ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Mulher aguarda há 8 meses por cirurgia para tirar mioma, em Goiânia
Jovem que teve câncer descobre que fotos dela são usadas de forma indevida na web
Procon: hospitais estão impedidos de cobrar pela utilização de televisão, ar-condicionado e frigobar
Luta contra doenças raras
CRM investiga medicina "antienvelhecimento" em Mato Grosso
Ética Saúde passa a ter atuação internacional
Brasil poderia tirar lições de outros sistemas de saúde, diz pesquisador
Ministério da Saúde lança diretrizes contra manobras agressivas em partos
Ministério da Saúde amplia público-alvo de seis vacinas neste ano; confira
TV ANHANGUERA / GOIÁS
Mulher aguarda há 8 meses por cirurgia para tirar mioma, em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/mulher-aguarda-ha-8-meses-por-cirurgia-para-tirar-mioma-em-goiania/5700419/
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Jovem que teve câncer descobre que fotos dela são usadas de forma indevida na web
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/jovem-que-teve-cancer-descobre-que-fotos-dela-sao-usadas-de-forma-indevida-na-web/5700384/
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PROCON GOIÁS
Procon Goiás informa: decisão liminar proíbe a cobrança pelo uso de comodidades nos hospitais
O Procon Goiás, representado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), conseguiu decisão liminar para que os hospitais sejam impedidos de cobrar quaisquer valores dos pacientes pela utilização das comodidades existentes em suas acomodações, tais como, televisão, ar-condicionado e frigobar.
Em razão das inúmeras reclamações de usuários de planos de saúde acerca da exigência, por parte dos hospitais, de pagamento adicional pelo uso de frigobar, ar-condicionado e televisão existentes nos quartos, foi ajuizada ação civil pública em desfavor de diversas instituições médicas, na qual se requereu que essa prática fosse declarada ilegal.
Acolhendo, em parte, os argumentos elencados pela PGE, o Desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição determinou que, no caso de omissão contratual, os hospitais se abstenham de cobrar pelo uso das comodidades quando não for expressamente oferecida ao consumidor a opção de escolher entre uma acomodação com esses itens e outra que não os possua, sob pena de multa diária no importe de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Em outras palavras, na hipótese de todos os quartos dos Hospitais serem dotados de ar-condicionado, frigobar e televisão, não pode o consumidor ser compelido ao pagamento de quaisquer diferenças, em razão de não ter sido oportunizada escolha aos usuários, conforme entendimento do Desembargador. Atuaram neste caso os procuradores do Estado Eduardo Silva Toledo Pullin Miranda e Leandro Eduardo da Silva.
Diante desta decisão judicial, o Procon Goiás iniciou novamente a fiscalização para constatar o cumprimento da decisão judicial, e os tipos de acomodação oferecidos ao consumidor pelos hospitais.
Clique para ter acesso ao inteiro teor da decisão: http://www.procon.go.gov.br/noticias/procon-goias-informa-decisao-liminar-proibe-a-cobranca-pelo-uso-de-comodidades-nos-hospitais.html.
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PORTAL CURTA MAIS
Procon: hospitais estão impedidos de cobrar pela utilização de televisão, ar-condicionado e frigobar
Decisão liminar proíbe a cobrança pelo uso de comodidades nos hospitais
O Procon Goiás, representado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), conseguiu decisão liminar para que os hospitais sejam impedidos de cobrar quaisquer valores dos pacientes pela utilização das comodidades existentes em suas acomodações, tais como, televisão, ar-condicionado e frigobar.
Em razão das inúmeras reclamações de usuários de planos de saúde acerca da exigência, por parte dos hospitais, de pagamento adicional pelo uso de frigobar, ar-condicionado e televisão existentes nos quartos, foi ajuizada ação civil pública em desfavor de diversas instituições médicas, na qual se requereu que essa prática fosse declarada ilegal.
Acolhendo, em parte, os argumentos elencados pela PGE, o Desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição determinou que, no caso de omissão contratual, os hospitais se abstenham de cobrar pelo uso das comodidades quando não for expressamente oferecida ao consumidor a opção de escolher entre uma acomodação com esses itens e outra que não os possua, sob pena de multa diária no importe de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Em outras palavras, na hipótese de todos os quartos dos Hospitais serem dotados de ar-condicionado, frigobar e televisão, não pode o consumidor ser compelido ao pagamento de quaisquer diferenças, em razão de não ter sido oportunizada escolha aos usuários, conforme entendimento do Desembargador. Atuaram neste caso os procuradores do Estado Eduardo Silva Toledo Pullin Miranda e Leandro Eduardo da Silva.
Diante desta decisão judicial, o Procon Goiás iniciou novamente a fiscalização para constatar o cumprimento da decisão judicial, e os tipos de acomodação oferecidos ao consumidor pelos hospitais.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Luta contra doenças raras
Centro é habilitado para tratamento de alto custo no SUS. Meta do instituto é democratizar acesso a procedimentos e diagnósticos complexos
O Centro de Referência para Doenças Raras do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), na zona sul do Rio de Janeiro, foi habilitado pelo Ministério da Saúde a fazer tratamentos de alto custo na lista de cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Em termos práticos, a medida prevê o financiamento para um conjunto de procedimentos realizados, o qual retornará para o IFF para ser investido tanto em capacitação profissional, quanto em equipamentos e insumos", destacou a analista de gestão Stella Carletti. "O repasse da verba é feito a partir dos indicativos lançados pela equipe no sistema de informação, o que torna de suma importância o devido preenchimento dos campos do instrumento de registro. Uma ferramenta específica de cobrança será destinada para o faturamento dessa produção." Além do IFF, duas instituições foram habilitadas: uma no Distrito Federal e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
A medida entrou em vigor três anos após a publicação da portaria que definiu a Política de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras. O coordenador da Genética Médica do IFF, Juan Llerena, comemorou a conquista. "Começar o ano com a habilitação do Centro de Doenças Raras traz boas perspectivas no que diz respeito à democratização ao acesso a procedimentos diagnósticos complexos e, consequentemente, um ordenamento referente ao acesso a tratamentos considerados de alto custo ao Estado, o que representa um grande desafio para a saúde pública", disse o coordenador.
Entre as principais vantagens da habilitação, o geneticista ressalta a melhor organização do fluxo da linha de cuidado do tratamento dos portadores das doenças raras. "A portaria inclui uma gama variada de procedimentos, em sua maioria de alta complexidade. Os pacientes chegam via Central de Regulação de Vagas para os ambulatórios de especialidades e, havendo necessidade de apoio – seja na realização de serviços de diagnóstico, seja no tratamento -, são encaminhados para o Centro de Doenças Raras".
Para ele, com a habilitação, o número de atendimentos deve aumentar consideravelmente e reduzir as ações judiciais. Juan Llerena lembrou que o acesso ao tratamento de alto custo é, na maioria dos casos, garantido na justiça.
À frente da Associação Anjos da Guarda, que desde 2011 presta suporte social e assistencial a pacientes e parentes no IFF, Gabriele Gomes é mãe e irmã de portador de doença rara. Ela espera que, a partir de agora, a Política de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras se cumpra efetivamente, dando o suporte necessário aos pacientes e auxiliando no tratamento. "Com a habilitação dos Centros de Referência e seu pleno funcionamento, poderemos proporcionar ao paciente todas as especialidades necessárias para o seu tratamento em um único local, promovendo um acompanhamento mais objetivo e eficaz", destacou. "O tratamento envolve muitas dificuldades, desde o fechamento do diagnóstico em si, até o acesso aos especialistas, que se encontram, em geral, nos grandes centros urbanos, e a grande quantidade de exames periódicos", completou Gabriele.
No sábado, parentes, amigos e pessoas com doenças raras farão uma caminhada no Parque do Flamengo, zona sul, às 9h, na terceira edição da Caminhada do Dia Mundial das Doenças Raras no Rio de Janeiro. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a importância de divulgar a causa e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas. Ao todo, 13 entidades cariocas estão envolvidas na ação. O Dia Mundial das Doenças Raras é lembrado em 29 de fevereiro, nos anos bissextos, sendo que, nos outros anos, a data é transferida para 28 de fevereiro.
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PORTAL SÓ NOTÍCIAS
CRM investiga medicina "antienvelhecimento" em Mato Grosso
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM) investiga três denúncias contra a chamada "medicina antienvelhecimento". Este é o reflexo da preocupação da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de Mato Grosso (SBEM), que tem registrado um aumento repentino e desenfreado de pacientes que têm sofrido efeitos colaterais após consumir hormônios, mesmo estando com os exames normais.
Segundo a instituição, médicos recém formados e de diversas especializações, têm propagado a "comercialização" de métodos ortomoleculares, de antienvelhecimento e que prolongam a juventude, prescrevendo tratamentos sem embasamento científico. De acordo com o vice -presidente da SBEM, Marcelo Maia, a manipulação destas fórmulas, que são compostas por vários tipos de vitaminas e hormônios, têm custado mensalmente aos pacientes entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil.
"Os profissionais receitam os medicamentos e informam que estes só podem ser manipulados em laboratórios específicos de Santa Catarina ou Ceará, onde a fórmula seria composta por hormônios bioidênticos. O que chegou até nós, é que os médicosestariam lucrando até 20% de propina para cada medicamento vendido, valor que é repassado pelos laboratórios".
Maia atua na área de endocrinologia e diz que tem atendido de dois a quatro pacientes por semana, vítimas do método antienvelhecimento. Todos relatam que inicialmente a sensação revigorante é ótima, mas após alguns meses de tratamento começam a apresentar as consequências negativas. "O que me espanta é que a maioria das vítimas são pessoas instruídas e que ocupam cargos importantes na sociedade, como juízes, por exemplo, e se deixam levar pela promessa de retardar o envelhecimento".
Depressão, baixo desempenho sexual, ganho de peso rápido e repentino e fadiga são algumas das consequências da medicina da longevidade, elencadas pelo endocrinologista. "Pelo fato das fórmulas serem caras, muitos acabam abandonando o tratamento e é aí que começam a aparecer os efeitos colaterais. Tenho pacientes que fazem tratamento comigo há anos, que sumiram após aderir ao programa de antienvelhecimento e depois voltaram reclamando do resultado e com os exames todos alterados".
Segundo o CRM, há uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) de 2011 e revista em 2012, que proíbe aos médicos de todo país a indicação e a aplica- ção dos chamados tratamentos antienvelhecimento, que usam hormônios, antioxidantes ou vitaminas, sob risco de cassação da licença do profissional. "No Brasil, a 'medicina antienvelhecimento' não é reconhecida como especialidade e nem como área de atuação pelo CFM, Associação Médica Brasileira e Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do Ministério da Educação (MEC)", frisa a presidente do CRM, Maria de Fátima Carvalho Ferreira.
Ainda de acordo com Ferreira, o uso dessas substâncias só é permitido no tratamento de problemas de saúde em que a aplicação destas tenha eficácia comprovada pela ciência. "O que não é o caso dos métodos de rejuvenescimento proibidos, que foram, inclusive, relacionados com casos de câncer e alterações hormonais graves".
Diante disso, profissionais ficam impedidos de oferecer tratamentos que promete reduzir marcas da idade. Conforme a presidente do CRM, a política de antienvelhecimento é propagada no Brasil desde meados dos anos 2000. Desde aquela época são realizados estudos acerca dos tratamentos ofertados às pessoas que desejam prolongar a vida. "Esse tipo de medicina é ilusiva. O CFM já realizou diversos estudos relacionados a essa questão e não há comprovação de resultados positivos do uso de hormônios, antioxidantes, vitaminas e outras substâncias que garantam o rejuvenescimento".
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SAÚDE BUSINESS
Ética Saúde passa a ter atuação internacional
O Instituto Ética Saúde é um dos fundadores da Coalizão Interamericana de Ética no Setor de Dispositivos Médicos. A cerimônia de assinatura e lançamento foi em Bogotá, na Colômbia, durante o Congresso Latino Americano de Compliance 2017.
A Coalizão tem representantes do Brasil, Estados Unidos, Canadá, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Equador e Venezuela. A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes – ABRAIDI – também participa como signatária.
Os principais consensos definidos no encontro foram: serão atualizados os princípios de Kuala Lumpur sobre Compliance; haverá um alinhamento dos códigos de ética das entidades participantes aos princípios da Coalizão; e os integrantes deverão promover ações concretas de disseminação do conteúdo de seus códigos de ética para os associados, incluindo treinamentos, eventos e outras ações.
O presidente do Conselho de Administração do Instituto Ética Saúde, Gláucio Pegurin Libório, explica que “os participantes da Coalizão deverão trabalhar para promover o diálogo com outros integrantes da cadeia de saúde, como hospitais, médicos, distribuidores, indústria e planos de saúde”.
Durante o Congresso Latino Americano de Compliance 2017, promovido pela Associação de Tecnologia Médica Avançada – AdvaMed – e pela ANDI – Câmara de Dispositivos Médicos e Insumos para a Saúde, Gláucio Pegurin Libório participa do painel “Opiniões sobre o Comportamento Ético nos negócios que envolvem tecnologia médica”, onde vai apresentar o último balanço do Canal de Denúncias do Ética Saúde. Até janeiro de 2017, o Conselho de Ética já registrou 478 denúncias, com 1195 denunciados. Já o presidente do Conselho de Ética, o subprocurador da República, Antônio Fonseca participa do debate “Relações Governamentais e o Código de Ética”.
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FOLHA DE S. PAULO
Brasil poderia tirar lições de outros sistemas de saúde, diz pesquisador
Cláudia Collucci
O Brasil deveria aprender com outros países como melhorar a qualidade, reduzir custos e trazer mais eficiência para o sistema de saúde.
Por exemplo, inovar os cuidados na atenção primária para evitar hospitalizações, como ocorre em Israel, ou permitir consultas on-line, como acontece na Índia.
O conselho é de Mark Britnell, 51, autor de "In Seach of the Perfect Health System" (Buscando o sistema de saúde perfeito), que já trabalhou em 68 países e estudou a fundo os sistemas de 30 deles.
Um dos ex-diretores do sistema de saúde britânico (NHS) e atual líder global da prática de healthcare da consultoria KPMG, Britnell elogia o Programa de Saúde da Família brasileiro, diz que ele inspirou países da África e da Ásia e deve ser incentivado. A seguir, trechos da entrevista que deu à Folha.
Folha – Um sistema de saúde perfeito não existe. Mas se existisse, como seria?
Mark Britnell – Não há um sistema de saúde perfeito, mas cada país tem algo a ensinar e algo a aprender.
Com o Brasil não é diferente. Embora eu diga que nenhum país possa reivindicar ter o melhor sistema de saúde do mundo, há algumas facetas de sistemas de alto desempenho que todos os países poderiam aprender.
Quais os pontos fortes do Brasil e quais lições podemos aprender com esses países?
Eu acho que o Brasil tem alguns bons pontos fortes no SUS e no seu Programa Saúde da Família (PSF). A Rio Saúde também é um modelo que funciona bem. A empresa mistura administração pública e privada e aplica com sucesso conceitos bem conhecidos por outras indústrias e, agora, a da saúde para melhorar qualidade, reduzir custos e ganhar eficiência.
O Brasil pode aprender muito com Israel em cuidados primários. Combinam seguradora de saúde com prestador de serviços em saúde. A seguradora tem o incentivo para manter as pessoas bem e fora do hospital.
Israel tem excelentes cuidados primários, com a maioria das suas instalações de diagnóstico na comunidade para que os pacientes não tenham que ir ao hospital.
Da mesma forma, o país faz muito melhor uso da tecnologia, com registros médicos eletrônicos e consultas telefônicas mais rápidas, mais acessíveis e mais baratas para os pacientes.
O Programa Saúde da Família (PSF) no Brasil está praticamente estagnado. É um erro?
O PSF é mencionado em meu livro como um dos 11 exemplos de melhores práticas no mundo. Cuidar pró-ativamente das famílias e das comunidades é bom para a promoção da saúde e para a prevenção de doenças. O
PSF tem inspirado países no mundo, especialmente na África e na Ásia. É uma falsa economia cortar programas de cuidados primários, porque a doença vai aparecer na sala de emergência. É pior para o doente e para o contribuinte.
Na sua opinião, qual é o principal desafio do SUS?
Qualquer sistema de saúde universal, como o SUS, precisa de uma economia forte e transparente para apoiá-lo. O congelamento federal do orçamento da saúde vai colocar uma enorme pressão sobre o SUS, mas isso não pode enfraquecer o sistema. Ele tem sido uma inspiração para muitos países.
O Brasil já gasta cerca de 10% de seu PIB na saúde, mas seu desempenho, qualidade e expectativa de vida podem ser melhorados. Os EUA gastam quase 18% do PIB em um sistema com cuidados de saúde universais limitados.
Boa saúde nacional, em última instância, leva a uma melhor riqueza nacional. A cada US$ 1 gasto em cuidados de saúde, US$ 4 são gerado na economia.
No Brasil, parcerias entre o público e o privado costumam inspirar desconfiança. O sr. argumenta que elas podem ser uma saída para o setor de saúde. Como avançar?
Os setores público e privado da saúde no Brasil parecem estar indo em direções diferentes e isso não é bom para o país, para a coesão social e para a eficiência. Em muitos países de renda média, há vários exemplos bem-sucedidos de parcerias público-privadas de longo prazo.
Esses relacionamentos poderiam resultar em escolas médicas conjuntas, novos centros de atendimento ambulatorial conjuntos, pacientes públicos sendo tratados em estabelecimentos particulares a preços determinados.
A corrupção tem prejudicado contratos nos setores público e privado e isso precisa ser passado a limpo para melhorar o valor do dinheiro, a confiança e o investimento de longo prazo.
Planos de saúde no Brasil têm discutido a transição de um modelo de pagamento por serviço. Como os outros países estão lidando com isso?
É correto afastar-se do modelo de pagamentos por serviços, pois eles são inflacionários. É o caso dos Estados Unidos, onde agora estão tentando mover-se para pagamentos por pacotes em até 80% dos procedimentos.
Na Europa, muitos países estão usando pagamentos agrupados ou baseados em valor para reduzir a inflação dos custos em saúde e melhorar a qualidade.
Consultas virtuais são proibidas pelo conselho médico brasileiro. Outros países têm feito mais progressos nesta área?
Eu realmente acho que o Brasil está perdendo uma oportunidade aqui, pois poderia ser um líder global em tecnologia de alto valor aplicada aos cuidados de saúde. Na Índia, smartphones são agora utilizados pelos pacientes para chamar remotamente um médico ou uma enfermeira num call center, que usam a melhor base de evidência clínica e algoritmos para fazer um diagnóstico por telefone. Em seguida, a receita é enviada eletronicamente para a farmácia mais próxima do paciente.
Diante dos desafios remotos e rurais no Brasil, acredito que isso pode funcionar aqui também. E nas áreas urbanas é especialmente popular entre os jovens que não querem perder tempo em fila para ver um médico.
O envelhecimento populacional é visto como um dos principais desafios para os sistemas de saúde. Como torná-lo mais sustentável?
Quase todos os países estão falando sobre o envelhecimento da população e alguns poucos-como Japão, Holanda e Cingapura-estão começando a tomar medidas. No Japão, há uma das melhores práticas que eu vi. Trata-se de um sistema integrado de cuidados baseados na comunidade que presta serviços como bem-estar, cuidados de saúde, cuidados de longa duração e medidas preventivas. Esse tipo de abordagem evita os riscos de se criar "guetos de idosos".
A tecnologia também tem papel importante no gerenciamento do paciente idoso. Os sistemas remotos de monitoramento ajudam o pessoal clínico a intervir apenas quando necessário, permitindo-lhes responder a um problema antes de se tornar uma emergência hospitalar.
Reconhece-se cada vez mais o valor dos programas de prevenção dirigidos aos idosos, como o aumento da atividade física, o uso eficaz dos medicamentos e a redução do risco de quedas.
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ESTADO DE SÃO PAULO
Ministério da Saúde lança diretrizes contra manobras agressivas em partos
Lígia Formenti / Fabiana Cambricoli
O Ministério da Saúde lança nesta semana uma estratégia para reduzir a prática desnecessária de procedimentos durante o parto e melhorar a qualidade de atendimento. O documento, ao qual o Estado teve acesso, traz mais de 200 recomendações, que vão desde técnicas para aliviar a dor, como massagens e banhos quentes, até a contraindicação da manobra Kristeller, em que o útero da mulher é pressionado para tentar auxiliar a expulsão.
“Além de não ser eficaz, a manobra pode provocar sérios danos para a mulher e para o bebê, como rupturas de costelas e hemorragias”, afirma a enfermeira obstétrica do hospital de Belo Horizonte Sofia Feldman, Vera Bonazzi.
O novo protocolo, batizado de Diretriz do Parto Normal, é resultado de discussões realizadas em 2015 por integrantes de associações médicas e representantes da sociedade civil. Seus autores afirmam que no Brasil algumas técnicas, que deveriam ser usadas apenas em alguns casos, tornaram-se rotina. É o caso, por exemplo, da episiotomia, corte feito na região do períneo. Em tese, a técnica facilitaria a expulsão do bebê no momento do parto e deveria ser usada em situações específicas, mas em muitos hospitais é feita em quase todas as pacientes.
“Agora, o desafio é garantir que o texto seja colocado em prática. Há ainda muita resistência de parte dos profissionais de saúde”, afirma Fátima Sampaio, do Conselho Federal de Enfermagem.
Sequelas. Com apenas 20 anos e prestes a ganhar o primeiro filho, a dona de casa Adrianne Gonçalves da Silva Braz nem sabia o que era manobra de Kristeller nem episiotomia. Foi submetida aos dois sem ser consultada pela equipe médica e, hoje, dois anos e meio depois do nascimento de Théo, luta para tentar minimizar as sequelas neurológicas causadas ao bebê pela manobra.
“O parto estava evoluindo superbem quando o anestesista, com uma cara de que queria ir embora logo, empurrou com tudo minha barriga para o bebê sair logo. A barriga ficou preta no dia seguinte, mas eu não imaginei que teria consequências tao graves”, conta Adrianne.
Aos seis dias de vida, Théo começou a ter convulsões. Ele foi internado e os médicos descobriram que o então recém-nascido havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Ele ficou internado um mês e meio, boa parte na UTI. Sobreviveu, mas ficou com atraso na parte cognitiva e motora. Ele tem dois anos e meio e não fala nada, não anda e tem crises epiléticas”, diz a mãe.
Adrianne e o marido procuraram diversos especialistas para descobrir a causa exata do AVCde Théo. “Hoje, depois de muita investigação, a neurologista dele acredita que tudo isso ocorreu por causa do trauma que ele sofreu no momento da manobra de Kristeller”, afirma a mãe.
A contraindicação da manobra é considerada um dos grandes avanços do documento. “Ela é considerada como uma violência obstétrica. Há inúmeros relatos de casos de mulheres que ficam contundidas, com hemorragias e outros graves problemas em decorrência dessa prática, que já foi desaconselhada pela Organização Mundial da Saúde”, afirma a advogada Priscila Cavalcanti de Albuquerque Carvalho, especialista em direito sexuais e reprodutivos da mulher.
Diretrizes. Também estão na lista de práticas que vinham sendo usadas incorretamente, como rotina, a retirada dos pelos pubianos e a lavagem intestinal que precede o parto. “A mulher é a protagonista. Precisamos abandonar o intervencionismo e devolver à mulher a confiança perdida ao longo desses anos”, afirma o professor da Universidade Federal da Paraíba, Roberto Magliano de Morais.
Não há estatísticas sobre o número de procedimentos feitos desnecessariamente. Vera, Fátima e Morais, porém, sustentam que os exageros ocorrem com frequência. “Hoje todas as técnicas usadas ficam a critério do profissional. O grande mérito da diretriz é que ela propicia a uniformização das práticas”, diz Vera.
Outro ponto polêmico, o parto domiciliar, ficou em aberto, mas com uma brecha. Afirma que entre mulheres que já tiveram filhos, não apresentam riscos de parto com complicações e têm condições de ter acesso a um hospital rapidamente em caso de complicações, a opção “não deve ser desencorajada”. O Conselho Federal de Medicina é contrário.
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O GLOBO
Ministério da Saúde amplia público-alvo de seis vacinas neste ano; confira
Natália Cancian
O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (3) mudanças no Calendário Nacional de Vacinação. As alterações, já válidas em todos os postos de saúde, ampliam o público-alvo de seis vacinas: tríplice viral, tetra viral, dTpa adulto, HPV, meningocócica C e hepatite A.
Segundo a pasta, o objetivo é aumentar a proteção de crianças e adultos e diminuir a incidência de algumas doenças no país, como caxumba e coqueluche.
Para as crianças, as mudanças ocorrem nas vacinas contra hepatite A e a tetra viral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela. Em ambos os casos, a vacina passa a ser disponibilizada para crianças com 15 meses a até cinco anos -antes, a idade máxima era de até dois anos.
"Não estamos dando uma dose a mais, e sim uma chance extra para quem perdeu a oportunidade de se vacinar", explica a coordenadora-geral do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Carla Domingues.
O novo calendário também estende a vacinação indicada para adolescentes e adultos. É o caso das vacinas contra o HPV e meningite C, que passam a ter o público-alvo ampliado entre os mais jovens.
Antes, a vacina contra o HPV era indicada apenas para meninas de 9 a 13 anos. Desde o início deste ano, no entanto, a imunização está disponível também para meninos de 12 e 13 anos e meninas de até 14 anos.
Também passam a receber a vacina homens e mulheres com baixa imunidade (como transplantados e pacientes oncológicos) e homens vivendo com HIV e Aids entre 9 a 26 anos –até então, a vacina era indicada apenas para mulheres com HIV e Aids. A alteração visa aumentar a proteção de pessoas cujo sistema imunológico é mais suscetível a problemas graves.
ADULTOS
Para os adultos, o Ministério da Saúde altera a faixa etária recomendada para oferta de duas vacinas: dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche; e a tríplice viral, indicada contra sarampo, caxumba e rubéola. Assim como corre para as crianças, não há a inclusão de doses extras, mas sim ampliação no momento indicado para oferta das doses.
Antes recomendada para grávidas entre a 27a e 36a semana de gestação, a dTpa passa a ser ofertada mais cedo e por um período mais longo: a partir da 20a semana ou no puerpério, ou seja, até 45 dias após o parto.
O objetivo é aumentar a proteção dos bebês e mães contra coqueluche, cujos casos vêm crescendo no país –a pasta, no entanto, não informou o total de registros. "Com isso fazemos com que o bebê já nasça com anticorpos maternos", afirma Domingues. Segundo a coordenadora, caso as mães não consigam vacinar a tempo durante a gestação, a vacina pode ser administrada também no período após o parto. "Neste caso, não haverá transmissão de anticorpos da mãe para o filho, mas isso evita transmitir a doença para o recém-nascido."
O esquema vacinal para adultos também muda em relação à tríplice viral. Até então, a vacina era ofertada em duas doses, uma na infância e outra até os 19 anos, ou em uma dose de 20 a 49 anos. Agora, haverá a oferta desta segunda dose até os 29 anos ou de uma só dose de 30 a 49 anos.
De acordo com Domingues, a mudança ocorre devido à ocorrência de novos surtos de caxumba em 2016 e à necessidade de manter o país livre de outras doenças, como sarampo.
"Temos ainda países onde doenças como o sarampo são endêmicas. À medida que temos grande circulação de pessoas, se não temos a população devidamente vacinada, essas doenças podem voltar a acontecer", diz.
O Ministério não informou quantas doses extras devem ser disponibilizadas. Segundo o ministro Ricardo Barros, a ampliação ocorre após economia de R$ 66 milhões e negociação para redução no preço das vacinas com os fabricantes.
Confira as mudanças:
CRIANÇAS
HEPATITE A
Antes: idade máxima para vacinação era de 2 anos
Agora: uma dose aos 15 meses ou até 4 anos, 11 meses e 29 dias
TETRA VIRAL (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
Antes: idade máxima para vacinação era de 2 anos
Agora: uma dose aos 15 meses ou até 4 anos, 11 meses ou 29 dias
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
HPV
Antes: duas doses com intervalo de seis meses para meninas de 9 a 13 anos e três doses com intervalo de dois e seis meses para mulheres de 9 a 26 anos vivendo com HIV e Aids
Agora: vacina passa a ser ofertada em duas doses também para meninos de 12 e 13 anos e em três doses para homens de 9 a 26 anos vivendo com HIV e Aids e pessoas com baixa imunidade (como transplantados ou pacientes oncológicos)
MENINGITE C
Antes: vacina indicada apenas para crianças, com esquema vacinal de duas doses aos três e cinco meses de idade e reforço que poderia ser aplicado aos 12 meses ou até 4 anos
Agora: será ofertada uma dose de reforço também a adolescentes de 12 a 13 anos
ADULTOS
TRÍPLICE VIRAL
Antes: além da vacinação na infância, adultos poderiam recebiam 2a dose até 19 anos ou receber apenas uma dose da vacina, administrada entre 20 e 49 anos
Agora: 2a dose será ofertada até 29 anos; para não vacinados, é ofertada uma dose de 30 a 49 anos
DTPA (difteria, tétano e coqueluche)
Antes: uma dose a cada gestação entre a 27a semana e 36a semana
Agora: uma dose a cada gestação a partir da 20a semana ou no puerpério (até 45 dias após o parto)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação