Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 04/07/20 FINAL

 

Novo modelo de isolamento busca consenso em Goiás

Gestores passaram a analisar formatos de isolamento que aliam abertura e fechamento das atividades econômicas. Proposta de Aparecida de Goiânia é a mais apreciada por empresários

O avanço da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), responsável pela Covid-19, ao longo dos meses fez com que gestores e população chegassem ao impasse sobre a manutenção do isolamento social. Enquanto a manutenção das pessoas em casa e em baixa mobilidade é a melhor maneira de evitar um alto número de contágio, o tempo de inatividade econômica afeta as finanças e cria problemas para empresários e trabalhadores. Isso fez com que se pensasse em modelos de isolamento intermitente, que foi iniciado em Goiás ainda em junho, pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, em uma proposta regional, e depois proposto pelo Estado, no projeto 14 por 14. Ainda assim, os estudos para ambos geram discordâncias.

Empresários têm defendido o modelo aparecidense, que dividiu a cidade em 10 regiões e, a depender da situação epidemiológica, fecha duas destas em uma frequência determinada, de um, quando o risco é baixo, a até cinco dias da semana, no risco altíssimo. Em Aparecida, a prefeitura decidiu manter sua proposta mesmo após o modelo adotado pelo Estado ter vindo de estudo científico realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG). No modelo 14 por 14, a ideia é buscar um "meio termo" entre o isolamento total e a reabertura econômica, com base no período de incubação e manifestação da Covid-19, o que não é levado em consideração no projeto aparecidense.

Por outro lado, empresários criticam a proposta escolhida pelo Estado e adotada pela Prefeitura de Goiânia desde o começo desta semana. A justificativa é que o longo período de inatividade criaria um empecilho trabalhista no sentido de manter ou reduzir o salário dos funcionários mesmo atuando em apenas metade do mês. Presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), Leopoldo Moreira Neto, avalia que o modelo do município é, em geral, positivo. "Sem dúvida é melhor para gente.

Quando fecha 14 dias seguidos tem o problema trabalhista. Mas nesse sistema por dias de semana a gente consegue fazer banco de horas para dar a folga nos dias que não pode abrir."

Desde que começou a ser implantado, no começo de junho, o município já saiu da bandeira verde, quando duas regiões fechavam uma vez por semana, e estava na amarela, com fechamentos também aos domingos. A situação em Aparecida, no entanto, se agravou e a prefeitura anunciou a entrada na fase laranja, de risco alto, a partir de amanhã. Agora, cada região ficará fechada duas vezes por semana, além dos domingos e das tardes de sábado. O secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães, não acredita que o sistema de escalonamento regional seja o culpado pelo aumento de casos e óbitos.

Ele lembra que o isolamento foi flexibilizado no final de abril, com medidas menos restritivas do que as tomadas em junho. "Se fosse a abertura, teria estourado em maio. O que ocorre é a evolução natural da doença em todo o Estado. Percebemos que tem ocorrido muito a transmissão intradomiciliar. Tem a flexibilização, mas acredito que seja mais a progressão da doença", diz Magalhães. Para o secretário, ao entrar na fase laranja, a quantidade de dias que o comércio ficará fechado será matematicamente igual ao do projeto acatado pelo Estado. Isso porque, a cada semana, são 3 dias e meio de fechamento o que, ao final de 28 dias, gera 14 dias abertos e 14 fechados.

"A gente teve que achar um ponto de equilíbrio, o tempo é que vai mostrar se estamos certos", diz o secretário. Na quinta-feira (2), Aparecida contava com uma taxa de 8 óbitos por Covid para cada 100 mil habitantes. Em Goiânia, no mesmo dia, o índice era de 13,8. "Estamos com uma taxa estável também de ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) entre 50% e 55%." Para o secretário, outra vantagem do modelo é a clareza para empresários e trabalhadores, que sabem o dia que podem ou não abrir. O presidente da Aciag reforça que houve um trabalho junto aos empresários para a adoção do sistema, mas que no começo houve resistência de muitos lojistas. "É difícil agradar todo mundo. Uma cidade do tamanho de Aparecida vai ter esses problemas, mas hoje tem uma conscientização maior e é melhor assim do que fechar tudo", diz.

Projeto aparecidense foi criado pelo município
O secretário municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, conta que o modelo regional utilizado no município foi pensado dentro da realidade da cidade. "Nós aderimos ao decreto do governo entre os dias 18 de março e 18 de abril, com fechamento das atividades não essenciais.
A partir daí começou a flexibilização, que chamamos de retomada responsável." Com o avanço da pandemia, o secretário conta que observou-se a necessidade de ampliar o distanciamento social e, para tal, buscou-se um modelo que atendesse um índice de isolamento social aceitável ao mesmo tempo que pudesse dar continuidade nas atividades econômicas.

"Nós buscamos na literatura científica e encontramos primeiro o relatório 9 do Imperial College, de Londres, que já falava na possibilidade do isolamento intermitente e depois o modelo de Israel, que adota o 10 por 4. Pensamos e adaptamos eles para o modelo regional", diz. Magalhães relata que o modelo é baseado no boletim epidemiológico, de onde se construiu os quatro cenários possíveis.

A divisão das regiões se deu a partir das atividades econômicas e os grupos foram estabelecidos relacionando a partir do tamanho e dos tipos de comércios e serviços. A mudança entre os cenários se dá a partir de uma matriz do Ministério da Saúde em que se verifica a possibilidade da incidência da doença na população interferir na capacidade de oferta dos leitos hospitalares. Ou seja, quando há alta incidência e poucos leitos, a quantidade de dias na semana de fechamento das regiões aumenta.

319 estabelecimentos são autuados por descumprimento

Em funcionamento desde o dia 8 de junho, o escalonamento regional de Aparecida de Goiânia já resultou em 319 autuações de estabelecimentos que estavam abertos em regiões nos dias em que teriam de estar fechados. O número indica 6% do total de locais possibilitados de abrir no município. Destes, 11 foram reincidentes e tiveram de ser multados, de acordo com a fiscal de tributos e coordenadora do Grupo Operacional de Enfrentamento ao Coronavírus de Aparecida, Ana Paula Vilela. Distribuidoras de bebidas e farmácias (que só podem funcionar por delivery nos dias de escalonamento da região) são os segmentos que mais descumprem a determinação.
Ana Paula conta que um grupo de fiscais foi designado apenas para acompanhar o cumprimento do escalonamento regional. A região do Garavelo, na divisa com Goiânia, é a que mais descumpre a determinação, especialmente pela quantidade de salas comerciais que insistem em abrir nos dias de proibição. Isso ocorre mesmo que a região não seja a que mais possui estabelecimentos comerciais, ficando atrás da Vila Brasília, também na divisa com a capital.

Objetivo do isolamento deve ser o de afastar as pessoas, diz pesquisador da UFG

Um dos pesquisadores que atuou na modelagem que testou o sistema de 14 dias com as atividades econômicas fechadas seguidos por outro período igual de funcionamento, o biólogo Thiago Rangel, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que as decisões dos gestores quanto à pandemia de Covid-19 deve levar em consideração a forma de contágio da doença. "Há muita confusão sobre isso de fechar o comércio, mas esse não deve ser o caso, porque o vírus não passa de comércio para comércio e sim de pessoa para pessoa. O motivo do isolamento não é fechar comércio, mas impedir que uma pessoa que está transmitindo o vírus encontre outra que está suscetível", diz.

Neste sentido, Rangel esclarece que a ideia de utilizar o método 14 por 14 foi justamente para encontrar um meio termo entre o isolamento total, que seria o ideal do ponto de vista epidemiológico, e a reabertura econômica. O professor explica que o período de 14 dias é o mesmo de incubação e manifestação da doença e por isso foi utilizado. Assim, em tese, nos dias de isolamento seria quando haveria mais demanda por leitos hospitalares e a necessidade de reduzir a incidência da doença. Teoricamente, seria possível, com esse sistema de rodízio por período, impedir o colapso no sistema de saúde, ao fazer o controle da doença.

Rangel conta que os professores da UFG chegaram a pensar em fazer a modelagem adotando o sistema de 10 dias sem atividades econômicas não essenciais com 4 dias de funcionamento, mas houve o entendimento de que a resistência dos empresários seria ainda maior. Isso porque, neste caso, em um grupo de 28 dias, só haveria abertura em 8 dias. Esse modelo foi o primeiro de isolamento intermitente a ser projetado no mundo, ocorrendo a partir de Israel, mas em um momento em que todos os países ainda adotavam o lockdown, quando há proibição de qualquer movimentação das pessoas, ou seja, é necessária autorização do gestor público para visitar a família ou fazer uma caminhada.

"Esse modelo 10 por 4 talvez até tenha mais vantagens, mas não chegamos a testá-lo com os dados de Goiás em nossa simulação. Testamos o 14 por 14 que é a metade entre o mínimo de óbitos que podem ocorrer e o máximo que estimamos, que seria no caso de ninguém fazer nada para conter a pandemia", diz o biólogo, ao explicar que não se trata apenas de promover a abertura completa das atividades econômicas, mas também não seguir qualquer outra recomendação das autoridades de saúde. Para ele, a questão não é o que está abrindo ou fechando, mas o fato das pessoas continuarem se movimentando.

"A questão é as pessoas ficarem em casa, justamente para impedir que um infectado transmita e é por isso também que propusemos o rastreamento de contato." Com este rastreamento, seria possível acompanhar os casos de transmissão intradomiciliar, por exemplo. Ou seja, caso a pessoa seja confirmada como infectada, as autoridades sanitárias verificam a situação de com quem ela mora ou trabalha, fazendo o rastreamento e possibilitando o isolamento destes pacientes, impedindo a continuidade da cadeia de transmissão do coronavírus.

Rangel reforça que só é possível conter a pandemia com a interrupção da transmissão, o que ocorre quando pessoas contaminadas não estão próximas de pessoas suscetíveis, e que esta deve ser a premissa de qualquer modelo adotado pelos gestores. O estudo da UFG utiliza o índice de isolamento social para verificar se isto é cumprido, identificando que números acima de 50% são considerados positivos para a contenção.

Comparação
Analisando os dados de isolamento social da plataforma In Loco, que é utilizada pelo Estado e pela UFG, verifica-se, no entanto, que o escalonamento regional adotado em Aparecida de Goiânia ainda não contribuiu para que os índices melhorassem. Observando apenas nas quartas-feiras, em maio o índice ficou entre 34% e 36%. Já em junho, com o modelo regional a variação ficou entre 32% e 34%. No dia 3 de junho Aparecida tinha 600 casos confirmados e 13 óbitos, enquanto que no dia 1 de julho o número de confirmações era de 3.033 e 51 pessoas haviam morrido por Covid-19.

O secretário municipal de Saúde, Alessandro Magalhães, explica que a plataforma utilizada tem pouca prevalência no município e, por isso, não é utilizada nos estudos municipais. "Aqui nós fazemos uma relação sobre a incidência de casos e os leitos hospitalares, que vamos chegar a 90 de UTI na semana que vem. Nesse momento, a gente confia nesse modelo regional." Por outro lado, para se ter uma ideia, em Goiânia, em que o comércio ficou oficialmente fechado, apesar de ter ocorrido descumprimento pela população, o índice de isolamento em maio esteve entre 36% e 37% e em junho entre 33% e 35%.

Modelo israelense se baseia em período de latência

O modelo 10 x 4, desenvolvido pelo Instituto Weizmann, de Israel, foi o primeiro a pensar em um isolamento intermitente para a retomada das atividades econômicas e sociais após o pico da pandemia do novo coronavírus.

A proposta visa usar um ponto fraco do vírus, que seria seu período de latência de cerca de 3 dias entre a infecção e a possibilidade de transmissão. Assim, as pessoas teriam de conviver com o lockdown por 10 dias em troca de 4 dias com a vida "normal". Com isso, se uma pessoa estiver contaminada em seus dias úteis não transmitirá o vírus, pelo período de latência, enquanto que estará em isolamento durante o pico da infecção, ou seja, sem contato com pessoas suscetíveis. Para tal, cidadãos que moram juntos devem ter rotinas semelhantes, ou seja, esses 4 dias teriam de servir para os pais trabalharem e para os filhos irem à escola.

O modelo não chegou a ser adotado completamente em seu país de origem, em que se aplicou o lockdown entre março e abril, com retomada gradual ao longo de maio e junho, quando se observou uma segunda onda da doença e, assim, novas medidas restritivas foram adotadas. No entanto, países europeus, como a Áustria, fizeram adaptações ao modelo. Neste caso, as escolas dividiram os alunos em dois grupos e eles se revezavam a cada semana na frequência às aulas presenciais.

No Brasil, as propostas sobre isolamentos intermitentes têm ganhado adeptos. Os primeiros projetos se deram com toques de recolher nos períodos noturnos e avançou para fechamento das atividades comerciais aos finais de semana, o que está sendo feito em cidades como Caldas Novas e no entorno do Distrito Federal. Especialistas em epidemiologia, no entanto, têm alertado que a mudança no índice de isolamento social nesses casos é pequena, visto que os horários e os dias citados já possuem, por características próprias, baixa mobilidade social, além de não impedir a movimentação.
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A REDAÇÃO

Ahpaceg anuncia falta de vagas de UTI nos hospitais associados de Goiânia
Lotação se refere a quadro de Covid-19

Goiânia – A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) divulgou um comunicado, nesta sexta-feira (3/7), informando que não há vagas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a internação de pacientes adultos com suspeita ou confirmação de Covid-19. O alerta abrange hospitais particulares de Goiânia que são associados (lista abaixo).

Segundo a Ahpaceg, a ocupação de todas as vagas se deu às 18h desta sexta-feira. O comunicado foi endereçado à Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e operadoras de planos de saúde na capital.

Ainda de acordo com a associação, novas informações sobre a taxa de ocupação dos hospitais serão divulgadas no sábado (4).

Os hospitais associados e que não possuem mais vagas de UTI para pacientes adultos com Covid-19 são:

Hospital Amparo
Hospital Clínica do Esporte
Hospital do Coração de Goiás
Hospital do Coração Anis Rassi
Hospital da Criança
Hospital de Acidentados
Hospital Infantil de Campinas
Hospital Ortopédico de Goiânia
Hospital Premium
Hospital do Rim
Hospital Samaritano de Goiânia
Hospital Santa Bárbara
Hospital Santa Helena
Hospital São Francisco de Assis
Instituto de Neurologia de Goiânia
Instituto Ortopédico de Goiânia
Hemolabor

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JORNAL OPÇÃO

Hemocentro espera doadores para iniciar tratamento de Covid-19 com uso de plasma

Por Luiz Phillipe Araújo

Método usa material de curados em pacientes, já estando aprovado pelo Conap, órgão responsável pela autorização
O Hemocentro Coordenador Estadual Prof. Nion Albernaz, unidade do Governo de Goiás, teve o segundo projeto de pesquisa sobre a Covid-19 aprovado pela Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep). Trata-se da infusão de plasma de pessoas curadas da Covid-19 para o tratamento de pacientes da doença em estado grave.

“Nós já estamos prontos para começar as infusões a partir de agora; estamos dependendo apenas de doadores, para termos um estoque mínimo de plasma”, assegura a diretora-médica do Hemocentro, Alexandra Vilela, que coordena o estudo.

Para conduzir os dois projetos, o Hemocentro está em busca de cem voluntários que tiveram a Covid-19 e já se recuperaram para fazerem a doação de plasma convalescente.

Para doar, é necessário ter idade entre 18 a 60 anos; peso igual ou acima de 65 Kg – no caso do sexo feminino, é necessário que não tenha gestações prévias –; apresentar resultado de teste positivo para Covid-19 e estar sem sintomas há mais de 14 dias. Os interessados devem entrar em contato com o Hemocentro, pelo e-mail plasma.hemocentro@idtech.org.br ou  telefone (62) 3201-4101.

O uso do plasma convalescente para tratamento de pacientes no estágio grave de Covid-19 será realizado por médicos das unidades referenciadas do Hospital de Campanha para Enfrentamento do Coronavírus (Hcamp), Maternidade Célia Câmara e Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), todos em Goiânia.

“O plasma ficará estocado em geladeiras especiais no Hemocentro, os médicos solicitarão o plasma e a infusão será realizada pelos médicos específicos dessas unidades”, orienta a diretora-médica.
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“Em uma guerra utilizamos os instrumentos que temos”, diz a médica Carine Petry, em defesa do tratamento precoce contra Covid

Por Marcos Aurélio

A médica explica que a Cloroquina, Hidroxicloroquina e corticoides são medicações acessíveis e que são conhecidas há muitos anos

Em todo país surgiram iniciativas de grupos de médicos que defendem o tratamento precoce da Covid-19 com o uso do chamado kit profilaxia. Esses médicos têm relatado suas experiências no trabalho de combate à doença e os resultados. Um desses grupos é o Covid 19 – DF, que reúne profissionais em suas especialidades para debater e desmistificar o uso de Cloroquina, Hidroxicloroquina, corticoides, antirretrovirais, antiparasitários para o enfrentamento ao novo coronavírus.
A médica otorrinolaringologista Carine Petry compõe o grupo Covid19- DF e tem ajudado a divulgar os protocolos e resultados que o uso do kit profilaxia propícia aos pacientes. Em entrevista ao Jornal Opção, ela disse considerar que o uso dos medicamentos certos de forma precoce pode reverter o quadro do paciente e evitar que o mesmo seja submetido a uma internação. “Neste momento temos uma curva exponencial da doença. Enquanto isso a capacidade dos hospitais está atingindo 100%. Neste cenário o tratamento precoce visa diminuir a replicação viral nos primeiros cinco dias de sintomas”, diz.

Carine Petry esclarece o tratamento precoce precisa ser iniciado logo quando surgem os sintomas, e não após o resultado do exame. “Muitas pessoas acham que precisam fazer o teste para começar o tratamento e isso não é verdade. Então é muito importante conhecer os sintomas precoces, que vão de dor no corpo, garganta e febre”, alerta.
A médica explica que a Cloroquina, Hidroxicloroquina e corticoides são medicações acessíveis e que são conhecidos há muitos anos. “Sabemos que se o paciente tem risco, temos conhecimento de como ministrar adequadamente”, diz.
Carine Petry conta que na fase inicial da Covid são são indicados medicamentos com potencial e efeito antiviral, como a Cloroquina, a Hidroxicloroquina, o antibiótico Azitromicina e o vermífugo Ivermectina, associados ao zinco, que tem efeito imunomodulador. “Não temos evidências científicas nível A dessas medicações, mas temos estudos observacionais que mostram que elas são seguras e ajudam a evitar a mortalidade de pacientes”, afirma.
A segunda fase, em geral após o sétimo dia de sintomas, é caracterizada pela inflamação dos pulmões e o paciente pode desenvolver uma pneumonia viral. Nesse estágio é preciso tratar com corticoides como a Dexametasona, além do uso associado de antibióticos. “É como se estivéssemos em uma guerra, e em uma guerra utilizamos os instrumentos que temos”, diz.
A médica que tem participado de lives e debates sobre o tema, diz que o uso dos medicamentos na fase inicial é significativo e não deve ser discutido de forma política “Eu sou médica, minha preocupação é com a vida das pessoas. Posso até ter minhas visões políticas, mas busco formas para que isso não interfira nas minhas condutas. Temos responsabilidade com as vidas das pessoas”, afirma. “Diante disso eu acredito que o tratamento precoce é de grande importância especialmente diante do cenário que estamos chegando, que é de colapso do sistema de saúde”, finaliza.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação