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DESTAQUES
Geriatria em criança e morto
Servidora nega fraudes no zeramento da fatura de instituto
Brasil tem 1 milhão de queimados por ano
Fila de exames supera 124 mil
Ex-diretor do IMAS contratou em sua gestão clínica na qual era um dos sócios
Para consertar um coração
Fernando Carneiro eleito novo prefeito para mandato-tampão
Para reduzir R$ 0,46 por litro de diesel, governo onera exportador e corta até no SUS e educação
Índice de obesidade no Brasil cresceu 60% nos últimos 10 anos
O POPULAR
Geriatria em criança e morto
IMAS Auditoria feita pela Controladoria Geral do Município (CGM) verificou irregularidades na contratação de empresa como prestadora e realização de procedimentos médicos
No dia 28 de dezembro do ano passado, um exame de eletroneuromiografia, com diagnóstico de mialgia, foi registrado no sistema do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas). O problema é que o paciente tem apenas 11 anos, com uma doença típica para maiores de 5 0, sem qualquer indicação de que a criança poderia receber esse resultado. Até porque, ele nunca fez o exame, nem mesmo conhece o médico que o realizou, como aponta o relatório da Controladoria Geraldo Município (CGM) em auditoria no Imas, a pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).
Além do jovem, pelo menos mais quatro pacientes tiveram registros no sistema do Imas em atendimento geriátrico sem que soubessem disso. Um destes, inclusive, já era falecido quando o exame foi realizado. A auditoria verificou que muitos registros no Imas, inclusive com a sigla de faturado, ou seja, que teriam sido pagos, eram fraudes. A apuração se deu após denúncias ao MP-GO sobre a suposta contratação irregular da empresa Urgembrás como prestadora de serviço, já que ela seria do diretor de Assistência à Saúde do Servidor, o médico Carlos Henrique Duarte Bahia.
Ele é fundador da Urgembrás, ainda presta serviço no local, mas afirma que não é mais sócio e nem mesmo administrador desde junho do ano passado. A contratação da empresa se deu em outubro, no valor de R$ 10 milhões, isso quer dizer que os usuários do Imas poderiam fazer procedimentos na clínica até este montante. Bahia também teve pedido de prisão temporária expedido em 2016, em razão de suposta participação no esquema de direcionamento de pacientes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a determinadas unidades de terapia intensiva. Ele era diretor do Samu na época.
O que era para verificar essa contratação sem licitação, após denúncias de senadores e usuários, se tomou um processo ainda maior ao verificar as fraudes nos registros do sistema. O promotor Fernando Krebs foi o responsável por receber a denúncia e pedir a auditoria. "É um relatório ainda preliminar da Controladoria, agora vão ter que fazer um pente fino. Na minha visão, o correto é que todos sejam exonerados e há indícios de crimes de peculato, ou ao menos tentativa, e improbidade administrativa", alega. No entanto, o caso foi redistribuído à promotora Carmem Lúcia Santana de Freitas, da 20ª Promotoria de Justiça, já que o pedido de instauração de inquérito por Krebs foi feito via ofício, o que não é permitido para ele.
Em nota, a Prefeitura confirmou que, após denúncia do MP, "foi realizada uma auditoria profunda no Imas, o que gerou um relatório". Segundo o Paço, a direção do instituto "acolheu e encaminhou todas as recomendações apontadas pelos auditores da Prefeitura, inclusive com o afastamento de servidores e suspensão de pagamentos". Bahia foi exonerado do cargo, enquanto outro médico citado como participante da fraude, Glaydson Jeronimo da Silva, que já foi superintendente de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por ser servidor efetivo, foi afastado do cargo.
Clínica funciona junto a outra não credenciada
A Urgembrás está sediada no mesmo prédio da clínica Amice, que não tem credenciamento com o Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas). Para o promotor Fernando Krebs, a suspeita é que a empresa seja fantasma. O médico Carlos Henrique Duarte Bahia, que é o fundador da Urgembrás, mas deixou a sociedade, conta que há um compartilhamento do espaço, mas as duas clínicas possuem cadastro diferentes na Receita Federal e também proprietários diferentes.
A Amice é do médico Glaydson Jerônimo da Silva, servidor efetivo da Prefeitura, que afirma apenas sublocar o espaço para a Urgembrás, sem qualquer outro vínculo, inclusive com o Imas. "Há um tempo eu atendi pelo Imas, mas pedi o descredenciamento pelo valor que eles pagavam. Inclusive tenho coisas para receber, a única auditoria que poderia ocorrer comigo era para eles me pagarem. " Silva explica ainda que está de licença-prêmio da Prefeitura, não tendo sido afastado e reforça que sua saída de cargo de confiança da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) se deu por um pedido próprio.
A reportagem tentou contato com a Urgembrás no fim da tarde de ontem, mas não conseguiu falar com nenhum responsável. A reportagem também não conseguiu contato com o presidente do Imas, Sebastião Peixoto, apesar de várias ligações e recados deixados. Foi ele quem exonerou Carlos Henrique Bahia, mesmo afirmando não ver conflito de interesse na contratação da Urgembrás. Os demais senadores citados (ver no quadro), Lúcia Roberta Ribeiro Xavier, Wesley Batista da Silva e Fernanda Flissae Ribeiro Yamada, também não foram encontrados pela reportagem.
3 Perguntas para Carlos Henrique Duarte Bahia
1-0 senhor modificou o sistema para permitir o atendimento geriátrico para jovens?
Isso aconteceu mesmo, mas está de acordo com o regimento interno do Imas. Cabia a mim, enquanto diretor, mudaras normas e as modalidades do atendimento. A geriatria estuda a prevenção de doenças e incapacidades para idades avançadas, e isso deve começar nos jovens.
2 – A sua saída do Imas se deve a irregularidades?
Entrei no Imas na tentativa de ajudar, de convencer colegas a participarem do sistema, mesmo recebendo um quinto do que é pago em uma consulta particular. Prejuízo eu não tive nenhum, porque recebo o mesmo tanto que fazendo um plantão por semana em Goiânia.
3 – Mas em relaçãoà questão moral da sua saída?
Aprendi a não mais participar da gestão pública. Já teve a questão do Samu e agora isso. A gente tenta ajudar e recebe isso em troca, esse bombardeio à minha imagem. Fui muito burro de achar que poderia ajudar, mas serviu para não entra mais em gestão.
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Servidora nega fraudes no zeramento da fatura de instituto
A gerente de Assistência à Saúde do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas), Lúcia Roberta Ribeiro Xavier, em contato feito com O POPULAR, negou que ocorreram fraudes no zeramento do fator moderador dos procedimentos do instituto. A suspeita surgiu em relatório da Controladoria Geral do Município (CGM) que apurou problemas no plano de saúde dos servidores municipais. Segundo o documento, o sistema que zera a parte que cabe ao usuário pagar, em desconto no salário, não é conferido pelos auditores do Imas, o que poderia gerar fraudes.
Lúcia é citada nas recomendações do relatório, pedindo que seja feita "auditoria para verificar a autorização de procedimentos com coparticipação zerada" que foram realizadas por ela. A ideia é que o procedimento verifique a possibilidade de ocorrer "tráfico de influência e conflito de interesses". A servidora, no entanto, esclarece que o zeramento é feito de acordo com o Manual de Normatização dos Procedimentos, em que os serviços oncológicos e de insuficiência renal estão isentos do pagamento de contrapartida.
Além disso, o manual permite a realização do parcelamento da coparticipação de todos os servidores. É permitido que o valor seja parcelado em até duas vezes no caso dos atendimentos odontológicos e em até quatro vezes nos procedimentos médicos. O próprio manual informa que "para proceder ao parcelamento do fator moderador, faz-se necessário que este seja zerado". De acordo com Lúcia, ela possui procedimentos com fator moderador zerado porque foi necessário fazer o parcelamento em um mês em que o filho, seu dependente, e ela tiveram atendimentos médicos de alto custo, tendo de recorrer ao direito descrito no manual.
"Todo servidor tem esse direito, e eu sou servidora efetiva. Quem faz o zeramento não é só eu, tem várias pessoas lá e a gente segue o que está no manual." Ela diz não conhecer os médicos citados no relatório da CGM que estariam envolvidos na suposta fraude, realizando procedimentos em pacientes que não eram atendidos, mas tinham as guias faturadas.
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Brasil tem 1 milhão de queimados por ano
Duas em cada três vítimas deste tipo de acidente são crianças. Problema tem até uma data específica para lembrar a importância de ações preventivas, celebrada em 6 de junho
No mês de junho, quando cresce em todo o País o uso de fogos de artifício, também aumenta o número de pessoas em busca de atendimento nos serviços de saúde especializados em vítimas de queimaduras. Não por acaso, desde 2012 o 6 de junho é lembrado oficialmente como Dia Nacional de Luta Contra as Queimaduras, um sério problema de saúde pública que atinge em média 1 milhão de brasileiros anualmente, dois terços deles crianças.
São pequenos como J.R.S., de 1 ano e 7 meses, que se queimou com leite quente em Acreúna (GO) e está sob cuidados do Pronto Socorro para Queimaduras, há 50 anos em funcionamento em Goiânia e referência em todo o País. Os acidentes domésticos são responsáveis por cerca de 80% das queimaduras no Brasil e aquelas provocadas por líquidos estão no topo do ranking de internações. Mas em junho cresce a preocupação pela mudança das causas deste tipo de ocorrência.
"Os acidentes com foguetes aumentam o risco de amputações. Esse tipo de agente queima com mais profundidade. É muito comum adultos brincarem na frente de crianças que acabam sendo vítimas de queimaduras graves", alerta a médica Mônica Picollo, coordenadora da unidade hospitalar e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. Segundo Mônica Picollo, cerca de 8 mil pessoas são atendidas no Pronto Socorro para Queimaduras de Goiânia todos os anos, dos quais 10% exigem internação.
Festa
Este ano, com a chegada de junho, as atenções se voltam para os fogos que se tornam frequentes tanto nas festas juninas quanto nos dias de jogos da seleção brasileira durante a Copa do Mundo de futebol. O perigo ronda desde adultos que insistem em segurar os rojões antes da explosão como também as crianças que costumam manusear os aparentemente inocentes traques e chumbinhos. Os dedos polegar, indicador e médio normalmente são muito atingidos, mas também são comuns lesões no rosto, no ouvido e no globo ocular. "As pessoas precisam ter mais atenção nessa brincadeira. Tenho paciente que ficou cego por causa de foguete", detalha Mônica Picollo.
A médica enfatiza que as consequências das queimaduras por esse tipo de agente são muito tristes, comprometendo tanto a estética quanto a função, como a perda de membros. Em outra situação que vivenciou no Pronto Socorro para Queimaduras, uma criança guardou uma caixa de traque dentro do bolso e todas as unidades explodiram ao mesmo tempo provocando queimadura de terceiro grau. "Numa virada de ano tive de vir ao hospital para atender um paciente que perdeu a mão por causa de foguete, um agente que não está presente na maior parte do ano", recorda.
Frequência de casos não serve de alerta, diz médico
No Brasil, ocorrem um milhão de queimaduras por ano e elas são a segunda causa de mortes de criança por trauma. "O número é assustador", disse o presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), Luiz Philipe Molina Vana à revista Feridas em maio, pouco antes do Congresso Brasileiro de Queimaduras, em Foz do Iguaçu.
Ele lamentou que essa multidão desapareça da sociedade em razão das cicatrizes e também das prioridades dos entes públicos. Para o médico, cirurgião plástico, os episódios da boate Kiss, em Santa Maria (RS) em 2013 quando 242 jovens morreram, e da creche de Janaúba (MG) que deixou 10 vítimas fatais não ensinaram nada ao País.
Uma das questões que preocupam a SBQ é a situação do atendimento às vítimas. O produtor rural Mozair Alves Peixoto, 45 anos, de Carmo do Rio Verde (GO), por pouco não perdeu a vida por causa do primeiro atendimento médico que recebeu na vizinha Itapuranga, onde sofreu um acidente com uma solda numa oficina mecânica. Com 40% do corpo atingido, principalmente os braços, ele recebeu faixas apertadas e inchou muito. "A médica de Goiânia disse que se demorasse um pouco mais para levar meu pai ele teria morrido", disse a filha Thaís Santana. Mozair ficou seis dias numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Tecnologia
A SBQ tem atuado no sentido de prevenir consequências mais graves às vítimas de queimaduras. O aplicativo Queimei idealizado pela entidade orienta o cidadão sobre o que fazer e para onde ir após um acidente. Já o website de prevenção Queimaduras Nunca Mais – www.queimadurasnun camais.org.br – além dos primeiros socorros informa sobre ações preventivas.
Campanha nas escolas
Esta semana, nos dias 6 e 7, será realizada no Hospital das Clínicas em Goiânia a 11ª Jornada das Ligas de Cirurgia Plástica das Faculdades de Medicina da UFG e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
Além de discorrer sobre queimaduras, Mônica Picollo estará à frente de uma campanha de prevenção junto com acadêmicos em escolas da capital. O objetivo é que eles orientem as crianças sobre as consequências devastadoras de queimaduras provocadas por agentes diversos, entre eles o álcool líquido e os fogos. "Até hoje muita gente acende churrasqueira com álcool ocorrendo explosões. É uma tragédia".
Durante asvisitas os acadêmicos terão a companhia de vítimas que integram o Núcleo de Proteção aos Queimados, organização não governamental que na reintegração social de vítimas de queimaduras.
Primeiros socorros em caso de queimaduras
– Molhe o ferimento em água corrente fria até a dor passar.
– Proteja a queimadura com pano limpo.
– Não use remédios caseiros. Eles podem contaminar a queimadura.
– Não toque a queimadura com as mãos, fure as bolhas ou descole tecidos ou corpos estranhos grudados na pele queimada.
– Procure um serviço médico. Em Goiás existem três reconhecidos pela SBQ: o Pronto Socorro para Queimaduras (Instituto Picollo) e o Centro de Referência em Assistência a Queimados do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), ambos em Goiânia ; e o Hospital de Queimaduras de Anápolis.
Perigo junino
Rojões: Compre em lojas especializadas. Assegure de que não há defeito de fabricação. Use uma vara para explodir foguetes. Vire o rosto.
Bombinhas: Acenda longe do rosto e jogue longe de todos. Se falhar, não reaproveite.
Fogueiras:É melhor evitar, mas se não for possível redobre a atenção com as crianças, não pule, nunca as acenda com álcool e tome cuidado com a direção do vento.
Balões: Jamais solte. São proibidos por lei por causa do potencial de provocar incêndios.
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Fila de exames supera 124 mil
GOIÂNIA Relatório da Secretaria Municipal de Saúde de maio deste ano revela demora para realizar análises. Software adquirido sem licitação por RS 4,2 milhões deveria ter minimizado problema
A demora para conseguir realizar um exame na rede pública de saúde em Goiânia é explicada quando se vê que, até o início de maio, havia 124.867 pedidos na fila de espera. Só para fazer uma ultrassonografia trans vagi-nal, uma nova paciente necessitaria esperar que 11.324 pessoas realizassem o exame antes dela. Por outro lado, em 186 procedimentos, a fila, no dia 3 deste mês, tinha apenas uma pessoa na espera. Os dados são de um relatório feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a pedido do vereador Jorge Kajuru (PRP) e com participação do vereador Elias Vaz (PSB), durante a Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde.
Os parlamentares ainda não conseguiram estabelecer os motivos para uma fila tão grande. "Teve hospitais, especialmente os estaduais, com as organizações sociais, que alegaram ter percebido muitas vagas para fazer exame. Não faz sentido ter vaga com esse tanto de pedido na demanda reprimida", questiona Elias Vaz. Com isso, a tendência, segundo o vereador, é que se tenha um problema com a marcação dos procedimentos, ou seja, com possíveis falhas no software adquirido em meados do ano passado pela Prefeitura em substituição ao método antigo.
O relatório final da CEI, feito por Vaz, aponta que o software foi contratado por R$4,2 milhões, com dispensa de licitação, "sem a consulta prévia de senadores técnicos sobre a possibilidade de aperfeiçoamento ou o desenvolvimento de programa próprio a customais baixo". O documento considera ainda que, "apesar do gasto, o novo software de marcação de consultas, exames e cirurgias tem registrado problemas frequentes e gerado demanda reprimida". No entanto, não há dados referentes aos meses anteriores ao novo sistema, comprado em setembro de 2017.
Assim, não é possível estabelecer se a demanda reprimida que ainda existe é maior ou menor do que quando o sistema foi iniciado. Elias Vaz explica, entretanto, que a fila para a realização dos procedimentos é alta e que ainda não houve tempo de verificar causas. Outra suposição seria a recusa de prestadores de serviço em realizar os exames em razão da falta de pagamento por parte da Prefeitura. "É como ocorre com as UTIs (unidades de terapia intensiva), por exemplo. Tinham as vagas, tinham pessoas precisando, mas elas não eram colocadas lá, muitas vezes porque não pagava. Temos que ver ainda qual é esta situação", diz.
Além da ultrassonografia transvaginal, outros dois exames possuíam fila com mais de 10 mil pedidos. Para fazer um esofagogastroduodenoscopia a demanda reprimida era de 10.805 pessoas, enquanto que um eletrocardiograma tinha 10.244 pedidos em espera. A maior preocupação é também em relação a exames de emergência, em que o parlamentar considerou como aqueles imprescindíveis para diagnosticar doenças como câncer e a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS, da sigla em inglês). Nesta situação, foram separados onze procedimentos, que somaram uma fila de 2.523 no dia 3 de maio.
Para se ter uma ideia, um novo paciente teria de esperar outros 13 para conseguir realizar o teste rápido para detecção de infecção pelo HIV, vírus que causa a AIDS. Uma mamografia, que é um exame para a detecção de câncer de mama, chegou a uma fila de 30 pedidos, enquanto que a ultrassonografia de bolsa escrotal, capaz de verificar indícios de câncer nos testículos, tinha 543 pedidos no sistema da Prefeitura. Nestes casos, a demora para realização dos exames poderia significar a piora da doença nos pacientes ou mesmo um diagnóstico tardio, diminuindo as chances de cura.
Aposentada espera procedimento há sete meses
A aposentada Lúcia de Fátima Lourenço, de 56 anos, possui pedidos de exames que estão prestes a completar sete meses sem serem realizados. No dia 9 de novembro do ano passado, ela entrou com o protocolo, o chamado chequinho, para realizar um ecocardiograma transtorácico e desde então espera uma ligação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para realizar o procedimento. Eia é apenas uma das 954 pessoas que estão na fila de espera por este exame. Também engrossa a fila de outros cinco procedimentos que ainda não realizou.
Logo depois do pedido de novembro, em 8 de dezembro do ano passado houve outras duas necessidades para Lúcia. Desta vez para realizar duas ultrassonografias, uma das mamas e outra sendo transvaginal. Esta última é o procedimento que está com a maior fila no relatório feito pela SMS e entregue aos vereadores da Comissão Especial de Inquérito (CEI), com 11.324 pedidos na espera, enquanto que a ultrassonografia das mamas tem 5.388 procedimentos na demanda reprimida. Em seguida, no dia 11, houve pedido para realizar uma colonoscopia e Lúcia era uma das 2.735 pessoas que esperavam pelo exame no dia 3 de maio.
Mesmo que a fila tenha movimentado desde este dia, a aposentada segue sem realizar o procedimento necessário. O caso dela ficou ainda mais grave em março deste ano, quando novamente foi ao médico e o profissional lhe indicou uma ultrassonografia de abdômen total, com uma fila de 4.427 pedidos, e ainda uma endoscopia, que é o segundo exame com maior demanda reprimida no sistema municipal, com 10.805 esperas. Neste último caso, a situação é pior porque a médica colocou o procedimento como de urgência e, ainda assim não foi realizado pelos prestadores de serviço da Prefeitura.
Segundo Lúcia, a dificuldade em conseguir realizar os exames começou a ocorrer desde meados do ano passado. Até então, para ela, o Sistema Único de Saúde (SUS) "era o melhor plano de saúde que existia". Agora a aposentada conta que continua sendo fácil para ela e a família conseguir consultas no SUS, mas os procedimentos não ocorrem. "É fácil também porque a gente só vai uma vez, porque não consegue fazer o retomo já que não tem os exames que eles pediram", conta.
Ela relata que na ida ao Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) Novo Mundo, no Setor Jardim Novo Mundo, em busca de respostas sobre os pedidos, o que recebe apenas é para que espere uma ligação da SMS. "Não é só comigo, meu marido também está com um exame sem fazer, um doppler na carótida, e ele tem marca-passo. Também teria que fazer um MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), mas disseram que não faz pelo SUS", diz. Na família, ela conta que o filho também está com dois exames na espera. "Não temos condições de pagar para fazer, temos que esperar o SUS mesmo, mas desse jeito vamos morrer."
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OPÇÃO
Ex-diretor do IMAS contratou em sua gestão clínica na qual era um dos sócios
Carlos Henrique Duarte Bahia é citado em relatório da Controladoria Geral do Município, que aponta diversas irregularidades na plano de saúde dos servidores municipais
A Controladoria Geral do Município enviou ao promotor Fernando Krebs, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), um relatório em que aponta diversas irregularidades da atual e na antiga gestão do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas), plano de saúde dos servidores municipais. Entre os apontamentos, está a de que o médico Carlos Henrique Duarte Bahia, então diretor do instituto até o início deste ano, contratou em sua gestão na clínica Urgembras, na qual era um dos sócios.
O conflito de interesses de Carlos Bahia foi investigado pela controladoria do município, que solicita apuração dos fatos. O médico foi exonerado pela prefeitura em abril deste ano.
O relatório revelou ainda outras suspeitas de má gestão no Imas. O texto aponta que, depois que o sistema do instituto foi alterado, pessoas de até 15 anos puderam se consultar com geriatras, além da realização de exames em pacientes que já tinham falecido. No relatório é apresentado a solicitação com data posterior ao atestado de óbito de um paciente. A suspeita é que os exames e consultas não tenham sido realizados, mas o repasse feito aos prestadores.
"Diante do exposto, considerando o que consta do presente Relatório de Auditoria e Anexos em sobretudo, que as fiscalizações realizadas por esta Equipe de Auditoria a partir da data de demissão da Ordem de Serviço n} 022/2018, apreciadas conclusivamente, revelaram a ocorrência de irregularidades que comprometessem a gestão orçamentário-financeira e patrimonial do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia, sob o s aspectos da legalidade, legitimidade, economicidade, eficiência e eficácia, opinamos, recomendamos, encaminhamos e sugerimos o contido acima", diz a conclusão do relatório sobre medidas a serem tomadas tanto pelo Imas quanto pelo Conselho Regional de Medicina e outras entidades.
Por conta das denúncias, o MP-GO irá propor uma ação contra atuais e ex-diretores do Imas, pedindo a exoneração dos atuais. O Jornal Opção tentou contato com o promotor Krebs, mas não obteve sucesso. Em suas redes sociais, ele escreveu que o caso é "de polícia". "Auditoria da Controladoria Geral do Município é um escândalo! Até morto foi examinado! Diversos pacientes que teriam sido examinados negaram os atendimentos e não conhecem sequer os médicos! Caso de polícia", escreveu.
Atual presidente do IMAS, Sebastião Peixoto disse que ainda iria se informar sobre as denúncias, mas afirmou à reportagem que o tudo "está em ordem". O antigo diretor Carlos Bahia ainda não foi localizado.
O vereador Jorge Kajuru (PRP) afirmou que mais essa denúncia será anexada ao pedido de impeachment do prefeito Iris Rezende (MDB), apresentado na última quarta-feira (30/5). Procurada, a prefeitura de Goiânia ainda não se manifestou.
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O GLOBO
Para consertar um coração
Faltam hospitais e cirurgiões preparados para salvar crianças com malformações cardíacas
Tratar uma criança com malformação no coração custa muito. Exige mais profissionais e hospitais especializados do que o Brasil dispõe: em seis estados, não se realiza a cirurgia necessária para a correção do problema. O desequilíbrio entre demanda e oferta aumenta o já farto peso sobre os ombros de profissionais que trabalham diariamente no limiar entre a vida e a morte de recém-nascidos. No Rio de Janeiro, dois dos cinco hospitais habilitados não estão operando por falta de recursos. O GLOBO acompanhou 24 horas de plantão em um dos hospitais que operam os corações de crianças de todo o estado.
O relógio batia por volta de uma e meia da manhã na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para crianças cardíacas da Perinatal da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A técnica em enfermagem Tatiana Moreira balançava de um lado para o outro com uma criança no colo e as pálpebras rebaixadas pelo cansaço.
– Algumas pessoas veem a UTI como um lugar de morte, mas eu a vejo como um lugar de vida. Nós salvamos vidas aqui – diz Tatiana, lutando para não ceder às lágrimas com mais uma partida: a menina teria alta na manhã seguinte.
O resto da madrugada não é de tranquilidade, no entanto. Há 12 pequenos quartos envidraçados na UTI, e no centro de cada um deles se encontra um pequeno berço e uma profusão de equipamentos. Naquela noite, dez leitos estavam ocupados, dois deles com bebês em estado grave. Apitos descontrolados irrompem de um dos quartos por volta das quatro da manhã. O pequeno corpo, monitorado por um emaranhado de fios e tubos, mal se move. A menina, de um mês de vida, está quase tão branca quanto o lençol que a envolve. Em uma das cinco telas ao lado do berço de acrílico é possível ler que a taxa de oxigenação de seu sangue foi abaixo dos parâmetros estabelecidos. Não seria a única vez que isso aconteceria nas 24 horas do plantão.
Existem aproximadamente 120 variações de malformações cardíacas, e todas elas têm um único e pernicioso efeito colateral: comprometem a oxigenação do sangue do recém-nascido. Sem receber oxigênio suficiente, outros órgãos entram em colapso. Dependendo do tipo de malformação que o pequeno coração apresente, a criança sobrevive por anos ou apenas alguns dias.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
O problema não é sem solução, nem imprevisível. A malformação pode ser diagnosticada com o bebê ainda na barriga da mãe. Em 20% dos casos, o próprio corpo desenvolve uma solução, e para os outros 80% a solução é cirúrgica.
A grande questão, no Brasil, é o acesso ao diagnóstico e ao tratamento. Estima-se que a cada ano 29 mil crianças brasileiras nasçam com malformação cardíaca, mas os registros oficiais de atendimento não chegam a um terço desse número, que pode ser ainda maior, já que muitas mortes são registradas de forma errada pela falta de diagnóstico.
De volta ao cômodo onde os aparelhos apitavam, percebe-se que ali houve um esforço familiar em criar a atmosfera de um quarto de bebê: bichos de pelúcia descansam sobre a poltrona e, na beira da janela, é possível ver as iniciais da menina em madeira pintada de rosa. Vinda de um hospital público, além de problemas no coração, a menina tem complicações nos rins e uma infecção que deve ser tratada antes de entrar na sala de cirurgia. Seus pais conseguiram cortar a fila de atendimento por meio de uma liminar da Justiça.
No último ano, com a redução na oferta pública de cirurgias cardíacas pediátricas no estado, aumentou a procura no Plantão Judiciário Noturno por atendimentos de crianças cardiopatas. Esse aumento e uma denúncia do Conselho Regional de Medicinado Rio (Cremerj) fizeram as defensorias públicas da União e do estado analisarem a situação. As duas instituições abriram uma ação civil pública em março.
"As unidades de saúde que prestam o serviço de cirurgia cardiovascular pediátrica no SUS no território do estado do Rio foram abandonadas e desaparelhadas pelos entes federativos", afirmam no texto.
QUINZE ANOS DE FORMAÇÃO
Seis das dez crianças internadas durante aquele plantão eram do Sistema Estadual de Saúde. A Perinatal tem um contrato com o governo do Rio para fazer esse tipo de atendimento, mas o pagamento está atrasado. As defensorias acusam a clínica de diminuir o fluxo de atendimento em meses que o governo paga menos do que o combinado. De fato, há uma redução entre setembro e novembro de 2017, quando foram feitas 13 operações por mês. Mas neste ano o índice voltou a subir, e a média atual é de 20 cirurgias por mês.
O Ministério da Saúde reconhece que essa situação não se restringe ao Rio, tanto que anunciou um aumento de 75% no orçamento dos atendimentos a cardiopatias pediátricas em 2017. O objetivo é aumentar de 9,2 mil cirurgias ao ano para cerca de 12 mil em todo o país, o que seria suficiente para atender aos casos urgentes. No entanto, há uma fila de crianças esperando que não é considerada. A Secretaria de Estado de Saúde afirma estar "trabalhando para zerar a fila" de espera por esse tipo de cirurgia.
O relógio bate seis horas da manhã, o Sol nasce, e um novo grupo de profissionais chega para render o plantão. Alguns ficam visivelmente abalados ao descobrir que, durante os dois dias de descanso, um menino de poucos dias de vida morreu. A primeira semana é o momento mais arriscado para um bebê: 41% das mortes registradas até os 5 anos de idade, no Brasil, acontecem antes de completarem sete dias. Nesse período, a prematuridade e as malformações são os dois maiores algozes, sendo as cardíacas as mais agressivas.
Às dez horas começa a reunião sobre o desenvolvimento dos pacientes, liderada pela chefe da equipe médica, Sandra Pereira. Ela conta que leva aproximadamente 15 anos para formar um médico especializado em cirurgia cardíaca pediátrica e que, no Rio, só existem três cirurgiões especializados. Segundo levantamento feito pelas defensorias, os três hospitais operantes no Rio precisam de cerca de 300 profissionais especializados, entre eles quatro cirurgiões cardíacos pediátricos.
Depois de saber como cada paciente se desenvolveu durante a noite, Sandra senta-se com o cirurgião chefe para estabelecer a metodologia adotada em cada uma das cirurgias e quais equipamentos serão necessários. Ela explica que cada operação é única, e cada coração exige uma estratégia específica. Alguns métodos só são executados pelos profissionais que se encontram ali.
– A gente perde noites em claro pensando em como vai resolver, porque existem casos que são muito complexos, não é uma ciência exata.
Na sala de cirurgia, durante a operação que dura toda a tarde, tubos puxam o sangue do pequeno corpo de um bebê para uma máquina que o bombeia de volta ao organismo, fazendo o trabalho do coração enquanto o órgão é operado ainda dentro do corpo. Ao fim do dia, a menina de um ano e meio já estava de volta à UTI, e as enfermeiras abaixavam uma das laterais do berço para que ela pudesse sentir o calor do corpo de sua mãe, debruçada por sobre o leito enquanto cantava uma canção de ninar.
A dois cômodos dali, outra mãe aguarda de pé ao lado do berço da filha, que deverá passar por mais uma operação. Com as mãos juntas, postadas como em oração, a mulher é encontrada nessa posição às seis da manhã, ao meio-dia e às dez horas da noite. Tratar uma criança com malformação no coração custa muito. O maior dos investimentos é emocional.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Fernando Carneiro eleito novo prefeito para mandato-tampão
População participa de pleito suplementar após cassação do mandato do prefeito Valdeto Ferreira (PSB), por improbidade administrativa
O médico Fernando Carneiro (PSD) venceu, ontem, a eleição suplementar para a prefeitura de Niquelândia, norte do Estada com mais de 70% dos votos válidos, segundo informações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele teve apoio do PT, PTB e PMDB. Participaram do pleito também o ex-vice-prefeito Celino Correa (SD), o ex-vereador Denguinho Chimango Dias (PSDC) e o empresário Xisto Damas (PHS).
Niquelândia enfrentou tuna eleição suplementar pois a chapa do então prefeito da cidade, Valdeto Ferreira (PSB), teve o mandato cassado em fevereiro deste ano, por improbidade administrativa em uma gestão anterior quando o político era gestor de Niquelândia entre 1993 e 1996.
A época, Valdeto firmou um contrato pra reforma de escolas no último ano de mandato. Porém ao deixar o cargo, o político não conseguiu justificar o uso da verba destinada à educação municipal, tendo levantado a suspeita de enriquecimento ilícito. Suas contas foram reprovadas pelo Tribunal de Contas da União. No período em que a cidade ficou sem prefeito, a administração foi feita pelo presidente da Câmara de Vereadores, Visconde Vieira (PSDC).
A votação acontece fora de época, pois a chapa do então prefeito da cidade, Valdeto Ferreira (PSB), teve o mandato cassado em fevereiro deste ano por improbidade administrativa em uma gestão anterior quando o político era gestor de Niquelândia entre 1993 e 1996.
A época, Valdeto firmou um contrato pra reforma de escolas no último ano de mandato. Porém, ao deixar o cargo, o político não conseguiu justificar o uso da verba destinada à educação municipal, tendo levantado a suspeita de enriquecimento ilícito. Suas contas foram reprovadas pelo Tribunal de Contas da União.
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Para reduzir R$ 0,46 por litro de diesel, governo onera exportador e corta até no SUS e educação
Pelos próximos 60 dias, o preço do diesel nas refinarias será de, no máximo, R$ 2,03
O governo divulgou os detalhes das medidas que serão tomadas para compensar a redução de R$ 0,46 por litro de diesel, com custos que somarão R$ 13,5 bilhões aos cofres públicos. Na edição desta quinta-feira (31/05) do Diário da União, foi anunciado cortes de incentivos fiscais para exportadores e indústria química, reoneração da folha de pagamento de 11 setores econômicos e cancelamento das despesas orçamentarias para programas de diversas áreas, entre as quais saúde, educação e saneamento básico.
De acordo com a Agência Brasil, a medida provisória estabelece o cancelamento de dotações orçamentárias em diversas áreas, como programas de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), concessão de bolsas, reforma agrária, demarcação de terras indígenas, segurança e policiamento em estradas. A informação oficial é que o cancelamento de gastos foi definido de forma pulverizada para causar baixo impacto.
Também será reduzida a alíquota do Reintegra (Regime Especial de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras), programa que devolve aos exportadores parte dos impostos cobrados na cadeia de produção. A indústria química e de refrigerante perderá parte do crédito usado para abater de impostos.
Ainda segundo a matéria, o governo vai subsidiar 30 centavos. O restante vai ser completado por meio da redução de impostos que incidem diretamente sobre o diesel, como PIS/Cofins e a Cide, no total de 16 centavos.
Pelos próximos 60 dias, o preço fixo do óleo diesel nas refinarias será de, no máximo, R$ 2,03 por litro. Considerando que o preço de mercado poderá ser superior, o governo vai cobrir essa diferença pagando até 30 centavos por litro de diesel às empresas. O programa começa a valer a partir desta quinta-feira (31/05) e segue até o fim do ano.
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Índice de obesidade no Brasil cresceu 60% nos últimos 10 anos
Acompanhamento multidisciplinar faz a diferença no tratamento de controle de peso
No Brasil, dados do Ministério da Saúde revelam que nos últimos 10 anos, a taxa de obesidade aumentou 60% e a de sobrepeso 26%. Em pesquisas recentes, também foi possível observar que estar acima do peso pode aumentar o risco de desenvolver diversos tipos de câncer, além do Diabetes Mellitus.
"A obesidade é uma das doenças mais estudadas hoje em dia, pois é um problema mundial que está piorando a cada dia, não somente por afetar a qualidade de vida de modo geral, mas por contribuir com diversos outros problemas de saúde, entre eles o Diabetes Mellitus, doença que traz muitas complicações e de difícil controle medicamentoso" afirma Ivan Sandoval de Vasconcellos, cirurgião bariátrico da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
A cirurgia bariátrica é um dos métodos utilizados para o controle de peso e, consequentemente, de outras doenças relacionadas. A técnica consiste em realizar um procedimento cirúrgico sobre o estômago ou intestino, visando restringir a quantidade de alimento ingerido, reduzindo sua absorção sem comprometer o equilíbrio do organismo e, assim, melhorar o metabolismo e gerar saciedade precoce (sensação mais rápida de estar satisfeito com o alimento ingerido).
Existem vários tipos de cirurgia e todas as técnicas são, atualmente, realizadas por mini-incisões, por onde finas longas pinças e micro câmera passam. Com o comando do cirurgião (diretamente ou por meio de um robô), o procedimento é feito na cavidade abdominal sem necessidade de grandes cortes, método denominado como videolaparoscopia.
Em todos os casos» é realizada a redução do estômago, por grampeamento (aparelhos modernos que permitem cortar e suturar o estômago ou intestino com rapidez e precisão). O que pode mudar é a realização do desvio intestinal, a qual traz vantagens (maior emagrecimento e melhora de doenças associadas à obesidade) e desvantagens (menor absorção de alguns nutrientes necessitando reposição vitamínica mais intensa, além de maior ocorrência de aderências, dumping ou hípoglicemia).
No entanto, para passar pelo procedimento, é necessário estar dentro de critérios estabelecidos pelas entidades científicas, gestoras e reguladoras, a nível nacional e mundial (CFM, ANVISA, Sociedades Médicas Clínicas e Cinírgicas). Entre os critérios, o paciente precisa estar há mais de dois anos com obesidade em níveis considerados críticos, que, portanto, pode trazer riscos para a saúde. Estes níveis correspondem a acima do grau II (índice de massa corpórea 35 a 40 kg/m2), na presença de outras doenças associadas à obesidade, ou simplesmente acima degrau III (índice de massa corpórea superior a 40 kg/m2).
Em todos os casos, o especialista afirma que é obrigatório já existir tentativa de tratamento clínico antes de se decidir por cirurgia.
"As pessoas que desejam mudar a qualidade de vida, podem contar com espaços como o Centro de Obesidade da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, que oferece informação e acompanhamento multidisciplinar, contando também com suporte nutricional e psicológico, para conduzir todo o processo de emagrecimento. O espaço foi pensado para atender os pacientes e seus familiares de forma segura e prática em um só lugar, pois possui equipe treinada e integrada, alinhado com a tendência mundial no tratamento da obesidade" diz o especialista.
De modo geral, a cirurgia traz grande melhora, em alguns casos, até mesmo de resolução de algumas doenças causadas ou agravadas pela obesidade. No entanto, o cirurgião esclarece que é necessário o controle da alimentação após o processo. "É fundamental entender que a cirurgia é uma ajuda, ou seja, não é uma solução definitiva, pois caso o paciente não melhore a alimentação e pratique atividade física, o tratamento pode falhar e, com o passar do tempo, ocorre o reganho de peso com retorno da obesidade" finaliza.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação