ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
O POPULAR
Opinião – O lado heroico do médico
Médicos estrangeiros revolverão o problema da falta de profissionais de medicina em regiões e cidades mais remotas do Brasil? Nada mais que mera ilusão acreditar-se nesta hipótese, como parece acreditar a presidente Dilma Rousseff, que anunciou esta possibilidade, no dia em que fez a proposta de pactos, reagindo ao clamor das ruas.
Médicos importados teriam imediatamente uma dificuldade insuperável pelo menos por algum tempo, a qual seria a de comunicação com os pacientes. Mesmo médicos falando castelhano, idioma que tem semelhanças com o português, mas também muitas diferenças. Suponhamos por exemplo que um deles diagnostique gravidez em uma paciente e a informa que está “embarazada”, termo que em castelhano significa estar grávida.
A presidente mencionou porcentuais elevados de médicos de outras nacionalidades atuando na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Canadá. Mas todos se comunicam em inglês perfeitamente e lá encontram o apoio de admiráveis recursos estruturais.
Em todos os países do primeiro mundo o médico encontra também condições de trabalho beneficiadas pela estrutura previdenciária, cuja cobertura é universal e sem limitações para os casos de assistência médica. No Brasil, por ser frágil na assistência pública, torna-se um privilégio o atendimento sem restrições.
Este é outro ponto crucial: nos locais mais remotos do Brasil os profissionais de medicina enfrentam totalmente a falta desses recursos e vão ao encontro dos pacientes amparados em parte numa espécie de heroísmo vocacional.
O Brasil tem referências em medicina, nomes históricos e científicos como Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, especialistas de grande sabedoria e competência, mas precisa aperfeiçoar o ensino e ampliar a formação e, com a melhoria da estrutura e o fortalecimento dos recursos hospitalares e a modernização tecnológica, criar o adequado apoio à atuação dos médicos.
Menciono o exemplo de um jovem médico que foi trabalhar em um posto público de assistência compelido pelo entusiasmo vocacional. Teve de usar a própria caneta para alguma possível receita e examinar pacientes com seu próprio estetoscópio. Ficou muito frustrado, pois nada mais podia fazer.
Remover este obstáculo, o do médico não poder fazer tudo o que precisa ser feiro, este sim, é o grande objetivo pelo qual o governo tem de se empenhar para que pacientes de todo o Brasil sejam atendidos com dignidade e com eficiência. Para que os nossos doentes não continuem mais tão dependentes do heroísmo dos médicos isolados nas regiões e localidades mais remotas. Que Deus e São Lucas abençoem esta meta, amém.
Hélio Rocha é jornalista e escritor e colunista do POPULAR
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Ex-deputada e ex-prefeito condenados
Márcia Abreu
Sete anos depois de deflagrada a Operação Sanguessungas da Polícia Federal, o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) obteve sentença favorável às condenações do ex-prefeito de Cromínia, José Menezes Neto, da ex-deputada federal Nair Xavier Lobo e Flávio Queiroz, Ercival Melo e Sirley Silva, todos envolvidos em falso procedimento licitatório em 2006 no município goiano.
José Menezes Neto foi condenado por ato de improbidade administrativa e teve seus direitos políticos suspensos por oito anos, além de pagar multa de R$ 20 mil. A mesma pena foi estipulada a Nair Lobo. Aos três servidores, estipulou-se a cassação dos direitos políticos e multa individual de R$ 10 mil. A 3ª Vara da Justiça Federal em Goiás optou por julgamento simultâneo de outra ação também envolvendo a administração de Cromínia, mas dessa vez, movida pela União. A sentença foi proferida pelo juiz Leonardo Freitas, que condenou outras três pessoas e uma empresa, além dos cinco condenados na ação do MPF-GO.
Então deputada pelo PMDB, Nair repassou R$ 100 mil, verba de emenda parlamentar, à prefeitura de Cromínia durante a gestão de José Menezes Neto, eleito pelo PSDB em 2000. O dinheiro foi destinado à aquisição de Unidade Móvel de Saúde por meio de convênio com o Ministério da Saúde. De acordo com o MPF, houve a simulação de procedimento licitatório para dar cara de legalidade à fraude e a aquisição efetivada sem competição real implicou em prejuízo de R$ 25 mil aos cofres da União. Ainda segundo o MP, a unidade foi quebrada com menos de um ano de uso e não houve conserto. O veículo encontra-se abandonado, em mal estado de conservação, sem funcionamento e sucateado.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Artigo – Sobre os médicos cubanos
BRUNO PENA
Temos que combater a cultura da preguiça em nosso País. A grande maioria das pessoas se contenta com opiniões prontas, pré-formadas, que são transmitidas de forma massiva, geralmente, pelas grandes emissoras de televisão. Não se investiga a raiz do problema e não se aprofunda no debate, tal como aconteceu na questão da PEC 37, que foi demonizada e odiada por centenas de milhares de brasileiros que nunca se deram ao trabalho de tirar cinco minutos de seu dia, para acessar o texto da emenda pela internet, para ver se é verdade o "que dizem por aí".
Sobre os médicos cubanos, muito "tem se dito por aí", mas de forma superficial e sem muito fundamento.
O Brasil terá que trazer médicos cubanos, por causa de uma terrível falha que persiste por anos em nosso sistema de ensino superior. As Instituições de Ensino Superior Federais, sustentadas com recursos públicos, não exigem nenhuma contrapartida social das pessoas que ali estudam. A questão da formação de médicos influencia consideravelmente no planejamento estratégico da nação
Em artigo do jornalista e ex-vereador Pedro Porfírio, publicado na revista Fórum, aponta que cruzando informações, podemos chegar a um custo de R$ 792.000,00 reais para o curso de um aluno de faculdades públicas de Medicina, sem incluir a residência. Que um levantamento do Ministério da Educação detectou que na Medicina os estudantes que vieram de escolas particulares respondem por 88% das matrículas nas universidades bancadas pelo Estado. E que em faculdades públicas ou privadas, os quase 13 mil médicos formados anualmente no Brasil não estão nem preparados, nem motivados para atender às populações dos grotões. E não estão por que não se habituaram à rotina da medicina preventiva e não aprenderam como atender sem as parafernálias tecnológicas de que se tornaram dependentes.
O senador Cristóvam Buarque (PDT-DF) apresentou o Projeto de Lei do Senado n.º 186/2012 que institui o exercício social da profissão para garantir emprego e exigir prestação de serviço dos graduados em medicina que obtiveram seus diplomas em cursos custeados com recursos públicos, em instituições públicas ou privadas. Com isso os acadêmicos de medicina estarão obrigados à prestação de dois anos do exercício social da profissão, em programas de prestação de serviços de saúde em municípios com menos de trinta mil habitantes e/ou em comunidades carentes de regiões metropolitanas, articulados com o sistema único de saúde – SUS, e com o governo federal, estadual ou municipal, que se responsabilizarão pela remuneração dos profissionais.
O artigo do jornalista Pedro Porfírio, demonstra que números oficiais do próprio CFM, na publicação "Demografia Médica no Brasil", indicam que 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. Que em geral trabalham nas grandes cidades. E que segundo pesquisa encomendada pelo Conselho, se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes. E que mesmo nas áreas de concentração de profissionais, no setor público, o paciente dispõe de quatro vezes menos médicos que no privado. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, o número de usuários de planos de saúde hoje no Brasil é de 46.634.678 e o de postos de trabalho em estabelecimentos privados e consultórios particulares, 354.536. Já o número de habitantes que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) é de 144.098.016 pessoas, e o de postos ocupados por médicos nos estabelecimentos públicos, 281.481.
O governo federal se viu obrigado a trazer médicos do exterior, por falta de medidas eficientes, como a proposta pelo Senador Cristovam, para levar médicos para os rincões do nosso país, que se encontram sem a devida cobertura médica, em pelo menos 1.000 (mil) municípios brasileiros, mesmo oferecendo salários com valores bem acima dos pagos nos grande centro urbanos. Ainda bem que optou-se por médicos de Cuba, país que possui índices de saúde invejáveis.
Cuba, mesmo submetido a um criminoso bloqueio econômico, imposto pelos Estados Unidos da América e com uma economia bem menor que a brasileira, possui índices de saúde melhores que os nossos.
Ainda em referência ao brilhante artigo do jornalista Pedro Porfírio, o mesmo demonstra que graças à sua medicina preventiva, a ilha do Caribe tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América: 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Da mesma forma, a expectativa de vida dos cubanos: 78,8 anos (contra 60 anos em 1959) – é comparável a das nações mais desenvolvidas. Que com um médico para cada 148 habitantes (78.622 no total) distribuídos por todos os seus rincões que registram 100% de cobertura, Cuba é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a nação melhor dotada do mundo neste setor. E que Cuba, dispõe, agora, de duas vezes mais médicos, que a maior potência do Mundo: os Estado Unidos da América.
O Conselho Federal de Medicina se posicionou contra a vinda de médicos cubanos. O presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Roberto D'Ávila, afirmou que a entidade é contrária à entrada de médicos com diploma estrangeiro no Brasil sem antes passarem por uma prova. Mas como pode o CFM querer "avaliar" um médico estrangeiro, se nem mesmo os médicos brasileiros são avaliados?
Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ) os registros de erros médicos crescem a cada dia no Brasil. Os registros saltaram de 261 para 397. Em 2012 os casos registrados somam 254 processos. E não são apenas médicos que respondem aos inquéritos, enfermeiros e auxiliares também estão elencados. Fora os casos em que os prejudicados não buscam a reparação na justiça.
Os médicos cubanos não serão submetidos à avaliação do CFM porque esta é a condição para que um médico venha do exterior para o Brasil, para exercer em sua plenitude a atividade médica, ao passo que os médicos cubanos estão vindo mediante autorização especial do governo federal para atuar em áreas especificas (áreas carentes e ou com déficit de cobertura médica), com o intuito de realizar, principalmente, medicina preventiva, e por tempo determinado.
A vinda dos médicos cubanos para o Brasil além de uma questão de direitos humanos é uma questão de solidariedade entre os povos. O governo federal tem o dever de garantir o acesso à saúde a todos os cidadãos brasileiros, gostem alguns médicos brasileiros ou não, bem como de ajudar outras nações mais necessitadas. Que sejam bem-vindos os médicos cubanos!
(Bruno Pena, comunista, advogado e membro consultor da Coordenação do Sistema Internacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB)
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Coluna Café da Manhã – A assessora-chefe da presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a advogada Angélica Villa Nova ministra aula, hoje, sobre “O papel regulatório da ANS no Setor Saúde Suplementar no Brasil”. Ela vai falar aos alunos do curso de pós-graduação em Gestão de Cooperativas e Operadoras de Saúde. A promoção é da Unimed Cerrado em parceria com a UFG. Será às 19 horas, no Centro de Desenvolvimento Humano da Unimed Cerrado, no Setor Aeroporto.
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Coluna Fio Direto – A advogada e assessora chefe da presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Angélica Villa ministra sobre “O papel regulatório da ANS no Setor Saúde Suplementar no Brasil”, às 19 horas, no Centro de Desenvolvimento Humano da Unimed Cerrado.
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SAÚDE BUSINESS WEB
Em busca de um novo modelo de remuneração
“O desconhecimento dos custos é de um amadorismo básico: não dá para gerenciar uma padaria sem saber quanto custa o seu pão.” Essa é uma das reflexões de Carlos Eduardo Figueiredo, responsável dentro da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por liderar a implantação dos novos modelos de remuneração no setor. O movimento, que está a todo vapor com a recente definição sobre o projeto piloto, pretende melhorar a relação entre hospitais e operadoras a fim de reduzir custos administrativos e, por consequência, melhorar a gestão e a qualidade dos serviços prestados no atendimento à população.
Dentro do cronograma já descrito pela agência, é hora de hospitais e operadoras iniciarem os testes, Hospital Albert Einstein com SulAmérica, Hospital Sírio-Libanês com Bradesco, entre outros. Com as datas definidas e um número crescente de companhias que vão aderindo ao projeto piloto – que tem duração prevista até o final de 2014, a expectativa agora é de que o setor possa quebrar alguns paradigmas para alavancar um novo momento no que diz respeito à gestão da informação que consta nesses processos.
“Temos de aprimorar nosso serviço de informação. É a hora de nós entendermos todo esse processo. Eu fico aflito, às vezes me impressiona a velocidade que outros lugares conseguem implementar coisas deste tipo, mas não dá para a gente virar a chave de uma hora para outra. Temos de ter a consciência de criar um ambiente para isso, com uma base técnica forte”, analisa.
O executivo afirmou ainda que, após o projeto piloto, a proposta da agência reguladora é que a adesão seja voluntária. Mas que as partes precisam se mobilizar para acelerar o processo e trocar experiências. “Eu digo com tranquilidade: não esperem o piloto. Levem essa discussão para a instituição de vocês e comecem a estudar, a olhar o cenário atual. Se a gente não se mexer, o cenário é pessimista. Se não mudarmos agora, pode morrer todo mundo abraçado, já que estamos num sistema muito caro sem trazer qualidade efetiva. Isso demanda relacionamento, demanda tempo, então comecem a avançar. É questão de sobrevivência”.
A mudança fará com que a remuneração dos hospitais deixe de utilizar o formato de conta aberta por serviço, o conhecido fee-for-service -, que detalha cada item utilizado na internação do paciente. Ela também faz com que ambas as partes dediquem equipes para discutir e rever contas e patamares cobrados.
A intenção da nova forma de negociação é unir, portanto, tudo que é comum e frequente aos atendimentos para que sejam cobrados de forma agrupada (serviços de enfermagem, administrativos e recursos físicos, de uma seringa a um quarto com suíte, por exemplo, colocados de forma conjunta). Dentro do grupo de trabalho montado pela ANS, a fase experimental é dividida em duas etapas: primeiro, a implementação do modelo de conta aberta aprimorada; depois, o teste do modelo de procedimentos gerenciados cirúrgicos.
“Como se faz um pacote hoje? Pega a média dos preços de internação num procedimento, faz um ajuste, negocia um valor e fecha com a operadora. Agora, no procedimento gerenciado, é diferente: temos de partir primeiro dos critérios de elegibilidade do hospital, do corpo clínico. Todo esse novo modelo pretende remunerar por desempenho, por padronização, por ajuste de risco, por livre concorrência”, completou o representante da ANS.
Exemplo português
Quando o assunto é modelo de remuneração, é difícil apontar um caminho que possa ser qualificado como ideal. Mas o conhecimento de algumas iniciativas pode ajudar na reflexão sobre o assunto. Em Portugal, por exemplo, há o Diagnosis Related Groups (Grupos de Diagnósticos Homogêneos), modelo conhecido mundialmente como DRG, que também pode ser chamado de GDH, na sigla em português.
O DRG foi um modelo desenvolvido por Robert Fetter na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, quando o engenheiro industrial se preocupou com a eficiência do setor da saúde. Quem conta é o ex-secretário de saúde do Ministério de Saúde de Portugal Óscar Gaspar. Segundo ele, Fetter ainda se atentou em criar um mecanismo que fosse funcional para todos os braços da estrutura de gestão: médicos, administradores e economistas.
“Os DRGs são uma forma de classificar os doentes internados em grupos clinicamente coerentes e similares do ponto de vista do consumo de recursos. Cada grupo tem um peso relativo, um coeficiente que reflete no custo esperado deste doente típico deste DRG. E então o índice de case mix (ICM) de um hospital resulta de uma relação entre doentes equivalentes ponderados pelo peso relativo dos DRGs e o número total de doentes”, explica Gaspar.
“A soma das altas ponderadas dividida pelo número total de altas chega ao índice case mix de cada hospital”, completa o ex-secretário de saúde de Portugal.
Até 1980, o país financiava os hospitais por custo real, “o que era uma desgraça, porque todo ano subia”, comenta Gaspar. Entre 1981 e 1984, a gestão começou a ser feita no modelo americano com preços por especialidades e por atos clínicos, “mas não sabíamos o que pagávamos, não sabíamos que duas coisas em hospitais diferentes eram a mesma coisa”, diz. Foi então que os especialistas de Yale apresentaram uma proposta de apoio técnico, e entre 1987 e 1990 foi feito um plano para reformular o financiamento dos cuidados de saúde em Portugal, com grande investimento do Estado. A partir de 1990, há 23 anos, portanto, o país se utiliza dos DRGs.
“Isso providenciou uma metodologia mais racional, aumentou a equidade da distribuição, passou a premiar quem faz mais e, em casos mais complexos, a estimular quem fazia menos, conseguiu controlar os custos sem prejuízo na qualidade do serviço – tinha gente que fazia treinamentos acima do necessário, por exemplo – e nos ajudou a criar uma auditoria nacional para analisar os procedimentos”, acrescentou o português.
Momento brasileiro
Figueiredo, da ANS, explicou porque o Brasil não se arrisca no modelo dos DRGs, mas deixa aberta a possibilidade para um momento posterior à atual mudança de remuneração em andamento.
“Vimos que pela característica do nosso país era melhor criar um modelo brasileiro. Seria muito difícil no sistema de saúde suplementar definir um modelo único que fosse alcançar todo esse grupo. Decidimos então aprimorar a informatização e desenvolver padrões para que em um futuro breve possamos evoluir pra grupos de diagnósticos homogêneos também”, disse.
E enquanto o país vai se adequando a uma forma mais moderna de gestão, o diretor-presidente da Planisa, Afonso José de Matos, faz um alerta. “No nível de gestão tivemos progressos, mas na relação dos hospitais com a saúde suplementar tudo que fizemos foi piorar. As condições da relação há dez anos eram melhores que há cinco anos, que eram melhor que hoje. E, se não arrancarmos logo com algum sinal de conquista, vai ser ainda pior daqui outros cinco”.
A consultoria é uma das especialistas neste setor de gestão dos custos na área de saúde. E Matos, há 16 anos organizando o congresso realizado em São Paulo, complementou: “desde então é a mesma batalha, mas acho que agora, finalmente, se sinaliza uma luz”.
O colega de Planisa, Sérgio Lopez Bento, que participou ativamente do grupo de trabalho que definiu o formato da nova remuneração, destacou ainda as duas vertentes a serem seguidas pelos agentes no país. “Temos de melhorar nosso sistema de informações e alinhar todo o corpo clínico nesta missão, o que é um grande desafio na gestão”.
Por fim, questionado sobre cenário brasileiro, Gaspar deixou uma última mensagem. “O Brasil está em evolução e o que me parece é que o País tem consciência sobre os erros que não pode cometer e os riscos de uma suposta aceleração. Tem de haver paciência e, acima de tudo, motivação”, finalizou, admitindo o otimismo.
Brasil a fora
No caso da Unimed em São Paulo, por exemplo, foram criadas ações educacionais para que a gestão se atente aos detalhamentos dos custos. Foi feita também a migração das margens de insumo para diárias e taxas e o início da implantação da ideia de procedimentos cirúrgicos gerenciados.
“O projeto da Fesp (Federação das Unimeds do Estado de São Paulo) é de implementar nos nossos hospitais próprios as diretrizes da nova sistemática de remuneração”, completou a supervisora Rita Kaluf.
A companhia teve um projeto aprovado em maio do ano passado, e lançou o piloto em julho. Na sequência, contratou a consultoria da Planisa para um auxílio nas adequações à nova remuneração, iniciando a primeira etapa, a da implementação da tabela compacta em 12 hospitais, em setembro de 2012. A fase seguinte, da migração de margens de insumos, se deu em outubro, com a capacitação de profissionais começando em março deste ano e ainda em andamento – deve durar seis meses. A última parte do projeto é a implantação dos procedimentos gerenciados cirúrgicos, prevista para começar neste mês de junho.
“É um projeto muito grande e desafiador. Eu comentava no início que minha impressão era estar entrando numa caverna escura, mas hoje eu já consigo ver luz”, disse Rita.
Outro exemplo é o catarinense. O gerente de atenção à saúde da Federação das Unimeds de Santa Catarina, John Decker, explicou que hoje a rede local da operadora já atua com diária compactada (algo próximo da conta aberta aprimorada) com cerca de 50 códigos para diárias, taxas de serviço e uso de equipamentos. E também está sendo feito com os sete hospitais próprios no Estado um estudo de impacto dos insumos sobre a conta hospitalar.
“O trabalho foi iniciado no meio do ano passado e é bastante pesado na coleta de dados. É uma dificuldade enorme, é até vergonhoso, mas infelizmente não temos as informações do jeito que gostaríamos de ter”, analisou.
Ele disse ainda que a Unimed em Santa Catarina está desde janeiro com a migração de margem concretizada: “foi feita uma análise nos quatro primeiros meses do ano e o que vimos é que a variabilidade do custo total foi muito pequena. Então a migração do material para diárias e taxas foi muito bem feita, bem calculada, a ponto de não trazer impacto para quem financia nem para o hospital. Claro que são meses atípicos para procedimentos deste tipo (os do começo do ano), mas o estudo continua e o próximo passo é a transferência de medicamentos, este um pouco mais difícil”, completou.
Cronograma do projeto piloto
Cada uma das aplicações passa pelas fases de: preparação de hospitais e operadoras; negociação dos valores entre as partes; capacitação das equipes; implantação do modelo em formato virtual; e monitoramento da ANS após a implantação.
Etapa 1 – Modelo de conta aberta aprimorada – conjunto de diárias e taxas pré-definidas que são negociadas por um preço único que já considera todos os itens incluídos no procedimento – de maio de 2013 a agosto de 2014
Etapa 2 – Modelo de procedimentos gerenciados cirúrgicos – elenco de procedimentos que serão cobrados de forma integral, considerando os insumos e recursos necessários para tal execução – de agosto de 2013 a dezembro de 2014
* Fonte: ANS
Sistema de saúde português
O sistema português é uma rede nacional de saúde universal, gratuita, e que oferece cobertura à população portuguesa em praticamente todas as patologias. Gaspar destaca que 85% dos leitos em Portugal pertencem ao Estado; que há dez anos o país começou a colocar em prática as parcerias público-privadas, com hospitais estatais feitos com investimento e gerenciamento privados em contratos de até 30 anos; e que os índices de satisfação da população são bastante relevantes, variando de um mínimo de 70% de aprovação no caso de urgências até 84% para cirurgias.
De acordo com ele, a despesa pública com saúde no país está abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e também é menor na relação com o total de gastos do Estado. “Ou seja, Portugal não põe dinheiro demais na saúde”, pontuou. E acrescentou que o País destina 4, 9% de seu PIB para o setor de saúde.
DRGs em Portugal
Problemas – Nem sempre o doente leva o cartão do SNS (Sistema Nacional de Saúde), o que dificulta a codificação; a heterogeneidade dos sistemas de informação das instituições de saúde; a dificuldade dos hospitais em reportar as informações; não adequação de alguns ponderadores; uso da codificação como fonte de receita (podem dizer que o financiamento se dá por um bom codificador, um médico que faça isso bem feito consegue muitos recursos com atos clínicos, o que demanda uma boa auditoria); subfinanciamento dos hospitais (a base de recursos para a saúde em Portugal é baixa para ser distribuída).
Virtudes – revolução no tratamento da informação em saúde; aumento dos cuidados (mostrar para os hospitais que não era preciso tanto internamento); redução de tempo de demora, camas de agudos e desperdícios; possibilidade de comparar instituições (como uma gasta mais se tem o mesmo grau de avaliação da equivalente?); pagamento mais explícito
e transparente.
Potenciais – maior ligação entre os cuidados a serem tomados; possibilidade de se classificar os gestores de saúde.
* Fonte: Óscar Gaspar, ex-membro do Ministério da Saúde português
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Cebrom amplia o atendimento a pacientes com câncer em Goiás
Especializado no tratamento de pacientes com câncer, o Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom) está oferecendo aos goianos um novo serviço de radioterapia equivalente ao encontrado nos principais centros mundiais de tratamento oncológico
Especializado no tratamento de pacientes com câncer, o Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia (Cebrom) está oferecendo aos goianos um novo serviço de radioterapia equivalente ao encontrado nos principais centros mundiais de tratamento oncológico. Desde o dia 27 de junho, está funcionando na unidade 1 do Cebrom, localizada no Setor Leste Universitário, em Goiânia, o Acelerador Linear de Partículas.
O novo equipamento possibilita a realização de Radioterapia por Intensidade Modulada do Feixe (IMRT), que trata tumores com redução dos efeitos colaterais e maior preservação dos órgãos sadios, e também realiza a Radioterapia Guiada por Imagem (IGRT), que oferece maior segurança ao paciente no tratamento de tumores em áreas em constante movimento, como cabeça, pescoço, pulmão e próstata.
Antes da inauguração do serviço, explica o médico oncologista Carlos Inácio de Paula, o paciente que necessitava deste tratamento tinha de sair do Estado. Além deste novo serviço de radioterapia, o Cebrom inaugurou, no final de junho, o Cebrom Kids, um espaço destinado ao tratamento de crianças com câncer.
“As crianças precisam de uma atenção diferenciada, principalmente os pequenos pacientes com câncer, que ficam mais fragilizados”, explica o médico, ressaltando que no Cebrom Kids as crianças vão contar com uma equipe multiprofissional e equipamentos próprios para atendê-las.
Durante a inauguração dos novos serviços, o secretário de Saúde de Goiás, Antonio Faleiros, ressaltou o pioneirismo do Cebrom e a importância da unidade para o tratamento de pacientes com câncer em Goiás. Inaugurado há 15 anos, o Cebrom já atendeu cerca de 500 mil consultas e realizou mais de um milhão de procedimentos, tendo se consolidado com uma das principais referências no tratamento de câncer no Estado.
O Cebrom tem duas unidades de atendimento na capital goiana: o Cebrom 1, situado na 5ª Avenida, número 180, no Setor Leste Universitário, que foi ampliado e conta com cerca de 5 mil metros quadrados de área construída; e o Cebrom 2, localizado na Rua T-55, número 673, Setor Bueno.
No Cebrom, o paciente encontra uma equipe multiprofissional, formada por médicos especialistas em áreas, como oncologia, hematologia, angiologia, cirurgia plástica, dermatologia, mastologia, ortopedia e traumatologia, cabeça e pescoço, cirurgia oncológica, radiologia, radioterapia, além de fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, odontólogos e psicólogos. A unidade atende pacientes de vários convênios e está em fase de credenciamento para o atendimento a usuários do Sistema Único de Saúde.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação