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DESTAQUES
Custo médio com internações hospitalares dá salto de R$ 4 mil em três anos
Mpox: casos crescem e especialistas entram em alerta para o carnaval
Tire as principais dúvidas sobre a vacinação contra dengue
Médica alerta para sinais de cardiopatia em crianças e adolescentes
Brasileira cria aparelho que devolve movimentos a quem parou de andar
IESS publica estudo com o cenário da saúde mental na saúde suplementar
SAÚDE BUSINESS
Custo médio com internações hospitalares dá salto de R$ 4 mil em três anos
Estudo realizado pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde traz dados inéditos sobre o mercado nos últimos quatro anos. Internações seguem sendo o item que mais gera gastos para planos de saúde
Pesquisa realizada pela UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde mostra que o custo com internações segue sendo o principal gasto assistencial e que os valores médios gastos com uma internação aumentaram de R$ 6.455 em 2019 para R$ 10.153. A principal causa de internações são doenças do sistema circulatório, responsável por cerca de 10% do total de hospitalizações no período analisado. Participaram da pesquisa 46 operadoras associadas à UNIDAS, que representam 2.530.753 milhões de vidas. Os transtornos mentais e comportamentais, que no auge da pandemia representavam 9% das internações hospitalares, caíram para 6%.
As despesas com internações apresentam um aumento significativo de acordo com a faixa etária dos pacientes. Para se ter um paralelo, na faixa acima de 60 anos, o custo médio com uma hospitalização é mais que o dobro do que entre pessoas de 24 a 28 anos. “Sabemos que os idosos demandam um cuidado maior. Como temos dentro das autogestões uma realidade etária que o Brasil terá em 2050, fica o alerta para o sistema de saúde como um todo: os custos com internações irão onerar de maneira significativa os sistemas de saúde público e privado na próxima década”, explica Anderson Mendes, presidente da UNIDAS.
Relacionado: Perfil das unidades de internação na Saúde Suplementar e no SUS
Outro ponto que chama atenção é o aumento no custo médio das consultas que, na região sudeste, cresceu 14% (maior aumento no país). Já o valor médio dos exames teve o maior reajuste na região Centro Oeste (4,17%). Ao mesmo tempo, o custo médio com internação domiciliar baixou R$ 10 mil em quatro anos, enquanto a hospitalar aumentou quase R$ 10mil, ultrapassando os R$ 24.252 de 2021, auge da pandemia.
Além disso, as medidas de distanciamento social adotadas no início da pandemia influenciaram a redução de atendimentos menos urgentes, concentrando a demanda por serviços de saúde em casos mais complexos. Com isso, foi registrado um crescimento substancial na taxa de exames em 2021 (7,25 por consulta) e uma ligeira queda em 2022 (6,68 por consulta). Esse número mostra que em 2021 tivemos um aumento no volume de exames pedidos, muito possivelmente por represamento de diagnósticos não realizados em 2020. Em 2022, a média aponta uma volta aos patamares normais, após o efeito Covid-19.
As variações observadas em relação à faixa etária demonstraram que os beneficiários com mais de 59 anos tiveram a média mais alta de consultas e exames, enquanto os mais jovens tendem a realizar menos consultas e exames em média. “Daí a importância de aprender a cuidar deles para que sejam idosos saudáveis. Esse desafio de manter a sustentabilidade e a acessibilidade nas autogestões, em breve, será uma dor de todo mercado de saúde suplementar”, complementa Mendes. Com relação aos atendimentos de internação, a evolução do indicador da taxa de internação demonstra uma influência substancial da pandemia de COVID-19 em seus resultados.
Perfil dos beneficiários
A população brasileira está ficando mais velha. Segundo dados que o IBGE divulgou, do Censo de 2022, ano passado, Brasil teve o maior salto de envelhecimento entre censos desde 1940. Em 2010, a cada 30,7 idosos, o país tinha 100 jovens de até 14 anos. Agora, são 55 idosos para cada 100 jovens. Essa mudança também se reflete na saúde suplementar como um todo, mas de maneira ainda mais aguda nas autogestões. O índice de envelhecimento (que calcula a proporção entre beneficiários com mais de 80 anos comparados aos com menos de 14), atingiu o patamar histórico de 304,13 nas operadoras de autogestão com até 20 mil vidas. Ou seja, para cada beneficiário com menos de 14 anos, temos 3 com mais de 80, o que traz um desequilíbrio gigante. Nas autogestões com mais de 100 mil vidas, o número também é alto, mas está na faixa de 146,46. “As operadoras menores cumprem um papel fundamental porque, muitas vezes, estão localizadas em regiões que o mercado não está. Mas, claro que elas sofrem com os impactos mais rapidamente quando comparadas as maiores, que têm mais elasticidade”, explica Mendes.
As autogestões também concentram a maior parte dos idosos que estão na Saúde Suplementar. Enquanto a média do setor é de 15,34%, entre as participantes da pesquisa, pessoas com 59 anos ou mais são 28,5% da carteira. “Com menos receita e mais custos, a sinistralidade continuará aumentando, mesmo porque, a operadora permanecerá, em sua maioria, com uma cartela de cliente mais dependente do sistema, que precisa de cuidados e que apresenta determinados atributos de risco que aumentam a chance de utilização da cobertura contratado”, diz Anderson Mendes. Nas autogestões, em 2022, o índice de sinistralidade atingiu 94%, ultrapassando o patamar histórico de 92% em 2019. Isso significa que, de cada R$ 100 recebidos pela operadora de saúde, R$ 94 são gastos com pagamentos de despesas médicas e assistenciais.
Perfil das operadoras de autogestão
A análise dos dados revela que a maioria das operadoras pertence ao grupo de pequeno porte, representando 51,2% do total. No entanto, esse grande número de operadoras de pequeno porte contrasta com sua representatividade em número de beneficiários, que corresponde a apenas 7,8% do total desta pesquisa. Em contrapartida, as operadoras de grande porte, embora representem apenas 12,2% do total de operadoras, abrangem significativos 66,6% dos beneficiários. Quanto ao tipo de plano, os planos regulamentados predominam, com destaque para os planos coletivos empresariais e de cobertura nacional.
Em dezembro de 2022, os segmentos de “Ambulatorial + Hospitalar com Obstetrícia + Odontológico” e “Ambulatorial + Hospitalar com Obstetrícia” representaram a maior parte dos beneficiários, totalizando 51,3% e 44,4%, respectivamente. Isso sugere que as operadoras têm oferecido planos abrangentes que oferecem amplas opções de assistência. É importante notar que a grande maioria dos beneficiários está inscrita em planos com coparticipação, abrangendo aproximadamente 90% dos beneficiários. Isso pode indicar uma estratégia das operadoras para oferecer opções mais acessíveis aos seus clientes, com mecanismos de moderação de uso, embora seja fundamental acompanhar o impacto dessa coparticipação na acessibilidade aos serviços de saúde.
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PORTAL TERRA
Mpox: casos crescem e especialistas entram em alerta para o carnaval
O aumento do contato físico e de turistas nas capitais brasileiras durante o carnaval poderá, de acordo com especialistas, aumentar o contágio da mpox (antiga monkeypox ou varíola dos macacos) entre os foliões. Identificada no Brasil pela primeira vez em junho de 2022, a infecção manteve-se circulante em todo o país e teve um indicativo de aumento de casos em meio as recentes férias de dezembro e festas de final de ano, sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Os números atuais são menores do que quando houve a epidemia da infecção no país, há dois anos, mas merecem atenção por justamente encontrarem um ambiente propício para novas disseminações em meio às festividades.
No estado de São Paulo, por exemplo, houve a identificação de 21 novos casos na primeira semana epidemiológica deste ano. Seguido por 17 novos diagnósticos nos sete dias seguintes e mais seis casos suspeitos. Na terceira semana há, ao menos 18 casos suspeitos. Entre outubro e dezembro do ano passado, a título de comparação, a identificação de novas infecções não passava de três por semana.
– O carnaval é um evento potencialmente disseminador dessa infecção. É preciso que as pessoas dos grupos mais vulneráveis saibam pois o Brasil não contou com doses suficientes para vacinar uma parte relevante da população. A mpox é também uma infecção sexualmente transmissível (IST) e pode ser muito grave em pacientes com a imunidade baixa – explica Alvaro Costa, médico infectologista do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS do Estado de São Paulo.
Ele confirma que os especialistas estão atentos ao crescimento de casos:
– É um momento de alerta. Estamos preocupados, sim, pois não há vacina suficiente e ainda não temos um antiviral específico para tratamento. Aos pacientes em geral, a infecção é branda ou moderada, causa mais preocupação nos imunossuprimidos. Mas mesmo leves, os quadros podem ser dolorosos.
Na cidade do Rio de Janeiro, também há preocupação em relação aos novos casos. Desde novembro 2023,as infecções têm apresentado indicadores maiores do que as vistos ao longo do ano passado.
A maior taxa se deu ao longo da última semana de dezembro, com 11 confirmações de diagnósticos em toda a cidade.
– É uma doença que merece muita atenção. Vamos ter, sim, aumento de casos sempre que houver turistas circulando. É preciso lembrar que, para esse tipo de doença, onze casos em uma semana é muita coisa, justamente por ela ter um potencial de disseminação muito alto – afirma Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
De acordo com levantamento realizado pelo GLOBO, outros estados como Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Rio Grande do Sul, também têm diagnosticado quadros de mpox entre meados de dezembro e janeiro.
– Os registros de novos casos acontecem principalmente nos grandes centros porque é preciso de contato físico para ocorrer (sobretudo o íntimo). Obviamente, o carnaval tem muitas festas, as pessoas viajam muito, o que transforma um período de bandeira amarela para um possível aumento de casos – diz Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). – É uma doença que pode, sim, ser transmitida de maneira assintomática, mas é bem mais frequente quando já há lesões na pele.
David Uip, diretor nacional de Infectologia da Rede D’Or, conta que após meses recebeu um recente caso de mpox em seu consultório. Ele, contudo, afirma que ainda é cedo para determinar que haja uma grande mudança de cenário após as festas. A cautela, porém, segue fundamental.
– É uma infecção que se transmite por contato físico de corpo a corpo, não é preciso o contato sexual. Mas não é preciso que vire uma paranoia, a busca deve ser pelo meio termo. É necesário proteger-se pois a infecção está por ai, existe – afirma o especialista.
Considerando a natureza da infecção – que não precisa de ato sexual para se disseminar – os especialistas sugerem que é mais difícil se proteger da mpox do que de outras ISTs, por exemplo.
Eles defendem, contudo, que se mantenha rigorosamente o uso de preservativos (como regra geral para as festas) e que haja atenção especial aos quadros de febres, ínguas, dores no corpo e do aparecimento de feridas na região genital de homens e mulheres. Com o surgimento de qualquer uma dessas queixas, é imperioso procurar o sistema de saúde.
Os médicos ainda esclarecem que, embora o grupo dos homens que fazem sexo com homens (HSM) tenha concentrado casos tão logo a infecção chegou ao país, todas as pessoas que entrarem em contato com o vírus podem desenvolver a infecção – inclusive as crianças – como já foi identificado em São Paulo.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde não informou se há avanços na política de vacinação para mpox. A pasta chegou a comprar um lote de 50 mil doses de imunizantes contra a doença em 2022, número insuficiente até para vacinar profissionais da saúde envolvidos com o combate à infecção, afirmaram os especialistas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que a autorização excepcional e temporária para uso da vacina Jynneos e da Imvanex, ambas dedicadas à mpox, seguem ativas no Brasil. A importação, contudo, fica a cargo da pasta da Saúde.
Na capital paulista, o Instituto Butantan mantém ativa uma linha de pesquisa para o desenvolvimento de um imunizante contra a infecção, ainda em fase inicial. Também em São Paulo, a Casa da Pesquisa – ligada ao Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS – participa de um estudo internacional que avalia a eficácia e segurança de um antiviral para o tratamento da doença.
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AGÊNCIA BRASIL
Tire as principais dúvidas sobre a vacinação contra dengue
A vacina Qdenga, do laboratório japonês Takeda, teve seu registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. O processo permite a comercialização do produto no Brasil, desde que mantidas as condições aprovadas. Em dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação do insumo no Sistema Único de Saúde (SUS).
Na próxima semana, as doses começam a ser distribuídas a 521 municípios selecionados pelo Ministério da Saúde para iniciar a vacinação na rede pública. As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença. Serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, atrás apenas dos idosos.
Confira algumas das principais perguntas e respostas sobre a vacinação com a Qdenga no país:
Quando começa a vacinação contra a dengue no SUS?
A previsão é que as doses comecem a ser distribuídas aos 521 municípios na próxima semana. Segundo o ministério, as cidades têm liberdade para dar início à vacinação assim que as doses começarem a chegar. A organização das campanhas, incluindo datas, horários e pontos de vacinação, portanto, ficará a cargo dos governos estaduais e municipais. Será preciso conferir o cronograma com as prefeituras e as secretarias estaduais e municipais de saúde.
Quem pode tomar a vacina pelo SUS?
Apesar de a bula da Qdenga indicar o imunizante para pessoas com idade entre 4 e 60 anos, o ministério anunciou que, no SUS, o público-alvo, neste primeiro momento, vai incluir apenas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo que concentra maior número de hospitalizações por dengue, atrás apenas dos idosos. A decisão foi tomada em razão da quantidade limitada de doses a serem fornecidas pelo laboratório fabricante.
Não estou entre o público prioritário. Como faço para tomar a vacina?
Quem está fora da faixa etária classificada como prioritária pela pasta deve procurar a vacina na rede particular. Neste caso, é preciso ficar atento, já que há dois imunizantes distintos no mercado: a Qdenga e a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi. A segunda opção, entretanto, é indicada para a faixa etária de 6 a 45 anos e recomendada somente para pessoas que já foram previamente infectadas pela dengue.
Qual o preço da vacina no sistema particular?
O preço praticado em laboratórios e farmácias particulares flutuou bastante ao longo dos últimos 11 meses. Quem tomou a dose assim que a Qdenga foi aprovada pela Anvisa pagou mais barato. Quem buscou a imunização após a explosão de casos no país teve de se planejar melhor. Os valores, atualmente, giram em torno de R$ 400 cada dose, sendo que o combo com duas doses (esquema completo) sai mais em conta.
Gestantes e lactantes podem tomar a vacina?
A Qdenga é contraindicada para gestantes e lactantes e, portanto, não pode ser administrada nem na rede pública, nem na privada. A dose também não é indicada para pessoas com imunodeficiências primárias ou adquiridas e indivíduos que tiveram reação de hipersensibilidade à dose anterior. Mulheres em idade fértil e que pretendem engravidar devem usar métodos contraceptivos por um período de 30 dias após a vacinação.
Porque a vacina não é indicada para pessoas com mais de 60 anos?
Pessoas com mais de 60 anos não têm indicação para receber a dose em razão da ausência de estudos clínicos. Apesar disso, a Agência Europeia de Medicamentos e a Administración Nacional de Medicamentos, Alimentos y Tecnología Médica, agência regulatória argentina, aprovaram o uso de Qdenga a partir dos 4 anos sem limite superior de idade, considerando potenciais benefícios no grupo, mais suscetível às formas graves da doença.
“Assim, a recomendação para indivíduos com mais de 60 anos deve ser encarada como uma indicação off label, a critério médico, respaldada pela aprovação por outras agências regulatórias, mas sem dados que atestem a segurança e a eficácia”, detalhou a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).
A vacina também protege contra o Zika e o Chikungunya?
A Qdenga previne exclusivamente casos de dengue e não protege contra outros tipos de arboviroses, como Zika, Chikungunya e febre amarela. Vale lembrar que, para a febre amarela, no Brasil, estão disponíveis duas vacinas: uma produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utilizada pela rede pública, e outra produzida pela Sanofi, utilizada pelos serviços privados de imunização e, eventualmente, pela rede pública.
Quantas doses e com que intervalo deve ser aplicada a vacina?
O esquema completo da Qdenga é composto por duas doses, a serem administradas por via subcutânea com intervalo de 3 meses entre elas. Quem já teve dengue também deve tomar a dose. A recomendação, nesses casos, é especialmente indicada por conta da melhor resposta imune à vacina e também por ser uma população classificada como de maior risco para dengue grave.
Para quem apresentou a infecção recentemente, a orientação é aguardar 6 meses para receber o imunizante. Já quem for diagnosticado com a doença no intervalo entre as duas doses deve manter o esquema vacinal, desde que o prazo não seja inferior a 30 dias em relação ao início dos sintomas.
A vacina contra a dengue passou por testes?
A Qdenga demonstrou ser eficaz contra a dengue tipo 1 em 69,8% dos casos; contra a dengue tipo 2, em 95,1%; e contra a dengue tipo 3, em 48,9%. Já a eficácia contra a dengue tipo 4 não pôde ser avaliada devido ao número insuficiente de casos causados pelo sorotipo durante o estudo. Também houve eficácia contra hospitalizações por dengue, com proteção geral de 84,1% e estimativas semelhantes entre soropositivos (85,9%) e soronegativos (79,3%).
Quantas e quais são as vacinas contra a dengue aprovadas para uso no Brasil?
A Qdenga é a primeira vacina contra a dengue aprovada no Brasil para um público mais amplo, já que o imunizante aprovado anteriormente, Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi-Pasteur, só pode ser utilizado por quem já teve dengue. A Dengvaxia não foi incorporada ao SUS e é contraindicada para indivíduos que nunca tiveram contato com o vírus da dengue em razão de maior risco de desenvolver quadros graves da doença.
Há estudos para a produção de uma vacina brasileira contra a dengue?
Maior produtor de vacinas e soros da América Latina e principal produtor de imunobiológicos do Brasil, o Instituto Butantan está em fase final de desenvolvimento de uma nova vacina contra a dengue. Assim como a Qdenga, o imunizante do Butantan é tetravalente e, portanto, protege contra os quatro subtipos do vírus, mas conta com um diferencial: será administrado em dose única, contra as duas doses necessárias da Qdenga. A previsão é que o instituto entre com o pedido de registro junto à Anvisa ainda este ano.
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Médica alerta para sinais de cardiopatia em crianças e adolescentes
Você sabia que sintomas podem sinalizar que uma criança ou adolescente tem doença cardíaca? De acordo com a diretora-médica da organização não governamental Projeto Pro Criança Cardíaca, Isabela Rangel, as manifestações clínicas variam de acordo com a patologia cardíaca e sua gravidade.
Em entrevista à Agência Brasil, a médica dá orientações sobre os sinais que devem ser observados e quando é preciso buscar assistência.
Isabela Rangel afirma que os pais devem ficar atentos caso a criança apresente cansaço durante a amamentação, desconforto respiratório quando se esforçar, cianose (coloração arroxeada), infecções respiratórias de repetição, dificuldade de ganhar peso e sudorese excessiva.
Em alguns casos, a cardiopatia requer uma correção cirúrgica, que pode precisar ser feita ainda na primeira infância. “Algumas devem ser corrigidas ainda no período neonatal”, destacou. No Brasil, cerca de 30 mil novos casos ocorrem por ano, dos quais 80% vão necessitar de alguma intervenção, seja por meio de cirurgia ou cateterismo terapêutico na infância, sendo 40% no primeiro ano de vida.
A cardiologista explica que uma criança cardíaca enfrenta dificuldades de diagnóstico e tratamento, e o acompanhamento médico pode ser necessário ao longo de toda a vida. “O atendimento à criança e adolescente com cardiopatia no Brasil é um grande desafio, principalmente pela distribuição geográfica desigual dos centros de referência de cardiologia e cirurgia cardíaca. Isso faz com que muitos pacientes tenham dificuldades de chegar a esses centros especializados, retardando o diagnóstico da doença”.
Outro ponto destacado é a presença de cardiopatia congênita, que pode afetar o crescimento, além do desenvolvimento motor, cognitivo e neurológico. Podem ser observados também alteração no comportamento, déficit de atenção e hiperatividade. “A manutenção da saúde dessas crianças necessita do cuidado por parte de uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de contribuir cada vez mais para a melhora da qualidade de vida desses pacientes”.
Desde sua fundação, em 1996, o Projeto Pro Criança Cardíaca atendeu 15.531 pacientes, tendo atingido seu maior número no ano passado, com 119 cirurgias de alta complexidade efetuadas. As cirurgias são realizadas no Hospital Pediátrico Pro Criança Jutta Batista, que é administrado pela Rede D’Or. Além dos procedimentos cirúrgicos, o projeto atua oferecendo cestas básicas, medicamentos, consultas e exames.
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JORNAL OPÇÃO
Brasileira cria aparelho que devolve movimentos a quem parou de andar
Também se destina a pacientes com disfunções neuromotoras ou aqueles que passaram longos períodos na UTI sem movimentação, promovendo estimulação muscular e reduzindo a dependência de opioides no tratamento da dor
No 2º ano do curso de Neurociências na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Duda Franklin, integrante da lista Forbes Under 30 de 2023, foi convocada à sala da reitoria. Ao chegar, encontrou não apenas o reitor do Instituto do Cérebro, um dos principais centros de pesquisa do País, mas também o renomado neurocientista Sidarta Ribeiro.
“Os dois estavam esperando para ter uma conversa comigo. Meu coração gelou”, contou Duda ao site da Forbes, lembrando do início da sua trajetória como empreendedora e pesquisadora.
Ao invés de repreensão, o encontro visava uma correção de rumo, pois o reitor percebeu que Duda estava direcionando seus esforços para a pesquisa de sistema embarcado, considerado por ele um caminho pouco proveitoso. “Ele me disse que, a partir daquele momento, eu deveria me voltar apenas para a neurociência e aos meus estudos sobre neuromodulação.”
A startup liderada por Duda desenvolve um dispositivo de neuromodulação não invasiva, o Ortech, projetado para auxiliar pessoas que sofreram acidentes, ficaram em cadeiras de rodas, ou desenvolveram condições como Mal de Parkinson ou AVC a recuperarem sua mobilidade.
O Ortech também se destina a pacientes com disfunções neuromotoras ou aqueles que passaram longos períodos na UTI sem movimentação, promovendo estimulação muscular e reduzindo a dependência de opioides no tratamento da dor. Um paciente em fase de testes, anteriormente dependente de um andador, agora caminha com auxílio de muletas, com a expectativa de recuperar autonomia completa em dois anos.
Os testes do Ortech estão em andamento no Hospital do Amor, em Campinas (SP), e no CHN em Niterói (RJ), parte da rede DASA. “O aparelho, que cabe na palma da mão, transmite sinais para os neurônios para ativar os movimentos ou modular a dor. São sinais que saem de um computador para o sistema fisiológico do paciente.”
Desde jovem, Duda Franklin destacou-se por sua excepcional criatividade e habilidade de pensamento, evidenciando ser única e muito acima da média. “Meus trabalhos para a feira de ciências eram protótipos de tomógrafo, por exemplo”, diz.
Duda compartilha que, desde a infância atípica, diagnosticada com altas habilidades no transtorno do espectro autista, isso era motivo de orgulho para sua mãe, uma assistente social que incentivou seus estudos, mas não sem desafios. “As meninas se interessavam por One Direction e eu nunca entendi direito essas paixões adolescentes. Ficava de fora”.
Estudando em uma escola de elite, era uma das poucas sem recursos financeiros na turma de adolescentes da classe alta. “Sofri preconceito pela minha cor e meu cabelo. Demorei muito pra me aceitar”, diz.
Devido a mais essa diferença, ela encontrava refúgio nos laboratórios e bibliotecas, enquanto suas colegas discutiam sobre acessórios para o cabelo e bandas musicais. Desde o ensino médio, seu interesse estava na compreensão das áreas desativadas do cérebro.
Aos 24 anos, acumula diplomas de graduação em Neurociência e Engenharia Biomédica, mestrados em Neuroengenharia e em Ciência, Tecnologia e Inovação, além de uma formação em empreendedorismo.
“Não quis aceitar a ideia de ser uma cientista que fica só dentro do laboratório. Meus ídolos são inventores que criaram empresas, como Steve Jobs”, diz a potiguar, que faz parte do hub de fundadores Microsoft for Startups e, em 2023, teve sua empresa investida pelo fundo do Google para fundadores negros. “Eu me preparei para gerir uma empresa ao mesmo tempo em que trabalho no desenvolvimento de produtos. Eu sei que consigo.”
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MEDICINA SA
IESS publica estudo com o cenário da saúde mental na saúde suplementar
Nos últimos anos, os transtornos relacionados à saúde mental se agravaram e, por consequência, se tornaram um dos principais problemas da saúde no País. Parte de uma extensa lista que inclui ansiedade e transtorno bipolar, a depressão é uma das doenças que têm crescido e afetado beneficiários na saúde suplementar – entre 2020 e 2023, passou de 11,1% para 13,5% dos beneficiários com planos de saúde, aumento de 2,4 pontos percentuais. Em novembro do ano passado, havia 50,9 milhões de beneficiários no País.
As informações são de um estudo especial do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que traz um panorama da saúde mental na saúde privada e tem como proposta reforçar a campanha Janeiro Branco, que busca conscientizar e trazer reflexões sobre essa questão.
O estudo “Janeiro Branco na Saúde Suplementar – Panorama da saúde mental entre beneficiários de planos de saúde”, baseado em dados de três pesquisas realizadas pelo Inquérito Telefônico para Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), mostra que a maior prevalência da depressão ocorre entre as mulheres. O resultado da análise indica que houve aumento de casos entre 2020 e 2023, de 15,3% para 18,5%, respectivamente. Assim, uma a cada cinco beneficiárias de planos de saúde apresentam a doença.
Nota-se também que o maior volume de casos está entre os jovens de 18 a 39 anos. Durante o período analisado, subiu de 9,8% para 13% dos beneficiários nessa faixa etária, resultando em elevação de 3,2 pontos percentuais. No público com 60 anos ou mais houve variação positiva de 2,4 pontos percentuais (passou de 13,1% para 15,5%) e entre a faixa de 40 a 59 anos subiu um ponto percentual no mesmo período, de 11,8% para 12,8%.
Crescimento em número de consultas
Em outro estudo, intitulado “Dados assistenciais da saúde suplementar – edição especial saúde mental”, com dados do Mapa Assistencial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o IESS apresenta mais informações relevantes sobre o tema. Para se ter uma ideia, entre 2019 e 2022, houve crescimento representativo (60,8%) no número de consultas e sessões com psicólogos no País. No primeiro ano, foram 21,7 milhões e saltou para 34,9 milhões três anos depois.
Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, os dados são preocupantes e acendem um sinal de alerta, pois mostram que os transtornos ligados à saúde mental estão cada vez mais presentes, inclusive entre os beneficiários de planos de saúde. “Os dados mostram que a pandemia da Covid-19 foi um dos agravantes para o aumento de casos de doenças relacionadas. Isso também resulta em mais custos para o setor, que apenas com procedimentos de psicoterapia, teve seu gasto elevado, de R$ 181 milhões para R$ 269 milhões, entre 2018 e 2022”, observa.
Clique aqui para ver o estudo Janeiro Branco na Saúde Suplementar na íntegra.
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Assessoria de Comunicação