CLIPPING SINDHOESG 02/06/17

2 de junho de 2017

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Homem foi preso suspeito de furtar hospital se passando por médico, em Goiânia
Pais pedem ajuda para custear tratamento para a filha
Pacientes do Imas reclamam de dificuldade no atendimento no Araújo Jorge, em Goiânia
Pacientes dormem na fila durante a madrugada e não conseguem marcar exames, em Goiânia
Médicos reclamam de coação e definem novo prazo para reorganização da Dona Íris
Médicos denunciam redução no atendimento da Maternidade Dona Íris
Portaria da Secretaria Estadual de Saúde dispõe sobre prescrição de toxina botulínica para tratamentos
Operação Resgate fecha duas clínicas
Goiânia vai sediar congresso nacional de saúde da PM e bombeiros militares (De 22 a 24 de junho)
O bebê com microcefalia que desafia os diagnósticos médicos


TV ANHANGUERA/GOIÁS
Homem foi preso suspeito de furtar hospital se passando por médico, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/homem-foi-preso-suspeito-de-furtar-hospital-se-passando-por-medico-em-goiania/5912134/

………………………………….
Pais pedem ajuda para custear tratamento para a filha
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-1-edicao/v/pais-pedem-ajuda-para-custear-tratamento-para-a-filha/5910055/

…………………………….
Pacientes do Imas reclamam de dificuldade no atendimento no Araújo Jorge, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/pacientes-do-imas-reclamam-de-dificuldade-no-atendimento-no-araujo-jorge-em-goiania/5911306/

…………………………………

Pacientes dormem na fila durante a madrugada e não conseguem marcar exames, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-1-edicao/v/pacientes-dormem-na-fila-durante-a-madrugada-e-nao-conseguem-marcar-exames-em-goiania/5910136/

………………………………….

JORNAL OPÇÃO
Médicos reclamam de coação e definem novo prazo para reorganização da Dona Íris

Por Matheus Monteiro

Em reunião mediada por Sindicato, médicos da maternidade disseram que foram orientados a mudar de escala ou pedir demissão

Em reunião realizada nesta quinta-feira (1º/6) convocada pelo diretor da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), José Antônio de Morais, os médicos da Maternidade Dona Íris reclamaram que estavam sendo coagidos a optarem por mudar a escala de trabalho ou pedirem demissão.
O encontro aconteceu no mesmo dia em que o Jornal Opção recebeu a denúncia a respeito da redução da carga horária dos mesmos. Em reunião na última terça-feira (30), eles foram orientados a reduzir a carga horária a partir desta quinta-feira ou seriam demitidos.
Após protesto, os médicos decidiram se organizar, mas, resolvida internamente a questão da carga horária, aqueles que decidiram ficar no trabalho, tanto com a mesma carga quanto reduzida voluntariamente, tiveram suas escalas de trabalho alteradas sem consentimento dos mesmos.
Inconformados com as alterações, os médicos pediram então para serem demitidos, mas teriam recebido a notícia que a “cota de demissões” estava finalizada.
Na reunião, que foi mediada pelo presidente do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Rafael Cardoso Martinez, a Fundahc explicou que houve um mal entendido, e foi definido um prazo de 15 dias para que os médicos definam suas escalas voluntariamente, sem que ninguém saia prejudicado.
Em entrevista ao Jornal Opção, Rafael disse que o saldo da reunião é positivo. “Nós tínhamos a informação que estava encaminhando para um acordo unilateral e percebemos que deu-se agora uma margem de dias para se acertar as escalas de uma maneira que fique bom para a população, para os médicos e para a gestão da maternidade”, afirmou.
Segundo ele, uma nova reunião será feita apenas em caso de desacordo entre os próprios médicos.
………………………………………..  

Médicos denunciam redução no atendimento da Maternidade Dona Íris

Segundo os profissionais, fundação que administra o hospital os convocou para dizer que caso eles não diminuam as horas de trabalho, serão demitidos

Médicos da Maternidade Dona Íris procuraram o Jornal Opção para denunciar a redução da sua carga horária. Segundo eles, os diretores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) os convocaram na última terça-feira (30/5) para informar que, caso eles não quisessem diminuir as horas de trabalho já a partir desta quinta-feira (1º/6), seriam demitidos.
Com os protestos dos médicos, a Fundahc desistiu de promover a mudança imediatamente e resolveu estabelecer a redução a partir de julho. Ainda não houve nenhuma formalização escrita da proposta mas, de acordo com os profissionais, a decisão afeta todo o corpo médico. Além disso, o contrato da fundação com a prefeitura segue até outubro e, depois de findado, todos eles serão demitidos.
Para resolver o imbróglio, o diretor da Fundahc, José Antônio de Morais, convocou uma reunião para esclarecer o assunto e negociar com os profissionais. Os médicos já procuraram advogados e o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), questionando a postura da Fundach: “Nós temos contrato, eles não podem obrigar a gente a reduzir o horário”, reclamou um deles.
Além da questão salarial, os médicos também denunciam a eventual perda de qualidade no atendimento da maternidade. “As pessoas vão continuar vindo, mas não vai ter gente para recebê-los. Já houve redução no número de leitos, de 61 para 47, como é que vai ficar a situação da Dona Íris?”, questionam.
Em resposta ao Jornal Opção, a Fundahc afirmou que a proposta é uma tentativa de manter os médicos empregados. Segundo José Antônio, o contrato da fundação com a prefeitura acabaria neste fim de semana, mas foi prorrogado até outubro para que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) substitua, gradualmente, os prestadores de serviço por concursados. De acordo com ele, não haverá piora no atendimento do hospital, que estava com mais profissionais que o necessário.
………………………………….

CREMEGO

Portaria da Secretaria Estadual de Saúde dispõe sobre prescrição de toxina botulínica para tratamentos

Publicada no Diário Oficial do Estado e já em vigor, a Portaria n° 416/2017, da Secretaria Estadual de Saúde, trata do novo fluxo do medicamento toxina botulínica, cuja dispensação, de acordo com a Portaria n° 1.554, de julho/2013, é de responsabilidade da Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa. Os médicos prescritores de doenças/agravos previstas no Programa do Componente Especializado da Assistência FarmacêuticalCEAF devem ficar atentos às mudanças.

De acordo com a nova portaria assinada pelo secretário Leonardo Vilela, a prescrição, o relatório e/ou parecer e o Laudo para Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (LME), exigidos na abertura e na renovação de processos para solicitação do uso do medicamento toxina botulínica injetável de uso ambulatorial, deverão ser preenchidos por médicos com especialidade em neurologia, ortopedia ou fisiatria. Nos casos de biefaroespasmo (CID.10: G24.5), esses documentos poderão ser preenchidos adicionalmente por oftalmologistas.

A prescrição deverá seguir, preferencialmente, o modelo de Receituário Padrão e deverá conter obrigatoriamente, no intuito de avaliação do processo, o nome do (s) músculo (s) e o número de pontos de aplicação em cada músculo com a(s) respectiva(s) dose(s) a ser(em) aplicada(s) em cada ponto.

A portaria prevê ainda que a dose máxima por aplicação, num intervalo de três meses, não deverá exceder as quantidades preconizadas nos PCDTS emitidos pelo Ministério da Saúde, bem como as recomendações emitidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.  A aplicação da toxina botulínica injetável nos pacientes com processo deferido pela CMAC Juarez Barbosa e CMAC Pireneus será realizada nos Centros de Referência de Aplicação (CRA) a serem habilitados e cadastrados pelo Gestor Estadual, visando ao uso racional do medicamento.

A lista dos Centros de Referência estará disponível no site da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de Goiás.  Os pacientes que atenderem aos critérios estabelecidos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT's) para o uso do medicamento toxina botulínica injetável serão conduzidos a um dos Centros de Referência, para uma reavaliação médica quanto aos pontos de aplicação, doses a serem administradas e a adequação aos parâmetros clínicos estabelecidos pelos PCDTs específicos de cada patologia.

Os Centros de Referência de Aplicação do medicamento deverão atender a uma prescrição médica, já devidamente autorizada e avaliada pela Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa e que esteja de acordo com os preceitos estabelecidos pelos PCDT5, emitidos pelo Ministério da Saúde e pela Tabela atualizada de Procedimentos, Medicamentos, Órteses. Próteses e Materiais Especiais do Sistema único de Saúde (SUS), utilizados para a execução do CEAF.

No ato da aplicação da toxina botulínica, o paciente ou seu responsável legal deverá assinar documento especifico contendo a (s) dose (s), o (s) músculo (s) e a (s) quantidade (s) aplicada (s) pelo profissional do Centro de Referência.  Os Centros Especializados em Reabilitação (CEP), que contarem com as especialidades médicas autorizadas a fazer a prescrição poderão ser cadastrados pelo Gestor Estadual, para a aplicação da toxina botulínica, devendo seguir os fluxos de atendimento e logística em vigor.
………………….

O POPULAR

Operação Resgate fecha duas clínicas

Ação da Polícia Civil e Vigilância Sanitária constata irregularidades em comunidades terapêuticas
Natália Araújo
Depois que dois internos denunciaram às famílias o que sofriam nas comunidades terapêuticas Clínica Renascer e Nova Vida. no Residencial Delia Penna, em Goiânia, as instituições foram interditadas pela Operação Resgate. Durante a ação, realizada pela Polícia Civil em conjunto com a Vigilância Sanitária, duas pessoas foram autuadas em flagrante.
Essa é a terceira interdição de comunidades terapêuticas que acontece na capital. O superintendente de vigilância em saúde do município, Robson Azevedo, explica que os principais problemas encontrados nesses locais dizem respeito à internação involuntária com impedimentos de saída dos pacientes, presença de medicamentos e, em algumas. a aplicação de castigos.
Robson explana que as comunidades terapêuticas devem ser regularizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estima-se que existam 2 mil unidades espalhadas em lodo o País. O número de estabelecimentos presentes na capital não foi informado.
Os centros terapêuticos, reforça o superintendente, não são estabelecimentos de saúde e não realizam tratamentos. Sendo assim, funcionam como locais de pós-tratamento, ou seja, a pessoa é levada após iniciar o tratamento e caminha para a reinserção social.
Esses centros, então, frisa Robson. devem ler um espaço físico digno, oferecer segurança, não devem praticar a contenção física, não medicar os internos. não aplicar castigos e nem restringir a liberdade de ir e vir de quem está ali. "A adesão tem que ser voluntária porque a internação pode ser interrompida a qual quer momento", pontua.
O que foi encontrado na Clínica Renascer e Nova Vida, narra o superintendente foram pacientes internados, trancados, sem a liberdade de saírem quando desejassem. Um armário com remédios e receitas medicamentos as também foram identificados. "Enviamos isso para o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) para que eles averiguem essa situação".
Castigos físicos também seriam aplicados aos internos. Um cassetete onde lê-se "Boa noite" foi localizado, assim como um colchão jogado num buraco, e uma máquina de choque. Ao delegado Eduardo Gomes Júnior, do 15° Distrito Policial, os internos relataram que ao descumprirem alguma norma eram castigados e. na maioria das vezes, sofriam também com os maus-tralos e torturas psicológicas.
O alvará sanitário eslava irregular, o documento está vencido e não foi renovado. Um relatório apontando essas pendências está sendo elaborado. A estimativa é que o documento esteja pronto em 20 dias. Os centros só poderão ser reabertos se houver a regularização.
Foram encontrados 56 internos, nas duas clínicas, sendo 33 homens e 23 mulheres.
Mensalidades de até R$ 1.800
De acordo com as investigações, as mensalidades das clínicas variavam de R$ 1 mil a R$ 1.800 para o tratamento de dependentes químicos. Mas a situação encontrada nas comunidades terapêuticas Renascer e Nova Vida segundo o delegado, Eduardo Gomes Júnior, diz respeito aos crimes de cárcere privado e organização criminosa A polícia autuou em flagrante a responsável pela prática religiosa no local, Renata Marques Lima Magalhães, e o enteado dela Thaynan Rodrigues Siqueira Magalhães, administrador. Eles foram liberados em audiência de custódia realizada ontem à tarde. O proprietário Agapio Souza Magalhães fugiu.
Os internos foram levados para exames módicos e, depois, para as famílias ou casas de acolhida pela Secretaria Municipal de Assistência Social.
……………………………………..

A REDAÇÃO
Goiânia vai sediar congresso nacional de saúde da PM e bombeiros militares (De 22 a 24 de junho)
Goiânia – Goiânia vai sediar entre os dias 22 e 24 de junho o XXI Congresso da Associação Brasileira das Polícias Militares e Bombeiros Militares. Focado na saúde dos militares, o evento vai ocorrer paralelamente ao XIV Congresso da Academia Nacional de Saúde das Polícias Militares e Bombeiros Militares e o IV Encontro de Saúde Mental. As atividades vão ser realizadas no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).
O jornalista, apresentador e colunista político, Alexandre Garcia, vai participar da abertura do evento. Ele será o palestrante principal da solenidade com o tema: Política Brasileira e Mundial – Atualidades (Direita Volver).
O evento conta com o apoio da Fundação Tiradentes, Polícia Militar de Goiás e Corpo de Bombeiros de Goiás, e conta com o patrocínio do Governo de Goiás.
……………………………..
DIÁRIO DA MANHÃ

O bebê com microcefalia que desafia os diagnósticos médicos

João Miguel, de 1 ano e seis meses, já anda e senta sem a ajuda dos pais e das irmãs.
Mas não apenas isso. Ele corre e brinca por toda a casa. Tudo isso seria normal, se ele não fosse um caso grave de Síndrome Congênita do Zika
Seria normal em um bebê saudável, mas João nasceu com microcefalia causada pelo vírus Zika, e aos oito meses, chegou a ficar à beira da morte. Agora, seu desenvolvimento surpreende médicos e familiares.
"As médicas ficam surpresas e felizes com ele. Elas comentam que a situação toda dos bebês é triste, mas que é bom ver um deles mostrando para a medicina que a microcefalia não é algo tão monstruoso como as pessoas acham", disse à BBC Brasil a pernambucana Rosileide Maria da Silva, de 31 anos, mãe do garoto.
João foi uma das 2.653 crianças no Brasil que tiveram microcefalia e outras deficiências causadas pelo Zika durante a gestação, de acordo com dados do MINISTÉRIO DA SAÚDE.
Ele nasceu com um perímetro cefálico de 29 centímetros (o parâmetro para identificar casos de microcefalia é de igual ou inferior a 31,9 cm em meninos) e uma séria deficiência visual. Ele não move normalmente o braço direito e ainda não fala.
Está, no entanto, bem distante do bebê que, um ano atrás, causou comoção no Recife por ter ficado quatro dias na emergência de um hospital público à espera de uma vaga na UTI – mesmo depois de um pedido do Ministério Público à Justiça.
Na época, João era um dos bebês microcéfalos sofrendo de graves problemas respiratórios – uma consequência da dificuldade que seus cérebros tinham de coordenar a respiração e a deglutição.
"Ele teve duas paradas cardíacas. O médico disse para mim: "mãe, se prepare para o pior porque seu filho está muito grave, não tem jeito"", relembra Rosileide.
"Eu entrei na UTI sem expectativa de nada, mas prometi a mim mesma que ia lutar pela saúde dele e que ia provar que a deficiência dele não é tudo o que se mostra."
Desempregados, pais de João Miguel fazem bicos para sustentar os três filhos Visão Assim como muitas crianças da "geração Zika", que nasceram principalmente nos Estados do Nordeste, João Miguel tinha um prognóstico ruim ao nascer.
"Primeiro a médica me deu um susto, disse que João talvez não fosse andar, talvez não fosse falar. Até porque era novo para ela também", diz Rosileide.
Como nem sempre havia vagas para as sessões de fisioterapia nos hospitais e centros de reabilitação – por causa do grande número de crianças afetadas, muitos ainda estão na lista de espera -, boa parte do estímulo inicial que o bebê recebeu foi feito por sua mãe, em casa.
"Eu faço terapia com ele em casa todos os dias, desde que ele nasceu, mesmo sem saber direito o que era ideal pra ele e o que não era. Depois, a doutora me orientava e eu continuei fazendo", relembra.
Rosileide faz exercícios para estimular o desenvolvimento do filho diariamente desde seu nascimento, mesmo antes de frequentar fisioterapia João Miguel foi, no entanto, uma das crianças a conseguir uma vaga na Fundação Altino Ventura, um avançado centro de reabilitação no Recife que dá especial atenção às deficiências visuais das crianças – mais da metade das afetadas pelo vírus apresenta tais deficiências, segundo os estudos atuais.
"Sabemos que 90% da visão se desenvolve no primeiro ano de vida da criança, porque o cérebro tem uma neuroplasticidade maior. Uma vez que a visão delas é estimulada, o desenvolvimento global aumenta muito", disse à BBC Brasil Liana Ventura, diretora da fundação.
As sessões de terapia visual de João Miguel, por exemplo, começaram na penumbra, porque sua dificuldade visual o deixava mais sensível, para que ele aprendesse gradualmente a reconhecer fontes de luz. Hoje, já brinca com todas as luzes acesas.
"João tem estrabismo e nistagmo (um tremor involuntário no olho que pode resultar em visão reduzida). Ele enxergava pouco mesmo. Mas com a estimulação, passou a perceber mais os objetos, principalmente os coloridos e os que têm brilho. E a partir daí melhorou muito", disse à BBC Brasil a terapeuta visual do garoto, Lana Dantas.
"A expectativa é que essas crianças demorem mais para desenvolver a parte motora, mas João surpreendeu a gente mesmo, teve um bom desenvolvimento."
Primeiro ano de vida é período fundamental para o desenvolvimento do cérebro e da visão das crianças afetadas pelo Zika, segundo especialistas Há cerca de dois meses, João recebeu alta das sessões de fisioterapia. Ele continua na terapia visual e começará a frequentar um grupo para estimular a fala.
A neuropediatra Vanessa van der Linden, que acompanha João Miguel desde o seu nascimento, ressalta que o estímulo e a fisioterapia são fundamentais para as crianças com Síndrome Congênita do Zika, mas que é difícil prever como cada uma delas responderá.
"Ele ainda é uma criança que tem um comprometimento neurológico importante. Mas algumas delas se desenvolvem mais mesmo. Depende de como o vírus afeta o cérebro de cada uma", afirma.
Com terapia visual, João passou a reconhecer objetos e fontes de luz com mais facilidade "Pior ser humano" Rosileide e o marido, Josenildo Nunes, que também têm duas filhas adolescentes, estão desempregados desde que João Miguel nasceu.
Para conseguir arcar com os custos dos remédios do bebê, eles contam com o auxílio-doença fornecido pelo governo.
Há alguns meses, Rosileide começou também a vender cosméticos para complementar a renda da casa. "A gente vive assim. Um dia falta, no outro dia tem." Há um ano, João Miguel foi internado na UTI com problemas respiratórios e teve duas paradas cardíacas Há um ano, Rosileide falou com a BBC Brasil sobre a batalha para conseguir uma vaga na UTI para João Miguel. Ao falar sobre a preocupação com o filho, disse que se sentia "o pior ser humano do mundo".
"Pensei que iria perder meu filho. Eu me culpava. E foi algo tão rápido que eu não entendia", diz, emocionada.
"Hoje sei que tudo o que eu fiz naquele momento valeu e continua valendo a pena. Eu lutei pela saúde dele e hoje só choro de alegria por ver o desenvolvimento de João." Algumas semanas atrás, João Miguel conheceu a praia pela primeira vez. Ele teve um pouco de medo das ondas, segundo a mãe, mas logo se acostumou. Agora, quer voltar sempre. João Miguel, de 1 ano e seis meses, já anda e senta sem a ajuda dos pais e das irmãs. Mas não só isso. Ele corre e brinca por toda a casa.
………………………………………….

Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação