampliar o número de médicos em cidades com dificuldade de oferta de serviços de atendimento a pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Nas contas do cadastro de médicos existente no site do programa Mais Médicos, os 113 municípios goianos têm hoje 292 profissionais contratados pela ação do governo federal. Mas essa contagem pode estar defasada. Apenas a parte de notícias do portal está atualizada. O último documento postado na página é de 11 de maio de 2016, um dia antes da presidente Dilma Rousseff ter sido afastada do cargo pelo Senado.
Números desatualizados
Pela contagem do site do Mais Médicos, Valparaíso de Goiás seria a cidade goiana com mais profissionais, com um total de 25 médicos brasileiros formados em outros países, brasileiros intercambistas e estrangeiros. Mas em uma consulta à Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, por exemplo, o número de médicos contido no portal do programa, que é de 13 médicos, sobe para 56 que atuam hoje na cidade nas equipes do Programa de Saúde da Família (PSF).
Dos 56 médicos vindos pelo programa do governo federal para Aparecida de Goiânia, 12 deles são cubanos. A cidade da Região Metropolitana enfrenta um aumento de cerca de 40% na demanda de atendimento de saúde nos últimos pela crise que envolve a Prefeitura de Goiânia e os médicos conveniados, informa o secretário municipal de Saúde, Luiz Edgar Tollini. “Estamos atendendo acima da nossa capacidade, mas estamos atuando para não deixar ninguém sem atendimento. Temos colocado servidores de plantão para que não haja desassistência pela situação que vive Goiânia.”
Aparecida de Goiânia convive com a chegada de médicos cubanos à cidade desde o final de 2013, considerado o segundo ciclo do programa Mais Médicos. “Nós ajudamos na adaptação do profissional estrangeiro com auxílio na hora de alugar uma casa, por exemplo”, explica Érika Lopes Rocha, diretora de atenção primária da Secretaria Municipal de Saúde.
Da primeira vez vieram 11 cubanos. Hoje são 12 que atuam como médicos do Programa de Saúde da Família (PSF) junto às 66 equipes das 33 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), formadas por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e agentes comunitários de saúde. O município conta com 56 médicos vindos pelo programa do governo federal. Entre esses profissionais estão brasileiros formados em outros países, intercambistas e estrangeiros, dos quais fazem parte os 12 cubanos.
Dos brasileiros formados em outros países, Érika diz que há profissionais graduados na Espanha, Argentina, Bolívia e Paraguai. Outra medida do governo federal adotada em 2016 que facilitou a participação de brasileiros que estudaram Medicina em outros lugares do mundo foi o fim do impedimento para médicos que vinham de países com menos de 1,8 profissionais a cada grupo de mil habitantes. Com a regra anterior, brasileiros que se formavam na Bolívia e Paraguai não podiam participar do Mais Médicos.
O que mudou
A diretora Érika Lopes informa que Aparecida de Goiânia tinha um déficit de 50% de médicos no Programa de Saúde da Família (PSF). Com o início da chegada de profissionais por meio do programa da União, a cidade já conseguiu reduzir em 12% as internações por condições sensíveis à saúde básica, como uma pneumonia que se torna um caso de manter o paciente na unidade de atendimento médico.
“O programa melhora o acesso da população ao atendimento médico. E esse acesso foi ampliado desde o final de 2013”, diz Érika. De acordo com a Secretaria, a avaliação dos serviços prestados pelos profissionais contratados por meio do Mais Médicos é “superpositiva”. “Permitiu que nós pudéssemos completar as equipes do PSF.”
Érika confirma que o repasse feito aos médicos cubanos, por meio de acordo dos governos brasileiro, de Cuba e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), é menor do que o valor da bolsa formação que os médicos brasileiros e intercambistas recebem dentro do Mais Médicos. A contrapartida paga pela prefeitura é de R$ 550 no auxílio-alimentação e R$ 1,7 mil para moradia aos médicos.
De acordo com o prefeito de Uruaçu, Valmir Pedro (PSDB), é uma vantagem para a cidade receber médicos pelo programa do governo federal. “Em Uruaçu, os médicos cubanos são os mais pontuais e não faltam ao trabalho”, afirma o chefe do Executivo de Uruaçu.
Revalida
A substituição de médicos cubanos por brasileiros, como prevê o governo federal para ocorrer entre 2017 e 2019, deve incluir a aplicação do Revalida, de acordo com as entidades de médicos no Brasil. O Revalida é o processo de reavaliação dos diplomas obtidos em outros países. No meio disso tudo, há também o caso dos cubanos participantes do Mais Médicos, que tinham contratos de três anos de duração e que se casaram ou tiveram filhos com brasileiros.
“A população de Aparecida aceitou bem a inserção dos médicos cubanos na saúde da cidade.” A afirmação de Érika revela bem o que o paciente espera do serviço público: que ele seja bem prestado, não importa muito se o profissional é brasileiro, cubano, boliviano ou onde quer que tenha nascido.
Parte dos cubanos tenta na Justiça o direito de buscar a revalidação de seus diplomas, renovação dos contratos pelo Mais Médicos e cidadania brasileira. Ao mesmo tempo, médicos brasileiros aguardam oferta de mais atrativos para verem alguma vantagem, além do bônus de 10% na prova de residência, para entrarem de vez no programa da União de ampliação da rede de saúde nas cidades com carência de profissionais.
Pelo cadastro do site do Mais Médicos, as cidades goianas que contam com mais profissionais contratados pelo programa são Valparaíso de Goiás (25), Aparecida de Goiânia (13), Águas Lindas de Goiás (9), Cidade Ocidental (8), Jataí (7), Uruaçu (7), Alexânia (7), Formosa (6), Trindade (5) e Niquelândia. Como os números podem estar desatualizados, a quantidade de médicos brasileiros formados em outros países, intercambistas e estrangeiros que atuam nesses municípios deve ser maior.
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O POPULAR
Secretaria adia rescisão
Em meio a queda de braço com médicos, pasta estendeu até o dia 22 deste mês os contratos que terminariam ontem. Prefeitura ameaça processar médicos que faltarem
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu não rescindir os contratos dos mais de 400 médicos temporários atuais, que terminariam ontem. A Prefeitura recuou em rescisões após o boicote da categoria ao novo contrato de profissionais credenciados. Além disso, a escala com nomes de médicos que devem trabalhar na próxima semana foi publicada na internet. Cais e Upas continuam com déficit no atendimento.
O recuo da Prefeitura acontece depois que assembleia geral do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego) decidiu que profissionais não devem se inscrever para novo credenciamento. Um acordo chegou a ser elaborado junto a Ministério Público de Goiás (MP-GO), mas a base do sindicato não aceitou.
A crise na saúde começou na semana passada, quando médicos temporários, chamados credenciados, começaram a faltar de plantões por não concordarem com novo contrato ou por terem entendido equivocadamente que haviam sido demitidos. Eles defendem que novas regras explicadas no edital precarizam o trabalho dos temporários. (Veja quadro).
Com a pressão do movimento, a SMS decidiu estender o prazo para que médicos temporários atuais possam pedir rescisão do contrato e, se optarem, se inscreverem para novo credenciamento. No entanto, a decisão de assembleia do Simego continua evitando as inscrições.
O prazo agora é até o dia 22 deste mês quando aí sim, todos os atuais contratos de temporários devem ser rescindidos. A Prefeitura espera ter, até lá, quantidade suficiente de novos profissionais temporários. Até agora, 29 já foram habilitados para se credenciarem.
Médicos voltaram a faltar plantões em Cais e Upas durante o dia de ontem. De 47 profissionais escalados para atendimento, 22 não compareceram. A situação tem sobrecarregado unidades de saúde de cidades vizinhas, como Aparecida de Goiânia e Senador Canedo.
A reportagem conversou com o presidente do Simego, Rafael Cardoso, na tarde de quinta-feira, algumas horas antes da assembleia que decidiu continuar o boicote ao contrato da Prefeitura. Ele demonstrava interesse em fechar acordo com a SMS para normalizar o serviço nas unidades de saúde. Um movimento autônomo na base do sindicato, intitulado Médicos Unidos Pela Saúde, vem defendendo uma maior radicalização nas ações da categoria.
Procuradoria
A procuradora-geral do município, Ana Vitória Gomes Caiado, disse que vai apurar quais médicos que estão faltando aos plantões mesmo com contrato vigente e denunciar ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).
"Esses médicos que querem se credenciar, que querem ajudar a população, que querem exercer o seu ofício. Esses médicos estão de acordo com o juramento médico que fizeram. Agora, os que estão faltando, eles estão (faltando) ilegalmente, porque o código de ética veda o médico a deixar de atender", declarou a procuradora.
Segundo o artigo 7º do Código de Ética Médica, é proibido ao profissional deixar de atender setores de urgência e emergência, quando for sua obrigação.
"Mesmo respaldado por decisão majoritária da categoria", diz o texto do documento.
A procuradora também informou que vai entrar com uma açao na Justiça Federal contra o impedimento de que médicos se inscrevam para o novo credenciamento. A categoria se baseia no artigo 49 do código, que diz que é vedado ao profissional assumir conduta contra "movimentos legítimos da categoria" para obter vantagem.
Um requerimento da Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência (Abramurgem) denunciou 17 médicos por terem supostamente descumprido o código de ética ao se inscreverem no credenciamento da Prefeitura. A reportagem procurou o Cremego na noite de ontem, que nao soube informar se ja havia recebido o documento, mas disse que assim que recebesse, a denúncia será apurada.
Informação errada estimulou faltas
Um movimento na base do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego) começou, na semana passada, uma mobilização pelas redes sociais contra novo contrato para médicos temporários da Prefeitura de Goiânia. Intitulado Médicos Unidos Pela Saúde, a organização espalha mensagens em grupos de WhatsApp e Facebook estimulando credenciados a deixarem de cumprir plantões, porque já teriam sido demitidos, segundo interpretação equivocada do grupo, já que contratos ainda estão vigentes.
De acordo com documento divulgado pelo movimento, os profissionais teriam direito de faltar os plantões mesmo se contrato ainda estiver vigente. Eles justificam que a "dúvida e o mal entendimento"justificaria asfaltas.
O Simego e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vêm divulgando desde a semana passada que os contratos não foram rescindidos.
O presidente do Simego, Rafael Cardoso, disse que conhece o movimento, mas que ele não é ligado à entidade. Ele também disse preferir não emitir juízo de valor sobre as atitudes do grupo e enfatizou que o sindicato vem informando de forma correta a categoria.
Uma reunião entre integrantes do grupo e o sindicato foi realizada no auditório da sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) na semana passada, de onde teria surgido a ideia da primeira assembleia da categoria na terça-feira, segundo Cardoso.
A assessoria do Cremego informou que o movimento apenas utilizou as instalações da sede para reunião, mas que não existe nenhuma relação entre ambos.
"Eu esperava que todos quisessem a mesma coisa"
Vocês se arrepende de não ter procurado o sindicato na elaboração do edital, para evitar esse boicote?
Eu jamais em minha vida imaginei que qualquer classe, especialmente a minha classe médica, tivesse essa postura.
Então a senhora não conseguiu prever essa reação?
Eu não esperava por isso. Eu penso nos meus colegas médicos querendo dar uma assistência boa, querendo participar da administração, querendo propor soluções.
A senhora então foi inocente nesse sentido?
Não é inocente, eu simplesmente cumpri com meu dever. O superintendente deles acompanhou tudo isso. Talvez tenha havido um mal entendido. Eu sinceramente não tenho explicação.
Houve inabilidade na gestão em não ter previsto que eles não aceitariam bem esse contrato?
A experiência que tenho com médicos é a melhor possível. A experiência que eu tenho é do médico que quer prestar a assistência, que se sensibiliza com a assistência, que se sensibiliza com o paciente. Jamais tive esse tipo de experiência. Portanto eu não poderia prever uma reação tão lamentável como essa.
Então houve falta de experiência em não ter previsto esse tipo de pressão?
Não, eu não considero falta de experiência. Considero que fiz as medidas dentro dos prazos, eles tinham ciência deste contrato, o superintendente deles acompanhou. Por que você não faz a pergunta diferente, para eles, você não pergunta assim: Vocês não acham que deveriam ter ido discutir isso desde o inicio da gestão?" Ou então pergunta: "estava bom? estava funcionando bem?"
Sobre esse mal funcionamento. A falta de assiduidade de médicos foi um fator determinante para a definição desse novo edital, além das instruções do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)?
De forma alguma. Isso foi para cumprir instruções do TCM. A fórmula 20,40 e 60 horas (semanais) é porque é mais fácil para o gestor controlar, quando você controla 400 médicos. Até hoje eu não sei quantos tem cinco plantões, 10,20, dois, um. Em outros locais é 20 e 40 horas, não é só aqui. A falta não deve existir, não é porque é 20,40 ou porque é por plantão. Ela existe por outros motivos.
Mas faltas constantes já vinham acontecendo?
Vocês já noticiaram isso há anos. Então, sempre aconteceram. Não é porque eu estou aqui.
Como tem sido lidar com a pressão de conselheiros e vereadores no dia a dia da gestão?
É uma experiência nova que eu estou lidando com tranquilidade. Eu pretendo resolver tudo isso juntamente com a equipe. Isso faz parte dos planos de gestão. Transformar essas unidades de saúde em unidades acreditadas, com qualidade, com organização, onde os profissionais se sintam bem em trabalhar, que os pacientes saiam satisfeitos e nos deem o retorno de como se sentem.
Imaginava que a gestão pública seria dessa forma, com pressão desse tamanho já no início?
Não imaginava que ia ter esse tanto de dificuldade. Eu esperava que todos quisessem a mesma coisa. Ainda acho que todos querem, só que muitos não sabem ainda o que querem.
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Clínicas populares em alta
Instaladas em pontos estratégicos da capital, unidades absorvem pacientes sem convênio médico e sem tempo para esperar pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
O surgimento de clínicas populares em Goiânia cresceu nos últimos dois anos – algumas já estão em fase de expansão e abertura de sistema de franquia. Com os preços de consultas que variam entre R$ 80 e RS 120, dependendo da especialidade, o bom é embalado pelo crescimento do número de pacientes que viram sua renda encolher e com isso precisaram cortar o plano de saúde, mas se depararam com a ineficiência do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) não possui levantamento sobre a quantidade desse tipo de clínica aberta no Estado, mas admite que seja uma tendência de mercado.
A reportagem apurou que os estabelecimentos estão instalados nas regiões centrais, onde há alto fluxo de pessoas e, nos bairros, próximos aos Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais), absorvendo pacientes que não são atendidos pelo sistema público de saúde. O nicho também aproveita o quantitativo de pessoas que perderam o plano de saúde no Estado, muitas vezes, junto com o emprego.
Segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), 18.537 goianos deixaram de ter algum tipo de cobertura médica em janeiro deste ano se comparado ao mesmo período do ano passado – número muito próximo à quantidade de pessoas que foram desligadas das empresas em Goiás no mesmo período, 19.354.
Foi o que ocorreu com Marília Vieira de Castro, de 27 anos. "Perdi o emprego há cerca de um ano e fiquei também sem o plano de saúde, cheguei a apreçar para fazer outro, mas o preço era alto." Na ponta do lápis, de lá para cá gastou menos de R$ 300 com duas consultas e exames feitos numa clínica popular, praticamente o valor de uma mensalidade de um convênio médico.
A administradora geral da Clínica Dr&Cia, Àriane Oliveira, salienta outros pontos que estão se tomando chamarizes para ambos os lados: os pacientes vão atrás de preços mais camaradas e os médicos em busca de remuneração mais célere, já que, conforme eles, os planos demoram até 90 dias para pagar uma consulta.
Segundo Ariane, até o final deste mês de abril, serão inauguradas duas novas unidades em Goiânia, além de uma no interior. Ela diz que atendem 160 pessoas por dia. "Já abrimos com modelo de franquia."
Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), esse subsegmento está despontando quando se trata de crescimento em número de unidades. 8% superior no ano passado se comparado à 2015.
A Clínica Viver Bem. que atende pelos três sistemas: convênio, SUS e particulares de baixo custo percebe esse bom momento em suas planilhas. "Tivemos um crescimento de 60% nesse tipo de consulta no último ano", diz a proprietária Lindaura Pires. (Colaborou Marcos Pimentel. estagiário do Programa de Estágio Curricular Obrigatório do Grupo Jaime Câmara em convênio coma PUC-GO)
"Médicos não estão fazendo caridade"
Apesar das ressalvas, o presidente do Cremego, Leonardo Mariano Reis, afirma que o negócio ó lucrativo e o nicho cresce em função do cenário famigerado do sistema público de saúde e, na outra ponta, aqueda da renda da população. Mas faz um alerta "Os módicos não estão fazendo caridade. Nessas clínicas eles conseguem o volume que o convênio dá, mas com a diferença que recebem valores semelhantes num prazo mais curto", avalia.
Os valores pagos pelos convênios por cada consulta módica vão de R$ 75 a R$ 90-mas com uma diferença que as faturas são pagas em até 90 dias. A ginecologista obstetra, Nathália Teixeira Batista, que atende em dois estabelecimentos distintos: numa clínica particular convencional e numa clínica de preços populares compartilha da informação. "Eu preciso do consultório convencional porque lá consigo ter uma relação mais estreita com o paciente, que Inclusive, trabalho também com reprodução", afirma Para tanto, sua consulta custa R$ 200 na clínica convencional,o dobro do preço cobrado na clínica popular. "Acabo ganhando a mesma coisa a diferença é que aqui (na popular), não tenho que me preocupar com pagamento de aluguel de consultório, limpeza secretária", avalia Nessa clínica os módicos que atendem são sócios-proprietários, formato comum nesse nicho.
Vinculação de exame à consulta é proibida
A maioria das clínicas populares da capital pratica preços diferenciados entre clínico geral e médicos especializados, com consultas que variam entre R$ 80 e RS 120. As formas de pagamento mudam muito de acordo com as regras de cada estabelecimento: à vista, cartão de débito, cartão de crédito à vista ou em parcelamentos de até 10 vezes.
Para ganhar em rotatividade. existem clínicas que possuem mais de 30 especialidades, que vão desde acupuntura até neurologia infantil. Outro ponto forte e atrativo é que fazem, no próprio local, exames de imagens e laboratoriais. A reportagem apurou que o paciente deve ficar atento a esses detalhes. Existe todo tipo de preço, tanto acima dos praticados por empresas convencionais quanto abaixo.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Leonardo Mariano Reis, orienta o consumidor a denunciar as clínicas que façam vinculação de exames à cônsul ta. "Não é permitido nenhum tipo de venda casada e deve-se observar se há exageros nas solicitações de exames", diz.
POSTURA
A postura do conselho em relação a proliferação da quantidade de clínicas populares em Goiás está relacionada a restrição de alguns tipos de publicidades e concorrência desleal. " Buscamos restringir sobretudo aquelas publicidades que buscam atrair os clientes pelo preço em detrimento da qualidade. É com relação a essas publicidades o departamento de fiscalização do conselho tem atuado, encaminhando para o Codame (Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos)", informa Leonardo Mariano, ressaltando que o preço cobrado pelo médico dentro do consultório é "livre", desde que não incorra a uma concorrência desleal no mercado da região onde está instalada a clínica. "Num mesmo prédio ou região o preço praticado é R$ 100 e outro profissional começa a oferecer o serviço a R$ 20, aí não pode. Não pode destoar tanto", exemplifica.
O presidente do Cremego informa que existem preços de parâmetros de classificação firmados numa conjuntura entre as sociedades médicas especializadas. Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Nacional de Medicina.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Fátima Mrué: 100 médicos aderiram a edital de temporários
Secretária divulga escala e afirma que profissionais faltosos serão punidos; categoria discorda de mudança que prevê alterações nas horas trabalhadas
A secretaria de saúde de Goiânia, Fátima Mrué, disse nesta sexta-feira (31) que incluiu médicos concursados na escala de plantão das unidades de saúde para cobrir os temporários que não aceitam os termos de contratação de um novo edital. Segundo ela, cerca de 100 profissionais já aderiram à nova proposta, indo contra posicionamento da categoria, que discorda da mudança.
A escala para a próxima semana está no site da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Além dos profissionais concursados, outros credenciados que ainda tem contrato vigente terão que trabalhar. Ainda assim, Fátima admite que pode haver gargalos no atendimento, mas ressalta que quem faltar será punido.
"[As escalas] estão completa. Não tem nenhuma unidade de saúde sem médico. Até que a gente consiga atingir o objetivo que é ter cinco médicos em cada unidade, vamos enfrentar esses problemas que são crônicos. As escalas existem, mas os médicos estão faltando. As punições já são conhecidas de todas as classes profissionais", afirmou.
Pelo novo edital, profissionais tem até o dia 22 de abril para firmar um novo acordo. Entre as diferenças, a proposta prevê 20h ou 40h de trabalho semanais. Porém, a SMS atendeu a uma reivindicação da classe para fechar contratos até 60h mensais. No entanto, mesmo assim, os médicos rejeitaram o acordo.
A secretária acredita que o impasse foi criado por um "mal entendido" e afirmou que não haverá novas mudanças no documento. "O edital está publicado, não entendo como discutir".
A procuradora-geral do município, Anna Vitória Caiado, afirmou que, quem faltar ao serviço, além de ser punido, estará infringindo o artigo 7 do Código de Ética Médica.
"Ao médico, é vedado não prestar assistência emergencial e de urgência para o qual ele está contratado. Ele está descumprindo um contrato vigente, regras contratuais. Cabe punição e serão apuradas", destacou.
O problema começou há uma semana quando foi publicada no Diário Oficial a mudança no edital de convocação dos médicos temporários. Para poder atuar, 480 profissionais teriam que assinar um acordo com base no novo documento.
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PORTAL G1/GOIÁS
Exames de DNA confirmam troca de bebês em maternidade há 32 anos
Envolvidos ainda tentam entender e lidar com a situação inesperada.Caso aconteceu em hospital de Quirinópolis; famílias falam em união .
Resultados de exames de DNA confirmaram que duas mulheres foram trocadas há 32 anos logo após nascerem no Hospital Municipal de Quirinópolis, região sul de Goiás. De forma e motivação ainda desconhecidas, Keila Martins Borges e Elisângela Vicente Maciel foram entregues a famílias com as quais não tinham laços sanguíneos. Os envolvidos ainda tentam entender e lidar com a situação inesesperada.
O parto das duas ocorreu no dia 15 de maio de 1984. Keila, gerada pela dona de casa Percília Vicente, de 56 anos, deixou o hospital com a autônoma Maria Martins Pereira, de 50, mãe biológica de Elisângela. Por sua vez, Elisângela foi levada por Percília.
As suspeitas só surgiram há cerca de dois meses, quando uma prima de Keila viu na igreja que frenquetava uma mulher muito parecida fisicamente com ela. A mulher em questão se trata de Eliane Maciel, de 38 anos, que também é filha de Percília.
Keila diz que os exames foram apenas uma confirmação oficial, pois já tinha certeza da troca. Inclusive, ela resolveu conhecer a mãe biológica antes mesmo dos resultados.
Eu já esperava. Desde o primeiro momento já achei que não precisava de exame. Ficou todo mundo assustado, deu um nó na nossa cabeça, mas fiquei feliz porque já gosto muito da minha nova família. Não quero e nem vou perder minha mãe que me criou, mas também não vou abrir mão da minha mãe de sangue. Quero ter as duas , disse ao G1.
O G1 tentou falar com Elisângela, mas o marido dela disse que ela não quer se pronunciar sobre o caso.
Misto de sentimentos
Na cabeça de Percília, que mora na zona rural de Quirinópolis, ainda existem sentimentos opostos: a tristeza em ser vítima dessa situação e a alegria por saber que tem mais uma filha. A ideia, segundo ela, também é aglutinar todos os lados envolvidos na história.
Já sofri tanto com isso. Só quem passa por isso sabe como é a dor. Por que entre tantos bebês o meu tinha que ser trocado? Isso tudo surgiu como uma bomba. Mas a Keila é uma pessoa que tive um carinho especial desde pela primeira vez que vi. Também a amo. Para mim não tem diferença. Jamais vou rejeitar ou maltratar , afirmou.
A dona de casa também já deixou claro que Elisângela vai seguir sendo sua filha, independente de tudo. Mas admite que ela ainda está assustada e com receio de se aproximar da mãe biológica. Vai ter que dar um tempo , diz.
Percília afirma que jamais desconfiou da troca. Mas revela que se lembra de Maria ainda no hospital e que amamentou Keila sem saber que ela era sua filha. Na ocasião, a autônoma não estava conseguindo dar leite. Para Percília, tudo aconteceu naquele momento.
Suspeitas após partoMaria já tinha contado ao G1 que suspeitou de uma troca logo após o parto. Ela se lembra de um conjunto de fatos suspeitos que, na época, a fizeram questionar se o bebê era mesmo aquele gerado em seu ventre.
Vou confessar que tinha uma suspeita. Quando minha filha nasceu, ela foi levada para o berçário. Minha mãe a viu antes e me disse: Sua menina é linda, branquinha, parece o pai . Quando ela veio para o quarto, minha mãe também estava e questionou que não era o mesmo bebê por ser bem mais morena. Além disso, ela estava com uma roupinha diferente das duas que eu tinha levado para o hospital para que ela vestisse. Acho que a troca aconteceu ali , disse.
Outro fator que chamou a atenção foi o fato da recém-nascida não estar com a pulseira de identificação com o nome da mãe. A autônoma diz que questionou a enfermeira sobre a situação, mas ouviu que o objeto tinha caído além da confirmação de que aquela era sua filha. Na hora eu acreditei e fui cuidar da minha filha. Depois nunca mais passou pela minha cabeça questionar essa situação , lembra.
Um dia após dar à luz, Maria deixou a unidade de saúde com Keila no colo e voltou para Gouvelândia, a 35 km de Quirinópolis, onde sempre viveu.
Troca ainda é mistério
As circunstâncias em que a possível troca de bebês se deu ainda é uma questão cheia de mistérios. A direção do Hospital Municipal de Quirinópolis não possui os registros dos servidores que atuaram nos partos daquele dia, pois diz ser obrigada por normativa do Conselho Federal de Medicina (CFM) a guardar documentos somente por um período de 20 anos.
As duas mulheres foram registradas no Cartório Civil de Quirinópolis. Apesar da data de nascimento, Keila foi registrada em 1985, e Elisângela somente no ano seguinte. Não há qualquer informação mais detalhada fora aquelas de praxe como nome dos pais e data de nascimento.
A tabeliã Aparecida Maciel afirma que é praticamente impossível saber exatamente quantas crianças nasceram naquele dia na cidade. Os arquivos não são digitalizados e, além disso, como nos casos das duas, o registro é feito muito tempo depois. Então teríamos que analisar em todos os livros ao menos dois dados , explica.
Na prefeitura também não há informações disponíveis sobre escalas de trabalho ou nomes dos profissionais que estavam em serviço.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação