ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DIÁRIO DA MANHÃ
Coluna Fio Direto
Participação política
O Comitê das Entidades Médicas do Estado de Goiás (Cemeg), formado pelo Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás), Academia Goiana de Medicina, Associação Médica de Goiás e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás, divulgou uma carta à classe médica alertando sobre a necessidade de união da categoria, principalmente em 2014, um ano eleitoral.
Bancada de jaleco
Diz o documento: “Precisamos construir bancadas de médicos nas Assembleias Legislativas e Congresso Nacional, independente de seus partidos políticos, mas comprometidos com a causa médica”.
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Goiânia reduz infestação em 70%
Índice caiu drasticamente em relação a 2013. Ações da prefeitura continuarão em bairros onde ainda há focos detectados
HELMITON PRATEADO
Goiânia conseguiu reduzir a infestação de mosquitos da dengue e o número de casos da doença em relação a janeiro do ano passado. Dados da Secretaria Municipal de Saúde indicam que os registros dos agentes de endemias deram 2/3 a menos do que janeiro de 2013.
A diretora de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, destacou que este ano a situação está mais tranquila. “Estamos com, aproximadamente, 70% a menos no número de casos de dengue em relação a 2013, o que não quer dizer que a situação está sob controle. Nós temos um clima que está um pouco diferente, com menos chuvas no mês de fevereiro e isso, com certeza, contribuiu para a redução.”
Dentre os pontos positivos observados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está a resposta da população em vários bairros e a realização da Frente de Trabalho Ampliada, em conjunto com outras secretarias da Prefeitura de Goiânia. “Em alguns bairros das regiões noroeste e oeste, a redução de infestação foi muito significativa, o que nos mostra que os moradores tem tomado conta das suas casas e dos seus quintais”, afirmou a diretora.
No entanto, outros bairros apresentam índices muito altos, como Vila Nova, Campinas, região Central e condomínios horizontais, especialmente os da região leste, como Alphaville e Jardins. Os casos podem estar relacionados com a estrutura física das residências, que favorecem a proliferação do mosquito. No caso dos condomínios, o grande número de piscinas sem utilização, ou com a quantidade inadequada de cloro na água, aumenta o número de larvas.
“A utilização de cloro mata o mosquito. Muitas pessoas acham que a condição de limpeza da piscina, sem matéria orgânica, sem sujeira, garante que ali não vai haver mosquito da dengue, mas isso é um engano, pois o mosquito tem preferência por água limpa. A piscina deve ter um tratamento semanal adequado para evitar que o mosquito se prolifere”, lembrou Flúvia Amorim.
Gastos
Um estudo preliminar feito em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) verificou que, apenas com o controle da dengue, são gastos cerca de R$ 8 milhões por ano, sem levar em consideração medicamentos, internação e profissionais de saúde que fazem assistência. Inseticidas e larvicidas também estão fora deste valor, pois são fornecidos pelo Ministério da Saúde.
Flúvia Amorim destacou que muitos municípios do interior do Estado não notificam todos os casos. “A partir do momento em que o município passa a ter casos de dengue, é necessário que seja feito todo um planejamento não só no período de epidemia, mas também no decorrer de todo ano.” Goiânia possui um Plano de Contingência, que contempla desde ações de prevenção até o atendimento nas unidades de saúde.
Toda a rede de profissionais médicos, enfermeiros e biomédicos foi capacitada e a prefeitura se preparou com a compra de insumos e medicamentos para um possível aumento do número de casos, abastecendo todas as unidades com os materiais necessários para uma possível epidemia.
Ações permanentes
O fumacê, desde quando foi introduzido nas ações de combate ao vetor, tem uma função específica, segundo a diretora. “Ele mata o mosquito adulto. Quando o fumacê passa pelas ruas da cidade, é necessário que as pessoas abram as janelas e as portas das casas. O mosquito fica perto de onde as pessoas estão, pois a fêmea precisa do sangue para fazer sua proliferação.”
Além do que, se a pessoa não eliminar o criadouro que está dentro de casa, com prazo de 10 a 15 dias após a passagem do fumacê, seré encontrada a mesma, ou uma quantidade maior de mosquitos, pois o foco ainda permanece no local. O ovo pode aguardar até 365 dias por água. Caso a fêmea já esteja infectada com o vírus da dengue, o ovo estará infectado e o mosquito já nasce infectado.
“O combate à dengue é uma luta difícil, mas eu sou muito esperançosa. Temos locais no mundo em que algumas ações surtiram efeito. A principal ação é a mudança de comportamento. As pessoas precisam incorporar no seu dia a dia que qualquer recipiente que acumule água por mais de 10 dias pode se tornar um criadouro e nós precisamos estar atentos a isso”, completou Flúvia Amorim.
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Câncer de mama
No Dia da Mamografia, estudo da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) lembra importância de descobrir doença em estágio inicial
O Dia Nacional da Mamografia – principal exame de detecção do câncer de mama – foi comemorado, ontem, e dados recentes da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) revelam que mais de 50% dos municípios brasileiros com até 50 mil habitantes estão sem aparelhos para realização do exame, o mamógrafo. Para piorar, em alguns Estados, até 67% da população desconhecem o valor da mamografia para a descoberta precoce e a cura da doença.
O exame pode reduzir, em até 35%, a ocorrência de mortes em mulheres entre 39 e 69 anos, segundo estudos da instituição. Ainda se detectado em fase inicial o tratamento é mais eficaz e pode causar menos transtornos ao paciente uma vez que o tumor tem tamanho menor. O procedimento tem a capacidade de identificar até lesões que ainda não tenham formado o câncer.
Homens também
A estimativa do Ministério da Saúde (MS) é que este ano 57.120 casos sejam diagnosticados no Brasil. Em 2011, ainda de acordo com o MS 13.345 pessoas morreram em decorrência da doença. Embora quase todos os casos de câncer de mama aconteçam em mulheres, homens também podem ser acometidos pelo mal. Do total de óbitos em 2011, 13.225 eram de mulher e em 120 homens. Entre as mulheres, o câncer de mama é o segundo mais frequente, atrás apenas do câncer de pele.
Pesquisa do periódico brasileiro Clinics, editado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com dados de mortalidade dos anos 1980 a 2009, revela que nos Estados das regiões Sul e Sudeste a mortalidade por causa da doença tem caído. Em contrapartida, o Estado com maior aumento na taxa de mortalidade é o Maranhão, acréscimo de 12% no índice que mede a mortalidade para cada 100 mil mulheres ao ano.
A Região Nordeste também registra alta taxa de óbitos, mas esse dado pode ser influenciado por mudanças na estrutura de saúde pública da região. Na opinião do presidente da SBM, Ruffo de Freitas Júnior isto se deve a melhorias no Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes que antes iam se tratar no Centro-Oeste ou mesmo no Sudeste, agora procuram atendimento na própria região”, afirma.
Desconhecimento
Outro levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia, com mais de duas mil mulheres do Rio de Janeiro, aponta que cerca de 50% delas sequer conhecem a mastologia e, 54,6%, nunca fizeram o exame de mamografia. O alto índice de mulheres que nunca realizaram o exame é preocupante e vai de encontro a outro resultado da abordagem, o de que 72,76% nunca se consultou com um mastologista, mesmo que por prevenção, o que representa um grave problema para a população diante de inúmeros casos de câncer de mama no Brasil.
O medo
O câncer de mama é o que mais afeta as mulheres e quanto mais cedo for descoberto aumentam as chances de cura. “Tanto os mastologistas quanto radiologistas lutam para disseminar informações sobre prevenção para a sociedade, desmistificando correntes que pregam de forma errada que a mamografia dói, por exemplo, o que confunde a população”, afirma Ruffo de Freitas, presidente da SBM.
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Médica cubana desiste do Mais Médicos e pede asilo político no País
O deputado Ronaldo Caiado, que a recebeu na Câmara dos Deputados, afirmou que a liderança do DEM será a embaixada da liberdade para os médicos cubanos. Ramona também pediu asilo político aos EUA
Integrante do Mais Médicos, a cubana Ramona Matos Rodriguez, 51, deixou o programa e anunciou na noite da terça-feira, 4, que vai pedir asilo político ao Brasil. Ela disse que vai permanecer refugiada na liderança do DEM na Câmara dos Deputados, aguardando uma decisão do governo brasileiro, já que está sendo “perseguida pela Polícia Federal”.
Clínica-geral, ela chegou ao País em outubro e atuava em Pacajá, no Pará. Ela diz que deixou a cidade no sábado e seguiu para Brasília após descobrir que o valor de R$ 10 mil pago pelo governo brasileiro a outros médicos estrangeiros era muito superior ao que ela recebia pelos serviços prestados.
A cubana alega ainda ter sido enganada sobre a possibilidade de trazer seus familiares ao país.
Ramona foi apresentada na terça no plenário da Câmara por líderes do DEM. Em entrevista, ela contou que recebia por mês US$ 400 para viver no Brasil e outros US$ 600 seriam depositados em uma conta em Cuba, que só poderia ser movimentada no retorno para a ilha.
A médica não revelou como chegou à capital federal nem como foi feito o contato com os deputados da oposição. Ela contou, porém, que decidiu procurar o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) depois de fazer uma ligação para uma amiga no interior do Pará e ser informada que a Polícia Federal já tinha sido acionada para buscar informações sobre seu paradeiro, sendo que agentes teriam procurado seus conhecidos na cidade.
Ela não deu detalhes de como chegou ao deputado e disse que se sente enganada por Cuba. A médica mostrou um contrato com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos, indicando que não houve acerto entre o Ministério da Saúde e a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).
“Eu penso que fui enganada por Cuba. Não disseram que o Brasil estaria pagando R$ 10 mil pelo serviço dos médicos estrangeiros. Me informaram que seriam US$ 400 aqui e US$ 600 pagos lá depois que terminasse o contrato. Eu até achei o salário bom, mas não sabia que o custo de vida aqui no Brasil seria tão alto”, afirmou a cubana.
Ela disse que tem uma filha que também é médica em Cuba e que sente receio pela situação dela. Romana afirmou que já trabalhou em uma missão de Cuba na Bolívia por 26 meses.
A médica falou ainda que enfrentava problemas para se deslocar entre cidades brasileiras, tendo sempre que avisar a um supervisor cubano, que ficava em Belém.
Ronaldo Caiado afirmou que a liderança do DEM na Câmara será a embaixada da liberdade para os médicos cubanos. Ele afirmou que sua assessoria preparou o pedido de asilo da médica ao governo brasileiro e que irá pessoalmente conversar sobre o caso com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
Visto para os EUA
“Fui à Embaixada dos Estados Unidos e apresentei meus papéis”, disse à Folha, ontem.
Clínica-geral, ela foi orientada por parlamentares da oposição a não revelar detalhes do contato com a embaixada norte-americana. Segundo a Folha apurou, no entanto, que a representação diplomática teria pedido um tempo para dar uma reposta sobre a sua situação.
A ideia seria conseguir um visto para os Estados Unidos – assim como fizeram médicos cubanos que trabalharam na Venezuela, também por meio de acordo com Cuba.
A embaixada foi o primeiro destino da cubana ao chegar a Brasília, no sábado, após deixar Pacajá, no Pará.
Procurada pela reportagem da Folha, a embaixada dos Estados Unidos não negou nem confirmou o pedido de visto de Ramona ou de outros profissionais selecionados pelo Mais Médicos.
“Eu pretendo ficar aqui [no Brasil]. E pedi a proteção do deputado [Ronaldo Caiado, ex-líder do DEM], porque eu temo pela minha vida. Estou certa que, se neste momento vou para Cuba, vou estar presa. Fui enganada pelo governo cubano”, disse a médica.
Apesar de ter procurado a embaixada americana, a médica afirmou estar esperançosa para obter o asilo e poder continuar trabalhando como médica no Brasil e disse que faria o Revalida para poder atuar legalmente, mas fora do programa Mais Médicos.
Ministro
da Justiça
No início da tarde de ontem, líderes do DEM, que abrigam a cubana, foram ao Ministério da Justiça entregar o pedido de asilo. Caiado esteve reunido com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para discutir o tema. “O ministro garantiu que o procedimento é rápido e, no momento em que ele for protocolado, ela terá total garantia”, disse.
O ministro afirmou, após a reunião, que a situação atual de Ramona por enquanto é legal. “Até agora, o Ministério da Justiça não recebeu nenhum pedido para cassação de seu passaporte.” Justamente por isso, completou, nada impede que ela transite livremente pelo País. Além disso, se o pedido de refúgio for apresentado, ela poderá, até o julgamento da decisão, permanecer livremente no País.
“Ela é uma estrangeira em situação regular no País. Não há por que ser investigada ou grampeada”, disse Cardozo. Ramona havia levantado a suspeita de que teria sido investigada e seu telefone teria sido grampeado pela Polícia Federal. Cardozo afirmou ter pedido uma investigação sobre essas denúncias. De acordo com ele, até o momento, não há nenhuma notícia de interferência. E, se algo for constatado, os responsáveis serão punidos. Cardoso colocou à disposição um delegado da corregedoria para ouvir o relato da médica.
A decisão sobre a situação de Ramona dificilmente será tomada antes de 23 de março. Depois de formalizado o pedido de refúgio, uma espécie de investigação será realizada, depoimentos e documentos serão coletados em um processo para avaliação. A requisição é avaliada pelo Conselho Nacional de Refugiados (Conare), formado por um representante do MEC, um da Sociedade Civil, Ministério das Relações Exteriores, Ministério do Trabalho, Polícia Federal, Ministério da Saúde e Comissão de Refugiados da ONU (que tem direito a voz, mas não a voto).
A primeira reunião do grupo deverá ser realizada dia 24 de fevereiro. O secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, no entanto, considera difícil que até lá todos documentos e depoimentos tenham sido coletados. A reunião seguinte está marcada para fim de março. “Mas há uma fila a ser obedecida”, informou o secretário. Segundo Abrão, de 1976 até hoje, foram concedidos 71 vistos de refúgio para cubanos. Outros cinco estão em avaliação.
Pedido de Refúgio
O líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), e o deputado Ronaldo Caiado (GO), protocolaram pedido de refúgio assinado pela médica cubana Ramona Matos Rodrigues. O documento, endereçado ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça, garante de imediato a Ramona o direito de ir e vir e de residência provisória no Brasil até o final do julgamento do processo. Com o apoio do Democratas e de representantes de entidades médicas que estiveram na liderança do partido, a médica terá abrigo e emprego em sua permanência no Brasil. O pedido do refúgio foi entregue ao próprio presidente do Conare, Paulo Abrão.
O líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), e o deputado Ronaldo Caiado (GO), protocolaram há pouco o pedido de refúgio assinado pela médica cubana Ramona Matos Rodrigues. O documento, endereçado ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça, garante de imediato a Ramona o direito de ir e vir e de residência provisória no Brasil até o final do julgamento do processo. Com o apoio do Democratas e de representantes de entidades médicas que estiveram na liderança do partido, a médica terá abrigo e emprego em sua permanência no Brasil. O pedido do refúgio foi entregue ao próprio presidente do Conare, Paulo Abrão.
Vitrine eleitoral da presidente Dilma Rousseff, o Mais Médicos tem o objetivo de aumentar a presença desses profissionais no interior do país, em postos de atenção básica, e para isso permite a atuação de médicos sem diploma revalidado em território nacional. Atualmente, cerca de 7.400 médicos cubanos estão selecionados para atuar no país.
Nota Fenam
A Federação Nacional dos Médicos soltou nota na tarde de ontem sobre o assunto, afirmando que o Mais Médicos “com a utilização de atração de profissionais por bolsa, em especial aos cubanos, se reveste de fragilidades legais”. Veja na íntegra:
“A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) tem acompanhado o caso da médica cubana Ramona Matos Rodrigues, que solicitou asilo político ao Brasil. Para a entidade, o pedido comprova as denúncias feitas por esta federação de que o Programa Mais Médicos, com a utilização de atração de profissionais por bolsa, em especial aos cubanos, se reveste de fragilidades legais. Instrumentos que são contrários a acordos internacionais e à legislação trabalhista brasileira de proteção ao trabalho e ao salário.
Durante visita realizada, na tarde desta quarta-feira (05), à médica que está refugiada na liderança do Democratas (DEM), a Fenam prestou solidariedade e demonstrou indignação ao tratamento discriminatório que os cubanos são submetidos. Com o contrato em mãos, ela mostrou a diferença na remuneração oferecida aos profissionais da ilha. De R$ 10 mil, apenas R$ 1.198 é repassado ao trabalhador, ou seja, aproximadamente 10% do valor pago pelo governo brasileiro ao de Cuba.
A situação confirma o que as entidades médicas têm denunciado desde a implementação do Mais Médicos, de que há uma exploração predatória da mão de obra, com a participação de intermediários como a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos.
Havendo permanência da médica no Brasil, a Fenam se comprometeu a dar apoio para que ela possa se submeter ao exame de Revalida, o que a colocará, se aprovada, em livre exercício da Medicina no País.
Neste sentido, a entidade reforça sua posição em relação ao programa Mais Médicos. A Fenam volta a afirmar que o projeto precisa, para efetivamente cumprir os seus propósitos de prover profissionais em áreas de escassez, realizar concurso público, criar carreira de estado, oferecer condições de trabalho adequadas e submeter os estrangeiros ao Revalida. Todo o processo deve respeitar os direitos trabalhistas, conforme o que foi denunciado em audiências públicas no Congresso Nacional e ações no Supremo Tribunal Federal (STF), no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério Público do Trabalho (MPT).
Por fim, os médicos estrangeiros, de qualquer nacionalidade, são sempre bem-vindos, de acordo com o sentimento acolhedor do povo brasileiro.”
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Medicamentos que não curam, só amenizam
“O número de prescrições só aumenta e, consequentemente, os efeitos colaterais também, sem que as causas sejam tratadas”, diz o psiquiatra Altenfelder
ELPIDES CARVALHO
“Remédios psiquiátricos nenhum curam nada. A causa fica latente. Quando vivia situações de alucinações, a medicação apenas diminuía minhas funções cerebrais, ou seja, funcionava como uma camisa de força química. O remédio era para tratar a depressão grave que desenvolvi trabalhando em telemarketing somado a outros problemas de identidade. Desde então, passei fazer uso de Fluoxetina, Rivotril, Risperidona e Sertralina. E para piorar a situação, a cada medicamento consumido, passei a me sentir, na verdade, um zumbi.”
“Parecia que eu, não era eu. Passei a ficar prostrado por causa da medicação. Era pior. Saia às ruas e sentia umas coisas estranhas que não sei explicar. No trabalho, era só pressão e cobrança por resultados. Problemas de clientes chegavam de caminhão. Sem falar os preconceitos que enfrentei em casa, quando assumi minha homossexualidade.”
O drama que segue é contado por um jovem goiano e estudante de Psicologia, de 24 anos, à reportagem do Diário da Manhã, mas que insistiu para não ser identificado. Há um ano, segundo ele, fazia uso de remédios psiquiátricos, porém, optou por interromper o tratamento, assim que, percebeu estar ficando ainda mais prostado e com desejos estranhos.
“Tive muito medo de parar com as doses do remédio. Eu não sabia se tirasse o remédio, minha mente voltaria ao estado que já foi um dia. Atualmente, não sei como está minha mente. Mas um conselho eu dou para quem toma remédio psiquiátrico, tem que se esforçar para superar seus fantasmas, pois quanto mais seus pensamentos aceleram, mas remédio será oferecido. Os médicos preferem dose mais alta do que a dose mais baixa”, relata o jovem.
Especialistas
O psiquiatra Luis Altenfelder Silva Filho, autor do livro Doença Mental, um Tratamento Possível concorda que as medicações que afetam o sistema nervoso podem causar tais efeitos, e critica a presença excessiva de medicamentos na relação paciente-psiquiatra. “O número de prescrições só aumenta e, consequentemente, seus efeitos colaterais também, sem que as causas sejam tratadas.”
Altenfelder acredita que o distanciamento paciente-psiquiatra seja motivado pela influência da psiquiatria biológica norte-americana, que faz a consulta girar só em torno da receita médica. “Tem que se discutir a receita, mas também os efeitos dos remédios e os aspectos emocionais, sociais e profissionais da vida do paciente.”
Sobre a questão da influência norte-americana, segundo o jornalista e advogado Roberto Amado, em um artigo publicado no DM, o assunto repercutiu na reformulação do Manual de Estatísticas e Diagnósticos (DSM), da Associação Psiquiátrica Americana (APA), a publicação mais importante da psiquiatria, que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los. Um grupo de trabalho da instituição, conduzido por Lisa Cosgrove, eticista da Universidade Harvard, concluiu que 69% dos pesquisadores responsáveis pela edição do manual estão comprometidos com a indústria farmacêutica.
Alerta
“Há uma tendência a catalogar os comportamentos e afetos humanos e através de um conluio sutil, talvez não tão consciente, entre a indústria farmacêutica e a psiquiatria, e desenvolver uma medicação adequada a cada um deles”, diz o pediatra Daniel Becker, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das vozes mais ativas contra a prescrição crescente de medicação psiquiátrica.
Muitos médicos denunciam o que se chama de “medicalização da vida” – uma tendência de tratar com remédios qualquer tipo de emoção humana. De acordo com o jornalista Amado, há um comportamento generalizado, às vezes dos próprios pacientes, em recorrer aos antidepressivos para tratar qualquer tipo de sintoma “da alma”.
Para muitas pessoas, aparições como enxaqueca, obesidade, fibromialgia, ejaculação precoce, síndrome da fadiga crônica e até tristezas que poderiam ser consideradas absolutamente comuns, não são encaradas desta forma. No entanto, conforme Amado, essa tendência seria, para alguns médicos, o fruto de uma relação promíscua entre psiquiatras e laboratórios, chamada de biopolítica, ou, de maneira mais dura, “farmacopornografia”.
Lucro
No Brasil, entre 2005 e 2009, ocorreu um aumento significativo de vendas de remédios antidepressivos, estes alcançaram 44,8% de comercialização, ou seja, de R$ 647,7 milhões para R$ 976,9 milhões de medicamentos vendidos. Já de 2000 para 2004, houve uma crescente de 1020% de vendas de caixas de metilfenidato, estimulante usado no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Em 2012, o mercado brasileiro de antidepressivos faturou R$ 1,85 bilhão.
Segundo o jornalista e advogado Amado, a indústria dos antidepressivos é uma das mais prósperas no Brasil. Aqui, a venda da medicação subiu 48% nos últimos cinco anos, conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com base em dados do IMS Health, instituto que faz auditoria do mercado farmacêutico. Em 2012, foram vendidas 42,33 milhões de caixas, o que significa que, em média, um em cada cinco brasileiros consumiu uma caixa por ano.
Por isso, o tratamento dos sujeitos em sofrimento psíquico deve ser conduzido de modo que não ocasione em uma hipermedicação. Os dados sobre faturamento indicam que isso está ocorrendo no Brasil. No entanto, a medicalização é apenas uma forma de neutralizar os sintomas do sujeito e não uma forma de cura, uma vez que não levam em consideração seus aspectos sociais e subjetivos.
Neste contexto, Roberto Amado conclui que se o indivíduo está com problemas emocionais, deve refletir bem se é o caso de consultar um psiquiatra: “as chances de o paciente sair da consulta com uma receita de antidepressivo são enormes, quase inevitáveis. Não necessariamente porque precise disso”, ressalta.
Ainda de acordo com Amado, “é verdade que os antidepressivos são fundamentais para o tratamento de quem realmente sofre da doença. Calcula-se que um milhão de pessoas se suicidam por ano em todo o mundo, o que poderia ser evitado com a medicação correta. Mas não se pode curar com remédios aquilo que é da natureza humana. Está na hora de deter a farmacopornografia”, finaliza o jornalista.
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A REDAÇÃO
Polícia Civil vai investigar falta de energia no hospital Lúcio Rebelo
MP quer explicações do Procon e da AGR
Goiânia – Depois da falta de energia que atingiu alguns bairros de Goiânia nesta terça-feira (4/2), a Polícia Civil (PC) e o Ministério Público resolveram entrar no caso. A PC vai apurar a falta de manutenção dos geradores do hospital Lúcio Rebelo, no Setor Bela Vista, em Goiânia.
Segundo o titular do 8º Distrito Policial e responsável pela apuração, delegado Waldir Soares, a situação colocou em risco a vida de dez pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Já o Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do promotor de Justiça Murilo de Morais e Miranda, pediu explicações da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) e do Procon Goiás. Aos dois foram pedidos informações relativas a interrupção no fornecimento de energia elétrica.
Da AGR, foram requisitadas cópias dos relatórios emitidos pela Companhia Energética de Goiás (Celg) relacionados à falta de energia elétrica no dia 3. Em relação ao Procon, a requisição é para que seja feito o levantamento e emissão dos autos de constatação dos domicílios residenciais e comerciais que tiveram o fornecimento de energia interrompido pela Celg na data em questão.
O promotor especifica o prazo de 10 dias úteis para cumprimento das requisições. Com as informações, Murilo Miranda pretende instruir a ação civil pública proposta contra a estatal, na qual foi concedida liminar fixando prazo máximo para religação da energia em caso de apagões. A decisão judicial determina o restabelecimento do serviço no prazo máximo de seis horas.
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SAÚDE BUSINESS WEB
O check-list e o aumento de faturamento !
No ano passado ‘bloguei’ sobre aumento de faturamento, comentando os ganhos em se padronizar os registros.
Neste ano acabamos de fechar os indicadores em um cliente que adotou check-lists para registros de procedimentos médicos, de enfermagem e multidisciplinares e, para mim sem nenhuma surpresa, os resultados foram excepcionais !
Este cliente atende SUS e Saúde Suplementar, e os resultados foram fantásticos em ambos os sistemas de remuneração.
Mesmo tendo redução de 5,8 % no volume de internações SUS, e mesmo com a tabela SUS congelada (não de agora!!!), o faturamento em AIHs cresceu 7,5 %. Ao invés de cair proporcionalmente ao movimento em 5,8 %, a receita aumentou 7,5 %, ou seja, ficou 13,3 % acima do que seria esperado !
A diferença entre o que é pago aos fornecedores de OPME em relação ao que se cobra do SUS caiu de um ano para outro em 76,4 % … isso mesmo, redução de 76,4 % na perda com OPME SUS!!
Na Saúde Suplementar, onde existe ganho na operação OPME, houve evolução de 64,9 %, ou seja, aumento de 64,9 % na margem de um ano para outro !
E vários outros indicadores cuja variação é digna de se ‘blogar’, como exemplo:
• 60 % das contas SUS eram apresentadas após 60 dias da alta do paciente, e no último ano 60 % das contas passaram a ser apresentadas em até 30 dias do mês da alta hospitalar, ou seja, inversão total do perfil de remessa das AIHs;
• Redução de 13,3 % no tempo total de faturamento das contas de internação da Saúde Suplementar;
• E redução de 38,6 % no tempo total de faturamento das contas de pacientes externos da Saúde Suplementar.
A implantação dos check-lists teve como foco fazer com que os registros passassem a chegar ao faturamento com o máximo de codificações já resolvidas, praticamente eliminando a interpretação do faturista, reduzindo a necessidade de envolver profissionais assistenciais para ‘tirar dúvidas do faturamento’ após a alta do paciente, e consequentemente abreviando o tempo de formação e fechamento das contas.
Os check-lists foram desenvolvidos para fazer com que os profissionais assistenciais passassem a registrar o que fizeram, e não o que gastaram para fazer, e padronizando os lançamentos de acordo com kits (ou guidelines, ou POPs, ou protocolos).
Nas aulas de faturamento e auditoria de contas, e nos projetos de consultoria, geralmente sou ‘crucificado’ porque insisto em algumas métricas. Entre elas:
• Profissional assistencial não pode se preocupar com o que gasta para realizar o procedimento. Deve cuidar do paciente e registrar o que fez. Se fizer isso bem feito o resto deve ser de responsabilidade da retaguarda administrativa: envolver médicos, enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e qualquer outro tipo de profissional multidisciplinar no registro de gasto de insumos é perda de tempo e prejuízo certo;
• Nem o profissional assistencial nem o faturista devem se preocupar com o que o provedor paga (cobre) ou não no momento de lançar um registro em conta. O ‘processo’ é que deve apresentar a conta da forma como o Comercial pactuou com o provedor (SUS, Seguradora, Medicina de Grupo, etc.).
Profissional assistencial deve registrar o que faz sem se preocupar com regras de faturamento, porque são milhões de regras, e nem mesmo os faturistas têm competência para lembrar de todas. O ‘Processo de Formação da Conta’ é que deve filtrar o que pode ou não ser apresentado na conta do provedor … carregamos a conta com tudo e ‘O Processo’ filtra o que pode ser apresentado.
A implantação de check-lists nunca é fácil. Este hospital passou por momentos de ‘muita emoção’ para implantar alguns deles. Por exemplo: a implantação do laudo cirúrgico SUS feito pelo próprio médico após a cirurgia foi lenta e ‘um pouco dolorida’.
Mas basta verificar o resultado na operação OPME citada acima para ‘falar de boca cheia’ que valeu muito a pena !
Ainda faltam implantar vários check-lists neste hospital, e certamente os que já foram implantados serão objeto de redesenho, porque ‘a gente sempre vai percebendo’ que pode melhorar um pouco mais o que acabou de ser implantado. Mas uma coisa é certa: no ano que vem quando analisarmos os indicadores de 2014, o resultado continuará sendo excepcional, porque quando se implanta a cultura de trabalhar com check-lists, a ‘coisa pega que bem bicho de pé’ … não larga mais !
Vale algumas lembranças que cansamos de comentar nos cursos:
• Sistema informatizado não aumenta o faturamento hospitalar. Se mal implantado ou mal parametrizado, diga-se de passagem, pode inclusive diminuir a receita sem que você perceba: pode mascarar sua perda com processos de prejuízo automáticos;
• É necessário estruturar a formação das contas através de check-lists. Então sim: se você tem um bom sistema, utilize os check-lists para parametriza-lo;
• Mas se não tem sistema para tudo que necessita, isso não pode servir de desculpa. Neste hospital, por exemplo, check-lists importantes foram implantados a partir do desenvolvimento em planilha Excel (que também foi tema de um ‘blog’ meu no ano passado … não há deficiência de sistema que comandos Excel de nível intermediários não resolvam).
Seria mais fácil obter resultados como estes se a tabela SUS fosse reajustada, ou se o Comercial conseguisse a simpatia das operadoras no reajuste das tabelas de preços. Papai Noel não existe … reajuste justo nos preços das tabelas SUS e de operadoras na saúde suplementar também não !!!
Logo, ‘na guerra’ de manter o hospital economicamente viável o que realmente nos sobra é organizar a formação das contas para maximizar os registros trabalhando da forma mais padronizada possível – e o check-list é o personagem principal.
Enio Salu
Formado em Tecnologia (UNESP), com pós-graduação em Administração Hospitalar (USP) e especialização em Epidemiologia Hospitalar (FGV). Foi CIO do Hospital Sírio Libanês e Furukawa, e desde 2005 é CEO da Escepti e atual assessor no InCor (FMUSP). Professor de Gestão de Contratos, Auditoria de Contas Hospitalares e Informática Hospitalar na FIA (FEA-USP). Ex membro do CATI-FGV e da NCMA (National Contract Management Association). Atual associado da FBAH (Federação Brasileira de Administradores Hospitalares), SBIS (Sociedade Brasileira de Informática em Saúde)e ASSESPRO.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação