Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 01 A 03/06/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DIÁRIO DA MANHÃ

Sindimagem anuncia paralisação do atendimento aos usuários da Unimed Goiânia
Em um informe publicitário publicado no domingo (2), o Sindimagem, sindicato que representa as clínicas de diagnóstico por imagem, anuncia a suspensão do atendimento aos usuários da Unimed Goiânia entre os dias 5 e 7 de junho. Clique no link e confira: http://www.dm.com.br/jornal/#!/view?e=20130602&p=9 (02/06/13)
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Frio aumenta dor na coluna
Segundo especialista, frio aumenta dores nos ossos. Em consequência, pessoas que sentem a coluna sofrem neste período

JESSICA TELES

É só o clima mudar, para as pessoas começarem as reclamações de dores nos ossos. Alguns dizem até que é culpa da lua. Muitos médicos já ouviram: “Doutor, quando a lua muda, eu sinto dor no corpo todo.” O ortopedista Zeno Augusto explica: “O frio gera dor óssea, que é desencadeada principalmente por pessoas que possuem a musculatura muito frágil”, diz. E não é apenas em uma região. A pessoa que já quebrou um braço ou operou a coluna sentirá o incômodo. “ A região que foi agredida costuma sofrer ação da mudança de temperatura. A dor articular pode surgir com variações mínimas, como de 20 graus para 18 graus”, afirma.
O tempo continuará assim. As manhãs e noites com o tempo mais ameno, enquanto no período da tarde o tempo está quente. “Essas alterações de temperatura são normais, já que estamos no outono. Como basicamente não tem chuva e a umidade também oscila, estamos todos propensos a resfriados”, acrescenta. Quando a cidade fica encoberta de neblina tem um motivo. “Uma massa polar é formada no Sul do País e chegando aqui três dias depois”, diz Marna Siqueira, chefe da seção de previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Por que isso acontece? Além da falta de proteção muscular, o frio faz desencadear alterações químicas. “Os mediadores da dor, também conhecidos como neurotransmissores são estimulados pela baixa temperatura, ocasionando desconforto”, declara Zeno. Para evitar esse tipo de problema, o recomendado é a prática de exercícios físicos. “ É importante que todos ganhem massa óssea. O aumento acontece na adolescência e início de vida adulta. Infelizmente na época em que a pessoa tem os hábitos alimentares mais alterados, que ingerem poucos alimentos com cálcio, e também comem menos folhas”, diz. A falta de tempo também não pode ser uma desculpa. “A prevenção não começa nem aos 40 anos nem aos 50 anos de idade. Mas sim, na adolescência, início de fase adulta, com mudanças nutricionais e prática esportiva regular. Isso tem que ser levado para vida toda.”
Coluna
A coluna é o o eixo principal de sustentação, que emite comandos do cérebro para todos os órgãos e músculos do corpo. O ortopedista explica: “Sem a coluna, primeiro que agente não ficaria em pé, ela que é o nosso eixo de sustentação e também de proteção. Se ela não existisse, talvez, a medula fosse machucada ou agredida por qualquer trauma mínimo”, diz.
Os problemas relacionados a coluna vão variar conforme a faixa etária. “Em crianças e adolescentes, o problema mais comum é a má postura. A doença mais comum no adulto jovem é a hérnia de disco. A partir da quarta e quinta melhores idades, os problemas são relacionados ao envelhecimento normal da coluna, que agente chama de artrose, popularmente conhecida como bico de papagaio”, declara Zeno. Todos vão envelhecer, tanto homens como mulheres. “O sofrimento que é diferente. A osteoporose, por exemplo, está muito relacionada a alterações hormonais, fazendo diferença na produção óssea, o que prejudica mais rápido as mulheres, devido a menopausa”, diz o ortopedista. Ponto positivo para os homens. “Eles têm menos chances de ter problemas relacionados à perda óssea, tanto da coluna quanto da bacia, que são articulações extremante essenciais”, declara.
Postura
Muito além de uma questão estética, manter a postura é importante para evitar problemas futuros na coluna. “Todos que têm má postura na adolescência, vão para a fase adulta corcundas. Mas, nem sempre sentirão dores. O tratamento evitará isso. A fase mais fácil de correção é na adolescência’, diz o ortopedista. Nos adultos, dá mais trabalho. “Há um bloqueio cerebral. Como já estão muitos anos tortos na mesma posição, o trabalho para corrigir é mais difícil”, afirma Zeno. A correção ocorre primeiramente pelo esporte. “As pessoas têm que entender a importância de uma atividade física. Se a prática não resolver, ai sim deve-se procurar ajuda. “Um ortopedista irá orientar qual será o melhor tratamento. A fisioterapia é uma grande aliada”, declara.
Hérnia de disco
É um processo, uma das fases da degeneração da coluna. “É o envelhecimento do disco. Acontece que a cartilagem presente na coluna, se fragmenta. Esse fragmento pode comprimir uma estrutura nervosa gerando dor na pessoa”, diz o ortopedista. O pico da doença é entre os 20 e 40 anos de idade. E os problemas vêm em cascata. “A hérnia é sempre o início de um processo degenerativo. A partir dos 40 anos, a pessoa não vai ter só a hérnia, talvez um biquinho de papagaio” ressalta zeno. O tratamento em 90% dos pacientes é realizado de maneira conservadora, não cirúrgica. “ Medidas básicas normalmente resolvem, como medicamento, repouso, fisioterapia e acupuntura”, afirma. O procedimento cirúrgico só é realizado, quando o paciente continua sentindo dor. “Existem várias técnicas de procedimento e isso dependerá do tamanho e do local que a hérnia se formou. Há casos que só preciso de uma agulha, como há outros que é necessário fazer orifícios no local”, diz o ortopedista.
Idade
A pergunta “Como você está?” para pessoas de mais idade, costuma ter respostas como “Não ando nada bem”, ou “Tudo dói”. Com Dona Rosa, 80 anos, também não é diferente. A senhora simpática que viveu mais de 40 anos em Brasília, diz que já trabalhou muito na vida e agora sente as consequências. “Eu lavava muito roupa e passava também”, diz. A dor na coluna a incomoda desde os 58 anos. Dona Rosa já fez vários exames que constatou a osteoporose, artrite, reumatismo e hérnia de disco. Quando morava na capital a dor era mais intensa. “ O frio não ajudava. Com não conseguia fazer mais as coisas, a solução foi mudar para Goiânia”, afirma. A dor não permite que Rosa faça atividades básicas.“ Não penteio mais meu cabelo. Preciso de ajuda para escovar os dentes. Minhas filhas e netas me ajudam”, destaca.
O tratamento indicado para Rosa é apenas medicamento. “ Tomo 11 remédios por dia e ainda continuo sentindo dor. Agora que emagreci, parece que dói mais”, diz. A rotina de ficar deitada, sem poder ajudar trouxe uma nova doença. “ Tenho depressão, estou estressada, gostava da minha vida lá em Brasília. Eu vivia bem, mesmo que morando sozinha. Mas, a vida é assim não é minha filha? Às vezes caímos e não conseguimos mais, levantar sozinhos”, conclui Rosa. (02/06/13)
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O perigo da pílula

Estimulantes estão no mercado há mais de 15 anos. Mesmo com muita informação e campanhas, jovens fazem uso de drogas de modo indiscriminado: riscos
MARCELO TAVARES

No mercado há mais de 15 anos, os medicamentos para disfunção erétil – um dos mais conhecidos é o tradicional Viagra, que se refere apenas a uma marca de laboratório – há muito tempo não é utilizado somente por quem realmente precisa e está com problemas de conseguir ereção. Boa parte da população masculina, mesmo sem histórico da doença, tem procurado utilizar o medicamento seja por curiosidade, seja por imaginar que a droga pode potencializar o desempenho sexual. “O uso é bastante difundido. São medicamentos que estão no mercado a cerca de 15 anos”, diz o urologista Vagner Ruiz Gil, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia.
Hoje, para comprar os medicamentos para disfunção não é necessário receita e o preço caiu consideravelmente após o laboratório Pfizer perder a exclusividade na fabricação de uma das drogas existentes. Fabricado à base de um sal, atualmente há vários tipos de substância usadas na fabricação dos medicamentos para disfunção, como o citrato de sildenafila, a tadalafila, cloridrato de vardenafila e o carbonato iodenafila, que podem ser encontrados a partir de R$ 10 o comprimido. Valor acessível que tem feito crescer a busca pelo medicamento mesmo por quem não precisa.
Encontrar pessoas que utilizam o estimulante sexual não é difícil e muito deles jovens, que têm a curiosidade de saber os efeitos. Este é o caso do estudante e empresário Alfredo Neto, de 23 anos, que preferiu não ter sua foto publicada, mas que assume já ter utilizado o Levitra. “Fiz o uso para testar. Tive curiosidade e busquei informações online”, explica.
“Pesquisei tudo, li sobre os efeitos colaterais, estudei a bula, busquei saber da interação do remédio com bebida alcoólica e com alimentos”, diz o jovem que relata não ter ficado com receio de fazer o uso da droga depois de ter feito o levantamento. Ele diz que foi fundamental para o uso o fato de ser saudável. “Não tive medo, hoje não uso mais porque não tenho necessidade” sublinha. Ao utilizar o Levitra, Alfredo disse que não percebeu um super desempenho na relação. “Na hora percebi uma única diferença, que foi o aumento da temperatura corporal. Senti muito calor, mas isso era um efeito colateral da medicação, que sabia que poderia acontecer”, afirma. Ainda segundo o empresário, ele não teve dificuldade para encontrar o medicamento. “Só pedi o remédio e nem precisei de receita, foi super tranquilo”, conta.
O jovem não ter percebido melhora na performance é normal, ele não precisava do medicamento e por isso só ter havido o efeito colateral. “Desde os primeiros estudos, que lançou o medicamento Viagra, o próprio laboratório divulgou amplamente que não há melhora no desempenho. O indivíduo que não tiver dificuldade com ereção, não vai ter benefício nenhum de usar o remédio, terá apenas os efeitos colaterais. Se a pessoa tem uma ereção 100%, não irá turbinar ela para 110%” pondera Vagner Ruiz. Segundo ele, o uso recreativo pelos jovens dos estimulantes sexuais, gera preocupação não pelo medicamento em si, mas sim a seu uso com outras drogas. “Você associa um sildenafila ao álcool, com cigarro, com energético, às vezes, drogas ilícitas, como maconha, cocaína e ninguém sabe direito até onde esta mistura vai chegar. Isto gera interação de química”, explica.
Mas o urologista diz que o uso recreativo do medicamento não acontece só com os jovens, já que pessoas de todas as idades acabam comprando a droga. “Isso, na verdade, não é um privilégio do medicamento para disfunção erétil, a automedicação é um problema ainda bastante combatido”, frisa. Atualmente existe uma gama de medicamentos para a disfunção erétil, já que após a patente do medicamento cair, houve a oportunidade de outros laboratórios também trabalhar com sal.
Para Vagner Ruiz, os medicamentos para a disfunção erétil são eficazes, o que é necessário é o uso correto, ou seja, com indicação correta. “Eles são medicamentos da mesma classe, têm o mesmo mecanismo de ação. São inibidores da fosfodiesterase 5 (PDE5). O mecanismo de ação é predispor a musculatura lisa das artérias penianas ao relaxamento. Quando você relaxa a musculatura ela dilata, permitindo a entrada de um fluxo maior de sangue no pênis e com maior pressão. Isso facilita o indivíduo a ter a ereção”, frisa o médico que é enfático em dizer que o medicamento não irá provocar uma ereção automática, mas apenas predispor a ereção, já que quem dependerá de um estímulo para que o pênis fique ereto. “Os medicamentos são facilitadores da ereção.”
Segundo o urologista, os remédios atuais no mercado têm perfil de segurança cardiovascular bom e são aprovados no mundo inteiro pelos órgãos mais criteriosos de vigilância. “Eles representam baixo risco à vida, seja no uso prolongado ou eventual. Trabalhos mostram que 11% das pessoas têm efeitos colaterais significativos e que desse número, somente 3% abandonam o tratamento porque os efeitos são intoleráveis”, explica Vagner Ruiz.
A única contra-indicação absoluta para o uso do estimulante sexual é para pacientes que usam remédios, para tratar doenças coronarianas, que são à base de nitratos. “O uso concomitante de nitrato é a única contra-indicação para se usar os inibidores da PDE 5. No consultório nunca prescrevemos um medicamento para disfunção erétil sem saber outros que o paciente esteja usando”, relata o médico. Isso porque a associação de nitrato com a sildenafila pode resultar numa queda drástica da pressão arterial, causando tontura, desmaio e por vezes até um ataque de coração.
Mesmo como o urologista ressaltando a segurança dos medicamentos, ele alerta para alguns perigos do uso indiscriminado. “O primeiro é o de toda automedicação, por que só um profissional médico é que tem competência para analisar cada paciente e estratificar quais são os riscos e quais são os benefícios do uso do medicamento. Quando o paciente opta pela automedicação, ele abre mão desse julgamento, não existe a análise do risco/benefício. Ele pode correr riscos desnecessários, e às vezes, não ter o benefício do medicamento. Toda vez que o médico prescreve um medicamento, mentalmente, faz duas perguntas. A primeira é se ele funciona, a segunda é se ele é seguro. Só um profissional sabe, diante de cada caso, responder essas duas perguntas.”
Vagner Ruiz ainda fala de um segundo perigo, esse nem tanto ligado ao jovem, que é o fato do paciente mascarar outras doenças que vêm por trás da disfunção erétil e que o coloca em risco de vida, como por exemplo, uma doença coronariana, que poderia ser descoberta. “O paciente que não procura o médico, ele automedica. Só que continua estressado, obeso, sedentário, fumante, com níveis de colesterol alto, glicemia, hipertensão, que é uma bomba que vai estourar em dois ou três anos. Ao passo que, se ele procurasse um médico, por conta do sintoma da disfunção erétil, seria diagnosticado, e tratado a tempo. A automedicação tem dois perigos: do paciente estar correndo riscos desnecessários e, em longo prazo, de não ter a sua doença diagnosticada”, explica.
O urologista ressalta que disfunção erétil tem como pano de fundo outras moléstias, e que por isso, é considerada uma doença multifatorial, e que medicar o problema só é um passo de outras funções importantes. “O paciente que chega com a queixa de disfunção erétil te abre um leque de possibilidades para observar outras doenças. É o momento de diagnosticar uma dislipidemia, um colesterol alto, uma diabetes subclínica, que ainda não teve manifestações clínicas, hipertensão arterial, obesidade, e também estimulá-lo a parar de fumar e praticar atividade física. Enfim, é a oportunidade de intervir em doenças que vão ter até um significado maior de forma geral”, ressalta o especialista.
Para Vagner Ruiz, a Medicina moderna tem trabalho e demonstrando que a disfunção erétil é um marcador precoce de doenças coronarianas, e que em média, o indivíduo que apresenta a queixa vai apresentar alguns sintomas de doenças coronarianas, como angina ou infarto, em três anos. “Hoje, já se trabalha com essa questão de quem apresenta a disfunção erétil, vai para uma avaliação cardiológica automática. Então, o foco da história da disfunção erétil, não se resume em só prescrever medicamento”, alerta o urologista.

*Uso contínuo vicia indivíduos psicologicamente *
Mesmo os medicamentos para a disfunção erétil sendo eficaz como já citado pelo o médico urologista Vagner Ruiz, a psicóloga Cristiane Afonso Rodrigues, ressalta que o desempenho sexual, quando não há fatores patológicos depende mais do indivíduo. “É importante ressaltar que essas medicações não são afrodisíacas. O efeito tão desejado da ereção prolongada só ocorre quando há excitação”, explica.
Mesmo não precisando do estimulante, muitos jovens que utilizam o medicamento constantemente, podem ter dificuldade numa possível relação sexual sem a pílula. “Mediante a ingestão constante dessas substâncias, o indivíduo atribui o sucesso de sua performance ao efeito exclusivo do remédio e como consequência passa a ter medo da relação sexual sem a sua ‘garantia’. A partir daí tem-se um grande problema: a prática viciante juntamente com a crença de que estará exposto ao fracasso se deixar de tomar o remédio”, analisa a psicóloga.
Para a especialista, é preocupante o número de adolescentes que estão se aventurando nesta prática. Entre os motivos que ela cita para esse uso indiscriminado está a vontade do jovem de impressionar a parceira, a curiosidade dos efeitos da medicação em concomitância com outras drogas e a insegurança durante o ato sexual. “O vício psicológico existe e mostra seus efeitos. A ereção natural dá lugar a uma ansiedade exacerbada, fazendo o homem desfocar do seu objeto de desejo para o medo de falhar.”
Cristiane Afonso explica que para quem tem a disfunção por ordem psicológica, o uso da medicação encobre as causas do problema e protela a busca das verdadeiras soluções. “Neste caso é importante procurar a psicoterapia para abordar e tratar efetivamente os aspectos emocionais que estão prejudicando a saúde sexual. Uma das maneiras imprescindíveis para superar o medo de falhar é tentar, ao máximo, se desconectar dos pensamentos catastróficos e usufruir do que os sentidos do indivíduo estão captando. É o momento de se relacionar mais com o outro e menos com os seus conflitos internos” indica a psicóloga. (1º/06/13)
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O POPULAR

Artigo – Os seios de Angelina

Angelina Jolie é a mulher mais desejada do cinema americano. Possui olhos belos, tão belos, incapazes de se descrever. Tem lábios que parecem pintados pelo maior dos artistas.
Angelina tem fama, dinheiro, muito dinheiro, filhos, muitos filhos. Angelina tem um par perfeito, o homem mais desejado pelas outras mulheres do mundo. Angelina, em suma, tem tudo, até aquilo que não gostaria de ter, um gene BRCA1. Acima de tudo, Angelina tem medo, o medo de sofrer as agruras do câncer, o medo de morrer jovem.
Confrontada com a perspectiva do câncer que matara sua mãe, importunada pelo fantasma da morte precoce, Angelina não hesitou em cortar o mal pela raiz, optou por se autoflagelar, optou pela mastectomia radical bilateral. Quão difícil deve ser para uma mulher símbolo da beleza e da sexualidade tomar uma decisão tão impactante. Os seios têm um significado ímpar para a mulher.
Dependendo da cultura, ocidental ou oriental, aborígine ou cosmopolita, o seio se reveste de particularidades em relação ao erotismo e à sexualidade. Podem, claro, ser ou não considerados eróticos, podem ou não estar ligados à sexualidade. A erotização do seio na cultura ocidental é recente, pois manteve-se, por muito tempo, uma percepção funcional e alimentar dos seios. Além disto, o olhar sobre a nudez se transformou ao longo dos séculos e apenas no final da Idade Média, no Ocidente, é que a nudez passa a ter o sentido erótico que conhecemos hoje. Contudo, o seio permanece discreto até o surgimento do amor romântico, no século 18.
Até o século 18, prevalecia a crença da existência de apenas um sexo; tanto as tradições filosóficas e médicas gregas quanto o cristianismo defendiam que as mulheres eram homens imperfeitos, que não completaram sua formação física ou moral. Para a mulher, a única possibilidade cabível era a procriação, mantendo-a subordinada ao homem, que poderia ser seu pai ou marido.
A mulher ocidental à medida que ocultava o seio, passou a perceber sua importância crescente como arma de conquista. Angelina tem olhos, boca e corpo divinais, mas sabe a importância dos seios na construção de sua feminilidade. Ao tomar a decisão de extirpar seus seios, deve ter sido tomada pelo sentimento da angústia que domina o ser humano ao tomar uma decisão que lhe tira parte de si mesmo.
E o que a decisão pessoal, unilateral, intransferível de Angelina tem a ver conosco? A decisão de Angelina é pautada nos princípios que norteiam a bioética e é isto que precisamos aprender com os seios de Angelina. E quais são estes princípios?
Vejamos: 1–respeito às pessoas nas quais se incorporam dois aspectos éticos: tratar os indivíduos como agentes autônomos e proteção às pessoas com autonomia reduzida. Angelina foi informada pelos seus médicos do risco de contrair câncer e exerceu sua autonomia para decidir o que seria menos traumático para si. 2–Beneficência, obrigação de não produzir danos e minimizar danos previsíveis. Mais do que a beneficência, neste caso, Angelina optou pela não maleficência do câncer. 3–Justiça, tratar igualmente aos iguais, oferecer todas as opções de tratamento disponíveis, inclusive os mais radicais, respeitando o direito do paciente escolher aquilo que julga melhor.
Angelina é fulgurante como atriz, mas acima de tudo fez de seus seios importante arma de cidadania.
Elias Hanna é médico e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) 03/06/13
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Saúde
Usuário reclama de falta de médico em 3 postos
Pessoas que procuraram atendimento em Cais no fim de semana relatam ausência de profissionais
Alfredo Mergulhão

Nem mesmo as postos de saúde vazios proporcionaram facilidades no atendimento aos pacientes da rede pública ontem em Goiânia. Quem procurou serviços médicos no último dia de feriado teve dificuldades para encontrar profissionais. Em apenas três Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) tinham clínicos gerais. Nos outros haviam apenas pediatras.
No sábado a escassez de profissionais foi ainda maior. Neste dia, Sebastião Luís de Freitas, de 61 anos, esteve em três unidades de saúde. Não conseguiu ser atendido em nenhum. O aposentado está com dengue, sofre com dor de cabeça, vômitos e febre constante. O filho dele, o eletricista Delmir Luís de Freiras, de 36 anos, levou o pai aos Cais Nova Era, Chácara do Governador e Jardim América. “Só haviam pediatras. As enfermeiras diziam que eles poderiam atender apenas menores de 12 anos”, relata.
Delmir saiu novamente com o pai ontem de manhã à procura de atendimento. Primeiro ele passou pelo Cais Jardim América, onde mais uma vez não tinha clínico geral. No posto de saúde o eletricista se deparou com o drama de outra pessoa: a estudante Letiane Andrade Reis, de 21 anos. Em Goiânia para participar do congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), ela sofreu uma convulsão e também precisava de atendimento.
Letiane cursa Psicologia na União Metropolitana de Educação e Cultura (Unime), em Itabuna, na Bahia. Na madrugada de ontem, ela passou mal e foi encaminhada ao Cais Jardim América quando amanheceu o dia. Sem conseguir atendimento, a estudante contou com a solidariedade de Delmir para procurar médico em outro posto.
A situação se repetiu no Cais de Campinas. Os dois pacientes foram informados que havia somente pediatra e um cirurgião no local, para atender fraturados. Os funcionários orientaram para que eles buscassem atendimento no Cais Urias Magalhães, onde finalmente conseguiram ser assistidos por médicos. “Eu preciso ser medicada porque tenho de enfrentar 24 horas de viagem de ônibus, até chegar em casa. Eu ainda estou tremendo e meu corpo dói”, disse Letiane. No Cais Novo Horizonte só tinha pediatra.
A reportagem tentou, sem sucesso, localizar o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado, e sua assessoria de imprensa. No sábado, em entrevista à TV Anhanguera, a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que será investigado porque faltou médico no Cais Jardim América. (03/06/13)
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Alto risco
Gestante vai ter atendimento ampliado

São Paulo – O Ministério da Saúde informou que vai investir na ampliação e na qualificação de serviços especializados em atendimento a gestantes que passam por gravidez de alto risco. A portaria que amplia a oferta de maternidades e garante atendimento às gestantes e aos bebês foi publicada anteontem no Diário Oficial da União. A estimativa é que sejam investidos R$ 123 milhões ao ano e que 390 mil grávidas sejam beneficiadas. As informações são da Agência Brasil.
O ministério informa que existem 196 maternidades de referência em gestação de alto risco habilitadas pelo governo. Com a portaria, a expectativa é que o número chegue a 390, enquanto o número de leitos qualificados atinja 2.885 até 2014. As maternidades habilitadas para alto risco tipo 1 (menor complexidade) e alto risco tipo 2 (maior complexidade) vão receber valores diferenciados por cada procedimento – partos e cesarianas em gestação de alto risco.
O texto prevê o repasse de incentivos por cada leito obstétrico classificado como de alto risco. Os leitos reservados para atendimento de alto risco vão receber incentivo de R$ 220 por diária, enquanto novos leitos obstétricos habilitados receberão R$ 220 de incentivo mais R$ 260 correspondentes aos procedimentos diferenciados.
Outra ação de que trata a portaria é sobre o dinheiro para a implantação, a ampliação, a reforma e o custeio das chamadas Casas da Gestante, Bebê e Puérpera, espaços vinculados às maternidades de alto risco. Segundo o ministério, em 2012, foram aprovados 33 projetos para implantação de unidades no país, sendo 14 para construção, dois para reforma e 17 para ampliação. Do total, 18 casas devem estar em funcionamento até o fim de 2014.
De acordo com o governo, são consideradas gestantes com gestação de alto risco as mulheres com doenças que podem se agravar durante a gestação ou com problemas desencadeados neste período, como hipertensão, diabetes, infecções, doenças do coração e do aparelho circulatório. (03/06/13)
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Saúde
Dores crônicas e desconhecidas
Fibromialgia é desconhecia por boa parte de seus portadores, e também por especialistas e clínicos
Camila Blumenschein

Caracterizada por uma dor crônica que se espalha por todo o corpo e que geralmente vem acompanhada por diversos outros sintomas desconfortáveis, a fibromialgia é uma doença ainda desconhecida para 70% de seus portadores. Para piorar, uma pesquisa aponta que 68% dos especialistas e 66% dos clínicos gerais brasileiros admitem dificuldade em distinguir esses sintomas dos de outras doenças, como artrite reumatóide, hipotireoidismo, lúpus, síndrome de Sjögren, síndorme do cólon irritável, labirintite e síndrome uretral.
A doença, que causou diversos problemas à famosa pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954), é definida pelo médico Milton Helfenstein Júnior, reumatologista e assistente doutor da disciplina de Reumatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) como uma síndrome dolorosa crônica. “As pessoas que têm fibromialgia sofrem com dores nos ossos, articulações, tendões e, principalmente, nos músculos. São dores que se espalham por todo o corpo, que duram mais de três meses e que geralmente são acompanhadas de outros sintomas como fadiga e distúrbio do sono.”
Conforme o reumatologista, diagnosticar a fibromialgia é difícil devido à ausência de características clínicas e laboratoriais que sejam específicas desta condição e pela possibilidade da síndorme ser confundida com várias doenças. “Como é uma doença que possui diversos outros sintomas associados à dor como cefaleia, dormência nos membros, palpitação, tontura, zumbido, sensação de inchaço, alteração do ritmo intestinal, dificuldade de concentração, transtorno de humor e outros, muitos médicos acabam confundindo com outras enfermidades”, ressalta.
Helfenstein conta que um estudo realizado no Brasil sobre a fibromialgia mostrou que grande parte dos pacientes têm até 12 outros sintomas diferentes, além das dores no corpo. “Por causa disso, muitas pessoas acabam passando por consultórios de diversas outras especialidades médicas até chegar ao reumatologista, que é o especialista mais bem preparado para tratar e diagnosticar a síndrome.”
Não há radiografia, ressonância ou exame de sangue que diagnostique a doença, de acordo com Helfenstein. As causas da fibromialgia também são desconhecidas pelos médicos. Sabe-se que ocorre um distúrbio do controle da dor que pode ser desencadeado por fatores como estresse, distúrbio do sono, inflamações, excesso de peso, sedentarismo e problemas psicológicos. “Sabemos da existência de fatores desencadeantes que podem causar o desequilíbrio do controle da dor no organismo, mas não há uma causa determinada”, afirma.
Tratamento
Para lidar com uma doença que possui sintomas tão diversificados, o tratamento precisa, geralmente, ser multidisciplinar. São utilizados medicamentos que aliviam a dor e que tratam outros sintomas e é indicado ao paciente realizar higiene do sono. “Para fazer a higiene do sono, orientamos aos pacientes a ter horários para deitar e despertar e evitar situações que podem atrapalhar o sono como dormir com barulho ou ingerir álcool ou café”, afirma o médico.
A prática de exercícios físicos é extremamente importante para quem tem a doença, segundo o Helfenstein. A partir do momento em que a pessoa é diagnosticada com a síndrome, o primeiro passo é a mudança de hábitos de vida. “A fibromialgia não é como uma pneumonia, que basta tomar medicamento para ficar curado. O indivíduo precisa adotar um novo estilo de vida e aderir aos tratamentos recomendados pelo médico. Se o paciente tem disciplina ele consegue se curar”, orienta. (02/06/13)
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Cartas dos Leitores

Internação
Li com esperança e alegria o artigo de Salomão Rodrigues Filho sobre crack e internação compulsória. A intenção do governo de resolver a questão de dependentes é excelente, mesmo que não venha com resultados e eficácia imediata, pois muitas vezes até os internados apresentam resistência e desistência em relação ao tratamento. Como mencionado no texto, inúmeras pessoas que vivem nas ruas precisam de cuidados especiais em relação principalmente à dependência de drogas e com implantação de medidas e construção de instituições de reabilitação, a ajuda poderá chegar a esses mais necessitados.

Stephanie Silva Faria – Goiânia – GO (03/06/13)

Consulta
Sou morador da Região Noroeste e estava com uma consulta marcada desde fevereiro no HGG para o dia 28. Quando cheguei ao hospital, me informaram que o meu médico tinha sido um dos poucos que aderiram à greve promovida pelo sindicato. Não quero aqui criticar os doutores por conta da sua reivindicação, que deve ser justa. Imagino que seja. Mas fiquei indignado porque deixaram para avisar que ia haver paralisação em cima da hora, sem informar os pacientes.
Eu ganho um salário mínimo. Gastei vale transporte e perdi um dia de trabalho para comparecer à consulta. Acho que os médicos podiam fazer seu protesto com um pouquinho mais de consideração comigo e com as mais de dez pessoas que foram ao hospital e tiveram de voltar para casa sem atendimento.

Carlos Eduardo Dutra – Setor Oeste – Goiânia (1º/06/13)

Medicina
Não é novidade pra ninguém que o deputado Ronaldo Caiado, além de político respeitado, também é médico. Em seu artigo publicado no dia 30 de maio no POPULAR, ele descreveu bem a realidade da saúde brasileira e da intenção, diga-se de passagem equivocada, do governo federal de trazer médicos de países onde, na minha opinião, fazer medicina é tão fácil quanto ingressar na maioria das faculdades particulares do Brasil.
Caiado cita pesquisa do Conselho Federal de Medicina que demonstra que as cidades com maior número de médicos por habitantes são também as que têm o maior número de reclamações. O deputado explana com conhecimento de causa a situação dos médicos que se arriscam em cidades do interior sem as mínimas condições de trabalho, ficando a mercê de prefeitos que, além de pagarem salários indignos, muitas vezes não pagam.
Fazer medicina no interior do País nos moldes atuais é, no mínimo, parar no tempo e correr o risco de sair com uma mão na frente e outra atrás. Parabéns ao nobre deputado pelo artigo.

Otaviano de Moraes – Setor Oeste – Goiânia  (1º/06/13)
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Importados
Sete remédios têm isenção de imposto

Brasília – Sete medicamentos utilizados no Sistema Único de Saúde (SUS), e sem concorrentes fabricados no Brasil, tiveram o Imposto de Importação zerado. A decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a diminuição das tarifas vai contribuir para a redução das despesas do SUS, porque os medicamentos são caros e provocam grande impacto no orçamento do Ministério da Saúde.
A medida abrange três medicamentos usados no tratamento da artrite reumatoide (Abatacepte, Cetolizumabe Pegol e Golimumabe), dois remédios para a hepatite C (Telaprevir e Boceprevir), um medicamento indicado para prevenção de infecções respiratórias (Palivizumabe) e o hemoderivado Fator VIII, usado no tratamento de hemofílicos. Para os medicamentos contra a hepatite C, o Imposto de Importação caiu de 8% para 0%. Nos demais casos, a tarifa passou de 2% para 0%.
Para não descumprir as políticas comerciais do Mercosul, que limitam o número de produtos que podem ter tarifas diferentes do restante do bloco, a Camex teve de aumentar o Imposto de Importação dos congeladores blast freezers, utilizados no congelamento de plasma sanguíneo. Esse equipamento foi retirado da lista de exceções à tarifa externa comum e voltou a pagar 20% para entrar no país. (1º/06/13)
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SAÚDE BUSINESS WEB

Dedução dos gastos favorece operadoras em detrimento da rede pública

Dedução de impostos para o pagamento de planos de saúde representa cerca de 50% da renúncia fiscal total do governo federal dada para serviços de saúde

A renúncia fiscal dada pelo governo a empresas e pessoas físicas que pagam por serviços de saúde privados tem favorecido o crescimento das empresas do setor, em detrimento do investimento na rede pública. Com isso, o atendimento público fica mais difícil para quem não tem condições de pagar e precisa recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A conclusão é parte da análise divulgada nesta última terça-feira (28) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o documento Mensuração dos Gastos Tributários: o Caso dos Planos de Saúde, a dedução de impostos para o pagamento de planos de saúde representa cerca de 50% da renúncia fiscal total do governo federal dada para serviços de saúde.
Em 2011, do total renunciado (R$ 15,8 bilhões), R$ 7,7 bilhões se referem apenas ao pagamento de planos e representa um quarto do investimento feito naquele ano pelo Ministério da Saúde no SUS – média que vem se mantendo desde 2003.
No entanto, o favorecimento aos planos, que têm 9% do faturamento de gastos tributários, não se reflete em reajustes menores de mensalidades ou aumento da qualidade. Para o economista autor da pesquisa, Carlos Octávio Ocké-Reis, ante o peso das deduções no total da renúncia, o governo deveria exigir mais das operadoras. “Esses gastos entram na conta da inflação. Então, para conter os reajustes, essa renúncia deveria ser instrumento de barganha”, argumentou.
Outro problema, na avaliação de Ocké-Reis, é o não ressarcimento do atendimento feitos pelo SUS aos clientes de planos com vacinação, urgência e emergência, por exemplo. Segundo o especialista, esses serviços geram custos extras e sobrecarregam a rede pública, favorecendo apenas a quem pode usar os dois sistemas, mesmo pagando apenas um. “Em tese, aquela pessoa que não tem esse benefício recebe menos do governo, o que gera um problema de justiça redistributiva”, disse.
De acordo com a pesquisa, gastos com hospitais e clínicas privadas no Brasil, por sua vez, representam 20,5% das deduções do Imposto sobre a Renda (IR) da Pessoa Física e do IR da Pessoa Jurídica – o pagamento feito pelo empregador que assiste seus empregados e pode ser descontado do lucro tributável. Os profissionais da área de saúde são responsáveis por mais 16,6% dos gastos com renúncia.
“Somente o gastos tributário com hospitais e clínicas foi R$ 1,5 bilhão. Quantos programas Saúde da Família poderiam ser feitos, quantas UPAs [unidades de Pronto-Atendimento], quantos leitos novos poderiam ser ofertados com esse recurso?”, criticou o economista. A pesquisa foi feita com base em cruzamento de dados da Receita Federal. (02/06/13)
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ANS reconhece que pode melhorar na cobrança do ressarcimento ao SUS

Em relação à matéria publicada no dia 26 de maio nos jornais O Globo e Folha de São Paulo, intitulada “A porta giratória da ANS e das operadoras” a Agência Nacional de Saúde Suplementar esclarece:

Desde 2009, na gestão do então Presidente Dr. Mauricio Ceschin e do diretor Dr. Leandro Reis Tavares, a ANS tem adotado uma série de medidas para tornar mais eficaz o processo de ressarcimento ao SUS pelas operadoras de planos de saúde. As mudanças gerenciais implementadas permitiram que a Agência repassasse nos últimos dois anos cerca de R$ 166 milhões de reais ao Fundo Nacional de Saúde, valor maior do que todo o histórico de cobrança do ressarcimento feito pela Agência desde o ano de 2001. Neste período foram cobrados ainda cerca de R$ 510 milhões de reais das operadoras e encaminhados R$ 161 milhões para a dívida ativa, o que também representou um recorde com relação aos demais anos.
A ANS reconhece que ainda há espaço para melhoras na eficiência da cobrança do ressarcimento e com esse objetivo também avançou ao determinar através de Resolução Normativa que as operadoras tenham em seu cadastro o número do Cartão Nacional de Saúde de seus beneficiários. Para o cidadão, a identificação via CNS possibilitará o registro eletrônico de saúde nas bases de dados dos hospitais públicos e privados, bem como nos planos de saúde. Isto contribuirá para a continuidade da assistência recebida, independente do financiamento público ou privado. O uso do número do CNS por todos os cidadãos brasileiros vai integrar os cadastros do SUS e da Saúde Suplementar, proporcionando melhorias na gestão da saúde no país, agilizando ainda mais o ressarcimento ao SUS e dando as bases para a construção de um registro eletrônico em saúde nacional.
O atual diretor de Desenvolvimento Setorial, Bruno Sobral afirmou recentemente que além das ações implementadas no passado, outro avanço importante foi a aprovação de Resolução Normativa que permite uma forma de contabilização financeira mais vantajosa para operadoras que se mantêm adimplentes com o SUS. Além desse incentivo adicional para pagamento e repasse ao SUS, a ANS estuda a criação de um cadastro positivo e de um selo para bons pagadores do ressarcimento.
Quanto à indicação dos diretores da Agência, é realizada criteriosa pesquisa sobre os canditados pela Casa Civil, seguida de sabatina no Senado Federal e votação em plenário. Somente, então, o candidato pode tomar posse como diretor da Agência Reguladora. (1º/06/13)
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O HOJE

Especialistas questionam eficácia de Lei Antidrogas
Psiquiatras e delegado da área de narcóticos alertam para necessidade de políticas públicas mais profundas, além da legislação
LYNIKER PASSOS

O projeto que prevê a possibilidade de internação compulsória, involuntária ou tratamento especializado para usuários de droga, aprovado pela Câmara dos Deputados, antes mesmo de passar por votação no Senado e ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff, já levanta questionamentos com relação à execução da internação e do tratamento que será destinado aos dependentes químicos.
O texto prevê que o juiz, com base em um laudo emitido por comissão técnica, poderá encaminhar os dependentes químicos e traficantes viciados em drogas para tratamento especializado e, se necessários, à internação compulsória. Recentemente os integrantes da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) mantiveram inalterada sentença que determina a internação compulsória de um adolescente em clínica de dependentes químicos em Aparecida de Goiânia.
No entanto, outra polêmica levantada pela nova lei Antidrogas prevê a internação involuntária, ou seja, aquela em que a família ou responsáveis legais de usuários de drogas requerem, mesmo sem o consentimento do dependente. O projeto também aumenta as penas para traficantes de drogas de 5 a 15 anos para 8 a 15 anos.
O médico psiquiatra e presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), Salomão Rodrigues Filho, analisa que a internação compulsória precisa ser um processo de tratamento para aqueles que precisam e não têm. Ele também avalia que a ação não deve ficar restrita aos dependentes químicos de crack, mas também alcançar dependentes de outras drogas e os pacientes com outros transtornos mentais.
O especialista acredita que o governo deve realizar acompanhamento pleno de dependentes químicos e de qualquer outro doente mental, pelo tempo que necessitarem, pois, não sendo observados esses princípios, a iniciativa não passaria de uma limpeza das ruas.
De acordo com um levantamento encaminhado ao Conselho Regional de Medicina (CRM), em Goiás, 61% dos crimes dolosos contra a vida estão relacionados a drogas. Na população carcerária o problema também evidente. De 500 mil detentos, mais de 60 mil são doentes mentais graves. O CRM afirma também que a dependência química é uma doença crônica grave e não somente um problema social ou psicológico.
Além disso, ressalta que as ações na área da saúde e nas três esferas de governo e entre diversos órgãos em uma mesma esfera não são integradas e não são harmônicas e que a política do Ministério da Saúde para assistência de dependentes químicos é tímida e equivocada.
Psicólogo e conselheiro do Conselho Regional de Psicologia de Goiás e Tocantins (CRP), Eriko Netto de Lima também levanta questionamentos. O especialista afirma que o CRP é contrário à internação compulsória, “mas eu, como psicólogo, vejo que o ideal seria a internação involuntária com o aval do médico e da família.”
Eriko disse que a internação compulsória deve ser a última estratégia de intervenção. “Seria necessária naquele ponto em que a pessoa não tem limite nenhum e também não responde a nenhum outro tipo de tratamento,” relacionou. Avalia que a inexistência de um Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) de Álcool e Drogas (A/D) que funcione no período de 24 horas minimiza o tratamento realizado em Goiânia.
Lembrou ainda que existe uma mobilização social para que o projeto seja aprovado. “A gente pode levantar algumas questões, como, por exemplo, qual seria realmente a intenção. Estamos próximo da Copa do Mundo no Rio de Janeiro, podemos pensar que isso será uma higienização dessa população”, lembrou. Quem na verdade está interessado nisso?”, indagou.
Clínicas-prisões
Já o delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), Odair Soares, se posiciona a favor da internação compulsória para salvar vidas. “Sou a favor porque estamos lidando com vida. Se isso vai resolver ou não, eu não sei, mas já é uma tentativa”, opinou.
Ele disse ainda ter algumas dúvidas com relação à eficiência desse tipo de tratamento, pois o dependente será levado à força para a clínica. “A pessoa dificilmente segue um tratamento desse tipo sem querer. O risco é as clínicas virarem cadeias. Tenho medo de as clínicas se transformarem em prisões”, alertou.
Com relação ao impacto em que a provável futura medida poderá ocasionar na segurança pública, ele não é otimista. “O impacto não deve ser tão grande para segurança pública, mas sim para a saúde pública. Se tiver na segurança será um reflexo bem pequeno.” (02/06/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação