SAÚDE BUSINESS 365
Mãe de Deus implanta rastreio total de OPME
Iniciativa levou dois anos e atende normas da ANS e da Anvisa. Entrada de produtos alimenta banco de dados e aumenta segurança
O Hospital Mãe de Deus adotou um sistema de rastreabilidade total de produtos OPME (Órtese, Prótese e Materiais Especiais), respondendo às exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A iniciativa busca dar maior segurança no controle e gerenciamento de materiais utilizados em procedimentos cirúrgicos de alta complexidade. Concluído em junho de 2014, o processo de implantação levou dois anos.
Todos os produtos deste grupo ingressam na instituição com registro e controle de lote, validade de utilização e validade de registro. As informações são repassadas a um banco de dados que permite um controle sobre o material devidamente etiquetado, grande parte trazida do exterior.
Os itens até então chegavam apenas com histórico desde o importador no Brasil. Com a rastreabilidade total é possível levantar a procedência desde o fabricante, dando mais segurança para o hospital a respeito dos artigos oferecidos para os consumidores, explica a enfermeira analista de OPME do Mãe de Deus, Elisandra Liege Serdeira.
Este controle também permite a implementação do chamado “Alarme de Tecno Vigilância”. Ao constatar problema em um cateter, por exemplo, o hospital pode comunicar o fato à Anvisa, que por sua vez irá gerar um alarme às instituições que possuem artigos do mesmo fabricante e modelo.
A Lei de Rastreabilidade está em vigor desde abril de 2001 e sua aplicação ocorre de maneira gradativa, visto que o novo método de controle ocorre durante a aquisição de novos produtos para os estoques das instituições. A meta do Sistema de Saúde Mãe de Deus é concluir o processo nos outros oito hospitais da rede no Rio Grade do Sul. (02/08/14)
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O HOJE
Ampliação das UTIs não supre toda a demanda
Dez novos leitos neonatais não resolvem a falta de vagas infantis na rede pública de saúde da capital
Marcelo Tavares
Cinco bebês já aguardavam pela liberação das dez novas UTIs neonatais no Hospital Vila Nova (Shysuo Araki)
Dez novas UTI neonatais estão integrando a rede pública de saúde em Goiânia. Inaugurados ontem no Hospital Vila Nova, no setor de mesmo nome, dez novos leitos que irão funcionar como retaguarda para o Hospital Materno-Infantil (HMI). Eles vão integrar os 83 leitos que, até então, estavam à disposição do sistema público de saúde. Com isso passam a funcionar na capital 93 UTIs neonatais.
Já na abertura dos leitos, cinco bebês que aguardavam vagas em unidades de cuidados intermediárias do HMI foram transferidos para o Hospital Vila Nova. “Até o final do dia (ontem), acredito que o restante das vagas ainda será preenchido”, disse o superintendente de Gerenciamento das Unidades Assistenciais de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sunas/SES-GO), Deusdedith Vaz.
Apesar de ontem não ficar nenhuma criança na fila de espera para receber cuidados especiais em UTI neonatais, pelo menos no Hospital Materno-Infantil, o problema da falta vaga na capital não fica totalmente resolvido. Devido à demanda em excesso em determinados períodos, as vagas disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não conseguem atender a procura, como aconteceu no início do mês de julho, quando estavam na fila de espera para UTIs mais de 20 crianças, a maioria delas necessitando de vagas para UTI pediátrica.
Sazonalidade
Deusdedith Vaz explica que fatos multifatoriais estão envolvidos na falta de vagas para UTI: demanda alta; sazonalidade (procura que aumenta conforme alguns períodos do ano); a falta de interesse da rede conveniada e particular em ampliar ou criar leitos de UTIs; falta de profissionais especialistas na área de pediatria.
O superintendente diz que para tentar ampliar as vagas de UTIs e despertar o interesse na rede particular, a diária paga pelo SUS recebe uma complementação da Secretaria Estadual de Saúde, mas nem mesmo incentivou a abertura de novos leitos pelo SUS. Com a complementação do valor pago pelo SUS, que é de R$ 478, a diária dobrou para R$ 1.100.
Ontem a reportagem de O HOJE tentou entrar em contato com a Central de Regulamentação da Prefeitura de Goiânia, que faz a distribuição das vagas de UTIs e repassa os números de bebês na fila de espera, mas não conseguiu.
Segundo assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, o diretor da Central de Regulamentação, Cláudio Tavares, e o secretário municipal de Saúde, Fernando Machado, estavam impossibilitados de atender a reportagem.
UTIs pediátricas são outro problema
Atualmente a rede pública em Goiânia conta com 83 leitos de UTI neonatais (para bebês com até 28 dias), divididos em três segmentos. Oito unidades são próprias, estão no Materno Infantil; 57 estão em hospitais particulares conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS); e 18 na rede pública, vagas oferecidas pela governo federal ou municipal, sendo oito no Hospital das Clínicas e dez na Maternidade Dona Iris. Outros 24 leitos neonatais funcionam na região metropolitana, 12 em Aparecida de Goiânia e mais 12 em Anápolis.
Já o número de UTIs pediátricas – para bebês acima de 28 dias de nascido e que não tem função de incubadora – é ainda menor que as UTIs Neonatais. Em Goiânia, são 41 unidades. São 16 na Rede própria (HMI e HDT) e 25 vagas na rede conveniada. Além disso, ainda há leitos em Hospital de Urgências da Região Sudoeste (10), oito em Aparecida de Goiânia e seis em Anápolis.
Novas vagas
Segundo Deusdedith Vaz, até o final deste ano, a expectativa é que novos 50 leitos de UTIs infantis sejam abertos no Estado, muito deles no interior, o que pode desafogar os hospitais na capital. As vagas estão divididas por unidades regionais que serão inauguradas em Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal; Uruaçu e também no Materno-Infantil, assim que terminar a reforma na unidade.
Novas vagas terão custo acima de R$ 1 mi
As dez vagas de UTI neonatal no Hospital Vila Nova foram inauguradas ontem à tarde pelo secretário estadual de Saúde, Halim Antônio Girade. Também foram entregues 20 leitos de enfermaria obstétrica. Esses alojamentos destinam-se à assistência da mãe e recém-nascido, objetivando o bem-estar do binômio em boas condições de saúde e favorecendo o vínculo mãe e filho, promovendo o aleitamento materno e o bem-estar familiar.
Segundo o secretário, a contratação cumpre compromisso de ampliar a oferta de leitos de UTI neonatal na rede própria, especialmente voltadas para atendimento de recém-nascidos e crianças, e ampliar suporte às gestantes. “Com essa alternativa, temos um serviço de alta demanda, atendido numa estrutura adequada e com qualidade. Esperamos diminuir o tempo de espera dos pacientes do HMI”, explica Girade
O contrato de locação dos leitos terá vigência de 12 meses, podendo ser renovado por igual período, se necessário. O Instituto de Gestão e Humanização (IGH) – organização social de saúde que administra o HMI – arcará com o custo mensal de R$ 1,2 milhões. Esse repasse será feito por aditivo ao contrato do IGH com a Secretaria Estadual de Saúde. (02/08/14)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação