Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 05/10/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Ginecologista tirava fotos das partes íntimas de pacientes, diz delegada

Brasil registra 199 mortes pela covid em 24h; média volta a ficar abaixo de 500

Covid-19: Goiás registra 1,2 mil novos casos e 3 mortes em um dia

Ginecologista acusado de abuso sexual em Anápolis é solto

Ginecologista acusado de cometer abusos sexuais é solto pela justiça

Como uma pílula antiviral pode ajudar a combater a pandemia de Covid-19?

Denunciantes da Prevent Senior receitaram hidroxicloroquina para si mesmos e seus familiares

Opinião – Autonomia médica, erro médico e Covid-19

AGÊNCIA ESTADO

Brasil registra 199 mortes pela covid em 24h; média volta a ficar abaixo de 500

O Brasil registrou 199 novas mortes pela covid-19 nesta segunda-feira (04/10). A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 498, abaixo de 500 pela primeira vez após 20 dias. Nesta segunda-feira, o número de novas infecções notificadas foi de 11.149.

No total, o Brasil tem 598.195 mortos e 21.476.823 casos da doença. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 20,44 milhões de pessoas se recuperaram da covid desde o início da pandemia no País. São Paulo registrou 22 novas vítimas do coronavírus nas últimas 24 horas. O maior número de mortes no período veio do Paraná, com 46.

Acre, Amapá, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Rondônia não notificaram óbitos nesta segunda. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde 8 de junho do ano passado, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados. O Ministério da Saúde não divulgou o registro das últimas 24 horas até a publicação desta matéria. Segundo a pasta, o Brasil tinha 21.468.121 pessoas infectadas e 597.948 óbitos pela pandemia até o último domingo. 

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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás registra 1,2 mil novos casos e 3 mortes em um dia

Goiás registrou 1.204 novos casos da covid-19 e 3 mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde desta segunda-feira (4/10). Com as atualizações, o Estado chega a 868.215 casos e 23.569 óbitos confirmados.

Ainda de acordo com a SES-GO, Goiás soma 834.926 pessoas recuperadas da doença. O Estado soma 626.995 casos suspeitos em investigação, enquanto outros 316.569 já foram descartados. 

Além dos 23.569 óbitos confirmados de covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,72%, há 509 óbitos suspeitos que estão em investigação.

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Ginecologista acusado de abuso sexual em Anápolis é solto

O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, acusado de abuso sexual por cerca de 50 mulheres em Anápolis, foi solto pela justiça no início da noite desta segunda-feira (04/10), às 18h30.
 
A defesa do suspeito argumentou que ele tem residência fixa na cidade e que não vai atrapalhar as investigações. A decisão foi do juiz Adriano Roberto Linhares, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Anápolis.
 
 O médico já está em casa, mas terá que cumprir algumas exigências cautelares: usar tornozeleira eletrônica, além de estar proibido de exercer a profissão e ir aos consultórios. Ele também não pode sair de Anápolis e não pode sair de casa nos finais de semana.
 
Nicodemos havia sido preso na última quarta-feira (29/9) e a Justiça havia decidido por manter sua prisão preventiva na sexta (1º/10).

Vale ressaltar que, devido à atuação do médico em outros Estados, podem existir outras vítimas. Por esse motivo, a imagem do ginecologista investigado está sendo divulgada, de acordo com Portaria da Polícia Civil de Goiás nº 547/2021 e Lei 13.869.

Possíveis vítimas podem entrar em contato com a Deam pelo número (62) 3328-2731, pelo WhatsApp (62) 9 8531-0086 ou pelo Disque Denúncia 198.

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JORNAL OPÇÃO

Ginecologista acusado de cometer abusos sexuais é solto pela justiça

Por Marcos Aurélio Silva

O médico foi colocado em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica, não poderá exercer a profissão e fica proibido de se aproximar das vítimas ou qualquer pessoa que tenha relação com as investigações contra ele

A justiça revogou a prisão do ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, investigado por abusos sexuais contra mais de 50 pacientes. O médico foi solto nesta segunda-feira, 4, após ter ficado cinco dias na prisão. O processo ainda segue em segredo de justiça e novas vítimas ainda devem ser ouvidas pela Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM) de Anápolis.

O médico foi colocado em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica, não poderá exercer a profissão e fica proibido de se aproximar das vítimas ou qualquer pessoa que tenha relação com as investigações contra ele. Segundo o advogado de defesa de Nicodemos, Carlos Eduardo Martins, o seu cliente já está em casa. “O juiz entendeu que ele não preenche os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, que ele não vai atrapalhar as investigações, que ele tem residência fixa, que ele é réu primário”.

O ginecologista, que é investigado por importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável, foi preso no dia 29 de setembro, em seu consultório, após a denúncia de três pacientes. Após a prisão, várias mulheres entraram em contato com a delegacia para denunciá-lo. Segundo a Polícia Civil, mais de 50 mulheres denunciaram o médico por algum tipo de abuso.

Nicodemos Júnior Estanislau Morais tem o registro profissional (CRM) ativo nos estados de Goiás, Pará, Paraná e Distrito Federal – sendo suspeito de violentar outras vítimas nestes locais. Após a operação batizada de Sex Fraud, várias mulheres de Goiânia, Brasília e Pirenópolis procuraram a delegacia para registrar ocorrência contra o médico.

Em Brasília, o médico chegou a ser condenado por violação sexual mediante fraude. As vítimas goianas relataram a mesma forma de falar e agir da que foi registrada nos casos do Distrito Federal. Já no Paraná, uma mulher chegou a registrar ocorrência, mas o caso foi arquivado.

Em coletiva de imprensa, a delegada Isabella Joy afirmou que os policiais chegaram ao consultório antes do próprio médico, na manhã desta quarta-feira, 28, e enquanto aguardavam, conseguiram informações com as secretárias do local. De acordo com as funcionárias, pacientes costumeiramente reclamavam de como as consultas e os exames eram conduzidos, mas nada era feito.

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O HOJE

Como uma pílula antiviral pode ajudar a combater a pandemia de Covid-19?

Informações divulgadas na última sexta-feira (1º/10) pela farmacêutica Merck, registrada no Brasil como MSD, mostram o resultado inicial dos testes do medicamento antiviral experimental molnupiravir. Desenvolvido para combater a Covid-19, o remédio pode reduzir pela metade o risco de morte ou hospitalização pelo coronavírus.

Em um comunicado à imprensa, a empresa afirmou que 7,3% dos 385 pacientes que receberam o antiviral foram hospitalizados ou morreram de Covid-19, em comparação com 14,1% dos 377 pacientes que receberam um placebo. Os dados ainda não foram revisados por pares.

Se liberado pelo Food and Drug Administration (FDA), o equivalente à Anvisa dos Estados Unidos, a substância pode ser tornar o primeiro tratamento antiviral por via oral com eficácia comprovada no combate à pandemia.

“Este é o resultado mais impactante que eu me lembro de ter visto em uma droga disponível por via oral no tratamento de um patógeno respiratório”, disse Scott Gottlieb, ex-comissário da US Food and Drug Administration, à CNN. “Acho que tomar uma pílula oral que pode inibir a replicação viral – que pode inibir esse vírus – será uma verdadeira virada de jogo”.

“Seria uma virada total se alguém, ao ser diagnosticado com Covid leve, no início do tratamento pudesse tomar uma pílula em casa. Isso alivia o fardo do sistema de saúde. Isso também ajuda muito o indivíduo”, disse também à emissora a médica Dra. Leana Wen. “Já temos anticorpos monoclonais que fazem isso e realmente são bastante eficazes. O problema é que eles requerem uma infusão ou injeções. Isso é realmente oneroso para o indivíduo, é oneroso para o sistema de saúde”, disse.

Em resposta aos resultados, o coordenador de informações da pandemia da Casa Branca Jeff Zients, afirmou que o medicamento deve ser usado como uma ferramenta adicional à vacina. “Acho que é muito importante lembrar que a vacinação, como falamos hoje, continua sendo nossa melhor ferramenta contra a Covid-19. Ela pode evitar que você pegue a doença antes de qualquer coisa. E queremos prevenir infecções, não apenas esperar para tratá-los assim que acontecerem”.

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Denunciantes da Prevent Senior receitaram hidroxicloroquina para si mesmos e seus familiares

De acordo com a Folha de São Paulo, a Prevent Senior, após receber denúncias de ex-médicos da operadora, irá encaminhar ao Conselho Regional de Medicina de SP (Cremesp) documentos que o comprovam que os denunciantes receitaram hidroxicloroquina para eles próprios e para seus familiares. O objetivo da operadora é demonstrar que é falsa a afirmação de que os médicos em questão eram pressionados a receitar o kit covid.

O kit, além de hidroxicloroquina, continha ivermectina, azitromicina e vitaminas, ou seja, um conjunto de remédios ineficazes contra a Covid-19.

Pelo menos dois médicos que já se expuseram para fazer as denúncias estão no dossiê da Prevent Senior: George Joppert e Walter Correa. Questionados pela Folha, os dois se negaram a esclarecer, num primeiro momento, se tinham ou não receitado o medicamento para eles mesmos e para seus familiares.

“Isso é uma arapuca”, respondeu Walter Correa. Ele afirmou, no entanto, que teve Covid-19, mas nunca tomou hidroxicloroquina. “Vou tomar isso?”, disse.

Ja a advogada dos médicos, Bruna Morato, confirmou a informação de que os próprios denunciantes receitaram o medicamento para eles mesmos e para seus parentes. “É verdade”, afirmou. No entanto, na perspectiva da advogada, a informação “só comprova” que a Prevent Senior pressionava os profissionais a indicarem o kit covid aos pacientes.

“A Prevent está me fazendo um favor gigante”, afirma.

Segundo Bruna, todos os médicos da operadora e seus familiares eram segurados da Prevent Senior e, sempre que algum deles tinha algum sintoma que poderia ser associado à Covid-19, tinham que retirar medicamentos do kit covid, o que ocorria mediante qualquer sintoma gripal, mesmo que fosse apenas uma leve dor de cabeça ou febre.

“Eles eram obrigados a prescrever não apenas para os pacientes gerais da operadora, mas também para eles mesmos e para os familiares”, diz ela.

A advogada diz que isso era admissível no começo da epidemia, antes da comprovação de que o kit covid não funcionava. Entretanto, mesmo quando a ineficácia foi comprovada, a Prevent seguiu pressionando para que o kit fosse entregue aos pacientes.

No domingo (03/10), os médicos George Joppert, Walter Correa e Andressa Joppert mostraram o rosto pela primeira vez, em uma entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo. Eles repetiram ao programa que eram pressionados a receitar o kit covid. Segundo Correa, a intenção deles é “expor a fraude do tratamento precoce, a fraude do suposto sucesso de gestão” da Prevent na crise.

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FOLHA DE S.PAULO

Opinião – Autonomia médica, erro médico e Covid-19

‘Tratamento precoce’ não se justifica e é passível de responsabilização jurídica

Bruno Caramelli Cardiologista, é professor da Faculdade de Medicina da USP

As descobertas da CPI da Covid relacionadas à Prevent Senior provocam debates e perplexidade aos brasileiros. Os fatos revelam que a operadora incentivava e até obrigava seus médicos a prescreverem o chamado ‘tratamento precoce’ para a Covid-19 sem comprovação científica de sua eficácia.

A prescrição do ‘tratamento precoce’ é protegida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), cuja diretoria atual ampara a conduta na ‘autonomia médica’, englobando a prerrogativa da liberdade de prescrição do médico.

A extensão e o conceito de ‘autonomia médica’ são passíveis de controvérsias, porém o termo possui características que o diferenciam claramente do ‘erro médico’. Autonomia médica é fundamental para garantir o exercício da medicina e a melhor proteção ao paciente, mas tem limites. Autonomia médica jamais pode ser usada como excludente de ilicitudes, uma vez que se justifica apenas em nome do interesse público na prática médica e, por essa razão, pressupõe direitos e responsabilidades.

O Código de Ética Médica (CEM) brasileiro define autonomia médica como o direito de exercer sua profissão sem ser obrigado a prestar serviços contra sua consciência, excetuadas situações de urgência ou quando sua recusa puder causar danos à saúde do paciente.

Além disso, o CEM veda ao médico permitir que outros interesses interferiram na escolha dos melhores meios de prevenção, diagnóstico ou tratamento disponíveis e cientificamente reconhecidos. O código também proíbe o médico de divulgar, fora do meio científico, tratamento ou descoberta cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente.

O Código Penal e o Código Civil brasileiros tipificam como ilícitas as condutas médicas dolosas ou culposas que possam provocar danos aos pacientes. O médico não tem autonomia para errar de forma consciente, com dolo. Também não tem autonomia para errar por meio de práticas culposas, como a imperícia, a imprudência ou a negligência. A medicina é uma ciência que funciona com base em rígidos protocolos e diretrizes terapêuticas; é dever do médico conhecê-los e atualizar-se constantemente.

A ciência médica, por não ser exata, protege a autonomia para prescrever tratamentos que, ainda que não comprovados cientificamente, possuem potencial de beneficiar o paciente. Tais práticas heterodoxas devem estar pautadas em evidências e acompanhadas do consentimento prévio, livre e esclarecido do paciente. É o caso, por exemplo, do uso de medicamentos ‘off label’. Enquanto houver promessa de benefício ao paciente e evidências que justifiquem uma conduta médica fora dos protocolos e diretrizes terapêuticas, a autonomia médica permite a adoção de condutas que possam curar ou melhorar a saúde.

Entretanto, a partir do momento em que há evidências científicas de que tais condutas não trazem benefício e podem causar malefícios ao paciente, verifica-se o erro médico caracterizado pela imperícia e imprudência.

A atual diretoria do CFM emitiu, em abril de 2020, o parecer 04, que autoriza o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para a Covid-19, condicionado a critérios médicos e ao consentimento do paciente. No início da pandemia o parecer poderia ser justificado, mas hoje, após estudos científicos revelarem a ineficácia destes tratamentos, não mais. No entanto, a diretoria do CFM mantém esse posicionamento. Não por acaso, o CFM foi tristemente saudado pelo presidente da República na Assembleia Geral da ONU como defensor do tratamento precoce e ineficaz.

Atualmente, a prescrição do ‘tratamento precoce’ não se justifica mais tecnicamente e pode caracterizar erro médico passível de responsabilização jurídica.

A sustentação do parecer 04/2020 pela diretoria do CFM motivou uma representação junto ao Ministério Público Federal pedindo sua nulidade, pois mantê-la significa defender o erro médico, situação agravada por infrações éticas quando operadoras como a Prevent Senior permitem que outros interesses interfiram na escolha dos médicos pelo melhor tratamento e propagam tratamentos não comprovados.

Espera-se que a diretoria do CFM revogue urgentemente o parecer para evitar a indução ao erro médico e a violações éticas. Caso não o faça voluntariamente, espera-se que o sistema de Justiça atue, visando impedir novos casos como o que estamos testemunhando, repleto de mortes e sofrimento, além de gerar medo e desconfiança nas relações médico-paciente.

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Assessoria de Comunicação