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DESTAQUES
Goiânia terá segundo turno entre Fred Rodrigues e Sandro Mabel
“Responsável pelo resultado foi tanto Bolsonaro quanto Rizzo, foi um sentimento”, diz Fred Rodrigues após resultado
Confira os 37 vereadores eleitos em Goiânia
Diferenças entre a saúde no Brasil e nos EUA
Governança eficaz e saúde digital: interdependência essencial para superar desafios complexos
Mulheres temem o câncer, mas subestimam a importância da mamografia
Projeto de Lei da ANS desafia operadoras de planos de saúde
JORNAL OPÇÃO
Goiânia terá segundo turno entre Fred Rodrigues e Sandro Mabel
Fred Rodrigues, do PL, (com 31,13% dos votos), e Sandro Mabel, do UB, (com 27,66%) não podem ser ultrapassados por concorrentes ou atingir 50% dos votos válidos
Com 100% das seções totalizadas, as eleições de Goiânia serão decididas no segundo turno. Os candidatos Fred Rodrigues, do PL, (com 31,14% dos votos), e Sandro Mabel, do UB, (com 27,66%) seguem para a votação do segundo turno, que decidirá o próximo prefeito da Capital no dia 27 de outubro.
Perfis dos candidatos
Fred Rodrigues (PL)
Frederico Gustavo Rodrigues da Cunha, 39 anos, nasceu em Goiânia no dia 25 de novembro de 1984. Filho de Aldo Rodrigues da Cunha e Maria Aparecida Alves da Cunha, que se mudaram de Minas Gerais para a capital goiana nos anos 1970, é o primeiro goiano da família.
Em Goiânia, conta com o apoio de figuras políticas como os deputados Gustavo Gayer (PL-GO), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda na política, Fred Rodrigues se candidatou nas eleições de 2020 para o cargo de vereador por Goiânia.
No entanto, foi eleito apenas dois anos depois, em 2022, para deputado estadual, pelo partido Democracia Cristã (DC), antigo Partido Social Democrata Cristão (PSDC), sendo o mais votado de Goiânia e o 8º no estado. Ao todo, foram 42.784 votos. Apesar disso, Fred Rodrigues não está mais como deputado estadual após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte enxergou irregularidades na prestação de contas dele quando se candidatou para vereador em Goiânia.
Fred Rodrigues se candidatou a prefeito de Goiânia pelo Partido Liberal (se filiou em abril de 2024). Segundo ele, seu plano de governo está baseado em seis pilares, são eles: liberdade econômica e apoio ao empreendedorismo; gestão pública eficiente e transparente; segurança e ordem pública; desenvolvimento urbano e mobilidade; educação de qualidade e tradicional; e, por fim, saúde integral: esporte, inclusão, prevenção e controle rígido de drogas.
Sandro Mabel (UB)
Sandro da Mabel Antônio Scodro, com 65 anos, é um empresário e político brasileiro, casado com Karolyna Santos, também empresária, e pai de três filhos. Ele nasceu em 31 de dezembro de 1958, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. É filho Nestore Scodro e Maria Luiza Scodro.
Sua formação acadêmica inclui graduação em Administração de Empresas e especializações tanto no Brasil quanto no exterior. Além de empresário, é contador e possui experiência em diversas áreas, sendo pecuarista e carcinicultor, atuando também no mercado imobiliário.
No campo político, Sandro Mabel teve uma carreira significativa, sendo deputado estadual por um mandato e deputado federal por 20 anos, onde se destacou como líder do PL na Câmara e relator da Reforma Tributária. Além disso, foi assessor especial do ex-presidente Michel Temer.
Desde janeiro de 2019, Mabel ocupava a presidência da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), com a missão de fortalecer as indústrias do estado. No final de 2022, Sandro Mabel lançou um plano de investimentos da Fieg, que prevê a aplicação de R$ 1 bilhão na construção e modernização das estruturas do Sesi e Senai em todo o estado de Goiás até 2026.
Agora, em 2024, retornou à política para se candidatar à Prefeitura de Goiânia com o apoio e convite do governador Ronaldo Caiado (UB). Mabel também se filiou ao mesmo partido do Chefe do Executivo estadual, o União Brasil.
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“Responsável pelo resultado foi tanto Bolsonaro quanto Rizzo, foi um sentimento”, diz Fred Rodrigues após resultado
Sobre os apoios políticos ele afirmou que está de portas abertas, mas que não vai fazer trocas políticas
O candidato do PL, Fred Rodrigues, deu entrevista após o resultado que confirmou ele na segundo turno das eleições e disse que o objetivo de derrotar o plano “A” do PT foi alcançado. Com 99,97% das urnas apuradas, Fred alcançou 31,14% dos votos.
A entrevista foi dada à TBC e o candidato disse que está disposto a fazer um trabalho de forma pragmática priorizando o perfil técnico. “Vamos continuar o trabalho de forma honesta e pragmática buscando uma Prefeitura técnica como a gente sempre defendeu e quem estiver disposto a fazer isso vem com a gente para mudar Goiânia, mas acho que ficou claro que a gente conseguiu derrubar o plano A do PT”, afirmou.
Ele ainda disse que o responsável pela vitória no primeiro turno é atribuída ao “sentimento Bolsonaro”.
“Responsável pelo nosso resultado foi tanto Bolsonaro quanto Rizzo, foi um sentimento e hoje aqui em Goiânia eu e meu vice estamos a frente disso”, afirmou.
Ao final Fred ainda disse que ficou muito feliz com o resultado é que disse que vai manter o nível de discussão que teve no primeiro turno e que ao mesmo tempo afirmou que foi uma eleição desafiadora. Sobre os apoios políticos, ele afirmou que está de portas abertas, mas que não vai fazer trocas políticas. “Já estamos recebendo ligações de vários vereadores e vamos fazer uma Prefeitura técnica, mas sem fechar as portas para ninguém”, disse.
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Confira os 37 vereadores eleitos em Goiânia
Os eleitores de Goiânia definiram neste domingo (6/10) a composição da Câmara Municipal para os próximos quatro anos. Após a conclusão da apuração, os 37 vereadores eleitos foram conhecidos, com Major Vitor Hugo (PL) sendo o mais votado do pleito.
Confira a lista completa dos 37 eleitos:
Major Vitor Hugo (PL)
Professor Edward (PT)
GCM Romario Policarpo (PRD)
Aava Santiago (PSDB)
Sargento Novandir (MDB)
Geverson Abel (Republicanos)
Henrique Alves (MDB)
Pedro Azulão Jr. (MDB)
Igor Franco (MDB)
Anselmo Pereira (MDB)
Lucas Kitão (União)
Isaías Ribeiro (Republicanos)
Kátia (PT)
Fabrício Rosa (PT)
Oséias Varão (PL)
Luan Alves (MDB)
Ronilson Reis (Solidariedade)
Juarez Lopes (PDT)
Bruno Diniz (MDB)
Lucas Vergílio (MDB)
Cabo Senna (PRD)
Bessa (DC)
Léia Klebia (Podemos)
Tião Peixoto (PSDB)
Coronel Urzêda (PL)
Willian Veloso (PL)
Rose Cruvinel (União)
Léo José (Solidariedade)
Denicio Trindade (União)
Welton Lemos (Solidariedade)
Markim Goya (PRD)
Dr. Gustavo (Agir)
Thialu Guiotti (Avante)
William do Armazém Silva (PRTB)
Heyler Leão (PP)
Daniela da Gilka (PRTB)
Sanches da Federal (PP)
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CANAL COM Q | EDITORIAL
Diferenças entre a saúde no Brasil e nos EUA
O que os brasileiros devem saber antes de viajar
Compreender as diferenças entre os sistemas de saúde do Brasil e dos Estados Unidos é fundamental para os brasileiros que planejam visitar o país norte-americano seja por turismo, trabalho ou moradia. Essa preparação pode evitar surpresas desagradáveis e garantir acesso adequado a serviços médicos durante a estada na Terra do Tio Sam.
Alexandre Bacci, especialista em negócios na área de saúde, explica as principais distinções entre os dois sistemas e oferece dicas valiosas para os brasileiros que estão de malas prontas para desembarcar em solo americano.
Sistema de saúde no Brasil vs. Estados Unidos
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento médico gratuito e universal a todos os cidadãos, complementado por planos de saúde privados para aqueles que optam por cobertura adicional. Já nos Estados Unidos, não existe um sistema de saúde público. O atendimento médico é majoritariamente privado e a cobertura depende de seguros saúde. Programas governamentais oferecem assistência a idosos e pessoas de baixa renda, mas são acessíveis a poucos.
Custo e acesso
Os custos médicos nos EUA são notoriamente altos: uma consulta médica simples pode custar centenas de dólares e procedimentos complexos, como cirurgias e tratamentos a longo prazo, podem ultrapassar dezenas de milhares. “Muitos brasileiros desconhecem o quão caro pode ser o atendimento médico nos Estados Unidos até serem surpreendidos por uma fatura que pode facilmente comprometer seu planejamento financeiro. A preparação é fundamental”, diz Bacci.
Já no Brasil, serviços de saúde pública são gratuitos, embora existam críticas em relação à qualidade de atendimento em algumas regiões.
Tecnologia e inovação
Os EUA são líderes globais em inovação médica. Grandes avanços na medicina, novas drogas e tratamentos de ponta muitas vezes têm origem em universidades e laboratórios americanos. Além disso, o acesso a tecnologias médicas avançadas é relativamente comum em hospitais de ponta no país. No Brasil, o SUS tem limitações em adotar rapidamente novas tecnologias, o que pode impactar a eficácia do tratamento, especialmente em casos de doenças complexas.
Implicações para turistas
Contratar um seguro de viagem internacional com cobertura médica é indispensável antes de visitar os Estados Unidos, garantindo a proteção contra despesas inesperadas que fogem do orçamento.
Para garantir uma estadia mais tranquila nos Estados Unidos, Bacci oferece algumas dicas essenciais:
Contrate um seguro de viagem internacional: Verifique se o seguro cobre despesas médicas, hospitalização e repatriação em caso de emergência.
Pesquise clínicas e hospitais locais: Familiarize-se com as opções de atendimento médico no destino, incluindo clínicas de atendimento imediato (urgent care clinics) e hospitais. As clínicas de atendimento imediato geralmente oferecem serviços mais acessíveis e rápidos para condições não emergenciais
Leve documentos médicos: Carregue consigo registros médicos importantes, como histórico de doenças, alergias e medicamentos em uso, para facilitar o atendimento em caso de necessidade.
Entenda as coberturas e custos: Esteja ciente de que, mesmo com seguro, podem haver custos adicionais, como coparticipações e franquias. Leia atentamente as condições do seu seguro para evitar surpresas.
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MEDICINA S/A
Governança eficaz e saúde digital: interdependência essencial para superar desafios complexos
Saiba por que a integração da transformação digital à governança pode alcançar resultados mais eficazes em saúde.
Pressões do mercado, transições epidemiológicas, impacto das mudanças climáticas… Os desafios da governança no setor da saúde são muitos e complexos, e o cenário se agrava, no Brasil, pela falta de dados confiáveis e atuais que orientem planejamentos e ações. Como conseguimos chegar até aqui apenas olhando pelo retrovisor, coletando informações do passado para decidir sobre o futuro? Difícil responder. O que sabemos é que a conta não está fechando para ninguém e será impossível ter sustentabilidade na saúde sem informação adequada e atualizada sobre a qualidade dos serviços prestados, sem gerar inteligência para a alta gestão nos âmbitos público e privado.
A saúde digital tem avançado significativamente, mas ainda enfrenta desafios consideráveis. A transformação digital no setor exige um comprometimento e investimento robustos de todos os stakeholders para garantir uma mudança ampla e coordenada. Entre os principais desafios estão a padronização e a estruturação das informações, a análise de dados em tempo real, a interoperabilidade e a proteção dos dados. Embora esses pontos sejam frequentemente discutidos, a implementação prática ainda está aquém das necessidades atuais.
Recentemente, o país demonstrou progressos significativos ao investir em interoperabilidade de dados, o que não só melhora a qualidade da assistência à saúde, mas também aprimora a governança por meio de uma tomada de decisão orientada por dados. Iniciativas como essa estão impulsionando o setor de saúde a adotar práticas mais avançadas, tanto na gestão pública quanto na privada.
De acordo com o relatório Global Patient Safety Report 2024 da Organização Mundial da Saúde, a tecnologia é fundamental para garantir um fluxo constante de informações, mitigando riscos, reduzindo danos evitáveis e melhorando a segurança no atendimento. A digitalização, a automação e a interoperabilidade são essenciais para esses avanços. No entanto, o relatório destaca que apenas 20% dos países da região das Américas possuem uma estratégia de saúde digital focada na segurança do paciente, e apenas 25% têm sistemas de vigilância para avaliar a segurança dos produtos de tecnologia utilizados na clínica e nos diagnósticos. Esses dados ressaltam a necessidade de integração da transformação digital à governança para alcançar resultados mais eficazes em saúde.
A integração da segurança do paciente e dos programas de melhoria da qualidade deve ser central para o fortalecimento dos sistemas de saúde. Esse alinhamento é crucial na formulação de políticas, planejamento estratégico e operações diárias, garantindo que a segurança e a qualidade sejam componentes fundamentais na prestação de cuidados de saúde.
Uma das trilhas temáticas do III Congresso da SOBRASP, em novembro, vai tratar dessa interseção entre governança eficaz e os avanços na saúde digital. A ementa dos encontros percorre estratégias para a implementação de tecnologias inovadoras, aspectos éticos, indicadores, gestão baseada em evidência. Discutir e compartilhar essas experiências é urgente e necessário. Pelo bem de todo o sistema, pela qualidade do cuidado e da segurança do paciente.
*Paola Andreoli é Vice-presidente da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP) e Gerente de Qualidade, Segurança do Paciente e Desfechos Clínicos no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
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SERVIÇO
III Congresso SOBRASP – Construindo o futuro da qualidade e da segurança do paciente no ecossistema da saúde: foco na experiência humana, governança e sustentabilidade
De 7 a 9 de novembro de 2024
Centro de Convenções Frei Caneca – R. Frei Caneca, 569 – Bela Vista, São Paulo
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Mulheres temem o câncer, mas subestimam a importância da mamografia
Passar pelo exame de mamografia anualmente, a partir dos 40 anos, é a recomendação-chave das sociedades médicas para aumentar as chances de diagnosticar o câncer de mama precocemente, quando a lesão ainda é pequena, contribuindo para o melhor prognóstico da paciente. Ainda assim, a falsa crença de que o autoexame seria a principal forma de identificar esse tumor em seu estágio inicial permanece forte. Essa é a percepção de 54% das mulheres ouvidas durante a pesquisa A Mulher perante o Câncer, realizada pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Pfizer.
Foram entrevistadas 1.400 mulheres com 20 anos ou mais de idade, moradoras de São Paulo (capital) e das regiões metropolitanas de Belém, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Distrito Federal – contemplando, portanto, amostras de todas as regiões do País (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste). Embora a percepção equivocada sobre o autoexame como o principal instrumento de diagnóstico precoce do câncer de mama varie levemente entre as diferentes localidades pesquisadas, essa crença está cristalizada em todas elas. Além disso, no recorte por idade, essa convicção alcança 59% das entrevistadas mais velhas, com 50 anos ou mais, uma faixa em que o risco de câncer é maior.
“Ao fazer a apalpação e não encontrar nada, a mulher pode acreditar que as mamas estão saudáveis e deixar de fazer avaliações de rotina que detectariam um possível tumor precocemente, quando ainda não é possível senti-lo por meio do toque. É importante lembrar que, quando a doença é diagnosticada no estágio inicial, ela é mais fácil de tratar, o que contribui para a redução da mortalidade”, afirma a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.
Mamografia: recomendações desconhecidas
Além da confusão em torno do papel do autoexame, a maioria das mulheres ouvidas pelo IPEC também demonstra desconhecer as recomendações médicas para a realização da mamografia, que pode detectar tumores muito pequenos, menores que 1 cm. Para 56% das respondentes não está clara a necessidade de passar pelo procedimento caso outros exames, como o ultrassom das mamas, não indiquem alterações: 33 % acreditam que a mamografia deve ser feita apenas mediante achados suspeitos em outros testes, enquanto 23% não sabem opinar.
A pesquisa indica, ainda, que a maioria das entrevistadas (52%) subestima a importância da regularidade na realização da mamografia: 25% das respondentes estão convencidas de que, após um primeiro exame com resultado normal, a mulher estaria liberada para realizar apenas o autoexame em casa, enquanto 27% da amostra não sabe opinar sobre esse assunto. Apenas 39% da amostra de Recife (RM) está ciente de que essa conduta é equivocada, número que é de 44% em Belém, 46% para o Distrito Federal e 47% no Rio de Janeiro (RM).
A desinformação sobre as recomendações para a realização da mamografia se reflete, na prática, nos cuidados de saúde das entrevistadas. Quando perguntadas sobre a rotina de exames dos últimos 18 meses, apenas 33% das respondentes de 40 a 49 anos disseram ter completado toda a jornada esperada para essa faixa etária em relação ao exame nas mamas: ir ao médico, receber a solicitação de mamografia, passar pelo exame, buscar os resultados e compartilhá-los com o profissional que fez o pedido. Na análise por extrato social, esse porcentual se mantém baixo tanto entre as mulheres das classes A/B (35%) como no grupo da classe C (24%).
O levantamento também indica que, nos 18 meses anteriores à pesquisa, 32% das entrevistadas não visitaram o médico. Mais uma vez, o recorte por extrato social mostra que esse comportamento é representativo tanto entre as entrevistadas das classes A/B (uma a cada 4 respondentes desse grupo não frequentou os consultórios durante o período questionado), quanto na classe C (na qual esse porcentual é de 35%).
Além disso, uma a cada cinco participantes com idade entre 40 e 49 anos (20%) não recebeu do médico uma solicitação de mamografia nos 18 meses que precederam o levantamento do Ipec, embora pertença à faixa etária para a qual o procedimento é indicado, com frequência anual. Nesse mesmo grupo de 40 a 49 anos, 28% das respondentes afirmaram que não visitaram o médico durante o período indicado.
Câncer: temor impera
Atualmente, os tumores de mama constituem a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. Ainda assim, quando questionadas sobre os tumores que consideram mais perigosos, 34% das participantes da pesquisa elegeram o câncer de intestino (colorretal), seguido pelo câncer de pulmão (28%), enquanto 22% não souberam opinar. Apenas 12% destacaram o câncer de mama – número que sobe para 22% no Recife (RM) e fica em 8% para o Rio de Janeiro (RM).
Por outro lado, quando as respondentes foram convidadas a pensar sobre suas maiores preocupações relacionadas a problemas de saúde, a possibilidade de desenvolver algum tipo de câncer e o risco de ter uma doença associada a limitações físicas ou de mobilidade se destacaram como os maiores temores dessas mulheres. Em algumas localidades, como Belém (RM) e Recife (RM), a ideia de descobrir um câncer é o que gera mais apreensão. Por outro lado, 16% da amostra afirma não ter nenhuma preocupação de saúde.
Educação sobre fatores de risco: desafio persistente
A pesquisa evidencia que o desconhecimento sobre o câncer de mama entre as mulheres ouvidas vai além da falta de informação sobre a detecção precoce. A maior parte das participantes tem uma percepção equivocada sobre os fatores de risco associados à doença.
Na opinião de 70% das respondentes, a herança genética (ter casos de câncer de mama na família) interfere mais na probabilidade de desenvolver o tumor do que os hábitos de vida da mulher. Embora o porcentual seja elevado, esse dado já foi ainda maior: dois anos atrás, quando essa mesma pergunta foi feita pelo Ipec na edição 2022 da pesquisa, 82% das mulheres estavam convencidas de que o histórico familiar seria o principal responsável pelos tumores de mama.
A literatura médica, contudo, aponta que apenas 5% a 10% do total de casos de câncer de mama estão associados à herança genética. “É preciso reforçar que o câncer de mama é uma doença multifatorial, em que hábitos de vida modificáveis e até mesmo tendências sociais, como a redução no número de filhos, devem ser considerados”, afirma a diretora médica da Pfizer.
De acordo com o levantamento, a maior parte das entrevistadas ignora a relação entre o estilo de vida e o câncer de mama: 71% das mulheres ouvidas não reconhece o consumo de álcool como um fator de risco para a doença, por exemplo. Dois anos atrás, na pesquisa realizada pelo Ipec em 2022, esse número era ligeiramente maior, chegando a 74%.
“A falsa percepção de que ter câncer de mama dependeria apenas da herança genética não só contradiz a literatura médica, como também pode desestimular a tomada de atitudes importantes, capazes de alterar fatores de risco modificáveis. Isso vale não apenas para a ingestão de bebida alcoólica, mas também para a obesidade e o sedentarismo”, comenta a diretora médica da área de oncologia da Pfizer Brasil, Evelyn Lazaridis.
Apenas 31% das entrevistadas estão convencidas de que o excesso de peso é um fator de risco para a doença, conforme alertam as autoridades de saúde – esse porcentual é ainda menor entre as respondentes mais velhas, com 50 anos ou mais de idade.
Perfil reprodutivo e tendências sociais
Elementos ligados ao perfil reprodutivo das mulheres também compõem o leque de fatores associados ao câncer de mama, como a menopausa tardia (após os 55 anos): apenas 11% das respondentes, contudo, conhecem essa informação. Além disso, somente 9% estão cientes de que ter a primeira menstruação antes dos 12 anos também contribui para elevar esse risco.
A pesquisa também indica que apenas 16% das participantes reconhecem que a nuliparidade (não ter filhos) faz parte dos fatores de risco para o câncer de mama – esse porcentual chega a 12% no Distrito Federal. Por outro lado, 44% da amostra já identifica que a amamentação desempenha um papel protetor contra a doença2. Essa percepção é menos acentuada na faixa etária mais jovem, de 20 a 39 anos, em que 31% das respondentes concordam com essa associação. Esse é, justamente, o grupo que tende a concentrar a maioria das mulheres em idade fértil.
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SAUDE BUSINESS
Projeto de Lei da ANS desafia operadoras de planos de saúde
Audiência pública discute novas regras de reajuste e transparência nos contratos de planos de saúde coletivos.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizará, no dia 7 de outubro, uma audiência pública para discutir um tema de grande relevância social: a política de preços e os reajustes nas mensalidades dos planos de saúde coletivos.
Atualmente, nos contratos coletivos (empresariais ou por adesão), a ANS apenas monitora o valor cobrado pelas operadoras, sem interferir diretamente, uma vez que esses contratos seguem o princípio da liberdade de negociação entre as partes. Assim, cabe às operadoras e aos beneficiários chegar a um entendimento sobre os reajustes.
O problema é que, frequentemente, as operadoras evitam negociar, forçando o beneficiário a buscar alternativas, como a portabilidade para outro plano ou o ingresso de uma ação judicial para reduzir os valores das mensalidades.
Entre os temas que serão debatidos está a definição de cláusulas de reajuste, um ponto que de fato necessita de revisão. Muitas vezes, os contratos contêm cláusulas com critérios incompreensíveis, faltando transparência e clareza nas informações para os beneficiários.
Outro aspecto relevante é a Revisão Técnica de Preços (RTP), que, curiosamente, as operadoras costumam atrasar ou não apresentar nos processos judiciais, mesmo quando solicitadas por peritos.
É importante garantir que tais revisões não afetem os planos individuais e familiares, uma vez que isso poderia entrar em conflito com os critérios de reajuste limitados estabelecidos anualmente pela ANS, gerando mais controvérsias. Isso seria semelhante ao que ocorre com as reclamações sobre o cancelamento unilateral de contratos coletivos, um tema que ainda demanda solução.
É fundamental preservar os critérios atuais para os planos individuais e familiares, além de incentivar o mercado de saúde suplementar a comercializar mais desses contratos, que oferecem maior segurança e clareza para os beneficiários.
No que diz respeito ao estímulo à venda de planos de segmentação ambulatorial, essa pode ser uma alternativa viável para os beneficiários que não conseguem arcar com os custos de um plano completo. Tal medida também pode contribuir para aliviar a demanda do SUS, desde que seja garantido o atendimento dentro dos parâmetros do plano-referência, conforme previsto no artigo 10 da Lei de Planos de Saúde.
Por fim, esses temas são de interesse tanto dos beneficiários quanto das operadoras. A ANS precisará de muita disposição para lidar com os empresários do setor de saúde suplementar, que atendem mais de 51 milhões de beneficiários. Além disso, é essencial que a agência continue incentivando as operadoras a aprimorarem seus serviços, oferecendo preços justos e melhorando a qualidade dos atendimentos.
*Por Walter Landio dos Santos, do Maricato Advogados Associados, pós-graduado em Direito Médico e da Saúde pelas Faculdades Legale; Especialista em contratos de Planos de Saúde e Direitos do Consumidor de Plano de Saúde.
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Assessoria de Comunicação