Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 02 A 04/08/14 (PARTE 1)

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES DE HOJE


• Coluna Fio Direto – Eleição de jaleco
• Carta à Sociedade – Abertura indiscriminada de cursos de piaget replica medicina é uma ameaça à população
• Ebola, o vírus fora de controle
• Chagas, a doença no coração do Brasil
• Ampliação das UTIs não supre toda a demanda
• Coluna Direito e Justiça – Ipasgo vai pagar terapia
• Médica será recredenciada
• Saúde – Nova forma de meningite no Brasil
• Cirurgia plástica – Corrida pelo corpo perfeito
• Cartas dos Leitores – Medicina
• UTI Neonatal
• Governo estadual aluga 10 leitos
• Mãe de Deus implanta rastreio total de OPME
• Ampliação das UTIs não supre toda a demanda

 

DIÁRIO DA MANHÃ

Coluna Fio Direto – Eleição de jaleco

Os médicos goianos vão às urnas no dia 25 deste mês para a escolha dos novos representantes do Estado no Conselho Federal de Medicina (CFM). Duas chapas disputam a eleição: a chapa Ética e Responsabilidade, formada pelos médicos Salomão Rodrigues Filho (foto) e Lueiz Amorim Canêdo, e a chapa Mudança com Ética, formada pelos médicos Nelson Remy Gillet e Eliana Frota. (03/08/14)
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Carta à Sociedade – Abertura indiscriminada de cursos de medicina é uma ameaça à população

Nos últimos meses, o Governo Federal autorizou de forma indiscriminada, independentemente da qualidade que possam ter, a abertura de novos cursos de medicina em todo o País, assim como o aumento do número de vagas em escolas já existentes. O número de faculdades de medicina já ultrapassa 235 e só a Índia (1,2 bilhões de habitantes) tem mais escolas médicas que nós.
Goiás, que já contava com quatro cursos, teve em 2014 autorizados mais quatro, sendo três deles particulares.
No Brasil, temos 2 médicos por 1.000 habitantes e 1 escola médica para cada 855.000 habitantes. Nos Estados Unidos, temos 0,44 médicos por 1.000 habitantes e 1 escola médica para 2.852.000 habitantes. No Canadá, temos 0,52 médicos por 1.000 habitantes e 1 escola médica para 2.001.000 habitantes. Esses números deixam claro que o problema da assistência médica no Brasil não é de quantidade de médicos e que formá-los sem a necessária atenção à qualidade do ensino nada vai resolver.

Não faltam médicos no Brasil. Falta uma melhor distribuição dos médicos no território nacional; falta estímulo para o médico se dedicar ao serviço público; faltam condições adequadas de trabalho para que os médicos possam com dedicação e competência exercer o seu ofício; faltam recursos para o setor oriundos da União.
O Governo Federal alega que o aumento de vagas em escolas médicas vai aumentar o número de médicos e melhorar a assistência à população. Isso não é verdade e a sociedade precisa estar atenta, pois muitos cursos estão sendo abertos sem as mínimas condições de oferecer uma boa formação aos futuros médicos e isso pode piorar a assistência.
O ensino médico não se faz apenas com quadro, giz e a boa vontade de professores. O curso de medicina exige uma infraestrutura adequada, com bons hospitais escolas e um corpo docente qualificado.
A autorização de escolas médicas sem a necessária qualidade cria uma fábrica de diplomas, que favorece somente os empresários do ensino e os interesses eleitoreiros do governo, sem qualquer compromisso com os alunos, que pagam altas mensalidades, e, principalmente, sem qualquer responsabilidade com a boa formação dos profissionais que, em poucos anos, estarão atendendo nossos filhos e nossos netos, colocando a população em risco.
O Cremego, cumprindo seu papel de defender a sociedade e zelar pela boa prática médica, repudia a abertura indiscriminada de escolas de medicina, exige uma postura responsável do Governo Federal e conclama a sociedade a também lutar para que tenhamos um ensino de qualidade, visando unicamente a segurança da população.
A sociedade precisa de médicos que saibam exercer a medicina com conhecimento técnico e ético, com formação teórica e prática.

CREMEGO (02/08/14)
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Ebola, o vírus fora de controle

Nocivo, o vírus ebola é responsável pela morte de cerca de 729 pessoas, em três países da África Ocidental. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, já existe um total de 1.323 casos confirmados da doença, até o dia 31 de julho deste ano

NAYARA REIS


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença do vírus ebola (anteriormente conhecida como febre hemorrágica ebola) é considerada grave, muitas vezes fatal, sua taxa de letalidade chega a 90%. Na manhã de ontem, foi levantada a hipótese de que uma paciente brasileira, que havia dado entrada no Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT/HAA), estaria com a doença, mas de acordo com nota da assessoria do hospital, tal possibilidade já foi descartada.

O vírus é transmitido pelo contato direto com o sangue, de acordo com dados da OMS, fluidos corporais e tecidos de animais infectados ou pessoas. Aqueles pacientes gravemente doentes requerem tratamento de suporte intensivo. Durante um surto, que é a atual situação na África Ocidental, aqueles com maior risco de infecção são os profissionais de saúde, familiares e outras pessoas em contato próximo com pessoas doentes e pacientes falecidos.

A OMS ainda alerta que tal vírus pode devastar famílias e comunidades, mas a infecção pode ser controlada com a prática de medidas recomendadas de proteção em clínicas e hospitais, em reuniões da comunidade, e até mesmo em casa.

O medo eminente

O médico infectologista Boaventura Braz Queiroz explica que, há algum tempo atrás, considerava remota a possibilidade de que a doença chegasse ao Brasil, no entanto, após a notícia de surto, ele está menos confiante quanto a isso. “Temos um número de voos internacionais muito intensos no País, apesar de serem poucas as pessoas que vão para as regiões afetadas, no entanto hoje, não podemos descartar essa possibilidade”, afirma.

A questão que também deve ser levada em consideração quanto a essa hipótese é de que a doença pode permanecer encubada por alguns dias, ou seja, a pessoa pode viajar, passar pelos procedimentos recomendados antes de entrar no País, mas só descobre os sintomas após a viagem. Apesar da transmissão do vírus não ser alto, o médico ressalta: “Quando há suspeita, o ideal seria que o paciente ficasse em quarentena, isolado até que se confirme ou não o caso.”

Conforme informações do portal de notícias da Revista Veja, a doença costuma aparecer com quadros de febre, fraqueza e dores musculares, de cabeça e de garganta. Outros sinais são: náusea, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragia interna e externa. De 2 a 21 dias é o tempo estimado entre a infecção e os primeiros sintomas.

Ainda de acordo com o portal Veja, ainda não existe um tratamento específico para a febre hemorrágica ebola. Pacientes graves recebem cuidados intensivos, que incluem reidratação oral e intravenosa, devem ser isolados e receber a visitas apenas de profissionais de saúde, até mesmo estes seguem todas as medidas de prevenção contra a infecção.

Os médicos e hospitais brasileiros estão preparados para atender pacientes com a doença, se aparecerem alguns casos. “Na realidade, não tem muito que ser feito, no que tange ao ponto de vista terapêutico, só o suporte que deve ser dado pelos médicos. Se trata de febre hemorrágica, o HDT e também outros hospitais têm total condições de atenderem, caso se faça necessário”, esclarece.

pesquisa

Boaventura cita que o vírus ebola tem uma letalidade estimada entre 70 a 80%, causa hemorragia interna, distúrbio sanguíneo: “A doença é pesquisada desde o ano de 1980, dentro das possibilidades existentes, por conta dos recursos financeiros que os pesquisadores detinham até então. Esse vírus é um complicador, para lidar com ele exige-se um laboratório de grau de segurança máxima, de três para quatro”, explica.

Dados do Ministério da Saúde mostram que a doença foi identificada pela primeira vez em 1976 e, desde então, tem produzido vários surtos no continente africano. O vírus ebola, foi a partir de então transmitido para seres humanos que têm contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos.

A transmissão da doença de uma pessoa para a outra também exige o contato direto com sangue, órgãos ou fluidos corporais de pessoas infectadas ou contato com objetos contaminados, como agulhas de injeção e lençóis utilizados pelos doentes. De acordo com OMS, o período de transmissibilidade só se inicia com o aparecimento dos sintomas. A doença é caracterizada como uma febre hemorrágica, cuja letalidade pode variar de 60% até 90%. Por isso, os surtos produzidos pelo vírus ebola são graves, ainda que, geralmente, autolimitados.

No mundo

Dados do portal da Veja anunciam que a Comissão Europeia declarou, na quarta-feira, (30), mais ajuda econômica à África Ocidental, desta vez no valor de dois milhões de euros. A OMS considera baixo o risco de contágio entre pessoas que viajam a regiões em que a doença existe, já que a transmissão do vírus acontece a partir do contato com fluidos corporais dos doentes e não pelo ar.

A publicação da Veja, na terça-feira, (29), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que o governo brasileiro está agindo conforme orientações da OMS – não há indicação para que pessoas deixem de viajar a países endêmicos. “A situação nesses países se agrava, pois são regiões em conflito, aonde os profissionais de saúde muitas vezes têm dificuldades para chegar. Mas, pelas características de transmissão da doença, não há risco de disseminação global”, afirmou Chioro.

Conforme o portal de notícias do G1, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, explica que o surto de ebola no Oeste africano está fora de controle, mas pode ser barrado. Na nota do G1, com agência de notícias Reuters, Chan falou aos presidentes de Guiné, Libéria, Serra Leoa e Costa do Marfim, em uma reunião ontem. “Esse encontro precisa ser um marco de mudança na resposta ao surto”, afirmou. Para a especialista, “(o vírus) está se movimentando mais rápido do que nossos esforços para controlá-lo. Se a situação continuar a se deteriorar, as consequências serão catastróficas, em termos de vidas perdidas, mas também de problemas socioeconômicos e de alto risco de se espalhar para outros países.”

Primeiro caso

No portal da BBC Internacional, há a informação de que o primeiro caso da doença foi confirmado em Geckadou no mês de março. De lá para cá, a epidemia se tornou a pior da história, de acordo com autoridades sanitárias. A MSF e a Cruz Vermelha Internacional afirmam que a situação continua fora de controle. Semana passada, a Nigéria se tornou o quarto país a confirmar uma morte causada pelo vírus letal.

Nota do MS sobre ebola

O Ministério da Saúde informa que não há caso suspeito ou confirmado de ebola no País e o risco de transmissão para o Brasil é considerado baixo. De acordo com os dados oficiais divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os países acometidos pelo surto do vírus ebola são Guiné, Libéria e Serra Leoa, todos situados na África Ocidental.

Desta forma, cabe esclarecer que a paciente atendida no serviço de saúde de Goiânia não se enquadra em qualquer critério de suspeita dessa doença.

O Ministério da Saúde recebe, diariamente, informações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a situação de circulação de vírus no mundo, inclusive o ebola, além de quaisquer outras situações que possam se caracterizar como emergência de saúde pública.

Como o ebola é transmitido pelo contato direto com sangue, secreções, órgãos e outros fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, a transmissão para outros continentes é considerada como pouco provável. A OMS não recomenda quaisquer medidas que restrinjam o comércio ou o fluxo de pessoas com os países afetados. (02/08/14)
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Chagas, a doença no coração do Brasil
Nos dias de hoje, a doença que assustava no século passado já não é mais tão temida. Apesar de ainda provocar complicações médicas a seu portador, a ciência tem avançado e o tratamento já traz a cura a muitos pacientes
DIVANIA RODRIGUES
Goiás ainda é endêmico para a doença de Chagas, segundo dados da Gerência de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis – divisão da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) do estado. Hoje 7,4% dos cerca de 6,43 milhões de seus habitantes estão infectados pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T. cruzi), transmitido pelo inseto conhecido como barbeiro.
O número de casos da doença tem diminuído no País, porém em vários países da América Latina a população ainda sofre com o mal. E mesmo no Brasil os números ainda não são relativamente baixos. "De acordo com dados extraídos do SIM (Sistema de Informação de Mortalidade), no ano de 2012 houve 4.650 óbitos no Brasil, decorrentes da doença de Chagas. Em Goiás este número chegou a 751", revela a Suvisa, em nota enviada à reportagem do Diário da Manhã.
Desde maio de 2013, o Estado de Goiás através da resolução nº 004, incluiu no elenco de doenças a serem notificadas compulsoriamente a enfermidade de Chagas crônica. Segundo, a Suvisa, com essa medida todos os pacientes com esse diagnóstico, começam a ser conhecidos. "As notificações, portanto, constituem um instrumento, para se conhecer a real quantidade dos infectados, as formas de transmissão e clínicas predominantes, autoctonia, óbitos, formas ou mesmo o quantitativo de indivíduos curados" esclarece a nota.
O secretário de saúde estadual, Dr. Halim A. Girade, explica que apenas 54 novos casos de fase aguda da Chagas foram confirmados de 2007 a 2014. "Ainda não estamos satisfeitos com esse baixo índice e somente ficaremos quando deixarem de acontecer quaisquer casos", explica o doutor que disse vir de uma área endêmica e por isso também estar familiarizado com a doença.
Conforme a Suvisa, de 2007 a 2014, foram notificados 1.327 casos suspeitos de Chagas aguda em Goiás. Foram descartados 867, confirmados laboratorialmente 54 e os 406 restantes não tiveram classificação final preenchida ou foram considerados como crônicos. Nesse mesmo período, os municípios com mais notificações foram São Luís de Montes Belos (334/1.327), Planaltina (148/1.327) e Jaraguá (82/1.327). "Todos esses dados foram obtidos a partir das fichas de investigação epidemiológica de casos de doença de Chagas aguda (DCA) notificados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan)", esclarece a nota da Suvisa. A Superintendência ressalta que esses casos podem não ter tido origem nas cidades em que foram notificados, "pois é sabido que nos municípios goianos limítrofes com os estados de Minas Gerais e Bahia, a prevalência da doença de Chagas é alta". O Secretário de Saúde ainda pontua que os lugares que mais sofreram com esse mal foram o nordeste goiano, o entorno de Brasília e pontualmente cidades do sudeste do estado.
O secretário Halim ainda salienta que o Estado recebeu uma certificação por não ter mais infestação de barbeiros. "O que não significa eles estejam eliminados no estado", afirma, explicando ainda que há um projeto em discussão para que agentes saiam a campo para identificar a possibilidade de haver doenças infecciosas, incluindo Chagas.  
Barbeiro
O médico e pesquisador Anis Rassi, reconhecido internacionalmente por seus estudos sobre a doença de Chagas – que investiga desde 1956 – explica que a doença já foi mais comum, por causa da devastação florestal provocada pela entrada do ser humano em áreas antes selvagens. O barbeiro é um animal hematófago e primordialmente se alimenta do sangue de outros animais silvestres.
Com a derrubada de seu habitat natural e com a impossibilidade de voltar à mata, porque apenas na fase adulta o inseto possui asas que lhe permitem somente um voo curto, o barbeiro passa a se alimentar do sangue humano e de animais domesticados pelo homem. 
De hábitos noturnos, o inseto se esconde durante o dia. As típicas habitações dos primeiros colonos de Goiás e de outros estados, feitas de pau a pique, e no peridomicílio, galinheiros, currais e depósitos construídos com baixa qualidade, proporcionam, nas frestas e rachaduras, esconderijos perfeitos para o barbeiro durante o dia. "De noite, com as luzes apagadas ele sai dali a procura de sangue. Pica principalmente crianças, porque elas têm sono profundo. O adulto habitualmente acorda e espanta o barbeiro. As crianças eram as principais vítimas", esclarece o especialista.
Transmissão
O doutor Anis conta que por vezes famílias inteiras eram diagnosticadas com Chagas. Isso porque a transmissão ocorre essencialmente depois que um barbeiro suga o sangue de uma pessoa infectada pelo T. Cruzi. No estômago do inseto o protozoário regredirá para fase epimastigota e depois no intestino para a forma infectante tripomastigosta. Quando o barbeiro está sugando o sangue de uma vítima ele acaba defecando no local. Se suas fezes estiverem contaminadas e a pessoa que foi sugada coçar o lugar da picada, escoriando a pele, a forma tripomastigota do T. Cruzi irá se infiltrar no corpo humano.
Essa é a fase aguda da doença, logo após a pessoa ser picada. O Doutor Anis elucida que, é muito difícil o diagnóstico nessa etapa, pois os sintomas são sutis e parecidos com qualquer outra infecção, cessando após pouco tempo. A vítima pode apresentar febre, irritação no local da picada, inchaço em alguns órgãos, mas normalmente ocorre apenas uma leve alteração na temperatura corporal, que muitas vezes não é notada pelo indivíduo.
Ocasionalmente, se o babeiro picar no rosto de uma pessoa e esta empurrar suas fezes para dentro de um dos olhos, pode aparecer um sinal característico que ajuda no diagnóstico. É o Sinal de Romaña, que se caracteriza pelo inchaço das pálpebras do olho dessa vítima. Porém, lembra o doutor Anis, é um sintoma que pode estar associado a outras doenças como a conjuntivite.

Essa é a forma vetorial de transmissão. A doença de Chagas ainda pode ser transmitida por transfusão de sangue, transplante de órgão, congenitamente – da mãe para o filho – e de forma oral, através da ingestão de alimentos contaminados com as  fezes do barbeiro.
O Dr. Rassi esclarece que nas duas primeiras alternativas as chances de contrair Chagas são quase nulas, visto que atualmente há muitos exames realizados para doadores de sangue e órgãos, dentre os quais testes que detectam Chagas. A chance de adquirir a doença da mãe infectada é de aproximadamente 2%. Porém há alguns anos se ouve falar nos casos de Chagas adquiridos por via oral. No Pará, a contaminação aconteceu associada ao açaí e em Santa Catarina à cana-de-açúcar, isso porque o barbeiro ou suas fezes são moídas juntamente com os produtos, que ao serem consumidos contém o protozoário.
Como tratar o paciente
Se não for tratada no início o T. Cruzi se aloja essencialmente em três órgãos do corpo trazendo complicações aos mesmos, é a fase crônica da doença. Segundo o secretário de saúde, 80% das vezes o órgão é o coração, e em 20% o esôfago e o intestino grosso (cólon).
De acordo com as informações do médico Anis Rassi, a doença de Chagas provoca o crescimento desses órgãos. No megaesôfago, a pessoa não consegue engolir a comida com facilidade, pois com o aumento do esôfago o bolo alimentar fica parado na entrada do estômago. "A pessoa fica embuchada, às vezes ingere água para tentar engolir, ergue os braços e chega até mesmo a ficar pulando, para tentar desembuchar", explica.
Nesses casos, muitos chegam a regurgitar a comida que fica parada no esôfago. Para o megaesôfago existe tratamento, que é muitas vezes cirúrgico. Outro órgão afetado é o intestino grosso. Nesses casos há o megacólon, onde a pessoa fica às vezes até dois meses sem evacuar. "As fezes se empedram dentro do intestino, e muitas vezes é preciso que o médico faça um procedimento para retirada dessas pedras", explica o doutor Rassi.

No coração, vários problemas decorrem do seu crescimento, sendo mais comuns as arritmias e a morte súbita causadas por elas. Com as novidades no campo da medicina, atualmente os pacientes com Chagas crônica podem contar com medicamentos e tratamentos para a cardiopatia chagásica, o que pode aumentar sua sobrevida. Nos primeiros tempos, muitos morriam por complicações no coração, pois não havia nem mesmo o marca-passo.
Tratamento
O tratamento contra o protozoário T. Cruzi é realizado com o medicamento Benzonidazol. "Até 1970 não existia medicamento totalmente eficaz contra a doença. Quando surgiu o Benzonidazol, tudo melhorou. Depois que o laboratório parou de fabricá-lo, um grupo de pesquisadores conseguiu que sua fórmula fosse doada e agora o Lafepe (Laboratório Farmacêutico de Pernambuco) – é que o produz", explica Anis Rassi.
O laboratório é público e o ministério da saúde distribui gratuitamente o remédio. O tratamento é rápido, dura em torno de 60 dias. O especialista alerta que quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de o paciente ficar curado e sem adquirir complicações graves que posteriormente necessitam de outros tratamentos mais especializados.
O remédio é disponibilizado para os pacientes mediante sua vinculação "ao preenchimento da notificação, do laudo de solicitação, avaliação e autorização de medicamentos e da receita médica que posteriormente são enviados via e-mail para a coordenação de Zoonoses que após autorização, o reenvia para a assistência farmacêutica estadual, sendo a responsável pela dispensação do medicamento em questão" elucida a Suvisa em nota.
O problema é que a doença é silenciosa na maioria das vezes e é diagnosticada por meio das complicações decorrentes da infestação pelo T. Cruzi. Segundo o especialista, 50% dos pacientes têm a forma indefinida da doença, quando possuem o protozoário no sangue, mas não desenvolveram a doença. Por isso é importante sua prevenção e a solicitação de exames para detectar a doença.
"Os resultados do tratamento contra Chagas são satisfatórios, e ela é curável na maioria dos casos, principalmente aqueles descobertos na fase aguda, os congênitos, as crianças, e alguns casos crônicos", afirma Rassi. Porém o especialista ressalta que a comprovação da cura só é possível depois de 20 ou 30 anos após o tratamento.
Prevenção
Para o Halim, a prevenção ainda é o melhor a ser feito. O secretário de saúde, ainda explica que há recursos federais até mesmo para a construção ou reforma de casas que possam estar infestadas com o barbeiro. "Os recursos são federais, mas a equipe que faz as vistorias nas localidades é estadual. Quando é verificado, mas condições das casas, a antiga é demolida e constrói-se outra, ou é realizada alguma reforma para corrigir o que estava fora dos padrões", esclarece Halim.
Ele também explica que inseticida também pode ser utilizado em alguns casos. Para Halim Girade, ainda é necessário realizar o treinamento dos médicos das áreas ainda consideradas de risco para a doença, pois muitos ainda não saberiam identificar os sintomas da fase aguda. "A doença é tão rara hoje, que é difícil os médicos mais jovens identificá-la", afirma o secretário.(03/08/14)
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O POPULAR

Coluna Direito e Justiça – Ipasgo vai pagar terapia
Após recorrer à Justiça, uma segurada terá direito a tratamento integral de câncer de pulmão pelo Ipasgo. A decisão é do juiz Fernando César Rodrigues Salgado, do 1º Juizado Especial da Fazenda Pública de Goiânia. O advogado consumerista Rogério Rocha explica à coluna que a mulher, injustificadamente, teve o tratamento e a isenção da coparticipação negados pelo Ipasgo. Em sua defesa, o advogado contestou e expôs a gravidade da doença, além dos altos custos para tratá-la. Ele também apresentou casos semelhantes. Diante disso, Fernando deferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, determinando que o Ipasgo custeie todo seu tratamento quimio e radioterápico, bem como os medicamentos e profissionais necessários. Caso haja descumprimento, será aplicada multa diária de 500 reais. (04/08/14)

Médica será recredenciada
O Ipasgo deverá restabelecer imediatamente o contrato com a médica Fabiana Garcia dos Santos. A decisão é do juiz Fernando César Rodrigues Salgado, do 1º Juizado Especial da Fazenda Pública de Goiânia, em ação movida pela médica. Ela contou que foi surpreendida em fevereiro deste ano com uma carta informando seu descredenciamento, sob argumentação de grande número de solicitações de consultas e procedimentos na modalidade pessoa física. A advogada de Fabiana, Darlene Liberato, ressalta que não houve processo administrativo, o que impediu que ela exercesse o direito de ampla defesa e contraditório e que o simples comunicado de descredenciamento viola princípios constitucionais. (02/08/14)

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Saúde
Nova forma de meningite no Brasil

Rio – Uma nova forma de meningite – transmitida por parasitas – está se espalhando pelo País. Levantamento publicado pela revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz mostra que a meningite eosinofílica já foi diagnosticada em seis Estados, nas Regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Foram diagnosticados 34 casos e 1 morte desde 2006.
As formas mais conhecidas de meningite são virais ou bacterianas Já a eosinofílica é causada por um verme, o Angiostrongylus cantonensis, e é transmitida por crustáceos e moluscos, incluindo o caramujo gigante africano. A preocupação é alertar profissionais de saúde, uma vez que se trata de um parasita recente, identificado no Brasil há oito anos. Os casos ocorreram em São Paulo, Rio, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul.
“Os médicos não estão atentos a essa forma da doença, mais por falha de educação e de treinamento. Eles querem saber se a meningite é viral ou bacteriana e não prestam atenção aos outros agentes”, explica o médico Carlos Graeff-Teixeira, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Ele assina o artigo com a bióloga Silvana Thiengo, do Instituto Oswaldo Cruz, e com o médico Kittisak Sawayawisuth, da Universidade de Khon Kan, na Tailândia.
Sintomas são iguais
Os sintomas da meningite eosinofílica são semelhantes aos das outras: dor de cabeça persistente, febre alta e, menos frequentemente, rigidez na nuca. O que permite diferenciar é o exame do liquor, líquido entre as meninges, extraído por punção lombar. “O aumento de eosinófilos, que são células de defesa do organismo, é típico de infecção por parasita e verme”, diz o médico Carlos Graeff-Teixeira.
Ele explica que o verme não se desenvolve no organismo humano e o tratamento é com corticoides. O tratamento ameniza os sintomas e evita o agravamento da doença, que pode deixar sequelas como disfunção nos movimentos de braços e pernas, redução ou perda da visão e audição. (04/08/14)
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Cirurgia plástica
Corrida pelo corpo perfeito
Goiânia é a terceira capital do País em concentração de especialistas na área, segundo a entidade de classe
Gabriela Lima

Em busca da beleza ideal, cada vez mais, as brasileiras deixam de lado o medo de enfrentar um centro cirúrgico e se submetem a procedimentos para esculpir o corpo e o rosto. Relatório divulgado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (Isaps) mostrou que o Brasil passou, pela primeira vez, os Estados Unidos em números de cirurgias plásticas, ocupando o topo do ranking mundial. O estudo não aponta dados regionais, mas a alta concentração de especialistas mostra que Goiânia contribui para engrossar este índice. Apesar de ser a 12ª capital mais populosa do País, ocupa o 3º lugar em quantidade de cirurgiões plásticos por número de habitantes.
Com 1.393.579 habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2013, e 149 especialistas em cirurgia plástica, de acordo com dados do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Goiânia tem 1 cirurgião para 9.352 habitantes. A capital de Goiás só fica atrás de Porto Alegre (RS), com 1 especialista para 5.733 habitantes, e Belo Horizonte (MG), com 1 para 8.729.
HOSPITAIS
Outro fator que coloca a grande procura por cirurgias plásticas em Goiânia é o aparecimento dos hospitais especializados nesse tipo de procedimento. Autoridade no assunto no Estado, o conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e regente do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) diz que não há um levantamento sobre a quantidade desses hospitais. Sabe-se apenas que eles estão aumentando e acabaram virando referência para um turismo médico. “Recebemos pacientes até dos Estados Unidos e da Europa.”
Em todo o Estado, há 197 cirurgiões plásticos registrados no Cremego. Se comparado às demais especialidades cirúrgicas, o número só fica atrás da cirurgia geral, líder absoluta com 739 especialistas (veja quadro na página 4).
A demanda em Goiânia fez a jovem Jéssica Lorrana Rodrigues, de 22 anos, enxergar na cirurgia plástica a chance de transformar uma paixão em um negócio rentável. Após realizar seis intervenções no corpo e no rosto, a empresária percebeu a importância dos cuidados pós-cirúrgicos como massagens e drenagens linfáticas. “Fazer tratamentos estéticos para manter o corpo virou um hábito. Eu gostava tanto que decidi fazer um curso de esteticista”, relata.
Pouco tempo depois de começar a trabalhar em uma clínica de cirurgia plástica, tornou-se sócia de uma franquia de estética médica e entrou para a faculdade de enfermagem para “agregar valor” ao serviço prestado.
O primeiro contato de Jéssica com o universo da estética médica aconteceu aos 16 anos, quando fez, pela primeira vez, um implante mamário, colocando uma prótese de 275 mililitros (ml) de silicone.
Jéssica achou o tamanho da prótese pequeno para seu 1,78 metro de altura e, ao completar 17 anos, voltou ao centro cirúrgico. Realizou, três plásticas. Além de trocar a prótese por uma de 350 ml, se submeteu a uma rinoplastia (no nariz) e uma lipoescultura. “Trabalhava como modelo e quis melhorar as medidas.”
O maior desejo de Jéssica era se tornar Miss Goiás. Para entrar nas medidas do concurso, aos 18 anos, fez uma nova lipoescultura. Não venceu o concurso, mas encontrou nos procedimentos cirúrgicos um aliado para realçar a beleza e ficar mais feliz com a autoimagem e, aos 19 anos, passou por uma bioplastia no rosto, remodelando a mandíbula e o contorno da bochecha.
Hoje, a empresária se diz satisfeita com os resultados. Afirma que tem vontade de aumentar a prótese novamente e fazer outra lipo, mas só vai enfrentar novas cirurgias depois que tiver filhos.

Cirurgia plástica
Cinco motivos explicam ranking
Para médico, avanço está relacionado à economia, cultura brasileira e segurança


Cirurgia plástica
O fato de o Brasil ter assumido a liderança mundial na realização de cirurgias plásticas, ultrapassando os Estados Unidos, é intrigante pelo fato do nosso País enfrentar graves problemas na prestação de serviços de saúde. A massificação destes procedimentos também chama a atenção em Goiás pelo fato de o Estado ter enfrentado o desastroso caso Marcelo Caron, condenado pela morte de três pacientes por complicações após procedimentos de lipoaspiração e que responde a 29 processos na Justiça por diversos crimes como lesão corporal.
Para o especialista Luiz Humberto Garcia, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), casos como o do ex-médico Denísio Marcelo Caron é coisa do passado. Atualmente, tanto os médicos quanto os pacientes priorizam a segurança. Para Garcia, cinco razões explicam a massificação da estética médica.
A primeira razão é econômica. Ele afirma que, na última década, houve uma certa melhora dos indicadores econômicos da população brasileira, que pode ter acesso a um serviço que até pouco tempo era restrito às classes A e B. Ele também cita o aumento do número de cirurgiões plásticos, o que fez com que os preços se estabilizassem e até mesmo reduzissem. Alguns especialistas chegam a oferecer parcelamentos em mais de 10 vezes.
Em todo o Estado, há 197 cirurgiões plásticos registrados no Cremego. Se comparado às demais especialidades cirúrgicas, o número só fica atrás da cirurgia-geral, líder absoluta com 739 especialistas (veja quadro).
O segundo motivo, segundo Garcia, é a característica da própria cultura brasileiro. “O provo brasileiro é extrovertido, gosta de sol, água, clube, praia. É um povo alegre, para fora, pois não tem vergonha de se expor”, diz.
Contribui, em terceiro lugar, para a massificação das plásticas, a excessiva valorização da parte física e material atualmente, na cultura ocidental em geral. A valorização do corpo, para o especialista, é positiva. “O cuidado com a parte anatômica é bom, é agradável. A atração pela simetria morfologicamente agradável é natural do ser humano.”
Questionado se essa busca pelo corpo medicalizado se trata de uma imposição cultural, Garcia rebateu: “O que é artificial é querer levar ao pé da letra esse discurso de que se trata de uma imposição midiática. Dizer que essa é a cirurgia das vaidades é uma coisa cruel e irreal com essa especialidade que faz tão bem para as pessoas”.
Como quarto fator, o especialista aponta o fato de a cirurgia plástica ter entrado para o arsenal de beleza, para o “guarda-roupas” da mulher. Segundo o médico, as pacientes hoje programam fazer intervenções estéticas assim como programam fazer uma viagem ou comprar um carro.
O quinto fator, e um dos mais importantes na avaliação do especialista, é a busca incessante da segurança por parte dos profissionais. “Hoje a cirurgia plástica no nosso país está em um nível bastante confiável, sendo a especialidade brasileira com maior reconhecimento internacional.”


Maioria expressiva de mulheres
Mais de 87% dos pacientes de cirurgia plástica no Brasil são mulheres, de acordo com o levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (Isaps). Pela experiência que acumulou tanto em consultório particular quanto em hospitais públicos, o médico Luiz Humberto Garcia, que também é regente do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), identificou o perfil das mulheres que procuram as intervenções estéticas em três faixas de idade: a fase Bárbie, a fase loba e fase avó.
Na fase Bárbie estão as jovens de idade entre 18 e 25 anos que vãos aos consultórios para ter o chamado corpo de boneca. Elas geralmente fazem lipoaspiração e cirurgia de prótese de mama.
Na fase loba estão as pacientes entre 35 e 45 anos que já tiveram filhos. Após definir a prole, elas buscam ajuda médica para fazer correções nas deformidades sofridas pelo corpo.
A terceira fase, a da avó, é a da mulher com mais de 55 anos, que querem minimizar os efeitos do tempo sobre a beleza feminina. Segundo o especialista, essas mulheres procuram geralmente por cirurgias na face, como a blefaroplastia (cirurgia nas pálpebras), e braços.
Garcia admite que há casos patológicos, de busca exacerbada pelo corpo ideal. “Mas cabe ao cirurgião, como médico que é, avaliar se o paciente não está passando por alguma crise ou neurose, interpretar se o anseio condiz com a necessidade.” No entanto, destaca que a maioria das mulheres que buscam os consultórios são equilibradas.

Médico vê fenômeno como ‘preocupante’
O título de o Brasil ser campeão mundial em número de cirurgias plásticas é visto com ressalvas pelo médico Elias Rassi, professor do departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Enquanto fenômeno, acho assustador esse volume de pessoas na sociedade insatisfeitas com o próprio corpo”, afirmou.
O médico explica que considera esse movimento uma forma de baixa identidade cultural do brasileiro, pois os padrões de beleza são passageiros. No entanto ele ressalta que essa é a análise do fenômeno e não do indivíduo. “Cada caso é um caso e é lógico que as pessoas podem se sentir mais felizes ao mudar alguma característica que a incomoda”, afirma.
Chama a atenção, segundo Rassi, o fato de países desenvolvidos, onde as pessoas têm um maior poder aquisitivo, não ter um volume tão grande de gente realizando intervenções cirúrgicas estéticas e reafirma.
Rassi liga o crescimento do mercado da cirurgia plástica a fatores industriais. Ele cita uma corrente de pensadores que afirma que, nessa “cultura do corpo”, cada vez mais influente até mesmo na economia da nossa sociedade, os médicos estão se tornando apenas uma fração entre os inúmeros protagonistas da indústria da saúde.
“Os médicos são indispensáveis à saúde do corpo, mas se transformaram em uma peça desse movimento industrial”, diz Elias Rassi.

Lipo é o tipo mais procurado
Em Goiás, a lipoapiração é campeão dos procedimentos de cirurgia plástica. Seguido de perto pelo implante de prótese na mama. A afirmação é do médico Luiz Humberto Garcia, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – regional Goiás e Cremego. “Não temos esses dados fechados, mas quase toda paciente que chega ao consultório, mesmo quando faz uma abdominoplastia, por exemplo, acaba fazendo uma lipo nas costas, na cintura ou nos braços”, explica.
Mas a empresária de estética médica Jéssica Rodrigues dá um aviso às interessadas: no caso de lipoaspiração, lipoescultura (que tira a gordura de um lugar para colocar em outro) e abdominoplastia, a plástica é apenas 50%. “O resultado é maravilhoso, mas se não cuidar, perde tudo”, afirma. Os outros 50% são os cuidados no pós-operatório, aliados a uma alimentação saudável e balanceada, assim como a prática de atividade física. (03/08/14)
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Cartas dos Leitores – Medicina
Com relação à matéria Conselho critica novos cursos, na qual o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) questiona a qualidade dos cursos recentemente implantados no Estado e seu presidente afirma que o curso de medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Goiânia aumentou em 50% o número de vagas no processo seletivo sem ampliar o corpo docente, informamos que a afirmação é equivocada. A UFG não aprovou, em nenhuma de suas instâncias colegiadas, a ampliação de vagas do curso em Goiânia. O que efetivamente corresponde à realidade é que a reitoria encaminhou à Faculdade de Medicina da Regional Goiânia expediente para que a mesma delibere sobre uma possível ampliação de mais 50 vagas no processo seletivo de 2016.
Esclarecemos ainda que, no caso de essa proposta receber parecer favorável da Faculdade de Medicina, e dos conselhos superiores da UFG, a universidade receberá em contrapartida, contrariamente ao que foi afirmado na referida matéria, recursos financeiros e de pessoal necessários para a oferta de maior número de vagas. Em respeito à autonomia de suas unidades acadêmicas, a reitoria aguarda posicionamento do conselho diretor da faculdade sobre esse pleito, para posterior análise do mesmo pelas demais instâncias.
Manoel Chaves
Vice-reitor da UFG (03/08/14)

Medicina
Sobre a reportagem referente a abertura de novos cursos de medicina em Goiás, publicada no POPULAR de 26 de julho, eu, como professor do curso de medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) há 12 anos, tenho que discordar do vice-reitor da mesma universidade, sobre sua afirmação de que o curso de medicina de Jataí tem qualidade para formar. Primeiramente, o referido curso não conta com hospital-escola, uma aberração do ponto de vista técnico, uma vez que programar um curso de medicina sem hospital-escola é o mesmo que conceber um curso de educação física sem quadra de esportes.
Em segundo lugar, a maneira como estão sendo contratados os professores do futuro curso merece ser cuidadosamente revista. Acompanhei bem de perto um dos certames para suprimento da vaga da disciplina de psicologia médica – área exclusiva da medicina que trata da relação médico-paciente, uma das principais cadeiras, na qual se ensina a atender um paciente em todas as situações complexas que a profissão envolve: morte, aids, câncer, etc. Fiquei chocado com o que vi.
Primeiro, o concurso permitiu que não-médicos se inscrevessem – outra aberração do ponto de vista técnico – e, como se não bastasse, foi aprovada uma docente fora da área médica – em meio a vários candidatos médicos – para dar aula sobre relação médico-paciente! Seria o mesmo que chamar um físico nuclear para dar aulas de direito…
Cabe ainda anotar que preteriram outros candidatos médicos que se inscreveram no referido concurso e um deles altamente qualificado – possuía titulo de doutorado, currículo muito superior ao da candidata aprovada. Cabe ao vice-reitor dar explicações sobre esta maneira muito particular de se conduzir a abertura de novas faculdades públicas de medicina.
Leonardo Caixeta
Setor Jaó – Goiânia (02/08/14)

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UTI Neonatal
Governo estadual aluga 10 leitos
Vandré Abreu
O Estado inaugurou hoje dez leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal no Hospital e Maternidade Vila Nova (HMVN), que vão ser geridos pelo Hospital Materno Infantil (HMI). Organização Social (OS) responsável pelo HMI, o Instituto de Gestão e Humanização (IGH) arcará com custo mensal de R$ 1,2 milhão pelo aluguel, cujo contrato será de 12 meses. O valor diário por leito chega a R$ 1,3 mil reais. No início do mês passado, o Estado estipulava contratar os leitos por aluguel diário de R$ 1,1 mil, complementando o valor pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de 478 reais.
O valor pago pelo Estado chega a ser 2,79 vezes o que o SUS paga, já que faz parte do contrato o aluguel de mais 20 leitos de enfermaria obstetrícia. Como o contrato é o mesmo, o Estado não informou qual o custo exato do aluguel de um leito de UTI neonatal. Para se ter uma ideia, planos de saúde como a Unimed e o próprio Ipasgo gastam cerca de R$ 1,8 mil por diária de uma UTI neonatal. Com o contrato de aluguel, o Estado vai repassar o dinheiro ao IGH por um aditivo no contrato que possui com a organização para a gestão do HMI. Com a quantidade de leitos alugados, a estimativa do secretário Halim Girade é que o problema da falta de UTIs neonatais se resolva.
O promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO) da Saúde do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Érico de Pina Cabral afirma que há diversos inquéritos na entidade que investigam os contratos do Estado com as OSs, mas que o importante neste caso é que as UTIs estejam funcionando e à serviço da população. Ontem mesmo, 5 dos 10 leitos inaugurados já estavam ocupados. Segundo a Central de Regulação da Prefeitura de Goiânia, como os números na tarde de ontem não estavam fechados, as novas UTIs não tinham interferido no sistema.
De acordo com o superintendente da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Deusdedith Vaz, os custos do contrato são globais, com o “aluguel das instalações, equipamentos, transporte inter-hospitalar, medicamentos, materiais e insumos, salários das equipes e outros custos”. Vaz informa ainda que não é possível comparar o custo de serviços públicos de alta complexidade com serviços prestados por unidades privadas, tal qual seria errônea a comparação de custos globais com níveis de complexidade diferentes.
O secretário de Saúde Halim Girade afirma que a negociação para o aluguel dos leitos ocorre desde março, com a necessidade de ampliar a rede de UTIs neonatais. A diretora geral do HMI, Rita de Cássia Leal, conta que a negociação final ocorreu em tempo recorde de 28 dias, o que foi salientado pelo promotor. O aluguel visa ofertar leitos em quantidades suficientes para que a situação ocorrida no final do mês de junho, em que três bebês necessitavam de UTIs neonatais e não havia vagas disponíveis, conforme noticiado pelo POPULAR.
O fato ocorreu porque o HMI entrou em reforma. O Estado afirma que até o final deste ano haverá a disponibilização de mais 12 leitos no próprio HMI. (02/08/14)
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CONTINUA