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DESTAQUES
Pacientes esperam por cirurgias no Hospital das Clínicas, em Goiânia
Moradores temem redução de atendimento em postos de saúde de Minaçu
Casos sob investigação sobem para 11 e há poucas certezas
Médicos vão receber três vezes mais por parto normal, determina Justiça
7 passos para calcular o custo real da assistência
Não aguento mais meu paciente! O que fazer?
TV ANHANGUERA/GOIÁS (clique no link para acessar a matéria)
Pacientes esperam por cuirurgias no Hospital das Clínicas, em Goiânia
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Moradores temem redução de atendimento em postos de saúde de Minaçu
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O POPULAR
Casos sob investigação sobem para 11 e há poucas certezas
Três casos podem ter relação com zika vírus; os demais teriam outras causas, segundo secretaria estadual. Problema preocupa profissionais de saúde
Muito pouco se sabe sobre a microcefalia provocada pelo zika vírus, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) já admite a conexão entre a doença e a má-formação congênita, o que deixou o País em alerta. O Ministério da Saúde (MS) registrou 1.248 casos de microcefalia até 28 de novembro em 14 Estados. Em Goiás, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) investiga 11 casos informados nas últimas duas semanas; dois foram notificados ontem à tarde em Goiânia. Eles nasceram na Maternidade Dona Iris e já fizeram os primeiros exames no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), informou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flúvia Amorim.
A SES suspeita que em três bebês nascidos em Rio Verde, Montividiu e Pirenópolis a microcefalia pode ter sido causada pelo vírus zika. As causas dos outros oito casos de microcefalia estão sendo investigadas, mas a SES descartou a relação destes casos com o zika.
Um bebê é filho de um casal de Aparecida de Goiânia, mas nasceu na capital; sete são de Goiânia. Destes, a SES constatou que dois têm microcefalia decorrente de má-formação congênita e os demais, outras complicações. Em 2014, o Estado registrou apenas três casos de microcefalia.
Não há registros oficiais de febre zika em Goiás, o que não quer dizer que a doença não tenha chegado ao Estado, segundo o médico epidemiologista João Bosco Siqueira Júnior, professor de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFG). “Certamente a doença pode ter ocorrido sem que haja registros”, afirma. Os sintomas da febre zika são semelhantes aos da dengue – febre, manchas pelo corpo e dores nas articulações (veja quadro ao lado) – mas são menos intensos e podem até passar despercebidos. A doença é diagnosticada em exame clínico e, segundo Siqueira Júnior, muitos médicos relataram casos diferentes de dengue no ano passado, que poderiam não ser dengue, mas febre zika.
A relação entre a febre zika e a microcefalia é inédita no mundo, mas já deve ter ocorrido, na opinião do médico. Ele acredita que provavelmente na África, onde o vírus surgiu pela primeira vez, pode haver casos de microcefalia provocados pela doença. Como o continente não conta com estrutura de vigilância sanitária adequada, a relação entre a doença e a má-formação do cérebro em fetos pode ter passado despercebida.
Apuração
As investigações sobre as causas da microcefalia no Brasil começaram há dois meses – a partir do aumento dos casos no Nordeste – e sustentam a conexão que a OMS faz entre a má-formação e a febre zika. Até agora só se sabe que a doença representa risco para o bebê quando a mãe é contaminada no primeiro trimestre de gestação. Mas nem esta constatação é certa, observa o médico infectologista Boaventura Braz. “O risco pode se estender até meados do segundo trimestre.”
Siquera Júnior mostra preocupação: “Se aconteceu um surto no Nordeste, vai ocorrer aqui e em outros Estados”. Segundo ele, quem movimenta o vírus é a pessoa contaminada que transitam de um local para outro.
Médico recomenda que casais adiem gravidez por um ano
Diante da ameaça de um iminente surto de febre zika e da relação entre a doença e a microcefalia, resta aos casais adiar a gravidez por um ano, recomenda o médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz. “Porque o vírus zika deve entrar no Estado nos próximos meses.” Ele chama atenção para a gravidade da microcefalia, que pode ter consequências sérias para a criança, como déficit mental e motor e alteração congênita no sistema cardiovascular.
As mulheres que já estão grávidas devem evitar a picada do mosquito, aumentando as medidas de proteção contra o mosquito Aedes aegypti. O médico epidemiologista João Bosco Siqueira Júnior lembra que as medidas de proteção individual são bem restritas e cabe às mulheres grávidas apenas usar os repelentes à base de Deet, diminuir a área do corpo exposta e colocar telas nas portas e janelas. “O mosquito gosta de ficar dentro de casa, onde tem pessoas.”
Segundo Boaventura, o número de casos de dengue em 2016 deve diminuir em relação a este ano, uma vez que a população suscetível aos vírus que já circulam no Estado está menor. Todavia, ao vírus zika todos estão sujeitos, afirma. “O que aumenta o risco para as mulheres grávidas.”
Combate
A doença pode motivar a participação da população no combate ao Aedes aegypti. Na opinião de Siqueira Júnior, a febre zika pode mudar a percepção da população em relação ao risco que o mosquito transmissor representa e provocar, pela primeira vez, avanço no controle do vetor.
“A banalização que ocorreu em relação à dengue não deve se dar em relação à contaminação pelo vírus zika.” Ele espera que, diante do risco da febre zika, a população participe mais da luta contra o mosquito.
Efeitos da doença ainda não são totalmente conhecidos
Quem contrai a febre zika se torna imune ao vírus, o que quer dizer que a mulher que for contaminada uma vez se livra do risco de transmitir a doença para o feto em uma futura gravidez. O vírus é transmitido pelo mosquitoAedes aegypti e os pesquisadores acreditam que também pelo leite materno, pelo sêmen e por transfusão de sangue. As mulheres que estiverem amamentando devem suspender a amamentação se aparecerem os sintomas da doença, apesar de não haver risco de má-formação do cérebro. A questão é que ainda não se conhecem todos os efeitos da febre zika.
Os sintomas da zika duram em média cindo dias. Um dos principais sintomas são as manchas avermelhadas, que aparecem de 3 a 12 dias após a contaminação. A pessoa pode ter também febre baixa, de até 38,5ºC, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações dos dedos das mãos e dos pés, conjuntivite, dor nos olhos, fotofobia e coceira na pele. O tratamento recomendado é repouso e ingestão de líquidos e, para dor e febre, o uso de paracetamol.
Até agora, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relaciona a febre zika com a microcefalia e o desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma doença neurológica que causa paralisia progressiva e temporária. Mas ainda não são conhecidos todos os efeitos da doença que surgiu pela primeira vez em 1947, na Uganda, em um macaco que estava sendo utilizado em uma pesquisa sobre febre amarela.
A primeira descrição de febre zika em humanos ocorreu em 1954, na Nigéria. O primeiro grande surto de febre zika foi registrado em 2007, na Micronésia, no Pacífico Sul. O vírus foi descoberto no Brasil em maio de 2015, na Bahia.
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Médicos vão receber três vezes mais por parto normal, determina Justiça
O Brasil é o país com a maior taxa de cesáreas no mundo: 84% dos partos na rede privada são cesarianas (na rede pública, a taxa é de 40%), enquanto o recomendado pela OMS é de 15%
Em uma decisão considerada um "um divisor de águas", a Justiça Federal determinou que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) coloque em prática três novas medidas para reduzir o número de cesáreas na rede particular de saúde.
Com a decisão, em um prazo máximo de 60 dias, os profissionais de saúde da rede particular que auxiliarem em um parto normal terão de receber dos planos de saúde no mínimo três vezes mais do que na realização de uma cesárea.
A remuneração era uma reclamação importante por parte dos médicos, já que eles recebiam, grosso modo, o mesmo valor por pelos dois tipos de parto. E enquanto uma cesárea exige cerca de duas ou três horas de trabalho, acompanhar um parto normal pode levar mais de oito horas. Além disso, muitas cesáreas são agendadas, enquanto em um parto normal a hora do nascimento é imprevisível.
O segundo ponto da decisão obriga "operadoras de saúde de planos privados e hospitais a credenciar e possibilitar a atuação de enfermeiros obstétricos e obstetrizes no acompanhamento de trabalho de parto e no parto em si".
A terceira novidade da decisão da Justiça é obrigar a ANS a criar indicadores e notas para as operadoras de planos privadas, conforme suas ações para reduzir o número de cesarianas.
Com a decisão, a Justiça Federal determinou que a ANS cumpra os pedidos feitos em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal em São Paulo.
Agora, a ANS tem agora 60 dias para regulamentar as solicitações. Se descumprir, foi fixada uma multa diária de R$ 10 mil.
Divisor de águas
A decisão da Justiça foi celebrada por defensoras de parto "Recebemos a notícia da decisão com muita alegria. Afinal, já faz nove anos que entramos com pedidos de medidas para combater o alto nível de cesáreas no Brasil. Certamente, é um divisor de águas", disse à BBC Brasil a procuradora do MInistério Público Federal (MPF) Ana Carolina Previtalli Nascimento.
A procuradora é, juntamente com a colega Luciana de Costa Pinto, é responsável pela pedidos que o MPF vem fazendo desde 2010 para tentar coibir o número de cesáreas na rede privada.
"Na minha opinião, a decisão pode trazer bons resultados, porque as determinações agora são obrigatórias, passíveis de multa", diz a procuradora.
Para a obstetriz e ativista Ana Cristina Duarte, também há motivos para se comemorar.
"A decisão é a primeira que pode finalmente fazer algum efeito sobre a taxa de cesáreas, pois ela permite que enfermeiras obstetras e obstetrizes atendam os partos normais dentro de hospitais", disse.
Para a procuradora, esse ponto é extremamente relevante e um "incentivo importante", já que a contratação de enfermeiras e obstetrizes podem inclusive facilitar o trabalho do médico, que pode se dedicar aos casos mais delicados.
Questionada pela BBC, a ANS afirmou que "tão logo receba a notificação judicial, irá analisar e se manifestar quanto às medidas cabíveis". A ANS pode recorrer da decisão judicial, mas terá de cumprir a decisão enquanto o recurso é avaliada.
A agência ressaltou, no entanto, que já estavam em vigor desde julho três outras medidas determinadas pela decisão de hoje da Justiça.
Essas determinações são a divulgação de percentuais de parto normal e cesáreas de obstetras e hospitais da rede privada, a utilização de um cartão gestante e a obrigatoriedade do partograma, como documento para que operadoras pudessem, inclusive justificar os motivos que levaram à realização de uma cesárea.
Essas três regras já estavam presentes na Resolução Normativa nº 368.
Agora porém essas regras devem ser cumpridas de forma permanente por força de decisão judicial.
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SAÚDE BUSINESS
7 passos para calcular o custo real da assistência
Os custos crescentes da assistência e a perspectiva reduzida de que se consiga controlá-los leva cada vez mais pesquisadores a se debruçarem sobre o problema, mesmo os que não estão diretamente ligados ao mercado de Saúde.
Professores e pesquisadores de Harvard, Michael Porter e Robert Kaplan defendem, no artigo “Como resolver a crise de custos na saúde”, publicado no Brasil pelo portal Conexão Home Care, um novo olhar para a gestão, em que se deixe de buscar pequenas economias por departamento ou procedimento e se coloque o paciente no centro da análise de despesas.
“Temos uma competição de soma zero, na qual prestadores de assistência à saúde destroem valor ao se concentrar em serviços altamente remunerados, transferindo custos para outros atores ou buscando redução isolada e ineficaz item por item”, constatam.
Para garantir resultados melhores a um custo menor, os pesquisadores sugerem a análise da patologia e do ciclo completo de assistência. O processo seguiria as seguintes etapas:
Definir a patologia, incluindo complicações e comorbidade e determinando o início e o fim do ciclo de assistência;
Definir a cadeia de valor da prestação dos serviços, considerando as atividades dentro do ciclo completo da assistência, não somente processos isolados;
Criar mapas de processo de cada atividade no atendimento e qual é o fluxo do paciente dentro da instituição;
Obter estimativas de tempo para cada processo;
Estimar o custo de fornecer recursos de assistência ao paciente, levando em conta fatores como remuneração dos funcionários, depreciação, leasing, suprimentos, despesas operacionais e até mesmo o tempo dedicado pelos médicos ao ensino e pesquisa.
Estimar a capacidade de cada recurso e calcular o custo unitário da capacidade, analisando o total de dias que cada funcionário trabalha a cada ano, total de horas por dia que o funcionário está disponível para o trabalho e o total médio de horas por dia de trabalho dedicado a atividades sem ligação com paciente, como intervalos, treinamento, cursos e reuniões administrativas. Com uma pequena adaptação, é possível também estimar a capacidade e o custo de cada equipamento envolvido na assistência;
Calcular o custo total da assistência ao paciente, multiplicando o custo unitário de capacidade de cada recurso utilizado pela quantidade de tempo que o paciente passa com o recurso.
Os pesquisadores acreditam que somente essa nova abordagem sobre os custos permitirá a geração valor e manterá os custos sob controle em toda a cadeia de saúde. “Um cálculo correto de custos também abre toda uma cascata de oportunidades, como o aprimoramento de processos, uma organização melhor da assistência e novas abordagens de remuneração que irão acelerar o ritmo da inovação e a criação de valor”, concluem.
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Não aguento mais meu paciente! O que fazer?
Cada vez mais escuto médicos se queixando das demandas dos seus pacientes. Muitas são as situações de estresse que levam a esse tipo de sintoma: excesso de carga horária e de atendimentos, pacientes especialmente demandantes por diversos motivos, burocracia, papelada e etc. Como eu trabalho com comunicação médico-paciente, mais recentemente venho percebendo um novo tipo de desgaste: o causado pelo Whatsapp e pela infindáveis mensagens enviadas pelos pacientes.
Todos esses estressores podem ser resumidos a apenas um único fator: a atividade médica não se adaptou às mudanças da sociedade e se tornou disfuncional. É um tema complexo, que não se esgota em uma postagem, o que me leva a focar no tipo de desgaste causado especificamente pela comunicação online, o estressor com o qual mais lido no meu dia a dia.
Ora, se eu recebo uma quantidade enorme de mensagens de texto dos meus pacientes e isso me estressa, duas coisas estão muito claras:
1. O meu paciente, ou melhor, o meu cliente (para quem eu, como profissional de saúde, presto um serviço) está claramente me apresentando uma demanda, que vem em letras garrafais: FALE COMIGO! EU ESTOU AQUI NO SEU CELULAR E PRECISO DA SUA ATENÇÃO!
2. Se isso me estressa, é sinal de que eu não estou preparado para lidar com uma demanda explicitamente declarada pelos clientes do mercado que eu atendo, seja porque eu nunca fui treinado para ter encontros online com meus pacientes, seja porque eu não estruturei um modelo de trabalho que atenda às demandas dos meus clientes.
Como qualquer empreendedor que busca atender uma clientela ou um mercado específico, eu sei o quanto isso é difícil. Existem basicamente duas dificuldades quando desenvolvemos um serviço para um determinado mercado ou público: 1) descobrir o que esse mercado precisa; e 2) entregar um serviço (ou produto) alinhado com as expectativas desse mercado.
No caso acima, o item 1 é fácil: o mercado precisa de médicos mais presentes na vida das pessoas, um relacionamento que vá além do consultório. Já o item 2 é bem mais complicado: como reestruturar o nosso serviço prestado, quando tudo o que fazemos veio já tão pré-definido e empacotado desde a faculdade? Afinal, um bom médico faz bem sua anamnese, exame físico, chega ao diagnóstico correto e prescreve o tratamento adequado, e era isso, certo? Errado. Isso tudo é importante, mas é apenas o começo.
Atender as demandas de um mercado vai muito além de atender um paciente. O paciente não é simplesmente alguém que está buscando uma receita (ok, às vezes é só isso mesmo).
O paciente é um cliente, um consumidor. Em um mundo onde os serviços se tornam cada vez mais eficientes, o paciente perdeu a paciência. Ele agora quer atenção, disponibilidade, resolutividade e conveniência. Ele exige nível de serviço. E entregar isso ao paciente é um verdadeiro esforço de gestão.
Em futuros posts, vamos discorrer sobre boas práticas de gestão e dar sugestões de como aprimorar a qualidade da sua prestação de serviços médicos; i.e., tudo aquilo que vai além do atendimento clínico. Porque quando um serviço está “azeitado”, tudo flui bem, tanto para o cliente, como para o prestador. O médico que estrutura adequadamente a sua prática, que se organiza, que se utiliza dos recursos de tecnologia à sua disposição, não tem nenhum motivo para se sentir incomodado pelos seus clientes; pelo contrário! Como em qualquer outro tipo de serviço, a relação médico-paciente precisa ser uma relação de ganha-ganha, que gere satisfação tanto para médicos, como para pacientes.
Blog Reinventando a Medicina por Daniel Branco
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação