Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 03 A 05/08/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

JORNAL OPÇÃO

Médicos de Goiás podem bancar candidato a deputado federal

Os equívocos cometidos pelo governo da presidente Dilma Rousseff — que parece acreditar que os médicos são os principais responsáveis pelas desgraças do mundo — contribuíram para unir os médicos. Os líderes da Associação Mé¬dica de Goiás (AMG), do Conselho Regional de Medicina (Cremego) e do Sindicato dos Médicos se uniram em defesa de seus pleitos, que, a rigor, são os mesmos da sociedade. Ao perceberam que poucos parlamentares ficaram ao lado de suas causas — em Goiás, apenas a senadora Lúcia Vânia e o deputado federal Ronaldo Ca¬iado têm se posicionado de maneira mais firme em defesa dos médicos —, alguns médicos esboçaram um projeto. Eles planejam lançar um candidato a deputado federal e pelo menos um candidato a deputado estadual em 2014.
Líderes dos médicos não querem apoiar candidatos “de” fora da categoria, pois, quando precisam deles, preferem ficar ao lado de causas, por assim dizer, populistas. A categoria é forte e, se estiver unida, tem plenas condições de eleger um deputado federal e um deputado estadual.
Entre os nomes cotados para a disputa estão Rui Gilberto Ferreira, presidente da Associação Médica, e Salomão Rodrigues, presidente do Conselho Regional de Medicina. (04/08/13)
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O POPULAR
Mortalidade infantil
Taxa em Goiás ainda é alta
Janda Nayara
Apesar de apresentar retração de 37% na comparação dos dados de 1980 e 2010, a taxa de mortalidade infantil em Goiás está aquém da preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 10 óbitos por mil nascimentos. Há três anos, eram registrados no Estado, 17,7 mortes de crianças menores de um ano para cada 1 mil nascidas vivas. Em 1980, este índice era de 47,3 mortes. Médicos e representantes do governo condicionam o número, ainda alto, a falhas existentes no serviço público de saúde e à falta de acesso à informação.
No índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás ocupa a décima posição no ranking nacional da taxa de mortalidade infantil, atrás de todos os Estados das Regiões Sul (média de 10,1) e Sudeste (média de 12,6), e também do Mato Grosso do Sul (17,0) e Distrito Federal (12,6). As crianças goianas também apresentam menor expectativa de sobreviverem ao primeiro ano de vida do que a média nacional, que em 2010 foi de 16,7 mortes para cada mil nascidos vivos.
De acordo com a OMS, a taxa de mortalidade infantil é o principal indicador de saúde pública e sua redução tem como condicionantes o aumento da escolaridade feminina, a elevação do porcentual de domicílios com saneamento básico adequado, diminuição da desnutrição infanto-juvenil e um maior acesso aos serviços de saúde, que proporcionam melhoria na qualidade do atendimento pré-natal e durante os primeiros anos de vida dos nascidos vivos.
MOTIVOS
Na opinião do pediatra e diretor técnico do Hospital-Materno Infantil, Ivan Isaac, os mesmos fatores que fizeram a taxa de mortalidade em Goiás reduzir em relação a 1980, também apresentam deficiências que distanciam o Estado dos números ideais. “Precisamos melhorar e intensificar todos os serviços que interferem neste morte pré-matura. Um outro fator que contribui para a posição negativa em relação a outros Estados de referência é o alto índice de migração de pessoas da região Norte e Nordeste, muitas vezes sem o apoio e informações necessárias”, afirma.
Segundo o superintendente da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), Halim Antonio Girade, a mortalidade acima do ideal é reflexo da falta de assistência hospitalar especializada em algumas regiões do Estado. “A incoerência entre a posição do País quanto a sua economia e quanto aos seus investimentos reais em saúde e saneamento é perceptível. Estamos aplicando os 12% na Saúde e os municípios entre 15% e 20% e esses índices demonstram que ainda não é o suficiente, que precisamos melhorar”, afirma.
Maria Luiza de Lima Oliveira, chefe da Divisão de Assistência à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), afirma que a mortalidade infantil também está ligada ao acompanhamento pré-natal e ao atendimento médico especializado. (03/08/13)

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Cartas dos Leitores – Saúde
Quero apresentar a minha solidariedade e apoio ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e ao Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), e parabenizá-los pela publicação de carta na edição de 28 de julho, sobre a questão do programa Mais Médicos. Concordo com a colocação dessas entidades de classe, quando afirmam que não é somente a presença de médicos no interior que vai resolver o problema da saúde.
O governo parece que está querendo brincar com todos ou subestimar a nossa inteligência, quando afirma que apenas importar médicos sem o preparo necessário para exercer tão nobre profissão em nosso País seria o necessário. É uma irresponsabilidade fazer tal afirmação, pois sabemos que somente a presença de médicos nos locais deficitários não resolve, mesmo que se trate de bons profissionais, pois o médico não sabe fazer milagre.
Como disseram as entidades, com muita propriedade, realmente precisa-se fazer investimentos pesados no setor de saúde, propiciando condições para que o médico possa exercer a sua atividade com eficiência e eficácia. É preciso dar prioridade de recursos para esse setor tão importante. Recursos, acho que não são o problema, o que falta é melhor planejamento na distribuição e aplicação dos recursos e melhor gestão, como redução dos gastos públicos e combate à corrupção.
Parabéns, Cremego e Simego, vamos deixar de olhar para o nosso próprio umbigo e lutar por um Brasil que dê oportunidade para todos.
João de Alcântara Lopes – Jardim América – GO (03/08/13)

Atendimento médico
Parabenizo O POPULAR pela iniciativa da matéria sobre a saúde em Goiás, que, assim como no País, é tema principal das discussões. Com relação a Goiânia, ainda há muito o que avançar nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), mas já é positivo o município investir 23% da sua receita na área de saúde.
Além disso, o pacote que o prefeito Paulo Garcia comentou na reportagem vai melhorar ainda mais o atendimento nas unidades que atendem não somente pessoas da capital, mas também do interior e de outros estados.
Um reflexo disso são as três últimas pesquisas Serpes, divulgadas pelo POPULAR, que mostraram que a insatisfação caiu de 89% para 38% de março a junho. Acredito que Goiânia caminha para aumentar a qualidade dos serviços, mais humanizado e próximo da população.
Cairo Salim – Goiânia – GO (04/08/13)

■ Nós usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com baixo poder aquisitivo não podemos obter qualquer plano de saúde, é algo bastante restrito na população brasileira. Muitas vezes temos de recorrer a um agente de saúde, ao farmacêutico para amenizar alguma situação ou morrer na fila do Cais. Então se a população for atendida por um médico cubano, boliviano, equatoriano, é melhor para nós. Quanto aos idiomas, o corpo fala. Não atendem surdos-mudos e bebês?
O Conselho Federal de Medicina, que impressiona a população como o todo poderoso, o alto ditador, o cheio das razões de todas as ciências não permite aumentar vagas para alunos de Medicina, criar mais faculdades e então a solução são os estrangeiros mesmo. Em países europeus por onde já passei, existem muitos médicos estrangeiros, e o sistema de saúde não é deficitário, tem bons atendimentos e os profissionais têm boa ética.
Em todos os casos, nos restará a boa acolhida aos médicos estrangeiros e as nossas boas-vindas enquanto aguardamos o aumento de médicos brasileiros. Não sei se esperarei, já que sou da terceira idade.
Deni José de Oliveira – Vila Jaraguá – Goiânia (04/08/13)
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DIÁRIO DA MANHÃ

Expectativa de vida do brasileiro sobe 11 anos
Pesquisa do IBGE comparou os períodos de 1980 e 2010. Nordeste foi região do País que apresentou maior elevação

A expectativa de vida do brasileiro cresceu 11,24 anos entre 1980 e 2010. O crescimento entre as mulheres ficou em 11,69 anos, enquanto entre os homens a elevação atingiu 10,59 anos.
No mesmo período, na comparação com o restante do Brasil, a Região Nordeste foi a que apresentou maior aumento na expectativa de vida. As informações fazem parte da pesquisa Tábuas de Mortalidade 2010 – Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 1980, o nordestino tinha a taxa mais baixa do País (58,25 anos). No período de 30 anos houve elevação de 12,95 anos e, em 2010, atingiu 71,20 anos. De acordo com o IBGE, o crescimento foi decorrente, principalmente, do aumento de 14,14 anos na expectativa de vida das mulheres nordestinas, que passou de 61,27 anos em 1980 para 75,41, em 2010.
Segundo o gerente de Componentes de Dinâmica Demográfica do IBGE, Fernando Albuquerque, o Nordeste representava, em 1980, a região com menor índice de expectativa de vida. A aplicação mais eficaz de programas sociais e de projetos de distribuição de renda favoreceram o crescimento da taxa da região. “Todos os programas geraram impacto positivo na região: houve aumento na qualidade de atendimento do pré-natal, transferência de renda (propiciada pelo Bolsa Família) e melhor instrução. O programa Saúde da Família não previne a mortalidade apenas na infância, mas em todas as faixas de idade. São programas importantes que representam forte impacto na redução da mortalidade. Há um aumento maior da expectativa de vida na região Nordeste”, explicou.
A elevação da expectativa de vida entre as mulheres foi o fator que favoreceu também o resultado do Rio Grande do Norte, que apontou a maior elevação entre os Estados da região (15,85 anos). Lá, a taxa das mulheres ficou em 17,03 anos. “Em 1980, o Rio Grande do Norte também era um dos estados em que a mortalidade era mais elevada, consequentemente com uma expectativa de vida mais baixa. Então de certa forma estes programas aceleraram a diminuição das taxas de mortalidade e ganhos na expectativa de vida”, explicou.
O pior resultado de crescimento entre as regiões foi no Sul (9,83 anos). Apesar disso, a região ainda registra as mais altas taxas de expectativa de vida do País. Em 1980 era de 66,01 anos, a mais elevada daquele ano. Em 2010 atingiu 75,84 anos, também a maior expectativa entre as regiões. “Os níveis de mortalidade já eram mais baixos. Os aumentos ocorreram, mas com menos intensidade. Essas expectativas de vida já eram elevadas”, disse o gerente.
A segunda região a apresentar maior crescimento nos 30 anos compreendidos entre 1980 e 2010 foi a Centro-Oeste com elevação de 10,79 anos (de 62,85 para 73,64 anos). Em terceiro ficou o Sudeste que teve elevação de 10,58 anos (de 64,82 para 75,40 anos). A quarta foi a região Norte, que passou de 60,75 para 70,76 anos, representando um aumento de 10,01 anos na taxa.
Na avaliação do gerente do IBGE, no Norte, a dificuldade de acesso aos programas sociais impediu um desempenho melhor na esperança de vida. “Os programas sociais existem, mas há uma maior dificuldade em função da extensão da região e dificuldade de acesso. São populações ribeirinhas, onde o indivíduo tem de viajar vários dias para chegar a um posto de saúde”, explicou.
A pesquisa analisa resultados sobre a esperança de vida por sexo e compara informações sobre as regiões do País e dos Estados. O trabalho utiliza dados do Censo Demográfico 2010, das estatísticas de óbitos obtidos no Registro Civil e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do ministério da Saúde para o mesmo ano.
Mortalidade infantil cai 75,8% em 30 anos, aponta IBGE
A mortalidade infantil no Brasil caiu de 69,1 por mil nascidos vivos, em 1980, para 16,7 por mil, em 2010, o que representa queda de 75,8%. O resultado também faz parte da pesquisa Tábuas de Mortalidade 2010 – Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação. Na avaliação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a redução na taxa de mortalidade infantil é resultado concreto de ações governamentais e não governamentais no campo da saúde e reflete as condições de vida da população.
Segundo o gerente de Componentes de Dinâmica Demográfica do IBGE, Fernando Albuquerque, a mortalidade caiu em todos os grupos etários, mas a redução foi maior nos grupos infantil (até 4 anos) ou infantojuvenil (de 5 a 14 anos), por causa de programas do governo federal e de organizações não governamentais (ONG) com foco na diminuição da mortalidade infantil.
“Aleitamento materno, melhoria nas condições de saneamento básico e higiene pública, campanhas de vacinação, maior acesso da população aos serviços de saúde, maior escolaridade da mãe e política de assistência básica às gestantes são programas que efetivamente têm forte impacto na diminuição da mortalidade infantil e infanto-juvenil”, explicou.
A pesquisa revela que, na Região Nordeste, para cada mil crianças nascidas em 1980, 120 não completariam o quinto ano de vida. Já em 2010, apenas 26 não chegariam aos 5 anos. “Foi uma redução muito forte. Deixaram de morrer 94 crianças, aproximadamente, que nasciam e não completariam o quinto ano de vida. A região Nordeste foi a que apresentou o maior declínio”, esclareceu o gerente.
Albuquerque informou que a mortalidade infantil pode ser desmembrada em neonatal (referente ao primeiro mês de vida) e a pós-neonatal (do primeiro mês ao primeiro ano de vida). Na fase pós-neonatal, a mortalidade está associada a fatores sociais e econômicos. Já na fase neonatal, ocorre por problemas congênitos ou genéticos. “No caso da mortalidade pós-neonatal as causas são mais fáceis de se combater, pois são relacionadas a fatores sociais e econômicos, que estão melhorando no Brasil”, contou.
A pesquisa mostra ainda que o padrão de mortalidade do brasileiro entre 1980 e 2010 caiu em todas as idades, sem concentração em um grupo etário específico.“A diminuição da mortalidade atingiu tanto a base, como o meio e o topo da pirâmide etária”, disse Albuquerque.
Para o gerente, a queda da mortalidade em todas unidades da federação é um fato e os ganhos foram significativos. No entanto, o País ainda está longe dos níveis de mortalidade de regiões mais desenvolvidas do mundo. Enquanto no Brasil a mortalidade está em torno de 16 óbitos em menores de um ano para cada mil nascidos vivos, em Países da Europa, a taxa é quatro óbitos por mil.
“Diminuímos muito, mas continuamos um pouco distante das regiões mais desenvolvidas. Então a velocidade com que estes programas são aplicados deve continuar para nos aproximarmos dos níveis de regiões mais desenvolvidas”, analisou. (03/08/13)
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Artigo – O povo quer mais saúde
ROBERTO BALESTRA
A alta procura das prefeituras brasileiras pelo cadastro no Programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal, já prova que nas nossas cidades, de norte a sul do país, a situação da saúde é preocupante. Acompanho de perto as dificuldades dos companheiros no interior de Goiás e sei que o quanto é difícil, principalmente para os municípios menores, custearem a saúde, que é uma prioridade para os cidadãos. Tanto é que no Estado, 64% das cidades se inscreveram, na esperança de encontrar uma solução.
Como municipalista que sou, defendo todas as medidas que colaborem com a gestão das cidades. É nelas que os cidadãos vivem e precisam ter seus direitos garantidos. Mas, quem conhece de perto o nosso Estado, sabe que a falta de médicos não é o único problema e a contratação de mais profissionais, por si só, não é a solução.
A própria falta de médicos nas unidades de saúde é reflexo dos poucos recursos que os prefeitos tem para atrair e manter esses profissionais. Os que protestam hoje contra o Programa destacam a necessidade de uma carreira consistente no interior do Brasil. Mas, sozinhas, as nossas prefeituras não são capazes de assumir esse compromisso. Grande parte delas já tem a folha de pagamento comprometida até o limite com o funcionalismo e também não tem condições de oferecer a estrutura adequada. O resultado disso todos nós conhecemos. Os cidadãos do interior tem que procurar atendimento nos grandes centros que ficam ainda mais sobrecarregados.
Em Goiás, o governo de Marconi Perillo trabalha muito para atenuar esse problema. A construção de hospitais de urgência como o de Anápolis e o de Santa Helena foi um marco. Os dois já se tornaram referência em atendimento. Mas a contrapartida que os Estados e municípios tem de dar para o custeio da saúde ainda é alta diante do que eles tem acesso. Como já disse em artigo publicado aqui no Diário da Manhã, a União fica com 60% de tudo o que é arrecadado, os Estados com 25% e os municípios com apenas 15%.
Nossos prefeitos precisam de apoio para gerir a saúde, inclusive no pagamento de profissionais e incentivos para que eles atuem no interior, como propõe o governo federal. No entanto, eu acredito que isso se faz com diálogo e não com imposição. Gerar uma crise institucional com uma categoria que é a principal agente na saúde pública não é o caminho e não vai trazer a solução para todas as cidades que se inscreveram no programa. Gestores, médicos e todos os envolvidos precisam ser chamados à mesa para buscar uma solução, pois o que está em jogo é a vida do nosso povo.
A revisão do Pacto Federativo, com a divisão mais justa dos recursos entre todos os entes federados, é o que eu e o Partido Progressista defendemos. Isso vai permitir que os municípios e Estados possam investir mais em saúde, melhorar a estrutura e a carreira dos nossos profissionais. Mas é claro que esse é um caminho a percorrer. De imediato, o governo federal precisa reabrir o diálogo com a classe médica, pois, enquanto insistir na queda de braço, a solução que 64% das cidades goianas esperavam ao aderir ao Programa Mais Médicos não vai vir. E quando se trata de saúde, esse impasse não representa apenas tempo perdido, mas vidas.
(Roberto Balestra, deputado federal e presidente do PP em Goiás) (03/08/13)
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O HOJE
Obesidade precoce atinge 15% de crianças
Estudo aponta que crianças e adolescentes estão cada vez mais obesos e sedentários. Problema causa diversas doenças, como diabetes e colesterol alto
Gracciella Barros

Pular corda, amarelinha, pique-pega, pique-esconde. Brincadeiras corriqueiras de gerações passadas já não fazem parte do cotidiano das crianças do pós-internet. Hoje, normalmente, as brincadeiras giram em torno de vídeo-games, televisão e tudo o que sejam feito na segurança e sob os olhos dos responsáveis. O comportamento sedentário e a ingestão de mais calorias do que são gastas têm fomentado um dos maiores problemas de saúde pública constatados atualmente: a obesidade desde a infância.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem com a obesidade e 8 em cada 10 deles continuam com o problema depois de adulto.
Uma das causas apontadas por estudo publicado em julho pela revista Pediatric Obesity é de que 21% a 30% do risco de sobrepeso na infância está relacionado ao excessivo ganho de peso materno. O exemplo é compartilhado por Luciana de Lima Póvoa, 30 anos, que conta ter engordado 33 quilos durante a gravidez.
O filho dela, Matheus, com oito anos, mede 1,43 e pesa 52 quilos, apesar da prática de natação e os cuidados da mãe. “Ele estuda em escola integral e nos finais de semana vai para a casa da vó. Tenho muita dificuldade em controlar a alimentação”, afirma Luciana.
A mãe diz que, aos quatro meses depois do nascimento, percebeu que o filho era maior que a média das crianças da idade. “Ele sempre foi muito grande e pesado. Mas é complicado impor restrições e regras alimentares a crianças. Ainda mais por ele almoçar todos os dias na escola.”
Segundo Luciana Póvoa, as únicas refeições que consegue ter controle é nos café da manhã e nos jantares durante a semana. “A curva de crescimento dele cresce de forma exponencial. Ele realmente é grandão”, afirma. O sonho de Matheus, de acordo com a mãe, é se dedicar à natação.
Para a endocrinologista pediátrica Renata Machado, as maiores causas da obesidade e sobrepeso infantil são alterações intra-ulterinas, o leite da mãe, a quantidade excessiva e frequente de mamadas, entre outros fatores. “O problema tem causas multifatoriais. Desde uma tendência genética ao maior consumo de calorias do que se gasta, há muitos comportamentos que devem ser evitados ou controlados.”
“Infelizmente, maus hábitos alimentares são passados de pais para filhos e geram problemas em todos. Alguns sofrem mais, pois têm uma tendência maior de engordar”, afirma a endocrinologista.
Numa rotina onde fast food, doces e comidas industrializadas são utilizadas como recompensas, controlar a alimentação de crianças é realmente difícil. “A dispensa da casa não deve ter refrigerante, salgadinhos, guloseimas. Se não tirar de todos, a criança não consegue emagrecer e até se frustra por todos poderem comer algo que considera gostoso e ela não”, conta Renata Machado.
Problema agravado nas férias
A alimentação desregrada tem se tornado ainda mais problemática no período de férias, em que a má alimentação tende a se agravar em crianças. “As férias escolares são períodos complicados, pois muitas crianças ficam em casa na frente da televisão e comem muita besteiras ou na casa de avós, que é muito pior”, garante a endocrinologista Renata Machado.
É o caso de Leonel Mendes, que passa todas as férias na casa dos avós e sempre volta mais gordinho. “Em casa eu até controlo, mas não consigo fazer o mesmo na casa dos meus pais. Por isso, ele sempre volta mais cheinho. Dou bronca nele, mas não tem jeito”, afirma Dhaniela Mendes Marques, mãe de Leonel. Ela conta que na gestação engordou 30 quilos, regada a, como ela mesma diz: “muita fruta, verdura e churrasco.”
Leonel nasceu com 4,8 quilos e sempre foi uma criança gordinha e forte. “Percebi que ele estava fora do peso desde um ano, mas só a partir dos quatro anos comecei a controlar realmente”, afirma Dhaniela. A mãe de Leonel diz que ele é muito ativo e pratica atividade física, como andar de bicicleta, correr, mas se alimenta muito bem, sem bobagens. No entanto, ela admite perder o controle da alimentação do filho quando ele vai para a casa dos pais dela. “Ameacei meus pais de eles nunca mais ficarem tanto tempo com ele, então agora eles seguem a dieta à risca”, afirma. (04/08/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação