ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Estudo distorce dados para dizer que países que usaram a hidroxicloroquina tiveram 75% menos mortes pela covid-19
Vacina em teste de Oxford é a primeira a pedir análise de registro pela Anvisa
Anvisa promete rapidez na análise dos documentos da vacina de Oxford
Goiás tem 3,1 mil novos casos e 51 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas
Brasil contabiliza média diária de 698 óbitos por covid-19
Um a cada cinco jovens nunca foi ao oftalmologista, aponta pesquisa
O ESTADO DE S.PAULO
Estudo distorce dados para dizer que países que usaram a hidroxicloroquina tiveram 75% menos mortes pela covid-19
A pesquisa, anônima e manipulada, foi divulgada por um site de extrema-direita com histórico de publicação de conteúdos distorcidos
Esta checagem foi produzida pela coalizão do Comprova. Leia mais aqui.
Um estudo sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19 usa dados e informações incorretas para concluir que países que usaram a droga tiveram 75% menos mortes. Tanto a hidroxicloroquina quanto a cloroquina não possuem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. Os dados foram compartilhados no Twitter por Arthur Weintraub, antigo assessor especial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Para atingir os resultados, os responsáveis pelo estudo excluíram países que adotaram as medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como distanciamento social e o uso de máscaras. Os autores, que não se identificaram, também manipularam termos científicos e editaram o texto da pesquisa sem sinalizar aos leitores.
'A quantidade de variáveis confundidoras é tão grande que esse desenho de estudo é inadequado para abordar essa pergunta científica (se a cloroquina é eficaz como tratamento precoce). A forma adequada e com menor risco de ruído de variáveis confundidoras é fazer um estudo clínico randomizado [quando um grupo aleatório toma o remédio e outro grupo, um placebo]', explica Letícia Kawano-Dourado, pneumologista e pesquisadora da Universidade de Paris, na França.
Como verificamos?
A publicação de Arthur Weintraub levava para um tuíte da médica Simone Gold, que havia colocado o link de uma notícia do site norte-americano de extrema-direita WND, publicação que possui histórico de notícias falsas. Ao acessar a matéria, encontramos o link do estudo que embasou a publicação.
Procuramos pelos autores no site HCQTrial.com, mas, na página de 'perguntas frequentes', eles afirmam que querem seguir anônimos. Ainda assim, enviamos uma mensagem no campo de 'feedback' e não tivemos retorno.
Na sequência, procuramos no Google matérias que tivessem relação com o que foi publicado na página do estudo. Encontramos um texto de David H. Gorski, pesquisador e médico oncologista da Universidade Wayne State, nos Estados Unidos, com longas críticas ao artigo. Também encontramos a conta do Twitter do biologista Carl Bergstrom, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Ele também fez críticas ao estudo.
Depois, entramos em contato com o infectologista Gerson Salvador, da USP. Ele analisou parte do estudo e nos indicou a médica Letícia Kawano-Dourado, pneumologista e pesquisadora da Universidade de Paris. As duas entrevistas foram feitas por WhatsApp.
Tentamos contato com Arthur Weintraub, mas não tivemos resposta.
O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 30 de setembro de 2020.
Verificação O estudo e suas limitações
O site HCQtrial apresenta sua análise como um 'estudo randomizado de países'. A proposta é comparar a mortalidade (óbitos por milhão) da covid-19 entre diferentes grupos de nações, a depender do uso de hidroxicloroquina no combate à doença. De acordo com os responsáveis, países que adotaram 'amplamente' a substância como 'tratamento precoce' têm taxa 73,1% menor que as nações onde o uso precoce da medicação foi limitado. Os números foram atualizados pela última vez em 27 de setembro, três dias depois da publicação de Weintraub.
'Eles não randomizaram ninguém. Randomizar é sortear um indivíduo ou um hospital, por exemplo, para receber uma intervenção. O estudo deles não sorteou ninguém, apenas analisou o que aconteceu. É um estudo observacional, com todos os vieses dos estudos observacionais', explica Letícia Kawano-Dourado.
Os pesquisadores não detalham o que seria o tratamento precoce ou tardio, quais os protocolos utilizados por cada país nem há quanto tempo cada tipo de procedimento foi adotado. Eles excluíram países com menos de 1 milhão de habitantes e em que menos de 0,5% da população tenha mais de 80 anos. De acordo com os pesquisadores, também ficaram de fora países que adotaram rapidamente o uso de máscaras e estratégias de isolamento, afirmando que nesses casos 'há baixa dispersão do vírus no momento'.
O Brasil, por exemplo, não foi considerado na análise, apesar de ser o 2º com mais mortes por covid-19 e estar entre os cinco países onde há mais óbitos por milhão de habitantes. O HCQtrial justifica a exclusão pelo 'uso muito variado' da hidroxicloroquina durante o surto no país. Desde maio, o governo brasileiro permite a administração de cloroquina para o tratamento de casos leves da doença.
O médico David H. Gorski, que analisa pesquisas 'pseudocientíficas' há cerca de 20 anos, e o biologista Carl Bergstrom, da Universidade de Washington (EUA), são alguns dos especialistas que criticam severamente o artigo do HCQtrial.
De acordo com ambos, o problema começa já na caracterização da análise. Gorski explica o funcionamento dos estudos randomizados: 'Por exemplo, se você quiser determinar se a droga X pode servir de tratamento para a condição Z, a forma clássica seria aleatoriamente escolher indivíduos com essa condição para receber ou a droga X ou um placebo [grupo de controle]. Idealmente, o estudo seria duplamente cego: nem os voluntários nem os pesquisadores saberiam quem está recebendo o quê'. O médico ressalta ainda que, nesse tipo de teste, os participantes aderem ao estudo antes de o tratamento ser administrado e que existe um esforço para manter o mesmo tamanho e características entre os dois grupos que serão analisados.
'Nenhuma dessas características se aplica ao estudo do HCQTrial', explica Gorski. 'Não há como alguém 'randomizar' países para usar ou não determinada substância. Não faz sentido.'
Bergstrom acrescenta que a caracterização de 'estudo randomizado de países' parece ter sido inventada para essa pesquisa específica, 'feita para confundir'.
Gorski acrescenta: 'Se você não sabe nada sobre epidemiologia, essa caracterização pode soar razoável e te levar a concordar com a conclusão'. Ele ressalta ainda que a análise não considera sequer os diferentes usos da substância em um mesmo país.
Gorski e Bergstrom também constataram que o texto do artigo muda com frequência, sem sinalizar as edições aos leitores. Por exemplo, em determinado momento, o HCQTrial afirmou que cerca de 2,7 bilhões de pessoas fazem parte do grupo de tratamento. Até a publicação deste texto, a amostra foi reduzida e está em 1,8 bilhão.
A nomenclatura dá a entender que 1,8 bilhão é a quantidade de pessoas sujeitas ao uso da cloroquina contra a covid-19, quando, na verdade, é a população somada dos países onde a substância é aceita amplamente como tratamento precoce. Não há indicação de quantas pessoas efetivamente usaram o medicamento em nenhum dos dois grupos analisados.
Autores anônimos
Não é possível saber quem está por trás dos sites C19Study.com, C19HCQ.com e HCQTrial.com, que compõem o grupo verificado. Na página 'perguntas frequentes', a explicação seria um possível medo de retaliação.
'Somos pesquisadores PhDs, cientistas e pessoas que esperam dar uma contribuição, mesmo que pequena. (?) Temos pouco interesse em aumentar nossas listas de publicações, estar no noticiário ou na TV (já fizemos todas essas coisas antes, mas sentimos que há coisas mais importantes na vida agora)', informa a página citando possíveis casos de ameaças a Didier Raoult e Simone Gold, médicos defensores do uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19.
Didier Raoult foi responsável por publicar em março um estudo afirmando que o uso da cloroquina teria curado 75% dos pacientes com covid-19 em seis dias. A pesquisa foi alvo de críticas da revista Science, referência em estudos científicos, e seus resultados foram questionados e considerados incompletos.
Simone Gold é uma médica norte-americana. Em suas redes sociais, ela costuma postar diversas matérias em defesa da hidroxicloroquina. Algumas delas possuem alerta de conteúdo falso pelo Instagram.
A postagem de Arthur Weintraub teve como base um tuíte de Simone Gold, que continha um link que levava para uma matéria sobre o site HCQTrial. Tentamos contato com o ex-assessor especial de Jair Bolsonaro (sem partido), mas não obtivemos respostas.
'Alguém trabalhou muito nesse falso relatório, e é alguém que não quer ser identificado. Não apenas não há autores ou entidades listadas, como a informação sobre o registro do site estão protegidos. Isso – junto com a análise terrivelmente enganada – deveria ser uma enorme bandeira vermelha', criticou o biologista Carl Bergstrom.
O grupo responsável pelo site HCQTrial.com mantém uma conta no Twitter com pouco mais de 3 mil seguidores, também sem identificação alguma sobre seus autores. Na página, costumam publicar textos defendendo a hidroxicloroquina.
O infectologista Gerson Salvador aponta a ausência de informação dos autores como um dos problemas presentes no site. 'Salta aos olhos quatro coisas: 1) não haver descrição da metodologia; 2) não haver exposição de quem são os investigadores; 3) não haver menção de submissão a comitê de ética; 4) o produto estar publicado no próprio site do projeto ao invés de uma plataforma científica', afirma.
Cloroquina e hidroxicloroquina
A ideia de que a cloroquina e a hidroxicloroquina pudessem ser prescritas para pacientes infectados pelo novo coronavírus surgiu por causa de uma pesquisa de 2005, que indicava efeitos positivos contra outros tipos de coronavírus em laboratório. Mas os testes em humanos nunca aconteceram.
Em junho, a Organização Mundial da Saúde suspendeu em definitivo os testes com as duas drogas. Os testes feitos pela entidade mostraram que as substâncias não reduzem a mortalidade em pacientes internados com a doença.
Estudos realizados de acordo com o padrão ouro para pesquisa com medicamentos – que exige testes com grupos de controle e o uso de placebos – publicados no Journal of the American Medical Association (Jama) e no British Medical Journal (BMJ) apontaram que pacientes tratados com cloroquina e hidroxicloroquina não tiveram melhores resultados que aqueles que não receberam os mesmos remédios. Uma pesquisa realizada em 55 hospitais brasileiros e publicada no New England Journal of Medicine (NEJM) chegou às mesmas conclusões.
Cloroquina no Brasil
O uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19 é amplamente defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Mesmo as drogas não tendo comprovação científica, em março, ele ordenou que o Laboratório do Exército produzisse os medicamentos.
A pressão para que as substâncias fossem adotadas custou o cargo de dois ministros da Saúde: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Desde que assumiu a função interinamente, Eduardo Pazuello alterou o protocolo do Ministério da Saúde e ampliou a possibilidade do uso dos medicamentos para pacientes com sintomas leves – até então, eram recomendados apenas em casos graves e com monitoramento em hospitais.
Agora efetivado como novo ministro da Saúde, Pazuello planeja um 'Dia D' de enfrentamento da covid-19, em 3 de outubro. De acordo com o Estadão, a pasta planeja uma série de ações, entre elas, turbinar a distribuição de medicamentos do 'kit covid-19', que reúne além da cloroquina e da hidroxicloroquina, a azitromicina e ivermectina. Essas duas também não possuem eficácia comprovada no combate à doença.
Por que investigamos?
A terceira fase do Comprova verifica postagens suspeitas envolvendo a pandemia da covid-19 e políticas públicas do governo federal. A publicação de Arthur Weintraub no Twitter teve, até o fechamento deste texto, 7,5 mil interações, entre curtidas, compartilhamentos e comentários.
Postagens como essa são perigosas porque alimentam a esperança da população em um remédio que não tem eficácia comprovada no tratamento de uma doença que não tem cura e já matou mais de 1 milhão de pessoas no mundo e mais de 143 mil no Brasil. Além disso, a hidroxicloroquina possui efeitos colaterais, que podem ser prejudiciais sem um acompanhamento médico.
O Comprova já verificou outros conteúdos envolvendo estudos sobre a hidroxicloroquina. Mostramos que um artigo belga não comprovava a eficácia da droga no tratamento precoce da covid-19, assim como pesquisadores de um estudo italiano não propunham o uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.
…………………..
Vacina em teste de Oxford é a primeira a pedir análise de registro pela Anvisa
A área técnica começou a avaliar os dados referentes aos estudos não clínicos; solicitação atende a mudanças feitas nesta semana para acelerar aval. Meta é fazer estudo contínuo de resultados e dar respostas em até 20 dias, mas agência 'não se compromete com prazos'
Ludimila Honorato
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou ontem que deu início ao processo de revisão de dados para o primeiro registro de uma possível vacina contra a covid-19, conforme solicitação feita pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. O processo é realizado por submissão contínua, ou seja, as informações são avaliadas conforme se tornam disponíveis, e não apenas no momento de um pedido formal.
Questionado ontem em entrevista à CNN se já é possível estabelecer uma data para o lançamento da vacina, o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima Santos, disse que ainda existem fatores nos estudos clínicos que não se pode controlar, como efeitos adversos e indicação para determinada faixa etária. "Isso limita a data", afirmou. "A Anvisa não se compromete com prazo, mas só libera quando tiver segurança e qualidade bem estabelecidas." Porém, ele disse acreditar que o novo processo de análise, mais ágil, vai permitir avaliar melhor os passos de um registro do imunizante.
De acordo com o órgão regulador, a área técnica começou a avaliar os dados referentes aos estudos não clínicos, que são os testes feitos em animais para verificar os efeitos gerais do produto. Dessa forma, ainda não é possível chegar a conclusões sobre segurança, qualidade e eficácia da candidata à vacina. A etapa que avalia esses parâmetros é a fase 3, a dos estudos clínicos realizados em humanos, que estão sendo conduzidos em diferentes países, incluindo o Brasil, com 10 mil voluntários.
No fim de junho, o governo brasileiro anunciou um acordo de cooperação com a Universidade de Oxford e a AstraZeneca para a produção em território nacional do imunizante, que será fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O acordo garante ao Brasil a transferência de tecnologia do medicamento.
A previsão é ofertar 265 milhões de doses aos brasileiros, segundo informou Nísia Trindade, presidente da instituição, na quarta-feira, durante reunião da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19, da Câmara dos Deputados. Caso os testes da vacina tenham sucesso, o Ministério da Saúde prevê iniciar a vacinação já em dezembro. Há dois meses, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, disse que o governo já encomendou 100 milhões de unidades do imunizante â e o Brasil deve receber um primeiro lote, de 15 milhões de doses, em dezembro. Segundo Medeiros, os primeiros grupos a receber a vacina serão os idosos, pessoas com doenças preexistentes e profissionais da saúde na linha de frente.
O novo procedimento regulatório, chamado de submissão contínua, prevê que não será mais preciso esperar que todos os dados e documentos técnicos estejam disponíveis, nem que sejam preenchidos os requerimentos regulatórios necessários ao pedido de registro.
Esse será feito posteriormente.
A proposta da agência, divulgada em nota técnica, também determina que a equipe fará a análise da documentação em até 20 dias após a inclusão das informações. A cada novo pacote de dados que é enviado à agência, um aditamento com as informações sobre a pesquisa é feito e não há limite para a quantidade de pacotes submetidos.
"A submissão contínua continuará até que evidências suficientes estejam disponíveis para suportar um pedido formal de registro e após a avaliação pela empresa quanto à suficiência dos dados de qualidade, eficácia e segurança", informou o órgão. Outro meio de acelerar o processo é a possibilidade de flexibilizar os critérios de eficácia do imunizante para liberar o produto. Tradicionalmente, o padrão é obter uma aprovação com 70% de eficácia mínima, mas já se cogita a possibilidade de alterar esse cálculo.
Ao Estadão, o gerente-geral de medicamentos observou que, "tendo em vista a ausência de alternativas terapêuticas, o impacto global que essa pandemia trouxe, é possível flexibilizar esse critério para 50%, desde que esse balanço risco-benefício esteja muito claro". "Estamos dispostos, em um compartilhamento com outras agências reguladoras, a flexibilizar esses critérios, tendo em vista esse cenário", completou.
No dia 21, a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, afirmou que uma vacina com 50% de eficácia é capaz de ajudar a conter a pandemia. E considerou que um produto com menos de 30%, "talvez não seja muito eficaz" Compartilhamento. Santos comentou também que, além da questão de eficácia, outro desafio para o registro da vacina seria a convergência regulatória â que é o quanto o órgão pode reaproveitar no País o trabalho de outras agências, para não ter de repeti-los todos.
Risco-benefício
"Tendo em vista a ausência de alternativas (…) é possível flexibilizar o critério para 50%, se o balanço risco-benefício for claro."
Gustavo Santos
………………
CORREIO BRAZILIENSE
Anvisa promete rapidez na análise dos documentos da vacina de Oxford
A farmacêutica AstraZeneca enviou à Agência Nacional de Vigilância Ambiental (Anvisa), nesta quinta-feira (1º/10), os primeiros documentos para iniciar o registro no Brasil da vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford contra covid-19. Agora, a agência reguladora tem 20 dias para analisar a remessa inicial de dados, referentes aos estudos não clínicos. O procedimento foi possível após a Anvisa protocolar uma nota técnica com orientações para submissão continuada de documentação técnica para análise com caráter de urgência, a fim de acelerar as etapas de aprovação de vacinas contra a covid-19. A adaptação no envio das informações consiste em possibilitar que as empresas produtoras dos imunizastes possam registrar novos dados parceladamente, à medida em que surgem novidades.
"O número de ciclos de aditamentos dependerá do número de pacotes a serem submetidos pela empresa interessada, não havendo limite imposto pela Anvisa. Recomendamos que a empresa não fique aguardando a juntada de determinada quantidade de documentos para então submetê-los à agência, uma vez que isso desvirtua o propósito do procedimento, que é o de dar maior celeridade à análise", instrui a nota técnica.
Normalmente, todos os dados sobre a eficácia, segurança e qualidade de um medicamento e os demais documentos necessários são apresentados no início da avaliação de registro, quando já há todos os procedimentos concluídos. No caso da "submissão contínua", a Anvisa irá analisar os dados à medida em que se tornam disponíveis.
"Isso não significa que já se possa chegar a uma conclusão sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina, pois muitos dados ainda precisam ser submetidos à análise", alerta a agência. Ainda segundo a Anvisa, a "submissão contínua" continuará até que evidências suficientes estejam disponíveis para suportar um pedido formal de registro.
Governo
Em coletiva de imprensa transmitida, ontem, pelo Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, comentou a respeito do monitoramento de vacinas contra a covid-19. Ele ponderou que, no momento, o país tem quatro pesquisas em estado mais avançado de andamento — Universidade de Oxford/AstraZeneca, na fase 3; Sinovac/Instituto Butantan, na fase 3; Pfizer/ BioNtech/Wyeth, fase 1/2/3; e Janssen, fase 3.
No fim de junho, o governo brasileiro anunciou um acordo de cooperação com a Universidade de Oxford e a AstraZeneca para a produção em território nacional do imunizante, que será fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O acordo garante ao Brasil a transferência de tecnologia do medicamento. A previsão é ofertar 265 milhões de doses aos brasileiros. Caso os testes da vacina tenham sucesso, o Ministério da Saúde prevê iniciar a vacinação já em dezembro.
……………….
A REDAÇÃO
Goiás tem 3,1 mil novos casos e 51 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas
Estado soma 201 mil recuperados da doença
Goiânia – Após registrar 3.113 novos casos e 51 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, Goiás chegou aos totais de 212.898 contaminados e 4.723 óbitos pela doença. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (1º/10) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Segundo a pasta, 201 mil se recuperaram do vírus nos municípios goianos.
Ainda de acordo com os dados, 225 mil casos são considerados suspeitos, e outros 250 óbitos são investigados para saber se a causa foi covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 2,22%.
O Governo de Goiás disponibiliza plataforma, atualizada a cada 30 minutos, com os principais dados sobre o avanço da covid-19 no Estado.
……………………….
Brasil contabiliza média diária de 698 óbitos por covid-19
Já são 144.767 vidas perdidas
O Brasil registrou nesta quinta-feira (1º/10) uma média móvel diária de 698 óbitos causados pela covid-19. O valor considera as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana. Nas últimas 24 horas, o País contabilizou 881 novos óbitos, elevando o total para 144.767 brasileiros que morreram pelo coronavírus desde o início da pandemia.
O número de casos, por sua vez, subiu para 4.849.229, após a contabilização de mais 35.643 infectados. Os dados são do levantamento do consórcio dos veículos de imprensa, formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, e feito em conjunto com as secretarias estaduais de Saúde. O balanço do Ministério da Saúde indica que há 4.212.772 recuperados e outros 489.640 que seguem em acompanhamento.
Conforme contagem da Universidade Johns Hopkins, o Brasil continua como o terceiro país mais afetado pela pandemia em número de contaminados. Está atrás de Estados Unidos e Índia, que ocupam a primeira e segunda posição, respectivamente. No entanto, em relação ao total de óbitos, o País se mantém em segundo lugar.
Parceria
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal. De forma inédita, a iniciativa foi uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia e se manteve mesmo após a manutenção dos registros governamentais.
De acordo com o Ministério da Saúde, 36.157 novos casos de infecção pela covid-19 e 728 novos óbitos foram registrados nas últimas 24 horas. Ao todo, 4.847.092 pessoas se infectaram e 144.680 faleceram por conta da doença. Os números diferem dos compilados pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
……………………..
AGÊNCIA BRASIL
Um a cada cinco jovens nunca foi ao oftalmologista, aponta pesquisa
Por Eduardo Pinheiro
Pesquisa mostra ainda que 10% dos brasileiros nunca foram ao oftalmologista
Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência em 2020 junto a 2,7 mil internautas brasileiros a partir dos 18 anos de idade, em diferentes estados mostrou que uma a cada cinco pessoas entre 18 a 24 anos nunca foi ao oftalmologista (21%) e apenas 10% fizeram a consulta uma única vez na vida.
A pesquisa Um olhar para o glaucoma no Brasil mostra ainda que 30% acreditam que se deve procurar o oftalmologista somente depois de começar a usar óculos e 23% após perceber alguma perda de visão.
Entre todos os entrevistados, 10% assumiram que nunca foram e 25% disseram que raramente, somente quando sentem algum incômodo nos olhos. Outros 41% não reconhecem que a visão embaçada é algo importante para saúde dos olhos, 37% não se preocupa com a perda parcial da visão, quase 80% não compreende que enxergar pontos pretos pode ser um sinal de agravamento ocular.
A pesquisa foi feita na Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo para lembrar o Mês Mundial da Visão.
Apenas 13% acreditam que a visita ao oftalmologista deve se tornar frequente quando a pessoa tem alguma dor nos olhos. Já entre os entrevistados jovens adultos, com 18 a 24 anos, esse porcentual sobe para 21%. Pelo menos 60% dos entrevistados da classe C nunca mediram a pressão do olho, não sabem o que é ou não sabem se o médico mediu.
Segundo a pesquisa, há desinformação a respeito do glaucoma, já que 53% dos pesquisados desconhecem que a doença possui a maior probabilidade de um quadro de cegueira irreversível e 41% nem sabem o que é glaucoma. Além disso, apenas 37% entendem que a ida ao oftalmologista com frequência é uma medida que ajuda a diminuir os riscos, 39% desconhecem sua própria probabilidade de cegueira e 15% associam a perda da visão com o desconforto nos olhos, então entendem não estar no grupo de risco.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é a segunda causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata. O glaucoma é a morte da célula que faz a comunicação do olho para o cérebro. Como temos muitas células, quando o paciente percebe que ele perdeu um grande contingente é porque grande parte do nervo óptico já está danificada.
O principal sintoma é o embaçamento da visão que pode ser confundido com o de outras doenças oculares. É preciso ficar atento à pressão nos olhos. (Da Agência Brasil)
…………..
Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação