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PORTAL G1
Polícia ainda investiga falta de energia que afetou funcionamento de UTI em hospital de GO
http://g1.globo.com/videos/goias/jatv-2edicao/t/edicoes/v/policia-ainda-investiga-falta-de-energia-que-afetou-funcionamento-de-uti-em-hospital-de-go/3125358/
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O POPULAR
Lúcio Rebelo
Polícia Civil investiga falta de energia em UTI
Diretor geral nega que aparelhos ficaram desligados. Funcionários gravaram imagens na ocasião
Janda Nayara
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a queda de energia que atingiu a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Lúcio Rebelo, no setor Bela Vista, em Goiânia. De acordo com o delegado Waldir Soares, titular do 8º Distrito Policial, a enfermeira chefe da unidade, o chefe de manutenção e representante da empresa responsável pela gerência do UTI já prestaram depoimentos.
Segundo o delegado, com a queda de energia, que aconteceu na tarde de segunda-feira na região do hospital, a UTI ficou cerca de 10 minutos com aparelhos de ventilação, sucção e monitores desligados, já que o gerador não ligou automaticamente, como deveria acontecer. “Os funcionários precisaram fazer todo o serviço manualmente e conseguiram manter o estado dos 10 pacientes internados estável. A bateria dos aparelhos, por motivo que desconhecemos, estava descarregada”.
A energia voltou antes que os funcionários da manutenção providenciassem outra bateria. O delegado ressalta que cláusulas contratuais estabelecem a responsabilidade da unidade de saúde em fornecer a energia elétrica. “Eles colocaram em risco a vida destas pessoas”.
O POPULAR entrou em contato com o diretor geral do hospital, Márcio da Silva Coelho, que negou, apesar de imagens gravadas por funcionários, que os aparelhos ficaram desligados. Segundo ele, todos os equipamentos possuem baterias programadas para até duas horas de funcionamento.
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PORTAL TERRA
Cubana do Mais Médicos deixa local de trabalho e pedirá asilo
Médica vai ficar abrigada na liderança do DEM na Câmara dos Deputados, que vai entrar com pedido para ela ficar no Brasil
Uma médica cubana do programa Mais Médicos lotada na cidade de Pacajá, no Pará, foi levada nesta terça-feira para a Câmara dos Deputados, onde ficará abrigada na liderança dos Democratas (DEM). A profissional disse que fugiu de seu local de trabalho por ter se sentido enganada ao ficar sabendo que receberia menos que outros médicos do programa. O DEM afirma que pedirá amanhã com pedido de asilo político para a cubana no Ministério da Justiça.
Ramona Matos Rodrigues, 51 anos, assinou contrato para atuar no Brasil no dia 27 de setembro do ano passado. Ela afirma ter sido informada em Cuba que receberia US$ 400 por mês no País (aproximadamente R$ 966) e que outros US$ 600 (R$ 1.450) seriam depositado em uma conta em seu país, valor que poderia sacar no fim do programa, além de R$ 750 em auxílio alimentação, estadia e transporte.
A médica disse ter ficado sabendo, quando chegou ao Brasil em outubro, que profissionais chamados de outros países receberiam salário mensal de R$ 10 mil. “Quando eu estive no curso, estiveram outros médicos de outros países, argentinos, colombianos, que falavam para nós que iam ganhar R$10 mil reais”, disse.
“Quando eu vi que havia esta diferença, eu me senti muito mal. (…) Me senti enganada”, disse a médica, natural de Havana. Ela conta que achou o salário bom inicialmente, pois ganhava US$ 30 por mês em Cuba, mas que não imaginava que o custo de vida no Brasil seria alto.
Ramona alega ter fugido na última sexta-feira e não detalha como chegou sábado a Brasília, onde encontrou o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO). Ela foi levada pelo parlamentar ao plenário da Câmara na noite desta terça; Caiado foi um dos principais críticos do programa Mais Médicos na Casa.
A cubana disse ter sido avisada por uma amiga que a Polícia Federal (PF) procurou por ela depois de ter deixado a cidade. Ela teme ser presa e deportada para Cuba. O contrato assinado por ela não fala em deportação.
O deputado Ronaldo Caiado colocou em dúvida a razão social da empresa com quem o governo brasileiro assinou os contratos. Segundo ele, o governo alegava que se tratava de um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), enquanto o contrato indica que a médica assinou contrato com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos. ”Essa é a utilização explícita da mão de obra escrava”, criticou.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Interior superlota hospitais da Capital
21 municípios goianos receberão centros de atendimento especializado para reduzir inchaço na rede pública em Goiânia
PIETRO BOTTURA
Greves. Cubanos. Paralisações. Sindicatos, mídia e Estado. Mesmo com todo esse barulho, as cidades do interior continuam em inércia quando o assunto é o tratamento de pacientes, em especial dos que precisam de cirurgia. Os motivos apontados são vários: falta de infraestrutura, remuneração baixa e ausência de plano de carreira, incapacidade de suprir a demanda de pacientes por falta de equipe capacitada… Problemas que convergem na falta de preocupação do poder público, que afoga em burocracia e superfaturamento o dinheiro público que deveria salvar vidas. O resultado, visível e noticiado, é sempre o mesmo. Filas longas e tristes, onde pessoas enfaixadas esperam com resignação por um atendimento que pode nem chegar.
Para Rafael Nakamura, diretor técnico do Hospital Geral de Goiânia (HGG), a solução seria utilizar a estrutura de instituições privadas para o atendimento público, como acontece em países europeus como a França, Alemanha e Suécia. “Peguemos o exemplo da França: como em vários outros países de primeiro mundo, do qual é desnecessário comentar a qualidade da saúde pública, há gestão indireta dos centros de saúde. E não é preciso inventar muito quando se fala de saúde; se podemos seguir um exemplo que deu certo, para que inventar? É preciso entender que antes de resolver o problema da lotação ambulatorial, nosso setor cirúrgico precisa de outro enfoque, que não coloque médicos especializados para atendimento geral”.
Tabela do SUS
Assim, atualizando o que Nakamura chama de “tabelas do SUS”, que nada mais é do que a remuneração por trabalho específico dentro da área da saúde, convênios entre instituições e profissionais particulares e o sistema público poderiam ser alcançadas, eliminando a multimilionária e demanda por novos centros de saúde. Ao invés disso, hospitais e equipamentos privados seriam “alugados” para o SUS, trazendo soluções em curto prazo para os pacientes e tempo hábil para o setor público conseguir se estruturar.
Filosofia da descentralização
“Há uma sobrecarga que não é possível, no panorama atual, resolver em curto prazo. Por isso, não podemos simplesmente parar com a espera, com as filas. Nosso problema é antigo e sua solução não vai ser rápida, mas é possível de maneira gradual. Sempre houve deficiência de profissionais nas áreas mais populares de atendimento, como ortopedia e cardiologia. Esse não é um problema novo, mas pode ser resolvido seguindo métodos utilizados por países que superaram esse desafio”, acredita Nakamura, que aposta na “filosofia de descentralização” como resolução para o eterno problema da saúde pública brasileira. Descentralização por se basear em duas premissas: a de viabilizar atendimento para pacientes do interior e de não delegar à estrutura do SUS o atendimento de pacientes em situação de urgência.
Os AMEs
Partiu da Secretaria Estadual do Estado a ideia de seguir o modelo de outras unidades da Federação como São Paulo, onde existem os Ambulatórios Médicos Especializados, unidades diferenciadas onde há diagnóstico, consulta e prática de pequenos procedimentos cirúrgicos, suplantando problemas que os hospitais do interior goiano não conseguem administrar. “Não adianta só consultar, é preciso resolver o caso dos pacientes atendidos”, sintetiza o diretor técnico do HGG.
Concordariam com essa declaração Meire e Wesley Rosa, mãe e filho de Catalão que tiveram de entrar com uma liminar no Ministério Público para conseguirem atendimento na capital. “O Wesley teve um acidente de moto e quebrou a rótula, parece. Lá em Catalão não tinham como tirar raios X e nem ver o que tinha acontecido, e ele precisava de atendimento, mas não tinha onde conseguir isso lá. Acabamos vindo para cá, e agora estamos sendo bem atendidos”, conta a mãe.
“Agora que viemos para Goiânia descobrimos que ele vai precisar de uma cirurgia, então ainda vai levar algum tempo para marcar”, afirma Meire, já resignada com a espera clássica que acompanha o atendimento do SUS. Como na exemplificação de Nakamura, apesar de finalmente ter conseguido atendimento, Wesley ainda contará com diversas etapas burocráticas para conseguir efetivar sua cirurgia, processo esse que poderá tomar tempo indeterminado e que definitivamente não será benéfico para sua recuperação.
Velho dilema
O caso de Wesley chama a atenção para um velho dilema de Goiás: no Hugo e HGG, a média de pacientes provenientes de outras cidades que não a capital supera os 50%, o que deixa claro que, com administração e estruturação de unidades realmente úteis nas cidades do interior, as demandas da capital seriam também controladas. “Construiríamos um círculo de atitudes, mas não um vicioso, como se diz, e sim um virtuoso”, brinca Nakamura.
Para isso, 21 municípios ganharão Ambulatórios Médicos Especializados, ou AMEs, orçados em R$15 milhões cada, equipados para atender a procura por Raios X, ultrassonografias e tomografias, que dependem de maquinário específico e até então em déficit nesses municípios (como a Catalão de Wesley e Meire). Além disso, contarão com profissionais de mais de 20 especialidades médicas diferentes e centros cirúrgicos, reduzindo “de uma maneira drástica o encaminhamento de pessoas do interior para a capital, já que o cidadão poderá fazer o diagnóstico de doenças o mais próximo de sua casa”, explica Helio de Sousa, deputado e vice-presidente da Assembleia Legislativa goiana. A manutenção dessas unidades será dividida entre município e Estado, numa proporção de 60%-40%.
Helio de Sousa listou, na matéria veiculada no site da Assembleia, que ”as regiões do Vale do São Patrício e Norte do Estado serão contempladas, pois contam com unidades de Saúde em Ceres, Uruaçu e Porangatu. Campos Belos, Posse, Mozarlândia, Goianésia, cidade de Goiás, Formosa, Novo Gama, Cidade Ocidental, São Luiz de Montes Belos, Iporá, Anápolis, Luziânia, Trindade, Rio Verde, Jataí, Quirinópolis. Catalão e Itumbiara são as outras cidades que também receberão unidades do Ame”.
O aumento na tabela SUS
“Profissionais da esfera privada e pública teriam maior oportunidade de trabalho com o aumento da remuneração, e os pacientes da capital e interior veriam hospitais públicos com atendimento rápido e de alto padrão. Esse é nosso intuito e parte de uma reformulação que já tem sido feita nos grandes centros de atendimentos da capital”, afirma. “Não se pode pensar só em longo prazo. Na planilha é mais barato comprar o serviço do que criá-lo, e estou certo de que muitas empresas gostariam de atender ao SUS – se a tabela do SUS [remuneração] fosse atrativa”, enfatiza.
Para Nakamura, os hospitais que existem hoje devem cumprir seu papel na rede. As unidades básicas de saúde de Goiânia têm enfrentado dificuldades há vários anos, seja por má administração ou pela falta de fomento, duas coisas que acabam sendo sinônimos quando se pensa em corrupção e na gestão política deplorável que se acompanha pela mídia. Corrupção essa que, inesperadamente, pode ser usada a favor do paciente.
É o que exemplifica o diretor que, mostrando à reportagem do DM uma unidade de UTI nova e extremamente bem mantida, da higiene à aquisição de aparelhos, conta que tinha verbas especificadas para a criação de dez leitos. Notando que haviam sido orçados muito acima de seu valor real, a administração percebeu que era possível não apenas duplicar o número de leitos, mas também, com o “troco”, comprar aparelhos úteis para a unidade.
“O único capaz de romper a barreira entre o que deveríamos ter e o que temos é o gestor da saúde pública, que precisa enfrentar a saúde privada de frente. O SUS, do ponto de vista organizacional, é o melhor do planeta. Mas no papel, e não na prática, infelizmente. Para atingir suas metas, é preciso que haja fomento, adaptação do sistema atual para o plano original. É preciso que as atitudes na saúde pública sejam menos políticas e mais humanitárias”, finaliza Nakamura.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação