Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 02 A 05/11/18

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

Maternidade Marlene Teixeira fica superlotada em Aparecida de Goiânia
Fórmula infantil está em falta no HDT
Editorial – O drama de pais e filhos
Por ano, 950 nascem com problema
Saúde censura OS do Hugo e Hutrin
Dois anos após aprovação no Congresso, PGR se manifesta contra "pílula do câncer"
Brasil gasta 3,8% do PIB em saúde pública
Suplementos: amigo da saúde pode ser vilão sem prescrição
Artigo – Planos de saúde privados – é hora das soluções
Pesquisa constata desinformação de médicos sobre homossexualidade

TV ANHANGUERA/GOIÁS

Maternidade Marlene Teixeira fica superlotada em Aparecida de Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/todos-os-videos/v/maternidade-marlene-teixeira-fica-superlotada-em-aparecida-de-goiania/7137771/
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O POPULAR

Fórmula infantil está em falta no HDT

Desde setembro, mães carentes portadoras do vírus HIV, que fazem acompanhamento no hospital, enfrentam dificuldades para conseguir leite em pó especial para crianças de 0 a 6 meses
Desde o início de setembro, mães carentes portadoras do vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana), que fazem acompanhamento no Hospital Estadual de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT), órgão da Secretaria Estadual de Saúde (SES), não conseguem a fórmula infantil (leite em pó) para bebês de 0 a 6 meses normalmente distribuída na unidade. Na semana passada o assunto foi debatido no Conselho do HDT que é formado por gestores, servidores e usuários.
Fundadora e coordenadora do Grupo Aids Apoio Vida Esperança (AAVE), Margaret Hosty participou da reunião e ficou preocupada com a situação das mães, cerca de 60 mulheres que enfrentam dificuldades financeiras. "Nós pedimos esclarecimentos porque são pessoas carentes. Uma mãe veio do interior e voltou sem o leite", disse ela. Em média, são distribuídas no local cerca de 500 latas da fórmula infantil. Cada mãe leva, todos os meses, dez latas do leite para casa. F., de 30 anos, mãe de uma garotinha de dois meses, que mora em Senador Canedo, não conseguiu o leite para a filha em setembro e outubro. "Eu tive de comprar na farmácia e custa cerca de 40 reais. É muito caro". A pediatra sugeriu que ela procurasse a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) onde também é distribuído produto semelhante. "Eles exigiram uma grande papelada, demorou um pouco, mas consegui três latas. F. é mãe de outro garotinho de 7 anos. A família sobrevive com os rendimentos do marido dela, que é pedreiro.
A auxiliar de serviços gerais D. é mãe de quatro filhos, o mais novo com dois meses, também anda fazendo uma peregrinação em busca da fórmula infantil. "A gente precisa do leite. Está muito difícil". Ela recebeu a informação de que poderia obter o leite na OVG, mas diante da burocracia exigida ela ainda não teve sucesso porque não sabe ler. D. recebeu a doação de uma lata esta semana, mas não tem de ideia do que vai fazer se tiver de comprar a fórmula.
Sem prazo
O HDT, que é gerido pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), confirmou que a fórmula infantil para crianças de 0 a 6 meses está em falta desde setembro, mas esclareceu que a unidade é apenas um dos pontos do Sistema Único de Saúde (SUS) que faz sua distribuição. "O hospital apenas repassa o produto que é fornecido pela Gerência de Assistência Farmacêutica do Estado de Goiás". Já a fórmula para crianças com idade entre 6 e 18 meses está sendo entregue normalmente.
A SES, à qual é vinculada a Gerência de Assistência Farmacêutica, informou que está comprando a fórmula infantil. "Houve o processo licitatório para a compra do produto, que foi finalizado, e a expectativa é que o empenho (garantia do recurso) seja feito nos próximos dias. A empresa vencedora do certame sinalizou que assim que o empenho for publicado entregará o leite de maneira imediata".
A amamentação, em caso de mães soropositivas, está associada a um risco adicional de transmissão de HIV de 7% a 22%, podendo chegar a 29% nos casos de infecção aguda materna. Por isso no Brasil o SUS faz a distribuição da fórmula láctea para esses bebês
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Editorial – O drama de pais e filhos
Reportagem de capa dessa edição  dá rosto a um dilema que, ao longo da semana, foi objeto de atenção nas páginas de O POPULAR. Sofia e João Gabriel são personagens dessa história que envergonha o Estado, por se tornarem vítimas inocentes da inoperância do Sistema Unico de Saúde (SUS). O Hospital da Criança de Goiânia é uma das 24 unidades do País credenciadas para cirurgias cardíacas. Porém, como apenas 6 leitos da Unidade de Terapia Intensiva são destinados à saúde pública, afila para procedimentos cirúrgicos já ultrapassa 48 crianças. Doenças tratáveis vão assumindo caráter cada vez mais grave pela falta de vagas, o que é uma crueldade não só com os pequenos pacientes, mas com as famílias, que se veem impotentes.
Como ocorre nesses casos, os entes públicos se manifestam em notas, que nem sempre respondem às angústias dos cidadãos diretamente ligados ao problema. O Ministério da Saúde afirmou que realiza, "periodicamente", adequações na Tabela do SUS. O Estado diz que as cirurgias são geridas pelas central de regulação municipal do respectivo gestor.
Nesse vaivém de palavras, Sofia, João Gabriel e tantos outros permanecem em incertezas.
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Por ano, 950 nascem com problema

Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) e diretor da Cooperativa dos Cirurgiões do Estado de Goiás, o cirurgião cardiovascular Wilson Luiz da Silveira, que integra o quadro de médicos do Hospital da Criança explica que uma média de 950 crianças nascem em Goiás com alguma cardiopatia por ano. Essa estatística considera que o Estado possui 95 mil nascimentos/ano e 10:1000 nascem com alguma doença cardíaca.
No geral, 70% das crianças precisam de tratamento cirúrgico, o que daria 665. Se considerar a média de 30% que tem convênio, restam para o SUS pelo menos 220 pacientes. Enquanto em 2017,321 crianças foram operadas no Hospital da Criança; neste ano, de janeiro a agosto foram 126 cirurgias. "Muitas crianças irão morrer antes de um ano de vida aumentando, ainda mais, os índices de mortalidade infantil em Goiás que já estão acima da média nacional", afirma o cardiopediatra. Procurada, a direção do hospital não se pronunciou.
CHANCE
Mirna de Sousa é cardiopediatra, ecocardiografista infantil e trabalha no hospital há 16 anos. Apesar de todo o tempo ela diz que nunca foi tão difícil. Há três semanas ela chegou a procurar o Conselho Regional de Medicina para saber como lidar com pacientes que estão na fila sem previsão de atendimento. "O que é que eu falo para o meu paciente? 'Estou te colocando numa fila, mas eu sei que essa fila não está andando'. Todo dia entra um e com muita frequência sai um por óbito. É angustiante. São doenças tratáveis e estas crianças não estão tendo chance", finaliza.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Saúde censura OS do Hugo e Hutrin

Comissão Especial proibiu direção do Instituto Gerir de passar informações para a imprensa. Pagamentos de fornecedores, servidores e compra de insumos está sendo decidida por esse grupo de servidores
Gestão
O Instituto Gerir, que faz a gestào do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) e do Hospital de Urgências de Trindade (HUTRIN) foi notificado a passar para a assessoria de imprensa da Secretaria deSaúde do Estado (SES) todos os assuntos e demandas envolvendo as duas uni-dades de saúde. A notificação foi assinada pelos quatro integrantes da Comissão Especial de Fiscalização e Acompanliamentodo HUGO.
Uma portaria instíuindo a comissão foi baixada depois de uma reunião no Ministério Público com representantesdo Estado ea promotora de Justiça Fabiana Zamaloa, que acompanha o desenrolar do problema do HUGO, agravada com a falta de repasses do Estado para a OS que fazagestãodo hospital Falta de medicamentos, insumos racionados, dificuldade para fazer atendimentos de urgência foram potencializados pelaausência de recursos oriundos do Estado.
O Instituto Gerir notificou o Estado de que vai entregar a gestão do HUGO e do HUTRIN, não tendo mais interesse em continuar com os serviços nas duas unidades. No dia 26 de outubro a notificação foi assinada e encaminhada para a direção do Gerir. A lacônica orientação dos integrantes da comissão é para que as direções dos dois hospitais não passem qualquer informação diretamente para os órgãos de imprensa, ao contrário "toda e qualquer comunicação e/ou esclarecimentos deverão ser entregues para a Comissão para divulgação através da Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual da Saúde"."
Essa comissão tem poder de decidir quem vai receber, quando sua fatura será paga e sob quais condições será feita a liquidação do débito. Na portaria fica específica sua prerrogativa para definir "a prioridade de pagamentos" e que para isso será observada ordem definida por critério deles. Pela ordem o mais importante é pagar "medicamentos e insumos, inclusive EPI (Equipamentos de Proteção Individual) em quantidade e qualidade necessárias aoatendimentoVSegue a porta ria definindo que depois vem o salário dos trabalhadores vinculados à prestação dos serviços de saúde e por fim os fornecedores essenciais à realização dos serviços da atividade da unidade hospitalar.
Caso as deliberações da comissão não sejam cumpridas rIgorosamente, adverte a portaria, há a pos-sibilidadede "intervenção imediata da SES/GO na unidade hospitalar. Servidores do HUGO relatam que um clima de insegurança e terror foi criado após a instituição dessa comissão para interferir diretamente na gestão do hospital. "Além de não priorizar a solução dos problemas com o cumprimento do contrato de gestão os indicados pela SES fazem um verdadeiro terrorismo com todos" frisa uma enfermei-ra que pede anonimato.
CONFLITO
O conflito no HUGO e HUTRIN aumentou depois que o secretário de Saúde, Leonardo Vilela, endossou ospoderesconcedidosàcomis-sào para tentar resolver o impasse envolvendo osdois hospitais e a Organização Social que faz a gestào. Com a dificuldade de abrir o chamamento para nova OS assumir a gestão e na certeza de que essa definição só ficarárpara o governo que assumirá em janeiro, Leonardo Vilela chegou a cogitar entregar o cargo para não se indispor ainda mais com a categoria da saúde – ele mes-moé médico de fomiação. Um colega de secretariado que acompanhou o caso no MP comentou que Leonardo Vilela só não se afastou definitivamente da Secretaria Estadual de Saúde para não perder também o status de presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass). "A vaidade de presidir o conselho ainda o mantém no caigo, apesar da montanha de problemasenvolvendoasOSs da saúde e a pasta",' confidenciou esse membro do alto escalão do governo.
A dívida do Estado de Goiás para com as OSs da saúde já beira R$ 300 milhõesepodeiá ultrapassar isso até a virada do ano Sem recursos paia pagar o débito o Estado usa a estratégia de impor rigorosa censura e impedir queinfonnações sejam repassadas para a imprensa e não deixar que a população saiba da real situação das unidades de saúde. Asfixia financeira e informação negada são o mais recente expediente para não deixar a saúde sair da UTI.
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Dois anos após aprovação no Congresso, PGR se manifesta contra "pílula do câncer"

Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer favorável à ação de inconstitucionalidade contra a lei
Aprovada pelo Congresso Nacional em 2016, a Lei 13.269, que autoriza a comercialização e distribuição da fosfoetanolamina sintética, também conhecida como "pílula do câncer", para pacientes com diagnosticados com neoplasia maligna, recebeu mais um posicionamento contrário nesta semana.
Desta vez, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer favorável à ação de inconstitucionalidade contra a lei. Para Dodge, o Congresso não pode "ultrapassar a barreira técnico-científica" para manter o fornecimento do medicamento de forma genérica sem a devida regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa).
A procuradora também comentou que a lei propicia a comercialização e distribuição do medicamento sem amparo científico e de vigência duvidosa. Sendo assim, Dogde considera a "pílula do câncer" uma ameaça à saúde pública e uma afronta à Constituição.
"A Vigilância Sanitária é parte indispensável de um sistema no qual o Estado age com responsabilidade em relação à saúde de seus cidadãos", destacou a procuradora-geral da República.
Ação de inconstitucionalidade
Proposta pela Associação Médica Brasileira (AMB) em 2016, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.501 terá condições, com o parecer da PGR, de ser julgada de forma definitiva pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
Há dois anos, a AMB conseguiu uma liminar na Justiça para a suspensão da lei até a apreciação final do mérito. O relator da ação é o ministro Marco Aurélio Mello.
Entenda o caso
O uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com câncer foi autorizado em abril de 2014 pela então presidente Dilma Rousseff (PT), após aprovação da lei pelo Congresso Nacional.
À época o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) já havia barrado a inclusão de novos pacientes nos testes com a substância com o argumento de que não havia eficácia suficiente. Entre os 59 pacientes tratados com as dosagens diárias de fosfoetanolamina, apenas 30% tiveram registro de remissão dos tumores.
Antes de a lei ser sancionada, a Anvisa se manifestou contra a liberação do medicamento por falta de testes que garantissem a segurança e a eficácia a substância, o que pode trazer riscos à população. (Com informações da Procuradoria Geral da República)
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Brasil gasta 3,8% do PIB em saúde pública

Os gastos públicos com saúde no Brasil equivaleram a 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2015. O país está na 64ª posição em gastos com saúde, no ranking com 183 países, "ligeiramente superior" à média da América Latina e Caribe, que gasta 3,6% do PIB, e abaixo dos países desenvolvidos, que aplicam, em média, 6,5% do PIB em saúde.
Os dados do Banco Mundial estão no relatório Aspectos Fiscais da Saúde no Brasil, divulgado hoje (1º) pela Secretaria do Tesouro Nacional..
"Constata-se que a despesa pública em saúde no Brasil está em patamar mediano em comparação com a média internacional, mas relativamente inferior ao volume de recursos empregados nos sistemas de saúde universais dos países europeus, como Reino Unido e Suécia, que apresentam boa qualidade", diz o estudo, chamando atenção, ainda que, mesmo o país tendo um sistema de saúde público universal, o gasto privado em saúde no Brasil é superior ao gasto público, diferente do padrão dos países desenvolvidos.
O documento aponta que a relação entre a despesa federal primária com saúde e a receita corrente vem subindo continuamente, passando de 6,7% em 2008 para 8,3% em 2017. No ano passado, o gasto primário da União em saúde totalizou R$ 117,1 bilhões. Em proporção do PIB, esses gastos chegaram a 1,8% no ano passado.
Nos últimos dez anos, o aumento real acumulado, acima da inflação, de 31,9% de gastos em saúde também não foi suficiente para colocar o Brasil no patamar dos países desenvolvidos. De acordo com o relatório, o aumento dos custos dos serviços de saúde acima da inflação e o envelhecimento da população pressionam o aumento nos gastos com saúde.
Teto dos gastos
O relatório apresenta ainda projeção para a despesa federal com saúde no Brasil em dois cenários de médio prazo. No cenário base, as estimativas indicam crescimento real de 25,9% (cerca de 2,6% ao ano) na demanda por despesas primárias nos próximos dez anos. Já no cenário de expansão, que leva em conta a ampliação da cobertura de alguns serviços, esse crescimento seria de 37% em dez anos, ou cerca de 3,6% ao ano.
Como consequência, nesses cenários a despesa também seria bastante superior à aplicação mínima de recursos em saúde, conforme regra estabelecida pela Emenda Constitucional nº 95/2016, o teto dos gastos. "A dinâmica futura das despesas em saúde torna-se ainda mais desafiadora em um contexto de limitação do crescimento dos gastos públicos e de ajuste fiscal", diz o estudo.
De acordo com o Tesouro, considerando o cenário base para dez anos, sem investimentos em novos serviços, a projeção é que a despesa da União em proporção do PIB mantenha-se estável no período, patamar ainda abaixo dos países desenvolvidos.
O relatório do Tesouro destaca, entretanto, que o aumento nos gastos em saúde nos próximos anos está condicionado à regra do teto dos gastos federais, ou seja, "aumentos reais são possíveis desde que haja redução em despesas de outros ministérios." A emenda determina que, a cada ano, seja aplicada em ações e serviços públicos de saúde 15% da receita da União em 2017 mais o adicional da inflação do ano anterior.
Determinantes das despesas
De acordo com o órgão, os países desenvolvidos aplicam, proporcionalmente, mais recursos em saúde, embora também atendam uma população com estrutura etária mais envelhecida relativamente ao caso brasileiro. Em 2015, a porcentagem de pessoas idosas (acima de 65 anos) nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) era de 16,2%, enquanto no Brasil era de 8,0%. Já em 2027, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta que os idosos corresponderão a 12,3% da população brasileira.
Dessa forma, o processo de envelhecimento da população brasileira tende a aumentar as despesas futuras em saúde. Em 2017, cerca de 50% de tais despesas foram destinadas a pacientes acima de 50 anos, que correspondem a apenas 22% da população.
Além da pressão do envelhecimento da população, de acordo com o estudo do Tesouro, no setor de saúde há uma forte pressão de aumento das despesas em decorrência da tendência de crescimento dos custos dos serviços em velocidade superior ao índice de inflação médio da economia, especialmente na área de média e alta complexidade.
Renúncia fiscal
O relatório do Tesouro Nacional trouxe ainda dados sobre os gastos tributários em saúde. A Receita Federal estima que em 2018 os benefícios tributários atingirão R$ 39 bilhões, montante equivalente a aproximadamente um terço das despesas em ações e serviços de saúde pública. Os destaques são para as deduções de despesas no imposto de renda (IR) para pessoas físicas (R$ 13,1 bilhões) e jurídicas (R$ 5,3 bilhões).
O Tesouro destaca que o benefício tributário de pessoa física é altamente regressivo e beneficia os contribuintes com maior nível de renda. Em 2016, a renúncia fiscal na área de saúde atingiu R$ 34,1 bilhões. As despesas médicas deduzidas alcançaram cerca de R$ 70 bilhões, metade delas de declarantes de alta renda, com alíquota máxima do IR (27,5%). Como o benefício leva em conta essa alíquota, o valor da renúncia acaba beneficiando os contribuintes mais ricos.
De acordo com o Tesouro, quando se constata que o custo dos serviços privados de saúde supera sistematicamente a inflação, "isso faz com que as perdas fiscais decorrentes desse benefício cresçam em termos reais ano a ano, prejudicando ainda mais o cenário fiscal restritivo que o país atravessa".
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JORNAL OPÇÃO
Suplementos: amigo da saúde pode ser vilão sem prescrição

Por Elisama Ximenes

Médica endocrinologista Fernanda Borges | Foto: Arquivo pessoal
Em tempos em que crossfiteiros, dietas low carb e idas disciplinares a academia tem tomado as redes sociais, cuidar da saúde do corpo tornou-se uma tendência. Para isso, lança-se mão de todos os recursos indicados, seja exercícios físicos, dietas ou suplementos alimentares.
Os últimos, embora precisem de indicação médica, têm sido utilizados por pessoas sem a prescrição profissional devida. A endocrinologista Fernanda Braga alerta que esse tipo de utilização pode trazer efeitos contrários ao desejado. Em vez de saúde, o consumo sem prescrição pode resultar em danos ao corpo humano.
“Cabe ao médico fazer o diagnóstico e indicação da suplementação necessária. Deve ser feito um recordatório alimentar, avaliado o volume de atividade física”, explica a especialista.
Segundo ela, passada a avaliação, o médico irá indicar suplementos com eficácia comprovada cientificamente e com segurança para o paciente. “A dose, o horário, o tempo de uso também deve ser estabelecido ou o benefício não será colhido”, alerta.
A médica explica, também, que o consumo sem prescrição médica pode pesar no bolso, já que há uma tendência à superdosagem, pois o paciente visa ao resultado rápido. Trazendo, assim, “um gasto financeiro desnecessário”.
AVC
Para além disso, e mais importante, Fernanda destaca o risco para a saúde que certos suplementos podem representar, por conterem substâncias perigosas. “Alguns Importados, principalmente os populares pré-treinos e termogênicos, contém ‘blends’ não discriminados no rótulo que, como não sabemos a quantidade, podem aumentar risco de eventos como AVC e infarto”, exemplifica.
Um dos suplementos alvos de polêmica é o Chá Verde. Fernanda explica que o problema dele está no extrato concentrado e que o segredo é tomar na quantidade certa, conforme dosagem recomendada por um especialista.
“Eles têm propriedades antioxidantes, ajudam a manter estado de alerta e melhora a retenção de líquidos. Os antioxidantes são moléculas que protegem as células contra danos oxidativo causados por radicais livres”, explica.
Os radicais livres são moléculas produzidas à medida que transformam oxigênio e alimento em energia. Como tudo produzido no corpo, ele é bom e, em excesso, tem que ser combatido. Para a endocrinologista é uma linha tênue que separa esse paradigma. Como o oxigênio e a água corroem o ferro, muitos radicais livres podem danificar as células.
Mas a médica explica que essa é uma produção natural do corpo e seu aumento “induzido pelo exercício é uma via de sinalização necessária para que ocorra as adaptações de treinamento no músculo”, pontua. Segundo ela, os antioxidantes são, então, necessários, quando essa produção precisa de um equilíbrio.
No entanto, segundo Fernanda, esses antioxidantes também podem ser adquiridos por meio de uma alimentação saudável. “Temos antioxidante endógenos (do corpo) e os exógenos que são: vitamina C, ácido alfa lipolíco, carotenoides, e compostos fenólico, Vitamina E. Todos podem ser extraídos da alimentação”, afirma.
Dentre os alimentos que podem ajudar na antioxidação: óleos vegetais, cítricos, grãos integrais, frutas, vegetais verdes e alaranjados, nozes, chá verde, uvas/ vinho tinto. “Até podem ser suplementados, mas a deficiência é rara e existe uma dose máxima segura para cada”, explica.
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O ESTADÃO ONLINE
Artigo – Planos de saúde privados – é hora das soluções

No final do Quarto Fórum de Saúde Suplementar, realizado no Rio de Janeiro, a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) apresentou uma lista com 11 sugestões para o setor de saúde complementar discutir e implantar ao longo de 2019.
As sugestões são abrangentes e vão desde novas formas de atendimento até a revisão do modelo de custeio, passando pela remuneração das operadoras, franquias e coparticipação dos segurados.
O que está claro é que o modelo atual está se esgotando e não há muito tempo para discutir as soluções necessárias para a reformulação do setor. O desenho não suporta mais a manutenção da operação. Todos os players estão insatisfeitos, sobrecarregados e mal pagos, sendo que o segurado, que é quem paga conta, de forma geral, não aguenta mais arcar com os custos de seu plano de saúde privado.
Não bastassem os reajustes acima da inflação oficial, a crise que levou a um desemprego recorde de mais de 13 milhões de pessoas, expulsou do sistema perto de 3 milhões de brasileiros que, do dia para noite, que perderam os planos de saúde privados e passaram a utilizar o SUS, agravando ainda mais a situação de penúria da rede pública de atendimento à saúde.
Digam o que disserem, os planos de saúde privados estão entre os sonhos de consumo do brasileiro. Nem poderia ser diferente. O cidadão comum não está interessado em filosofia, política ou a discussão de conceitos que na prática não tem qualquer eficácia. O que ele quer é ser atendido com dignidade e de forma eficiente, e isto, indubitavelmente, os planos de saúde privados brasileiros fazem com competência.
A prova é o número de ações distribuídas envolvendo os planos de saúde privados. Para um universo de mais de 45 milhões de pessoas, das quais algo próximo de 40% estão em São Paulo, o Tribunal de Justiça do Estado, este ano, julgou menos de 25 mil processos.
Para um total anual de 700 milhões de procedimentos autorizados pelas operadoras para atender a população paulista, 25 mil resultaram em processos judiciais, a maioria versando sobre problemas de atendimento e reajuste de preço. Trocando em miúdos, se os números absolutos impressionam quem não conhece o segmento, os números relativos mostram um quadro bem diferente e que explica boa parte da vontade do brasileiro ter um plano de saúde privado.
O problema a ser enfrentado não é o mau atendimento prestado pelas operadoras. A questão é o esgotamento do desenho criado para a saúde pública pela Constituição de 1988, complementada pela Lei dos Plano de Saúde Privados, uma das piores leis já votadas no Brasil, o que não é pouco, se pensarmos que somos campeões em leis fora de propósito.
Empresas e pessoas não aguentam mais pagar o custo dos planos de saúde privados. Os aumentos estão levando a conta para patamares capazes de comprometer o resultado dos balanços e o orçamento familiar. Do outro lado, o preço dos planos faz com que várias operadoras operem com prejuízo. Em valores, o setor fatura perto de R$ 180 bilhões apenas com os custos assistenciais e paga mais de R$ 150 bilhões. Ou seja, 83% do faturamento é destinado ao pagamento dos procedimentos cobertos, sendo que com os 17% restantes as operadoras custearam suas despesas administrativas e comerciais, além de pagarem a escorchante carga tributária nacional. Será que neste desenho há sobra para lucros impressionantes?
Num cenário onde todos estão insatisfeitos a única coisa sensata a se fazer é analisar detalhadamente a realidade para que a busca das soluções saia do terreno do achismo, do corporativismo e da demagogia barata.
A FenaSaúde, ao colocar na mesa os 11 pontos que julga importante serem debatidos, está oferecendo sua contribuição para a busca das soluções. Pode ser que nem todos os tópicos atendam ou resolvam todos os problemas e divergências, mas são, no mínimo, um balizador do caminho para a negociação necessária para modificar a equação atual e permitir que o brasileiro continue tendo atendimento à saúde eficiente, por um preço acessível.

* Antonio Penteado Mendonça é sócio de Penteado Mendonça E Char Advocacia E Secretário Geral Da Academia Paulista De Letras
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AGÊNCIA BRASIL

Pesquisa constata desinformação de médicos sobre homossexualidade

Cerca de um terço não sabem se orientação sexual é doença; 224 profissionais atuantes no Distrito Federal responderam roteiro de perguntas formuladas por estudiosos norte-americanos
Saúde
AGÊNCIA BRASIL
Um estudo recente de três pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) evidenciou o desconhecimento de médicos heterossexuais quanto à homossexualidade. Visando identificar percepções equivocadas que podem prejudicar o atendimento de pacientes, Renata Corrêa-Ribeiro, Fabio Iglesias e Einstein Francisco Camargos questionaram 224 profissionais atuantes no Distrito Federal, a partir de um roteiro de perguntas formuladas por estudiosos norte-americanos.
Ao final do experimento, constatou-se que os participantes acertaram, em média, apenas 11,8 dos itens (65,5% das 18 respostas dadas). Alguns deles atingiram somente dois acertos.
O número de erros foi maior entre católicos e evangélicos, que indicaram 1 l,43altemativascorretas>em média. A pontuação dos médicos que infonnaram ter outras religiões ou nenhuma foi de 12,42 acertos.
Os participantes tinham, em média, 42 anos de idade, eeram majoritariamente mulheres( 149 profissionais – 66,5%). À época da aplicação do questionário, a maioria (208pessoas – 92,9%) exercia a atividade após concluir a residência médica.
Os autores do artigo, intitulado O que médicos sabem sobre a homossexualidade? e publicado no início do ano, destacam que a sociedade médica tem alertado, há algum tempo, para comportamentos de profissionais da categoria que podem prejudicar o atendimento do segmento LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais). Com medo de serem hostilizadas, as pessoas pertencentes a esses grupos podem acabar deixando, por exemplo, de fazer consultas periódicas, tão importantes na detecção de doenças em estágio inicial.
RISCOS
O estudo constatou problemas como falta de treinamento de profissionais de saúde, que têm dificuldade de abordar questões relacionadas à sexualidade, presença de barreiras e práticas institucionalizadas consideradas preconceituosas. Segundo os autores, a desinformação dos profissionais de saúde aumenta o risco de adoecimento mental, suicídio, câncer e de contração de doenças sexualmente transmissíveis.
Em alguns casos, apontou a pesquisa, a rejeição dos profissionais de saúde leva à evitação ou ao atraso no atendimento, aoocultamen-to da orientação sexual, ao aumento da automedicação ou à busca de informações fora da rede médica, por meio de farmácias, de revistas, de amigos e da internet. Alguns pacientes só procuram o médico em situações de emergência ou em casos extremos, por receio de enfrentarem discursos homofóbicos, humilhações, ridicularizações e quebra de confidencialidade.
ERROS
A questão que apresentou o maior percentual de erro, ressaltaram os pesquisadores, foi a 14, que pedia para classificar a informação de que quase todas as culturas têm mostrado ampla intolerância contra os homossexuais, considerando como "doentes" ou "pecadores" Nesse caso, 154 médicos (68,8%) erraram a pergunta e julgaram o item verdadeiro, 37 médicos (16,5%) indicaram-no como falso, acertando a questão, e 33 (14,7%) não souberam responder.
Um total de 34,4% dos entrevistados não soube responder se a homossexualidade era doença (item 6), 4,9% responderam que sim. O item 10, que afirmava que uma pessoa se torna homossexual por conta própria, foi considerado verdadeiro por 32,1% dos médicos, e 13,8% não souberam responder. "Essa resposta revelou que quase metade dos médicos desconhecia os vários aspectos biopsicos-sociais relacionados à homossexualidade e a atribuía simplesmente a uma escolha feita pelo indivíduo" escreveu o grupo de cientistas.
Violência contra LGBTI no Brasil
Em 2017,445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) foram mortos em crimes motivados por LGBTIfobia. O número, apurado pelo Grupo Gay da Bahia, é o maior desde o início da série do monitoramento, que começou a ser elaborado pela entidade há 38 anos. O índice representa um aumento de 30% em relação a 2016.
Pelo mundo, a comunidade LGBTI tem conseguido galgar avanços na proteção a seus membros contra perseguições e ataques. Em setembro, a India descriminalizou a homossexualidade. A despenalização, que tinha como fundamento uma lei britânica de 150 anos, foi garantida por decisão da Suprema Corte do país.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação