Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 05 A 07/01/13 (PARTE 1)

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR
Medicamentos
Fogo destrói galpão distribuidora
Vandré Abreu

O galpão da distribuidora replica watches uk de medicamentos Medcentro, localizada no Jardim Atlântico, foi totalmente destruído na madrugada de ontem por um incêndio. O foco foi iniciado na Rua 14 e o Corpo de Bombeiros foi acionado às 00h45. Há a suspeita de que o incêndio possa ter sido criminoso. Apenas nestes primeiros dias de 2013, três empresas em Goiânia foram atingidas por incêndios e em todos os casos há a suspeita de crime, mas nenhum deles ainda foi resolvido.
Os bombeiros trabalharam na ocorrência do Jardim Atlântico até às 12 horas, com 25 homens e 7 viaturas. Às 14 horas, a equipe comandada pelo tenente coronel Clodoaldo Donadon Pereira realizava o rescaldo e monitorava a área para combater qualquer foco de incêndio. Com o fogo, a estrutura metálica do galpão cedeu e todo o muro, feito com blocos de alvenaria, também caiu. O telhado de um corredor de uma empresa ao lado também cedeu com o incêndio.
A empresa também é de propriedade de Juvenal de Melo, dono da Medcentro, e que foi até o local ainda na madrugada de ontem. Juvenal afirmou que ainda não se sabe as causas do incêndio, mas estranhou que ele tenha começado, segundo os bombeiros, em uma área que não havia qualquer fiação elétrica, o que descarta a hipótese de que o caso tenha ocorrido após um curto-circuito.
Vizinhos da empresa relataram ao proprietário e aos bombeiros terem percebido a presença de dois homens na parte em que ocorreu o incêndio no início da madrugada de ontem, o que levanta a suspeita do caso ter sido criminoso. O caso será investigado no 8º DP.
Na última semana, outros dois casos de incêndios em empresas de Goiânia também são investigados como suspeitas de crime. No dia 1º, um galpão da concessionária Jorlan foi palco de um incêndio em que um morador de rua é suspeito de ter causado. Já no dia 3, o galpão de uma empresa de revenda de produtos hospitalares, localizada no Jardim América, também foi incendiado.
Em nenhum dos casos de incêndios em empresas de Goiânia houve feridos. (07/01/13)
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Editorial – A dengue ataca

Com a estação chuvosa em andamento, provocando a formação de focos do mosquito Aedes aegypti, a dengue voltou a atacar em Goiânia em larga escala, criando o risco de epidemia e fazendo soar o alarme. O que a população precisa fazer agora é se prevenir.
Não obstante a promoção de campanhas de orientação a respeito, parte da população goianiense ainda é indiferente ao perigo que a doença oferece. Muitos não tomam nenhuma providência em suas casas para evitar focos do mosquito transmissor da dengue.
Pior do que a negligência da população é a ignorância de algumas pessoas que atrapalham o trabalho dos agentes de saúde designados para combater a formação dos focos. É um absurdo o que fazem, pois muitos não permitem a entrada dos agentes em suas casas.
Como se sabe, a dengue hemorrágica é um tipo perigoso, que pode inclusive levar a óbito. Os cuidados com esse tipo devem ser redobrados, e o mosquito deve ser considerado um inimigo a ser combatido com todas as armas.
A saúde pública tem feito o seu papel, na orientação e no combate à formação de focos do mosquito transmissor. Sendo assim, o apoio da população se torna fundamental. Todos precisam colaborar, pois a doença não distingue ninguém. (06/01/13)
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Atendimento
Pediatria e geriatria ainda têm carência no Ipasgo
Instituto prepara recadastramento da rede credenciada para verificar quais especialidades médicas necessitam de aumento na oferta

Alfredo Mergulhão

Mesmo com os pagamentos em dia e saldo positivo na conta, o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) ainda apresenta carências no atendimento. Os principais problemas são nas áreas de pediatria e geriatria. A administração do plano de saúde prepara um recadastramento da rede credenciada para verificar qual a real necessidade de aumento em quais especialidades médicas.
A área de pediatria perdeu três unidades hospitalares em Goiânia em junho de 2011. O Hospital da Criança, o Pronto-Socorro Infantil e o Hospital Infantil de Campinas (o último faz apenas consultas) até hoje não voltaram a atender pelo Ipasgo. Também faltam pediatras no mercado, mas esse é um problema nacional.
Com a geriatria é a mesma coisa: há pouco interesse dos médicos em atuar nessa especialidade. Nos dois casos, as consultas são mais demoradas, os diagnósticos mais complexos e o preço dos honorários são os mesmos de outras áreas.
Segundo a assessoria de comunicação do Ipasgo, a situação da pediatria é a que mais preocupa. Porém, informou que o instituto abriu negociações com duas unidades hospitalares da capital para resolver a demanda por pediatras. Caso não haja sucesso, o plano de saúde buscará solução alternativa.
DEFASAGEM
Com o superávit de R$ 40 milhões nas contas do Ipasgo ano passado, médicos e hospitais credenciados querem novo reajuste nos honorários pagos. Conforme o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), a defasagem nos valores pagos pelo Ipasgo é de 30% a 35% em relação às principais operadoras no mercado.
O balanço preliminar do plano de saúde do funcionalismo estadual foi informado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) na reunião do secretariado realizada na última segunda-feira, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira.
O valor não está fechado pela administração do Ipasgo, que ainda calcula o saldo positivo. Mas é fato que o instituto não fechou as contas do ano passado no vermelho.
O presidente da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg), Adelvânio Francisco Morato, afirma que ainda em janeiro a entidade vai procurar a diretoria do Ipasgo para uma reunião, na qual pleiteará um novo reajuste aos prestadores de serviços de saúde do instituto.
O reajuste foi dado em maio do ano passado, após uma solenidade no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, com a presença do governador Marconi Perillo. Na ocasião, foi anunciado o aumento do valor da consulta de R$ 42 para R$ 50 e o reajuste de 30% no valor de diárias e taxas hospitalares e nos valores de honorários médicos.
Também foi alterado o prazo para a quitação das faturas – uma antiga reivindicação dos prestadores de serviços – com redução de 90 dias para 45 dias após a prestação.
O plano de saúde vinha de um histórico de crises e dívidas que chegaram a R$ 300 milhões. Após o balanço das contas de 2010, o Ipasgo identificou déficit entre arrecadação e despesas acima dos R$ 41 milhões.
De acordo com a assessoria de comunicação do Ipasgo, a trabalho de reengenharia financeira do instituto está pronto. No entanto, o plano de saúde ainda tem pendências. Embora o cronograma de pagamentos atrasados aos prestadores de serviços médicos esteja em dia, o Ipasgo ainda tem débitos. (05/01/13)
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Alerta
Crescem registros de dengue
No Cais do Setor Novo Horizonte, casos da doença já triplicaram em relação ao início do mês de dezembro
Bárbara Daher
A diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Flúvia Amorim, reconhece que 2013 pode ser um ano de epidemia de dengue. Em alguns postos de saúde, já há relato no aumento de notificações de internação por suspeita de infecção. Cerca de 20 casos por dia são notificados pelos servidores do Centro Integrado de Assistência Médica Sanitária (Ciams) do Setor Novo Horizonte, o terceiro bairro da capital com maior incidência de casos de dengue. Segundo enfermeiros da unidade, o número de registros triplicou em relação ao começo do mês de dezembro, quando eram notificados entre 4 e 6 pacientes com suspeita de dengue por dia.
“Existe um aumento esperado para esta época do ano, quando as chuvas se intensificam. Mas desde 2010, o último ano de epidemia na capital, estávamos lidando apenas com uma variação do vírus da dengue, o vírus 1. Agora, além dele, teremos também o vírus 4, que pode atacar tanto quem nunca contraiu a doença quanto quem já foi infectado pelo tipo 1”, explicou Flúvia. Segundo a diretora, outro dado que indica se uma epidemia ocorrerá ou não em 2013 é a proporção do aumento de casos, semana a semana, números que só serão obtidos a partir do dia 13.
A diretora afirmou que o que dificulta a ação dos agentes da SMS no combate à dengue são os criadouros do mosquito Aedes aegypti em residências. “Muitas casas, por possuírem quintal, caixa d’água e piscina, são locais muito propícios para a reprodução do mosquito. E em muitas delas não conseguimos entrar”, explica. Ela afirma que moradores de setores como Jaó e Marista são conhecidos por não permitir a entrada dos agentes de saúde, enquanto bairros como o Jardim América possuem muitas residências fechadas, onde a entrada da SMS só pode ocorrer com a presença da Polícia Militar e de um chaveiro. “Nós abrimos, entramos, fazemos a limpeza dos criadouros e depois trancamos de novo. Mas nem sempre conseguimos eliminar todos os focos. Por isso, em Goiânia, temos criadouros mesmo no período de seca”.
O Ministério da Saúde considera tolerável que apenas 10% das residências de uma cidade fiquem sem a vistoria dos órgãos de saúde. Em Goiânia, a SMS informou que este número, chamado de índice de pendências, é de 15%. “Temos cerca de 600 agentes e recebemos a ajuda dos profissionais do Programa de Saúde Familiar, que cobre quase 60% da cidade. Mesmo assim, enfrentamos dificuldades com alguns moradores e localidades”, informou.
Além do aumento do número de casos nas últimas semanas, outro dado fornecido pela SMS preocupa os moradores da capital: o número de óbitos causados pela doença. Em 2011 foram registradas e confirmadas 18 mortes, enquanto em 2012 o número já chega a 23, podendo aumentar. “Nós enviamos os exames dos pacientes que faleceram para serem analisados em um instituto no Pará, que faz este trabalho para todo o Brasil. Então há uma demora. Ainda temos 10 casos aguardando análise lá para confirmar se foi mesmo dengue”, contou Flúvia.
Os óbitos foram registrados, em sua maioria, no primeiro semestre de 2012, período chuvoso. Flúvia afirmou que não há como prever se um paciente com dengue virá a óbito ou não. “Não é um vírus específico que causa a morte, nem a reincidência da doença. Isso depende da saúde do paciente, das condições do organismo dele. Geralmente, no quarto dia da doença é que sabemos se o estado é grave ou não”, explicou.
Ela também informou que a SMS fará cursos de capacitação e atualização com os profissionais da saúde do município para tratarem a dengue. “O mais importante é o paciente procurar ajuda médica no início dos sintomas. Quanto mais cedo sair o diagnóstico, maiores são as chances de o tratamento ir bem”. (05/01/13)
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Cremego
Denunciada pediatra que receitou emagrecedor
Marido de jovem que morreu após ingestão de substância fez queixa no Conselho Regional de Medicina. Causa da morte ainda é apurada
Carla Borges

O comerciante Cláudio Coelho de Jesus, de 33 anos, apresentou denúncia no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) contra a médica Simone Rosa de Castro. De acordo com a família, ela é a profissional que prescreveu o uso combinado de sibutramina e fluoxetina à mulher de Cláudio, Juliana Paula Silva, que morreu aos 26 anos no dia 27 do mês passado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida de Goiânia, depois de passar por outros seis hospitais em Goiânia e Aparecida com sintomas de alergia e intoxicação.
Cláudio quer saber se o uso dos medicamentos prescritos pela médica, que atendia em uma clínica para estética e emagrecimento na Alameda Couto Magalhães, no Setor Bela Vista, provocou a morte da mulher. Ele está particularmente intrigado com o fato de a médica ser registrada no Cremego como especialista em pediatria, para tratamento de crianças. “Quero que seja feita justiça. Alguém foi responsável por isso e quero que essa responsabilidade seja apurada. Não trará minha Juliana de volta, mas pode evitar que aconteça com outras pessoas”, afirmou ao POPULAR.
O marido argumenta também que Juliana pensou estar amparada pelo fato de o estabelecimento ter uma responsável técnica. “Ela procurou uma clínica que pensou que fosse séria”, relatou. Desde a morte de Juliana, a clínica está fechada. A reportagem tentou ouvir a médica no telefone do estabelecimento, mas ela não foi encontrada. “Por que a clínica fechou? Se não havia irregularidade, por que isso? Parece uma confissão de que há algo errado”, acrescenta o comerciante.
Cláudio adiantou que também acionará a Polícia Civil para investigar a morte da mulher. Ele está esperando apenas os resultados dos exames realizados nas vísceras de Juliana pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Goiânia. “Quero chegar à polícia com todos os documentos necessários para facilitar e agilizar a investigação”, diz.
PROCESSO
O presidente do Cremego, Salomão Rodrigues Filho, informou ao POPULAR que um procedimento de investigação já havia sido instaurado no conselho, a partir da veiculação de reportagens pela imprensa. “Agora, com a reclamação do companheiro dela, temos um denunciante e o processo seguirá o curso normal”, garantiu Salomão, acrescentando que o laudo do IML – previsto para sair dentro de um mês – será determinante na investigação, pois só ele vai esclarecer a causa da morte. Nos hospitais onde foi atendida, Juliana foi medicada com antialérgicos.
Salomão esclarece que a sibutramina é um inibidor de apetite prescrito sob controle especial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2011, porque, segundo pesquisas, seu uso prolongado pode ser um agravante para problemas cardíacos. “Uma das vias do receituário especial fica com a própria Anvisa, para controle e até pesquisas”, esclarece.
O presidente do Cremego confirma que a médica Simone Rosa de Castro é pediatra, inscrita no conselho, mas esclarece que, pela legislação brasileira, ela, como qualquer outro médico, tem o direito a praticar qualquer ato médico, ou seja, a prescrição dos remédios tem amparo legal. “Entretanto, não é prudente que quem tem especialização em uma área como pediatria prescreva um medicamento tão específico de outra área, que seria a endocrinologia”, afirmou. (05/01/13)
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JORNAL OPÇÃO
Huapa pode voltar a funcionar ainda este mês

A assinatura de uma Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) deve fazer com que prefeitura e Estado administrem o hospital conjuntamente

Marcos Nunes Carreiro
A novela do Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) pode ter o início de uma solução nos próximos dias. É o que pretendem o secretário estadual de Saúde, Antonio Faleiros, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e o procurador-geral do Estado, Alexandre Tocantins, que visitaram a unidade na manhã desta segunda-feira, 7, para discutir os termos de assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP) que deve garantir a reabertura total do hospital.

O Huapa está funcionando parcialmente desde o dia 21 de agosto de 2012 e atualmente estão em pleno funcionamento os setores de imagenologia, ortopedia, internações eletivas e atendimento ambulatorial, sendo que dos 10 leitos de UTI, apenas três podem ser utilizados. De acordo com o secretário Antonio Faleiros, não há como liberar a UTI, pois ela precisa de reformas. “Não tem como funcionar a UTI sem a reforma do piso. Lá é um local que tem muita infiltração e o piso está deteriorado. Hoje, tem um paciente interno, mas mais do que isso não dá pra fazer”, explicou.

Ele pontuou ainda que, nos termos atuais, a unidade só tem condições de voltar a funcionar com uma parceria, uma vez que o Estado sozinho não consegue manter o hospital. “O Estado tem dificuldades, de modo geral, para fazer compras em menos de 180 dias. O próprio sistema burocrático não nos permite fazer isso. Então, fizemos um TAC junto ao Ministério Público em que repassaremos ao município a verba necessária para fazer as compras. Abastecendo o hospital, poderemos marcar datas para a reativação de algumas funções da unidade”, declarou.

Para Maguito Vilela, “nada justifica que esse hospital fique fechado, ou funcionando precariamente, enquanto o Estado padece de hospitais como esse". "Se o governo tem condições de passar a gestão para uma OS, que repasse imediatamente; se o problema for jurídico, vamos à Justiça, porque é preciso entender que doença tem pressa. A Justiça não pode ficar com o processo demorado e prejudicando as pessoas. Agora, se o Estado resolver também passar para a prefeitura, com os recursos que o hospital tem direito, nós tocaremos a unidade”, disse.

O TAC já foi assinado pelo secretário e pelo prefeito. Só falta a assinatura do procurador-geral do Estado, prevista para ocorrer amanhã, 8. Para ele, o TAC “é o início da resolução. Essa é a medida mais urgente para que o hospital retome as atividades para as quais ele foi concebido”, relatou. Segundo o termo, após a celebração, existe um prazo de 15 dias para o hospital esteja funcionando em sua totalidade.
Municipalização do hospital
“Se quiserem municipalizar o hospital, eu assumo na hora”. Foram as palavras de Maguito Vilela hoje pela manhã. Contudo, segundo o secretário Antonio Faleiros, a probabilidade de que a administração do Huapa seja passado a Aparecida é bastante pequena. “Nós criamos em Goiás, há 22 anos, 10 hospitais regionais que foram municipalizados. E eles diminuíram, ao invés de crescer. Então, não foi uma boa experiência. Por isso, tomamos essa atitude de continuar administrando a unidade pelo Estado, mas com a parceria da prefeitura de Aparecida de Goiânia”, falou. (07/01/13)
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Chave da gestão na Saúde está em não isolar a pasta

Saturado de críticas em qualquer administração, setor precisa passar por ação que una esforços com áreas afins, como as secretarias de Defesa Social e da Educação
Elder Dias
Saúde é item de primeira necessidade e só quem carece dela parece ter a real noção disso. A constatação é lugar-comum, mas nem por isso deixa de ser verdade: somente quem já teve de enfrentar filas e varar madrugadas por uma consulta ou um exame sabe o valor inestimável de estar são. E por isso se multiplicam as propostas e projetos com esse tema durante as campanhas eleitorais.

Se o plano de governo do prefeito Paulo Garcia (PT) é ousado em muitas áreas — inclusive no sentido de cheio de metas —, não é diferente em relação à saúde.  O documento, em seu todo, é bem “petista”, como não poderia deixar de ser, mas a parte sobre a saúde é assentada em uma base problemática bastante real e palpável: “Políticas de saúde insuficientes para atender a demanda da população e humanizar o atendimento”.

Não é de hoje que o cenário da saúde beira o caos em Goiânia. E não será amanhã que estará tudo às mil maravilhas, por mais bem intencionado que seja o gestor que esteja no comando — e Paulo Garcia é, até por ser médico. As reclamações nos postos de saúde e nos Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais) ainda são frequentes: na edição do almoço de um jornal televisivo na sexta-feira, 4, um dos principais motes foi justamente a falta de atendimento eficiente em unidades de saúde do município.

Como município polo, Goiânia não tem como se livrar da demanda vinda de outras cidades da região metropolitana, bem como do restante do Estado. A “ambulancioterapia” — uma verdadeira política pública entre aspas, da qual se gabam muitos pretensos gestores — acaba por afetar o orçamento da capital, tornando insuficientes os recursos da saúde (calculados sobre o total da população da cidade) que lhe são destinados. O efeito cascata é previsível: para atender gente além da demanda local, estica-se o cobertor nesse rumo, o que causa a exposição de outra parte do “corpo”, o da aplicação em materiais de consumo e recursos humanos.

O município de Goiânia aplica 23% de sua receita — segundo palavras do próprio prefeito, Paulo Garcia (PT) — em saúde, enquanto o montante constitucional obrigatório é de 15%. Os municípios que mandam seus pacientes para a capital não gastam muito mais do que o combustível da ambulância em suas “políticas públicas”. Um problema menos a ser lamentado do que enfrentado, buscando saídas com o governo federal.

O maior gargalo, porém, é logo ali, na porta de entrada: os postos de saúde, Cais e Ciams são as estruturas mais criticadas e visadas, logicamente por atenderem ao maior número de usuários. Por parte da classe dos profissionais da saúde, à parte salário menor que o merecido — como ocorre também com os professores de todo o setor público —, é preciso mesmo rever a forma de tratar o cidadão: as reclamações são muito menos em torno da falta de materiais e recursos do que pelo jeito com que se recepciona (ou se decepciona) as pessoas nas unidades de saúde. Basta ler as linhas e entrelinhas do que dizem os entrevistados por emissoras de rádio ou TV.

O fato é que a Prefeitura precisa executar com o orçamento da saúde, apesar de todo o gasto a mais que já tem com o setor, aquilo que é uma das seis estratégias de atuação governamental previstas no plano de governo: fazer mais e melhor com menos. Nesse sentido é preciso integrar outras pastas, que têm certa relação com a da Saúde, agora gerida por Fernando Machado, um profissional da área — é médico anestesista — já com boa experiência: com Iris Rezende no Paço, foi diretor do Serviço Móvel de Urgência (Samu) e, em um segundo momento, diretor de Avaliação, Regulação e Controle da Secretaria Municipal de Saúde, cargo em que permaneceu quando Paulo Garcia assumiu o governo.

Crack e saúde

Um dos pontos-chave que a Prefeitura precisa atacar envolve um fato aterrador e trágico: o número exponencial de crescimento dos usuários de crack. Nenhuma gestão para a saúde — nem para a segurança pública, é bom que se diga — fará efeito se não houver uma atenção especial e um planejamento ousado, eficiente e direcionado para estancar a hemorragia causada em termos sociais, psíquicos e econômicos pela epidemia de dependentes do crack.

Nesse sentido, é fundamental que a Prefeitura priorize o investimento nos CAPs-AD [os centros de atenção psicossocial voltados para tratamento de álcool e drogas]. A criação da pasta de Defesa Social, administrada pela ex-delegada-geral da Polícia Civil Adriana Accorsi, parece ser um movimento nesse sentido. O drama do crack talvez seja a questão de maior intersecção entre segurança, saúde e assistência social. Nada melhor do que ter alguém do quilate de Adriana — que sempre demonstrou, nas entrevistas que concedeu, uma sensibilidade tocante com as misérias que testemunhou como policial — para dar uma mão na roda nas políticas públicas de saúde relativas à dependência química.

Outra pasta importante de interação com a Saúde é a da Educação: um trabalho alinhavado com a rede pública é a maneira mais rápida e barata de formar uma política eficaz de medicina preventiva — as crianças e adolescentes são multiplicadores naturais de conhecimentos básicos nas áreas de higiene e saneamento, o que causa efeito direto nas práticas e hábitos familiares.

Mulher, um capítulo à parte. E importante

Se já há um legado na área da saúde do qual Paulo Garcia poderá se gabar quando deixar a administração municipal é o de ter priorizado a atenção a mulher de forma clara e objetiva: foi dele — apesar da ideia ter constado das propostas/promessas de seu antecessor, Iris Rezende — a execução da “ressurreição” da Maternidade Dona Iris, na Vila Redenção. Todos os tijolos da nova unidade hospitalar foram colocados durante o mandato do petista. E todo o dinheiro lá investido saiu dos cofres de Goiânia.

Mais do que isso, sua transformação de simples maternidade para um “hospital da mulher” — expressão que foi acrescida ao nome original — é um sinal a mais dessa preocupação de desempenhar, também linguisticamente, uma afirmação de política de gênero. De nada valeria se a política pública não fosse executada na prática. Pouco mais de seis meses depois da inauguração, o Dona Iris já está em pleno funcionamento. Bom para a cidade, mas especificamente para um quantitativo carente do serviço público na região sul de Goiânia, onde está localizado o prédio.

A maternidade é a unidade de referência da Prefeitura para, além da própria Vila Redenção, bairros como Setor Pedro Ludovico, Setor Água Branca, Parque das Laranjeiras, Parque Atheneu, Alto da Glória e Parque Santa Cruz, entre muitos outros. É uma maneira acertada de, ao mesmo tempo, descentralizar e priorizar: a única unidade pública da capital que se poderia dizer — ainda que não totalmente — referência no atendimento à mulher, até então, era o Hospital Materno-Infantil (HMI), que, localizado no Setor Coimbra, obviamente não facilita o acesso à população da periferia.

Nesse sentido, Paulo Garcia pretende dar uma tacada de mestre: a construção de mais duas unidades-referência para a saúde da mulher, uma no Conjunto Vera Cruz, região oeste da capital, e outra no Jardim Curitiba, na região noroeste. Esta consistirá em uma ampliação da atual Maternidade Nascer Cidadão, que será expandida, aproveitando a grande área pública livre ao redor da unidade.

O que tem em comum entre as duas novas unidades destinadas à mulher? Ambas serão erguidas em regiões das mais carentes da capital, bastante populosas e de acesso mais difícil ao Centro. O hospital do Conjunto Vera Cruz será o primeiro a ser construído, na perspectiva de assistir, de imediato, a uma região de muita densidade: além do bairro-sede, setores como Goiânia Viva, Bairro Goiá, Vila Regina, Parque Oeste Industrial, Setor Rodoviário, Vila Canaã. Mais ainda: as dezenas de milhares de moradores — boa parte deles de situação apenas remediada — de bairros que estão quase na divisa com Trindade, como Jardins do Cerrado e Mundo Novo, terão assistência pré-natal praticamente “ao lado”, em vez de ter de atravessar toda a capital.

Da mesma forma, a ampliação da Nascer Cidadão e sua transformação em hospital da mulher assistirá um contingente considerável: estima-se que a região noroeste concentre o maior porcentual da população goianiense de renda mais baixa. Bairros como Vila Mutirão, Jardim Liberdade, Vila Finsocial, Bairro da Vitória, Jardim Nova Esperança e o próprio Jardim Curitiba serão os mais beneficiados.
Hospital municipal

Uma outra carta na manga bastante positiva de Paulo Garcia em relação à saúde ainda está envolta em algum mistério: o anúncio — feito em primeira mão ao Jornal Opção — de que Goiânia terá um hospital público municipal. Ainda não se sabe exatamente como isso se dará: alguns falam em aquisição das instalações de uma grande unidade hospitalar no Centro, que poderia se dar com base em uma permuta. O prefeito ainda não confirma nada além do essencial. Diz que o hospital terá “atendimento multidisciplinar” e será “equipado com o que há de mais moderno em tecnologia”.

O fato mais importante sobre este caso é o prazo: Paulo prevê que poderá entregar o equipamento de saúde à população ainda neste ano. Seria uma tacada de mestre tanto em termos de gestão como de política. De fato, o governo estadual tem, por exemplo, o compromisso em plano de governo de entregar também um hospital da mulher e outro, de urgências, à região noroeste de Goiânia. Nenhuma das obras sequer começou. A Prefeitura já largou na frente com a reabertura da Maternidade Dona Iris; se conseguir êxito nos dois outros hospitais da mulher e mais um hospital municipal dará um passo gigantesco, inclusive em termos de sucessão — e Paulo Garcia é hoje, sim, o nome mais em evidência da oposição para um embate com Marconi Perillo. E se mostrar obras físicas e gerenciais na saúde em Goiânia, o petista se cacifa de modo estupendo para discutir o tema em âmbito estadual. (06/01/13)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Guerra de pesquisas contra mal de Alzheimer
Pesquisadores do Rio de Janeiro estão perto de descobrir medicamentos para impedir proliferação da doença degenerativa

DIÁRIO DA MANHÃ
WELLITON CARLOS
Imagine um mal que declina, paulatinamente, seus comportamentos habituais. Primeiro  perde-se a memória, depois atitudes mais comuns, como identificar até mesmo pessoas da família — como pais e filhos. O mal de Alzheimer afeta quase 20 milhões de pessoas no mundo, produzindo uma multidão vegetativa que amplia problemas de seguridade social e saúde pública. Com o aumento da expectiativa de vida, o fato deve ser visto com naturalidade e expectativa.
Problema é explicar para a população que — depois de enfrentar tumores, problemas do coração, diabetes e tantas outras doenças — ainda deve ter coragem e disposição para viver o mal de Alzheimer.  
O que existe de melhor, entretanto, é uma sequência de boas notícias no campo científico.  Três pesquisas divulgadas recentemente colocam a doença nas cordas e começa a mudar o cenário desanimador dos estudos.
Um grupo da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) tem se debruçado sobre o mal.  Sob a coordenação da pesquisadora Fernanda de Felice, do Instituto de Bioquímica Médica, o centro identificou aproximações do mal de Alzheimer com o diabetes.
Na verdade, o grupo tem realizado inúmeras revelações. A mais animadora delas indica que a falta de insulina pode desencadear o diabetes, mas também ser devastador para o cérebro.  De um lado, os estudos tradicionais do mal de Alzheimer chegaram a conclusão de que doença é provocada pela proliferação desordenada da proteína beta-amilóide nos neurônios, fundamentais  para a memória. 
Esta substância gruda exatamente onde  a insulina se prende. Ou seja, impede, de fato, esta conexão. Grupo suspeita que é possível utilizar tratamentos contra diabetes para atacar o mal de Alzheimer.  Para isso, é necessário ampliar os testes.  
A promissora pesquisa tem sido debatida em congressos científicos. Ainda é cedo para comemorar a vitória, mas os dados foram publicados no Journal of Clinical Investigation.
A ideia é de que o uso do medicamento exenatida-4 exerça  efeito protetor sobre neurônios.
Em roedores, o impossível parece ter ocorrido:  o medicamento contra diabetes tipo 2 não só cessou os problemas como reduziu os efeitos do mal. Os testes agora  com seres humanos migraram para o Reino Unido. Existe uma forte cooperação internacional para que a doença seja encurralada por meio da comunidade científica.
Como a insulina está, dentro do cérebro, relacionada ao processo de memorização, a dificuldade em lidar com ela prejudica o funcionamento do órgão.
O m al de Alzheimer é uma doença dilacerante, que mexe com dramas familiares.  Recente pesquisa de doutorado da UnB mostra como as filhas cuidadoras de pais com  o mal sofrem e projetam os relacionamentos.
Pesquisa indica que a troca hierárquica das filhas, que passam a controlar e cuidar das mães, produz descontentamento constrangedor.  O exercício desta espécie de “poder”, de serem as mães das próprias mães, é algo que as torna frágeis psicologicamente, indica.
Em Goiás, o ex-governador Mauro Borges sofre da doença. Na política internacional, o ex-presidente Ronald Reagan amargou os sintomas do Mal descoberto no começo do século passado, em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer.
Trata-se  da principal causa de demência em pessoas com mais de 60 anos no Brasil. A cura ainda está distante, mas as recentes pesquisas começam a pensar em formas de bloquear o avanço ou  antecipar o ataque das proteínas.
Benefícios
da educação formal
Estudo da Universidade da California apontou sete medidas para prevenir a doença. Nas contas dos pesquisadores, investir na melhora do nível de educação é a principal delas.
Em seguida, o estudo recomenda que não fumar, controlar a pressão arterial, estabelecer dieta saudável, prevenir diabetes, impedir a depressão e fazer atividades físicas podem diminuir pela metade as chances da chegada da doença.
Os dados constam do anuário da última Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, também publicados no The Lancet.  “Pela lógica, as atividades educacionais, muitas vezes organizadas em ciclos e progressões, tendem a aumentar as capacidades cognitivas das pessoas”, diz o psiquiatra  Roberto Bastos.
Ele diz que a pesquisa aponta exatamente o baixo níve educacional como um dos fatores determinantes para o desenvolvimento da doença. Em 19 %  dos entrevistados, os pesquisadores indentificaram o desinteresse pelo estudo como fator crucial. “É interessante notar que é baixíssimo o índice de doenças neurodegenerativas em pessoas com padrão avançado de estudos, com doutorado e mestrado, por exemplo”.
Esta pesquisa está intimamente ligada a um estudo que se iniciou no Canadá há dois anos. Ao contrário, entretanto, a pesquisa da Universidade de Toronto diz respeito ao momento após o diagnóstico da doença. 
Grupo suspeita que em pacientes com grau inicial de Alzheimer é possível reverter a doença. Eles não sabem explicar como isso acontece, mas dois pacientes apresentaram melhora e aumento do tamanho do hipocampo em 5% após estimulação de eletricidade no cérebro.  É comum tentar usar esta forma de tratamento para doenças como depressão, Parkinson e síndrome de Tourette.  Diversos médicos do Brasil usam o sistema de Estimulação Cerebral Profunda.
A estimulação nos dois pacientes ocorreu no fórnix, parte do cérebro importante por levar as mensagens e informações até o hipocampo – o centro cerebral de onde sai a memória de longa duração. (07/01/13)
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13 prefeitos conhecem as ações do Campo Saúde
Prefeitos de 13 municípios goianos participaram da primeira edição do ano do programa Campo Saúde, realizado ontem na Unidade de Saúde da Família do Parque Santa Marta, em Inhumas (GO). A prefeitura municipal e o Sindicato Rural de Inhumas foram os parceiros do Sistema Faeg/Senar na execução do programa que foi criado para facilitar o acesso das comunidades rurais aos serviços básicos de saúde e de cidadania gratuitos e de qualidade.
Foram oferecidas as especialidades médicas de Clínica Geral, Pediatria, Dermatologia, Oftalmologia, Ginecologia, Geriatria, além de odontólogo de plantão. A população também realizou os exames de aferição de pressão arterial, teste de glicemia, exame de prevenção contra o câncer do colo de útero, ultrassonografia e vacinação. Houve distribuição de medicamentos, serviço de corte de cabelo, fotografia para emissão de Carteira de Trabalho, Identidade, CPF, além de assessoria jurídica e inscrição para curso de corte e costura.
Durante a abertura oficial do evento, José Mário Schreiner, presidente do Sistema Faeg/Senar, lembrou o pedido do prefeito Dioji Ikeda, antes mesmo de sua posse, para a parceria do Campo Saúde em Inhumas. Ele elogiou o empenho da prefeitura municipal e do Sindicato Rural para que os atendimentos de saúde e cidadania do programa pudessem ser levados aos trabalhadores e produtores rurais do município e região.
Para José Mário, o Sistema Faeg/Senar tem a preocupação de cuidar dos interesses e da capacitação dos produtores rurais e com o Campo Saúde essa preocupação foi ampliada à população goiana. “Melhorar a qualidade de vida da população é o objetivo do Campo Saúde desde a sua criação em 2008”, explica.
O prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda, comentou do respeito que o Sistema Faeg/Senar tem com o cidadão goiano. Para ele, a representação desse respeito pode ser vista e vivida durante a realização do Campo Saúde no município. “Fizemos questão da parceria na realização desse evento porque conhecíamos o trabalho do José Mário e do Sistema Faeg/Senar. Queríamos que fosse realizado três dias após nossa posse, porque fomos eleitos para trabalhar pela população. Enquanto tiver carência, trabalharemos”, ressaltou.
O presidente do Sindicato Rural de Inhumas, José Rui Garcia, elogiou o tratamento recebido pelo Sindicato na Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e agradeceu a parceria por trazer vários médicos para a população de Inhumas.
O deputado Rubens Otoni, presente no evento, elogiou a disposição do Sistema Faeg/Senar pela realização de sua 100ª edição do Campo Saúde. (06/01/13)
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Faleiros testa portaria informatizada do HGG

A portaria do Hospital Alberto Rassi – HGG está totalmente informatizada para aumentar a segurança dos pacientes e reduzir o tempo de espera nas filas que se formam para as visitas aos pacientes internados. No primeiro dia da informatização, ontem, o secretário de Estado da Saúde, Antônio Faleiros, foi um dos cerca de 500 visitantes da unidade de saúde que passaram pelo novo cadastramento e aprovou o sistema implantado pela organização social Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech).
De acordo com o secretário de Saúde, a portaria informatizada do HGG vem para somar na qualidade dos serviços oferecidos pela rede de saúde do Estado. “É um sistema muito moderno que vem para impedir ocorrências de roubos, protegendo pacientes e acompanhantes”, disse. Depois de enfrentar amarras burocráticas, Antônio Faleiros afirma que os investimentos feitos pela Secretaria, por meio da organização social, estão começando a mostrar resultados. “Queremos um hospital igual ou até melhor do que os hospitais particulares.”
O secretário testou o novo fluxo da portaria. Ao chegar no HGG, mostrou seus documentos, tirou uma foto através da webcam  e recebeu uma etiqueta com o código de barras, em que constava os seus dados e o departamento que iria visitar. O processo demora menos de um minuto. O Idtech preparou uma estrutura de apoio para esclarecer sobre a informatização. Além de panfletos explicativos, uma agente “Conte Comigo” orientou cada visitante. Esta colaboradora ficará de forma permanente na portaria principal durante o horário de visita do hospital. (05/01/13)
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Turbinando o cérebro
Exercitar órgão, tirando-o da zona de conforto, contribui para que inúmeras funções apresentem melhores rendimentos

THAMYRIS FERNANDES
Responsável por colocar ordem no organismo, o cérebro é uma máquina eficiente e está presente até nas tomadas de decisões. No entanto, se acomodado, as engrenagens desse sistema acabam desacelerando e ele acostuma ao que é corriqueiro. De acordo com o neurologista Leandro Teles, tirar essa estrutura da “zona de conforto” é algo positivo e faz com que inúmeras funções apresentem rendimentos melhorados.
Segundo o especialista, esse órgão pode ser moldado a partir de nosso comportamento cotidiano. Ele explica que há maneiras de ser mais criativo, ter uma memória melhor, ser mais concentrado, reduzir a taxa de erros, ter destaque profissional, social e familiar. “É possível turbinar os neurônios para tomar as micro e macro decisões que fazem toda a diferença no dia-a-dia. Se a pessoa faz as mesmas coisas todos os dias, o órgão deixa de aprender o novo e fica restrito ao que é conhecido.”
Mas para sair da inércia, é preciso esforço. Conforme o neurologista, é preciso exercitar diariamente áreas diferentes da estrutura cerebral para estimular setores que são pouco utilizados. “Uma boa maneira de começar o ano e melhorar as perspectivas para os próximos 12 meses é exercitar o cérebro e lhe propor desafio”, diz.
Primeiros passos
E para não ficar apenas na promessa, Leandro Teles elaborou um série de dicas para começar e manter os neurônios em ginástica constante. A primeira coisa a ser feita, conforme o médico, é organizar os ambientes nos quais vocês fica. Ele ressalta que o cérebro é muito sensível aos locais, por isso, cada um deve ser adequado a sua função.
“O trabalho deve ser organizado para o trabalho, o quarto deve ser organizado para o sono e assim por diante. A limpeza e a boa distribuição dos ambientes contribuem para o bom rendimento e a concentração, pois não gera competição de estímulos”, esclarece.
Outra prioridade dessa nossa ‘máquina’ é o descanso adequado. Leandro recomenda que a pessoa jamais se prive do sono ou de momentos de lazer. Isso faz com que o cérebro renove as forças e melhore os resultados. “Durante o sono, se consolidam memórias do dia anterior, ocorre organização do raciocínio. O órgão exercita a criatividade e libera uma série de hormônios que modulam a reparação de tecidos, levando a maior longevidade e qualidade de vida. Dê atenção total ao seu sono e seu descanso de modo geral”, recomenda.
Ele aconselha que todos reservem, pelo menos, oito horas para esse segundo passo. “Pausas são muito importantes para o órgão. Não se pode ficar sem férias por muito tempo, bem como excluir pequenos momentos de prazer, como um cochilo a tarde, quando for possível.”
De acordo com o neurologista, uma alimentação saudável também é uma medida válida e que entra para a lista. Ele afirma que o sistema nervoso recebe interferências de alimentos gordurosos e de má qualidade, que deixam a digestão e outras funções do corpo mais lentas.
Leandro recomenda ainda prestar atenção ao tamanho das porções ingeridas. Ele acrescenta que o ideal é consumir sempre alimentos saudáveis e em pequenas quantidades ao longo do dia. “O cérebro precisa de alimentos de fácil digestão e bastante líquido. É muito importante também evitar álcool e estimulantes, como a cafeína em excesso. As escolhas devem priorizar verduras, legumes, grãos, carnes magras e frutas.”
Controle e raciocínio
Segundo Leandro Teles, uma boa maneira de deixar o cérebro a prova é tentar controlar o tempo com organização. Ele explica que fazer muitas tarefas simultâneas e se atribular de afazeres é uma maneira ruim de realizar o trabalho, além de contribuir para os famosos lapsos de memória. “O importante é não deixar o cérebro sobrecarregado: resolva um problema por vez. As pessoas também precisam aprender a delegar mais e a traçar metas factíveis a esse sistema.”
O controle do estresse e da ansiedade são outras etapas ressaltadas pelo médico. Conforme o neurologista, a pessoa ansiosa tira o foco do presente e passa a se preocupar com coisas futuras, que não podem ser solucionadas por enquanto. Ele lembra também que indivíduos constantemente estressados liberam altos níveis de adrenalina e cortisol no sangue – hormônios que deixam o organismo em alerta –, o que não é favorável ao bom funcionamento do cérebro, do sistema imunológico e do cardiovascular.
Outras doenças orgânicas, como a depressão e o distúrbio de tireoide, também atrapalham a concentração, uma vez que atingem o cérebro de maneira indireta. “Para combater a ansiedade, o stress e demais sintomas que comprometem a concentração, procure identificar e solucionar seus determinantes, praticar atividades físicas regulares e procurar ajuda médica especializada.”
A última e talvez a mais relevantes das dicas, segundo Teles, diz respeito a mudança de atitudes. Como já citado na matéria, o médico recomenda que as pessoas saim da zona de conforto e abasteça o cérebro com novos conhecimentos, metas e planos. “Estudar, ler, fazer palavras cruzadas são ações simples que colocam o cérebro em teste. Fazer o caminho de casa por percursos diferentes, escovar os dentes ou escrever com a mão esquerda são outros exemplos de exercícios.”
De acordo com Leandro, tudo para mudar a rotina é válido no sentido de estimular o sistema cerebral. No entanto, talvez o mais eficiente seja voltar para um banco de faculdade, fazer cursos ou aprender um novo idioma. “Os estudos socializam as pessoas e as inserem na sociedade de forma que elas se sintam útil. Isso contribui para a regra de ouro do cérebro, que consiste em buscar o novo até o último momento”, ressalta Teles.
Atividades para rejuvenecer a vida
Dona Gasparina Badia Musse, aos 64 anos, é um exemplo de bons rendimentos. Aposentada e formada há mais de 40 anos em Direito, ela resolveu voltar para a faculdade e está estudando Gastronomia. Segundo ela, o estímulo surgiu ao descobrir que tinha câncer de mama. “Eu não sobreviveria ao meu tratamento se estivesse parada em casa. Sempre fui muito ativa e não pararia agora que precisava de contato com outras pessoas”, explica.
Segundo ela, no começo a volta para uma sala de aula foi um tanto turbulenta, mas agora já acertou o ritmo com os colegas. “A gente passa a ter outras necessidades de conhecimento. Eu, por exemplo, passei a ter mais facilidade em aprender teorias e em aceitar o que não era comum a mim. O convívio com pessoas mais novas também é algo bom para a cabeça”, afirma.
Para Gasparina, os estudos só trouxeram bons resultados. Ela explica que ficou mais alerta e disposta, além de ter ajudado a superar as dificuldades com a doença crônica que atinge as articulações e a coluna. “Quando vou para a aula, as pessoas me ajudam e o local fica adaptado para mim. Isso é ressocialização, coisa que a gente precisa muito depois de uma certa idade”, garante.
A volta aos estudos também teve o mesmo efeito rejuvenescedor na professora aposentada Telma Septimio Belo, de 60 anos. Ela iniciou o curso tecnológico em Eventos em setembro do ano passado e está empolgada com o campo de atuação. “Voltar é sempre muito bom. A gente não pode permitir que o tempo e a idade não atinjam a inteligência e a disposição em aprender.”
Dona Telma, no entanto, é ainda mais ousada. Para não dar tempo ao cérebro se acostumar com a calmaria, ela também se dedica à malhação regular. Ela conta que, invariavelmente, três vezes por semana faz uma série de exercícios de musculação. “As pessoas que se aposentam e ficam em casa acabam regredindo. O esforço físico e os estudos são bons para o corpo e para mente, pois exercitam e tiram do comodismo as duas vertentes. Eu me sinto saudável por ter uma vida fora de casa e me manter atualizada com o mundo.” (05/01/13)

 

………………………………………….CONTINUA