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DESTAQUES
Idoso morre, e família só descobre que ele tinha coronavírus durante o velório em Cumari
Hospital de Campanha de Porangatu está aberto, mas ainda não recebeu pacientes
A convite de Caiado, Bolsonaro volta a Goiás para inaugurar hospital
Mais de 1,3 mil investigações epidemiológicas realizadas na capital
Crer faz mais de 20 mil teleatendimentos durante pandemia
Pagamento da rede credenciada ao Ipasgo é antecipado pelo terceiro mês consecutivo
Vistoria no local do trabalho não é indispensável para reconhecimento de doença ocupacional
68% dos casos são desde maio
Fehoesg denuncia: Governo Federal libera recursos, mas municípios não pagam prestadores de serviços aos SUS
G1/GOIÁS
Hospital de Campanha de Porangatu está aberto, mas ainda não recebeu pacientes
Unidade tem leitos disponíveis e equipe médica de prontidão desde segunda-feira. Secretaria Estadual de Saúde ainda não se pronunciou sobre o motivo de não ter encaminhado pacientes.
Hospital de Campanha de Porangatu, norte de Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O Hospital de Campanha de Porangatu, no norte de Goiás, está aberto para receber pacientes com sintomas de infecção por coronavírus desde segunda-feira (1º). No entanto, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nenhum paciente fora atendido ou internado no local até esta quinta-feira (4).
Chefe da pasta, Carla Marques de Oliveira Fernandes explicou que o município tem investido em medidas para evitar a proliferação da Covid-19 e elas que têm surtido efeito.
“No momento, temos só um paciente de internação com coronavírus e ele foi levado a Anápolis dias antes da inauguração do hospital”, explicou.
O HCamp foi inaugurado na última sexta-feira (29). Carla explicou que o Hospital tem sete leitos de UTI e 17 de enfermaria, mas que há outros já sendo preparados para atingir o total de 24. Mesmo ainda sem pacientes, há equipe médica de prontidão para realizar atendimentos no local.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) por e-mail e mensagens nesta manhã e aguarda retorno sobre a demanda na região.
Segundo a secretária, o estado ainda não começou a regular os pacientes para a unidade de saúde, o que deve acontecer a partir da próxima segunda-feira (8).
Carla contou ainda que a prefeitura já recebeu a primeira parcela, no valor de R$ 684 mil, dos R$ 4,1 milhões da administração estadual. O valor é usado na manutenção dos leitos nos próximos seis meses.
O governador Ronaldo Caiado dissera que os leitos de UTI do local são os primeiros da região norte do estado, cuja população é de cerca de 1,1 milhão de habitantes.
Covid-19 em Goiás
O estado já tem mais de 4 mil casos confirmados de infectados pelo coronavírus e quase 160 mortes.
Segundo o Mapa de Leitos divulgado pela SES-GO, a ocupação dos leitos destinados a pacientes com Covid-19 era de 50,28% até por volta de 11h desta quinta-feira.
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Idoso morre, e família só descobre que ele tinha coronavírus durante o velório em Cumari
Cerimônia foi interrompida imediatamente. Já parentes também foram testados e isolados. Atestado de óbito constava que ele morreu devido a uma pneumonia.
Por Vitor Santana, G1 GO
Um idoso de 87 anos morreu com Covid-19, mas a família só ficou sabendo do diagnóstico durante o velório, em Cumari, no sudeste de Goiás. A cerimônia foi interrompida e o corpo foi enterrado logo em seguida. Os familiares foram testados e estão em isolamento.
O idoso começou a passar mal e foi levado para um hospital particular de Catalão na segunda-feira (1°). Ele não resistiu e morreu no dia seguinte. No atestado de óbito, consta que ele morreu por “pneumonia não especificada”. O corpo, então, foi levado por uma funerária, até Cumari, onde ele seria enterrado.
Segundo o prefeito da cidade, João Rios (PDT), o velório do idoso só foi autorizado pela Secretaria de Saúde porque no atestado de óbito não constava Covid-19. “Após nós liberamos o velório com várias restrições, com caixão fechado e mantendo distanciamento, a secretaria foi testar alguns exames em familiares do senhor que faleceu e testou positivo. Imediatamente nós determinamos que o velório fosse encerrado. Todas as pessoas foram colocadas de quarentena”, disse.
Ainda segundo o prefeito, enquanto era feitos os testes no velório, familiares entraram em contato com o hospital de catalão, que também fez o teste em uma amostra de sangue do idoso. O resultado foi positivo.
O G1 entrou em contato por mensagem e e-mail às 14h10 com o Hospital Nasr Faiad, onde o idoso morreu, para saber o motivo do teste só ter sido feito após a morte do paciente e aguarda retorno.
As pessoas que participaram do velório estão isoladas e são monitoradas pela Secretaria Municipal de Saúde. Funcionários da funerária que fez a preparação e transporte do corpo também foram afastados. Eles não apresentaram nenhum sintoma, mas estão em casa, em quarentena. A Prefeitura de Catalão informou que deve fazer um trabalho de higienização nas ruas da cidade após a morte do idoso.
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DIÁRIO DA MANHÃ
A convite de Caiado, Bolsonaro volta a Goiás para inaugurar hospital
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aceitou o convite feito pessoalmente pelo governador Ronaldo Caiado para participar da inauguração do hospital de campanha de Águas Lindas de Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal. O evento será na manhã desta sexta-feira (5)
O hospital foi o primeiro do tipo a ser construído pelo governo federal e será gerenciado pelo Executivo estadual. O atendimento será focado nos pacientes com covid-19. A previsão inicial era de que o local começasse a atender no fim de abril, mas houve demora na liberação de documentos junto ao Ministério da Saúde.
Em abril, Bolsonaro visitou a unidade, que ainda estava em construção, acompanhado de Caiado e do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Na ocasião, ele foi criticado por ter se aproximado de moradores e, assim, ter provocado aglomerações.
O presidente Jair Bolsonaro recebeu, no Palácio do Planalto, na última terça-feira, quando confirmou nova visita a Águas Lindas de Goiás para a inauguração do hospital de campanha.
Bolsonaro e Caiado iniciaram um processo de reaproximação, após o rompimento do governador de Goiás com o presidente, por conta da pandemia do novo coronavírus.
Durante a campanha eleitoral de 2018, Caiado apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República, justificando que tinham identidades programáticas e ideológicas. Empossado, o presidente chegou a visitar o Estado de Goiás por cinco vezes, em um ano e três meses de governo, sempre mostrando sua afinidade política com o governador.
Antes da pandemia do novo corona vírus, no início de março último, o presidente Jair Bolsonaro chegou a confirmar presença à solenidade de inauguração da primeira Policlínica de Posse, no nordeste goiano, que teve de ser cancelada.
Nas últimas semanas, deputados federais goianos atuaram como "bombeiros" em favor de uma reaproximação do presidente com o governador goiano e novos passos foram dados nesta direção. No auge da crise, Bolsonaro demonstrou não ter animosidade e sim admiração pelo governador de Goiás.
A expectativa entre os parlamentares goianos é que, a partir de agora, vai se intensificar o diálogo entre Bolsonaro e Caiado, o que vai resultar positivamente para Goiás, facilitando a liberação de recursos para as obras que estão em andamento no Estado. O conflito entre governo federal e estadual em nada contribui para o desenvolvimento de Goiás, sustentam os parlamentares.
Caiado tem dado sinais de que a sua posição é pela boa "relação institucional" entre o Palácio das Esmeraldas e o Palácio do Planalto, mesmo com as divergências sobre as medidas de combate à Covid-19.
Hospital de campanha
"Toda essa montagem ainda está sendo finalizada para que o atendimento possa ser inicializa-do na sexta-feira, conforme determinações técnicas, que proíbem qualquer outra atividade/visita após o recebimento do primeiro paciente com a covid-19", informou o prefeito de Águas Lindas, Hildo do Candango.
O secretário de Saúde de Águas Lindas, Eduardo Rangel, afirmou que servidores passam por treinamento no local..
A unidade começará a funcionar com 60 dos 200 leitos, sendo 50 de enfermaria e 10 de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Os outros leitos serão disponibilizados conforme a necessidade, conforme informado pelo governo de Goiás.
O Entorno do DF, onde fica Águas Lindas, é uma região carente, possui 1,5 milhão de habitantes e nenhum leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Este foi apontado como o principal motivo para a construção da unidade.
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Mais de 1,3 mil investigações epidemiológicas realizadas na capital
O Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs) de Goiânia já atendeu mais de 1.300 pacientes, entre os que estão em acompanhamento domiciliar e os hospitalizados, neste período de pandemia do coronavírus, segundo balanço da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). Até o momento, a equipe realizou investigação epidemiológica de aproximadamente 865 casos positivos.
O Centro faz parte da Rede Nacional de Monitoramento e Respostas às Emergências em Saúde Pública. É responsável por detectar, monitorar e coordenar a resposta às emergências em saúde pública, atuando em eventos que constituem ameaça à saúde pública, como é o caso da Pandemia do novo coronavírus.
O trabalho de investigação epidemiológica ocorreu após reforço na capacitação de profissionais de 10 unidades de urgência e emergência, 14 unidades de atenção básica, duas maternidades municipais, hospital de campanha e Hospital das Clínicas (HC), para descentralização da coleta. Esta última também conta com 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) administrados pela SMS.
Além disso, foram publicados mais de 60 informes epidemiológicos, cinco notas técnicas e três notas informativas. Os informes epidemiológicos trazem os dados da pandemia no município. As notas técnicas e informativas orientam os profissionais sobre as condutas relacionadas à vigilância epidemiológica a serem adotadas para os casos suspeitos ou confirmados de Covid-19.
Conforme salienta a gerente de doenças e agravos transmissíveis da SMS, Sara Lobo, "o trabalho do Cievs é base para a tomada de decisões e desenvolvimento de ações para enfrenta-mento da pandemia no município" O centro realiza diariamente coleta de material biológico (RT PCR) dos casos hospitalizados, públicos e privados, mediante solicitação. "E ainda realiza testes rápidos em profissionais de saúde e situações específicas de acordo com critérios do Ministério da Saúde" reforça.
A Prefeitura de Goiânia realiza o monitoramento de todas as notificações para síndrome gripai (casos suspeitos ou confirmados de COVID-19) realizadas pelas unidades/profissionais de saúde do município de Goiânia no site do e-SUS e investiga os óbitos suspeitos.
"Para que os dados sejam os mais reais possíveis, diariamente a equipe trabalha realizando a limpeza do banco, retirando duplicidades, inserindo resultados de exame e realizando investigações para confirmação de dados" diz Sara.
Segundo explica a secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, a SMS está organizando a automatização do informe, utilizando um programa criado pela Tecnologia de Informação da Secretaria Municipal de Saúde, que trará mais agilidade na elaboração do mesmo.
Exames
Goiânia ampliou os exames para diagnóstico de Covid-19 para casos leves (Síndrome Gripai) que são atendidos pelo convênio firmado com laboratório privado. Hoje o tempo entre a coleta do material na unidade de saúde da SMS e a liberação do resultado pelo laboratório, que já foi superior a 15 dias no início da pandemia, não ultrapassa 48 horas.
Já para os casos hospitalizados (SRAG), o exame é processado pelo LACEN Goiás, laboratório de referência estadual, que, além de analisar a presença do vírus SARS CoV-2 para diagnóstico de Covid-19, também realiza a testagem para os vírus Influenza A e B. O LACEN Goiás tem melhorado consideravelmente o tempo para liberação de resultados, comparado ao início da pandemia. Hoje a liberação do resultado para Covid-19 é em média de 48 a 72 horas após a coleta.
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Crer faz mais de 20 mil teleatendimentos durante pandemia
Diante da pandemia do novo coronavírus, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo ( Crer ), unidade do Governo de Goiás, encurta a distância entre pacientes e profissionais da saúde e utiliza de aparatos tecnológicos para dar continuidade e suporte aos atendimentos.
Desde quando foi decretada, em março, a situação de emergência da saúde pública no Estado, os profissionais do Crer realizaram mais de 20 mil atendimentos a pacientes por meio de comunicação digital.
As recomendações sanitárias decorrentes da pandemia exigem novas estratégias por parte das instituições de saúde. Além dos aspectos de biossegurança inerentes ao enfrentamento de uma infecção viral, o acompanhamento do quadro clínico dos pacientes requer novas abordagens e, nessa tarefa, a tecnologia da informação tem sido uma aliada providencial. Trata-se de um esforço em seguir as recomendações de isolamento e distanciamento social, sem deixar de dar apoio aos pacientes.
Hospital especializado no cuidado de pacientes em reabilitação física e intelectual, o Crer conta com uma equipe de arteterapeutas, assistentes sociais, educadores físicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, musicoterapeutas, pedagogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais que garantem prioridade à segurança dos pacientes, ao estabelecer orientações terapêuticas remotas.
Os atendimentos são realizados por meio de ligações telefônicas, mensagens e envio de vídeos orientativos em plataformas de comunicação instantânea.
A gerente de Reabilitação Física e Visual Mariana, Machado Robles Sanches, ressalta que a iniciativa tem fortalecido o vínculo entre os terapeutas, os pacientes e seus familiares. "Nas primeiras ligações, os pacientes ficavam felizes em receber a ligação dos profissionais do Crer. Ficaram sensibilizados mesmo."
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IPASGO
Pagamento da rede credenciada ao Ipasgo é antecipado pelo terceiro mês consecutivo
Seguindo as orientações do governador Ronaldo Caiado, plano de assistência quita R$ 106,1 milhões aos prestadores de serviços da rede credenciada
Por determinação do governador Ronaldo Caiado, o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado (Ipasgo) implantou um processo especial de antecipação dos pagamentos das faturas da rede credenciada como forma de reduzir os impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus na área da saúde, em Goiás. Neste mês de junho, as quitações das faturas foram efetuadas, nesta quinta-feira (4), beneficiando mais de quatro mil profissionais e empresas.
Ao total, foram pagos R$ 106.179.362,66 para os prestadores de serviços. Para os credenciados como pessoa física, os pagamentos somaram R$ 6.086.281,91 referentes às faturas de abril e favoreceram 3.210 profissionais em todo o Estado. Aos cadastrados como pessoa jurídica, que representam 900 empresas de saúde, o valor quitado foi de R$ 100.093.080,75.
O presidente do Ipasgo, Silvio Fernandes, afirma que esta gestão tem atuado, desde o primeiro dia de trabalho, com o objetivo de manter as contas e pagamentos em dia, sempre de forma transparente e com responsabilidade. Desde janeiro do ano passado, os pagamentos da rede credenciada ao Ipasgo, que estavam atrasados há mais de quatro meses devido ao não cumprimento das regras pelo governo anterior, foram quitados e normalizados.
Além disso, seguindo a orientação do Governo de Goiás, as datas de quitação para os credenciados como pessoa física e pessoa jurídica foram unificadas pelo Ipasgo. A medida inédita se iniciou em outubro e imprimiu mais transparência e segurança aos atos do plano de assistência, conforme prevê o Programa de Compliance Público do Estado de Goiás.
Fluxos de pagamento em julho voltam ao cronograma original
Para cumprir as determinações da Controladoria Geral do Estado (CGE), o Ipasgo realiza, neste mês de junho, um processo licitatório para substituir contrato com a empresa GT1 Gestão e Tecnologia, que é alvo de investigação por fraudes e desvios, em operação da Polícia Civil. A licitação, na modalidade pregão eletrônico, prevê a contratação de empresa especializada na prestação de serviços de apoio administrativo e apoio em tecnologia.
Durante o processo de transição dos contratos, entre junho e julho, o Ipasgo terá que realizar uma reorganização emergencial de sua mão de obra, em Goiânia e no interior do Estado. Devido a isto, o plano de assistência informa aos prestadores credenciados que as datas para os pagamentos das faturas, em julho, devem seguir o cronograma original, ou seja, até o dia 30 do mês. Com a reformulação dos quadros de colaboradores, a antecipação das quitações deve ser afetada temporariamente.
Para conferir mais agilidade ao processamento dos pagamentos, o Ipasgo vai antecipar o prazo para o envio das notas fiscais pelo site do órgão. A liberação para os encaminhamentos será aberta nesta sexta-feira, 5 de junho. O plano de assistência orienta os prestadores de serviços, que se atentem aos períodos estabelecidos e enviem os documentos sempre conferindo os dados com cuidado. Esses procedimentos vão auxiliar nos pagamentos e evitar contratempos.
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JORNAL JURID
Vistoria no local do trabalho não é indispensável para reconhecimento de doença ocupacional
O empregado sustentava que havia sido impedido de produzir prova.
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o exame do recurso de um operador de caldeira da Martinucci do Brasil Móveis para Escritório Ltda., de Curitiba (PR), que pedia a realização de vistoria no local de trabalho para comprovar nexo causal com doença ocupacional. Ele argumentava ter havido cerceamento de defesa, mas o colegiado entendeu que a vistoria não alteraria o julgamento do ação trabalhista, diante das demais provas consideradas pelas instâncias inferiores.
Perícia médica
O empregado sustentava que o perito nomeado pelo juízo estaria obrigado a cumprir "escrupulosamente" seu encargo, pois, para que fosse reconhecida a doença ocupacional, seria preciso conhecimento técnico. Em reforço à sua tese, disse que não haveria como afirmar que a conclusão do laudo seria mantida, caso o perito visitasse o seu local de trabalho. O operador acrescentou ainda que uma resolução do Conselho Federal de Medicina determina que o médico, além do exame clínico e dos exames complementares, deve considerar o estudo do local e da organização do trabalho e a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, estressantes e outros.
Nexo causal
No entanto, o juízo de primeiro grau considerou desnecessária a realização de perícia técnica no ambiente de trabalho, levando em conta que os fatos e as provas contidas no processo eram suficientes para o julgamento da ação trabalhista. De acordo com a sentença, mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), não foi identificada a existência de nexo de causalidade ou de concausalidade entre as doenças e a função de operador de caldeira, exercida por 12 anos na empresa.
Cerceamento de defesa
O relator do recurso de revista do empregado na Quarta Turma, ministro Alexandre Ramos, observou que a perícia médica objetiva aferir a condição de saúde do empregado e que, conforme as conclusões médicas identificadas, ficou comprovado que a vistoria ao local de trabalho seria dispensável.
Ao entender que não houve cerceamento de defesa, o relator observou que, a partir dos exames clínicos e dos documentos médicos apresentados, o perito concluiu que o trabalhador apresentava escoliose, coxartrose e espondilose, sem qualquer relação com suas atividades na empresa. O ministro disse ainda que o TRT formou seu convencimento diante das provas, "todas fundamentadas".
Processo: 1306-33.2013.5.09.0661
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O POPULAR
68% dos casos são desde maio
Goiás está entre os Estados que mais tiveram aumento de novas confirmações do novo coronavírus no País nas últimas semanas e especialistas apontam baixa adesão ao isolamento como explicação
Apenas nos últimos três dias, a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou mil novos casos de Covid-19 no Estado e registrou um acumulado de mais de 5 mil confirmações. Entre o caso de número 3 mil e 4 mil foram necessários cinco dias e outros oito dias entre os casos 2 mil e 3 mil. Essa aceleração na contabilização de novos casos já coloca Goiás entre os Estados brasileiros com maior aumento relativo nas últimas semanas epidemiológicas, ficando acima da média nacional. Até o fim da tarde desta quinta-feira (4), 3.500 casos de pessoas no Estado com o novo coronavírus (Sars-CoV-2) sentiram os primeiros sintomas da doença a partir do começo de maio, ou seja, há um mês. Este total representa 68,6% do acumulado de casos no Estado.
Superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim confirma que Goiás passa por uma aceleração maior no número de contaminados, corroborando com estudos da Universidade Federal de Goiás (UFG). Isso se dá desde o aumento das confirmações diárias, que chegam a ser mais de 300, quanto também a taxa de positividade do exame, hoje em 38%. "Com isso, sabemos que é um maior número de pessoas doentes mesmo. E está diretamente relacionado com o baixo isolamento social que temos no momento", conta ela, que lembra o aumento das confirmações a partir do dia 20 de abril. Goiás vem em constante aumento acima da média nacional desde a semana epidemiológica 20, que corresponde a segunda semana do mês de abril.
Apenas nesta semana, entre domingo (31/5) e quarta-feira (4/6), o Estado teve um aumento em casos absolutos de 27,48% nos dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS). Neste mesmo período, apenas Alagoas teve crescimento maior, com 34,52%. Para se ter uma ideia, o aumento de casos absolutos em todo o Brasil nestes dias foi de 17,17% e o Estado de São Paulo, que tem o maior número de casos absolutos e continua sendo o epicentro da doença no País, não tem alta acima da média nacional desde a primeira semana de abril. O próprio MS, na noite de quarta-feira (4), alertou sobre a interiorização da doença.
Existe uma tendência de que Estados como Minas Gerais e Goiás, assim como os demais da região Centro-Oeste, passem a alavancar o número de novos casos. Além de Minas, apenas o Rio de Janeiro, na região Sudeste mantém aumento acima da média nacional. Já no Centro-Oeste, todos os Estados estão com essa taxa mais elevada que os dados do País. Professor da UFG, o biólogo José Alexandre Felizola Diniz Filho explica que sempre é complicada a comparação entre os Estados, especialmente pela diferença na notificação dos casos e tabulação dos dados. "Mas aqui a secretaria tem divulgado os dados por semana do sintoma e vemos esse crescimento recente desde a segunda semana de maio", diz.
Para se ter uma ideia, apenas nos últimos 15 dias de maio houve a ocorrência de 36,7% do total de casos no Estado. "E esses dados vão sendo atualizados, porque depende da semana, do sintoma da doença na pessoa. Só nessa semana agora foram mais de cem novos casos da semana 20 (relativa a segunda semana se maio). Está para entrar também os óbitos ocorridos nesse período", explica Diniz Filho. O professor conta que em Goiás há uma média entre 12 e 13 dias entre o primeiro sintoma e a morte dos pacientes que tiveram óbito por Covid-19, ou seja, é previsto ainda que se tenha um aumento maior também no número de vítimas.
Flúvia Amorim afirma que, nessas últimas semanas, a taxa de internação, ou seja, de casos graves, também aumentou em relação ao que se tinha em Goiás até o dia 19 de abril, quando foi publicado o último decreto estadual com regras de isolamento social. Na ocasião, no entanto, houve a flexibilização para a abertura de algumas atividades econômicas e a liberação, também do Supremo Tribunal Federal (STF), para que as prefeituras estabelecessem regras próprias. Desde então, diversas cidades têm recebido a reabertura de comércios, indústrias e serviços, por pressão também de empresários e trabalhadores, frente a crise econômica. A superintendente estadual diz também que, assim como ocorre no Brasil, com a migração da pandemia, Goiás também tem tido aumento da lista de cidades do interior com novos casos.
Aceleração da pandemia é ligada a baixo isolamento
Biólogo e pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel, que atua na elaboração de modelos para a previsão da curva de contágio, afirma que, de fato, há uma aceleração no número de casos no Estado e isso tem ocorrido continuamente desde meados do mês de abril. Ele acredita que o índice de isolamento que se tem em Goiás atualmente é o piso, ou seja, não dá para ser pior que isso. "O que observamos em Goiás é que a queda do isolamento está totalmente ligada a essa aceleração e vimos isso com um grande grau de certeza de que está avançando", conta. Rangel diz que não tem acompanhado a situação dos outros Estados brasileiros, mas que acredita que Goiás está mesmo entre aqueles com um maior avanço.
Ainda em abril, havia a tese de que medidas de distanciamento e de prevenção poderiam amenizar a queda no isolamento social, que é justamente o argumento usado por empresários goianos para a retomada das atividades econômicas. Rangel, por outro lado, esclarece que em Goiás o aumento de casos sempre esteve diretamente relacionado com o isolamento social medido por empresas de telefonia. "Percebemos que as outras medidas são muito menos do que se esperava e até pela situação estrutural."
Neste caso, o professor exemplifica que, mesmo com uso de máscaras e lavando mãos, há um limite, como por exemplo a lotação no transporte coletivo. "Temos uma aceleração natural, que é geométrica, mas outra coisa é o R (índice de infecção), que estacionou em 1,6 (ou seja, 10 pessoas com o vírus podem transmitir para outras 16 em um período). No início, em março, tínhamos 2,1, mas chegou a ser 1,1. Se estivesse estacionado aí, tudo bem, mas estacionou no 1,6, é muita coisa", diz.
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FEHOESG
Fehoesg denuncia: Governo Federal libera recursos, mas municípios não pagam prestadores de serviços aos SUS
Mesmo com os recursos destinados ao pagamento dos prestadores referente abril à hospitais, laboratórios, clínicas e bancos de sangue credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tendo sido depositados pelo Governo Federal nas contas dos municípios goianos no dia 1º de junho, até o momento os pagamentos ainda não foram efetuados por cidades, como Goiânia e Aparecida de Goiânia.
A denúncia é da presidente da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg), Christiane Maria do Valle Santos.
Na quarta-feira, em um vídeo divulgado nas redes sociais da Federação e dos Sindicatos federados, Christiane do Valle divulgou a liberação e anunciou que as entidades iam fiscalizar e cobrar o imediato pagamento dos prestadores públicos, filantrópicos e privados.
“Já estamos no fim da semana e as faturas não foram pagas”, disse, ressaltando que a pandemia de Covid-19 agravou a situação financeira das unidades de saúde e que o pagamento em dia é fundamental para a manutenção dessas instituições. Ela cobra o cumprimento da portaria (nº 662) e da Lei Federal (nº 13.992), que preveem a transferência da integralidade dos recursos destinados aos prestadores de serviços a fim de garantir o pleno atendimento à população neste contexto de extrema necessidade.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação