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DESTAQUES DE HOJE
• À polícia, falsa biomédica diz que hidrogel não causou morte de mulher
• Hidrogel – Suspeita responde inquérito por homicídio doloso
• Parque Flamboyant – Visitantes terão de fazer exame
• Falsa biomédica diz que namorado não aplicou hidrogel em paciente
• Mulher fez curso de 15 dias antes de aplicar hidrogel em vítima
TV ANHANGUERA (clique no link para acessar a matéria)
À polícia, falsa biomédica diz que hidrogel não causou morte de mulher
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-2edicao/t/edicoes/v/a-policia-falsa-biomedica-diz-que-hidrogel-nao-causou-morte-de-mulher/3740373/
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O POPULAR
Hidrogel
Suspeita responde inquérito por homicídio doloso
Para delegada, ao evitar dar o socorro da maneira correta à paciente, Raquel Rosa agiu com dolo
Patrícia Drummond
Raquel Policena Rosa, de 27 anos, a mulher que realizou o procedimento nos glúteos de Maria José Medrado de Souza Brandão, de 39 anos, morta na madrugada do último dia 25, vítima de uma possível embolia pulmonar, poderá responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar), caso existam indícios de que a aplicação da substância injetada na auxiliar de leilões teve a ver com o óbito. Para a delegada Myrian Vidal, titular do 17º Distrito Policial, que coordena as investigações, uma análise mais aprofundada das gravações e mensagens trocadas entre as duas – o que ocorreu no fim de semana – aponta que Raquel deveria ter prestado socorro à Maria José, ou ao menos tê-la orientado a buscar auxílio médico, quando ela reclama, logo após a realização do segundo procedimento, no dia 24, de alterações em seu estado de saúde.
“A Maria José começou a pedir ajuda, com sinais de fraqueza, tremor e fadiga, por volta das 11 horas e só as 16 horas foi para um hospital. Nesse intervalo de cinco horas, nas conversas e troca de mensagens, Raquel tenta, o tempo todo, tranquilizá-la, minimizando o problema”, destacou, ontem, a delegada, em entrevista à imprensa, após ter ouvido oficialmente a suspeita. “Esse tempo poderia ter sido suficiente para Maria José ser adequadamente socorrida e ter sobrevivido. Foi como se Raquel, imediatamente depois de tê-la atendido, dissesse ‘eu não estou me importando com o seu estado’; aí está o dolo”, argumentou Myrian, que, antes, em uma primeira interpretação do caso, havia falado em um possível indiciamento de Raquel por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar).
Durou cerca de uma hora e meia o depoimento de Raquel Policena Rosa à titular do 17º DP, no Parque das Laranjeiras, na tarde de ontem. A jovem chegou ao local por volta das 12h30, mas só começou a ser ouvida às 14 horas, acompanhada do advogado, Jeferson de Oliveira Santana. Ambos foram arredios e não quiseram dar entrevistas. O namorado da mulher, identificado como Fábio não compareceu à delegacia e, conforme Myrian Vidal, agora será oficialmente intimado – a expectativa é que o rapaz se apresente na sexta-feira. Segundo informações do filho de Maria José à polícia, ele teria participado da primeira sessão de aplicações para aumentar os glúteos da mãe – fato que, se comprovado, poderá levar Fábio a responder por homicídio culposo. No depoimento, Raquel teria dito que Fábio, que é professor de línguas, teria feito apenas massagem na vítima.
Curso rápido e produto comprado na rua
Em seu depoimento, de acordo com a titular do 17º DP, Raquel Rosa declarou não ter curso superior, mas afirma sentir-se capacitada para realizar o procedimento conhecido como bioplastia. Tudo, com base em um curso rápido – de Qualificação Profissional e Educação Continuada em Bioplastia Estética -, com carga horária de 60 horas, realizado entre o dia 18 de agosto e 5 de setembro passado, em Mogi Guaçu, no interior paulista. Um certificado (impresso em papel comum, do tipo A4), foi apresentado por Raquel à polícia, e anexado ao inquérito.
O curso feito por Raquel faz parte de um programa de formação de terapeutas e o certificado em questão frisa que não se trata de um certificado técnico profissionalizante nem dá direitos ao concluinte “em utilizar o mesmo de forma ilícita ou à revelia da Lei, de órgãos profissionais e autoridades competentes que não se enquadrem como profissionais livres”. “Vamos checar a veracidade desse documento, mas já está certo que ela não tem formação superior. Ainda assim, parece não ter consciência do procedimento; insiste que é bastante simples e estar habilitada para fazê-lo”, relatou a delegada.
Segundo ela, Raquel Rosa alegou ter atendido, depois do curso, apenas quatro mulheres – entre elas, Maria José Brandão. Teria feito as aplicações na primeira vez, no dia 12 de outubro, e retoques na segunda vez, no dia 24. O produto, conforme Myrian, teria sido comprado por Raquel em São Paulo, sem nota fiscal e na rua, de uma pessoa que ela não conhecia, ao preço de mil reais, por mil mililitros. “Agora, passamos a investigar também esse produto, que pode nem ser o Aqualift”, reiterou a delegada, lembrando que também tentará localizar as outras mulheres atendidas pela suposta esteticista. “Infelizmente, para a polícia, ela disse ter perdido o celular com todos os contatos”, acrescentou.
Por enquanto, conforme Myrian Vidal, Raquel já pode responder por exercício ilegal da Medicina. Para concluir o inquérito, a delegada do 17º DP diz ser “imprescindível” o laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a morte de Maria José.
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Parque Flamboyant
Visitantes terão de fazer exame
Orientação da Prefeitura é para todos que frequentaram o local nos últimos 3 meses e tiveram febre
Janda Nayara
Como medida para evitar a proliferação da malária em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde irá analisar amostras de sangue de todas as pessoas que tenham visitado nos últimos 30 dias regiões onde há transmissão da doença ou frequentado o Parque Flamboyant a partir do dia 1º de agosto e apresentado febre, acompanhada ou não dos demais sintomas da doença, como dor de cabeça, calafrios, sudorese, tremores, cansaço e dores musculares.
O chamado Inquérito hemoscópico faz parte do protocolo nacional de combate à malária e foi discutido junto com os técnicos do Ministério da Saúde que visitaram a cidade na semana passada. As pessoas que se encaixem nestas características deverão entrar em contato com o Departamento de Vigilância Epidemiológica, que enviarão agentes de saúde para a coleta das amostras necessárias para o exame, informa a diretora de Vigilância e Saúde da pasta, Flúvia Amorim. “A data de referência foi escolhida com base no primeiro caso notificado, porque os sintomas costumam surgir em no máximo 30 dias. Colocamos mais alguns dias por segurança”, explica.
As residências, escolas e obras da construção civil localizadas em um raio de dois quilômetros do parque também continuarão, segundo Flúvia, a receber visitas dos agentes de endemias. “Eles distribuição material informativo com os contatos da vigilância, já que a manifestação dos sintomas pode ser tardia”.
A primeira paciente a ter o diagnóstico confirmado, no dia 9 de outubro, foi a aposentada Maria de Fátima Ferreira, de 54 anos, que mora em frente ao Parque Flamboyant.
NOVO CASO
A capital goiana já contabiliza sete casos confirmados da doença com transmissão no próprio município, fato que não ocorria há mais de duas décadas. O último caso confirmado, notificado na última quinta-feira, foi o de uma adolescente que estuda em uma escola próxima do Parque Flamboyant e é frequentadora assídua do local. “Ela mora em Aparecida de Goiânia, apresentou sintomas e buscou atendimento médico, onde foi diagnosticada. Não precisou ficar internada e está fazendo o tratamento em casa”, contou Flúvia.
O caso do bebê de 8 meses de idade, morador de Aparecida de Goiânia, e que poderia ser o primeiro caso autóctone sem ligação com o Parque Flamboyant ainda está em investigação. Segundo a diretora, eles aguardam os resultados de novas coletas feitas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen). O menino está internado no Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
“Ninguém sabia o que eu tinha”
(Malu Longo)
Por causa da malária, a acadêmica de Arquitetura Mayara Malagoni de Almeida, 22 anos, ficou internada durante dez dias numa UTI de um hospital privado de Goiânia. Já em casa, no Setor Criméia Leste, ela conversou com o POPULAR e contou o drama que viveu por causa da demora em diagnosticar a doença. Foram quatro unidades de saúde e doenças graves mencionadas até surgir o diagnóstico preciso. “Quando soube que era malária fiquei aliviada porque meu estado de saúde só piorava e não havia um diagnóstico claro. Ninguém sabia o que eu tinha. Fiquei internada quase um mês”, afirmou.
Mayara sentiu fraqueza, dores no corpo e febre, sintomas muito semelhantes à dengue. Ela procurou inicialmente a unidade de emergência da Unimed e foi diagnosticada com dengue. Como não apresentava melhoras, voltou ao mesmo local outras duas vezes até ser encaminhada para internação porque suas plaquetas cairam muito. De um hospital de Campinas foi para outro do Setor Oeste e como não melhorava, foi levada para a UTI de um estabelecimento de saúde do Setor Bueno. Só nessa condição que a infectologista Christiane Kobal, chamada para ver Mayara, desconfiou que poderia ser malária. A médica já cuidava de outro paciente, Rafael Henrique Almeida, de 24 anos, que também estava internado numa UTI da capital com malária. Como Mayara, o caso de Rafael também demorou a ser diagnosticado.
Mayara, que mora distante do Parque Flamboyant, contou que costumava ir com frequência ao Parque Flamboyant. Coincidentemente, em uma dessas vezes estava com Rafael, com quem sentou na grama muito perto do lago. “Quando a médica me falou que ele estava internado, eu disse que o conhecia”, afirmou a estudante. Mayara deixou o hospital muito debilitada e magra. “Estou pesando 39 quilos”. Segundo ela, até que fosse constatada a malária, havia suspeita de que estaria com leucemia, hepatite, doença auto-imune e até mesmo aids. “Agora estamos todos aliviados. Tomei os remédios certos durante três dias e estou bem”.
Saiba mais
Inquérito hemoscópico é estratégia para identificar precocemente novos casos
■ Quem deve fazer o exame: Visitou áreas endêmicas (Estados da Amazônia Legal e Mato Grosso) nos últimos 30 dias; ou frequentou o Parque Flamboyant, a partir de 1º/08/2014 até a data atual, e que apresente ou apresentou febre.
■ Quem procurar:
Departamento de Vigilância Epidemiológica (62)3524-3389/(62)3524-3381- Dias úteis em horário comercial
Plantão: (62)8402-1922- Período noturno, finais de semana e feriados.
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PORTAL G1/GOIÁS
Falsa biomédica diz que namorado não aplicou hidrogel em paciente
Ela contou à polícia que rapaz fez apenas massagem no bumbum da mulher.
Casal deve responder por morte de paciente e exercício ilegal da medicina.
Vitor Santana
Suspeita de causar a morte de uma paciente após aplicar hidrogel para aumentar o tamanho do bumbum, Raquel Policeno Rosa, de 27 anos, afirmou à polícia que seu namorado não teve envolvimento no procedimento. A Polícia Civil passou a investigar o homem após encontrar áudios no celular da vítima, nos quais a falsa biomédica relata a presença do companheiro durante as sessões. A expectativa é de que ele seja ouvido na próxima sexta-feira (7).
A ajudante de leilão Maria José Medrado de Souza Brandão, 39 anos, morreu no dia 25 do mês passado, após a segunda aplicação de hidrogel em uma clínica de Goiânia. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Myrian Vidal, a suspeita negou ter cometido qualquer erro no procedimento e disse, ao prestar depoimento na segunda-feira (3), que o namorado apenas realizou massagens em sua paciente. O casal pode ser indiciado pela morte e deve responder por exercício ilegal da medicina.
“Segundo a autora, ele participou apenas no primeiro momento, e teria ido massagear um dos glúteos da Maria José, visando espalhar melhor o líquido que ela já havia injetado”, relatou. Vidal afirmou também que o rapaz mencionado na gravação é professor de línguas estrangeiras e não tem qualquer formação na área estética ou de saúde.
Nos áudios analisados pela polícia, Raquel tenta acalmar a vítima e diz que o inchaço que ela estava sentindo em uma das nádegas iria sumir. “Fica tranquila, ele vai assentar, vai ficar por igual os dois lados. É assim mesmo, porque a minha mão é mais pesada que a do Fábio [namorado] e a minha massagem é um pouco mais forte, um pouco mais intensa. É por isso que tá [sic] mais inchado. Mas pode ficar tranquila. Quando o produto assentar, daqui a três dias, você vai ver que os dois lados vão ficar iguais”.
Para a delegada, no entanto, a declaração contradiz o depoimento do filho de Maria José, que afirma ter visto o rapaz aplicando o hidrogel em uma das nádegas de sua mãe. Segundo a delegada, o namorado de Raquel não prestou depoimento até o momento, pois ainda não tem advogado.
“Se confirmado a participação dele, e eu acredito que está bastante forte isso nos autos, ele responderia por homicídio culposo, já que na segunda conduta da Raquel, ele não teria participado, ou seja, ele sequer sabia que a mulher estava pedindo ajuda”, afirmou Vidal.
Certificado
Áudios e bate-papos em redes sociais divulgados pela polícia mostram que Raquel Rosa se apresentava como biomédica ao abordar as possíveis clientes. No entanto, a polícia constatou, no último dia 31, que ela não tem formação na área. “Fizemos a consulta nos conselhos de biomedicina existentes no Brasil e o nome dela não consta entre os profissionais. Aliás, em nenhuma área da saúde", explicou a delegada.
Durante o depoimento, a jovem não deu entrevista e disse apenas que "as minhas declarações eu já prestei à Justiça". À polícia, ela apresentou um certificado de conclusão do curso de bioplastia estética, feito no interior de São Paulo, com carga horária de 60 horas, entre 18 de agosto e 5 de setembro deste ano. "Ainda vamos averiguar a procedência desse diploma. Porém, ele não dá o direito de realizar esse tipo de procedimento", adiantou a delegada.
A suspeita também afirmou à polícia que ela está convicta de que não errou no procedimento e que a morte da auxiliar de leilões foi provocada por outros fatores. “Ela [Raquel] afirma que a bioplastia é um procedimento extremamente simples. Ela continua afirmando isso, que ela está capacitada para realização, indo em desacordo com todos os médicos e profissionais que já foram ouvidos”, disse Vidal.
Ato exclusivo de médico
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a aplicação de hidrogel é um procedimento exclusivo para médicos. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Erso Guimarães, informou ao G1 que desconhece a profissão de bioplasta. "Existem 14 profissões regulamentadas pelo Ministério do Trabalho na área da saúde, como, por exemplo, médico, enfermeiro e fisioterapeuta. Bioplasta não é um delas", afirmou.
Raquel contou que fez aplicação de hidrogel duas vezes em quatro pacientes, entre elas, a Maria José. Em um primeiro momento, o procedimento foi realizado em um hotel. Dias depois, as mesmas pacientes realizaram retoques com ela em uma clínica estética. Entretanto, Raquel afirma que não tem o nome completo ou contato de suas clientes por ter perdido seu celular, onde estariam todas as informações.
A delegada Myrian Vidal disse que espera um laudo do Instituto Médico Legal para comprovar se a morte da paciente está relacionada ao procedimento estético. Caso seja confirmado, Raquel deve ser indiciada por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Isso porque, para a delegada, a mulher demorou a orientar a paciente a procurar um médico. Além disso, ela também responderá por exercício ilegal da medicina.
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O HOJE
Mulher fez curso de 15 dias antes de aplicar hidrogel em vítima
Em depoimento Raquel Policena Rosa assume que não é biomédica e que não possui nenhuma formação acadêmica
Kelly Lorena
Raquel Policena Rosa, de 27 anos, responsável pela aplicação do hidrogel em Maria José Medrado de Souza Brandão, 39 anos, que morreu no dia 25 do mês passado, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (3). Acompanhada do advogado Jéferson de Oliveira Santana, Raquel disse à polícia que realmente não é biomédica, segundo havia adiantado o presidente do Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região (CRBm-3), Rony Marques de Castilho. O órgão é responsável pelos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais, além do Distrito Federal.
De acordo com a titular do 17º Departamento Policial de Goiânia, delegada Myrian Vidal que investiga o caso, Raquel não possui nenhuma formação acadêmica. “O que ela nos disse é que fez um curso de apenas 15 dias em São Paulo e que ao final do curso o professor disse que ela já estava apta a realizar o procedimento”, revela Vidal.
Segundo a delegada o depoimento de Raquel não foi convincente. “Segundo ela [Raquel] a Maria José e mais três mulheres foram as suas primeiras clientes”, disse Myrian. De acordo com a titular do 17º DP na sexta feira (7) o namorado de Raquel pode ser ouvido. O nome dele aparece em gravações de áudio entregues pela família da vítima à PC. Em depoimento Raquel negou qualquer envolvimento do namorado, até o momento identificado apenas como Fábio.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação