Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 06/05/15

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

• Epidemia lota rede particular
• Verba contra dengue não foi usada
• Editorial – Alerta total
• Goiano usa coquetel e quase perde os braços
• Condenação é mantida pela Justiça
• Secretaria Estadual de Saúde investiga possível morte por dengue hemorrágica em Goiás
• Família luta por UTI para bebê com problemas respiratórios, em Goiás
• Wassily Chuc: precariedade do hospital salta aos olhos
• Trabalhadores da Saúde rejeitam proposta da Prefeitura e mantêm greve
• Aruanã é exemplo a ser seguido em Goiás


O POPULAR
Epidemia lota rede particular

 

Pacientes que buscam atendimento nas instituições privadas sofrem com demora e longas filas
Eduardo Pinheiro
Um aviso colado no guichê de atendimento de um hospital no Setor Coimbra, em Goiânia, informa que o atendimento está prejudicado pelo surto de dengue no Estado. Os corredores da instituição confirmam a situação: abarrotados e com longas esperas. Pacientes reclamam da falta de leitos e demora. Situação normal para quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS), não fosse este um o hospital particular.
A situação não é exclusividade de um único hospital. Toda rede particular sofre os reflexos da epidemia de dengue que assola Goiás. Somente no último mês, a procura por instituições de saúde privadas aumentou entre 40% e 60%, reflexo direto da epidemia. Com a greve dos servidores municipais da saúde, o que já era complicado, piorou. Diante desse incremento, na última semana alguns hospitais chegam a negar atendimento por falta de leitos.
O estudante Arthur Urzeda, de 21 anos, aguardava atendimento deitado em um banco na ala externa de um hospital particular. Era o 31º na fila de espera. A suspeita era dengue. “Os hospitais estão muito cheios, a espera é longa e o atendimento precário. Ter plano de saúde não quer dizer nada hoje em dia”, desabafa.
A servidora pública Mara Auxiliadora, de 46 anos, também sofre do mesmo problema. Já diagnosticada com dengue há pelo menos um mês, ela reclama do descaso. Precisa de internação, pois sofre com outras doenças e está desidratada, mas não consegue por falta de leitos. “Faço o monitoramento, tomo soro, medem minhas plaquetas e me mandam embora. Estou fraca, preciso de tratamento adequado”, diz, enquanto espera ser atendida em um dos guichês de outro hospital.
Leitos
A falta de leitos é preocupante. De acordo com dados da Associação dos Hospitais de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), os 1,3 mil leitos de 16 das maiores instituições de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Catalão e Anápolis estão sobrecarregados, sem condições de receber um aumento no número de pacientes. Com a epidemia de dengue, a situação se agravou e chegou ao limite.
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, afirma que a epidemia de dengue só deixou claro um problema que já ocorre há mais tempo. Segundo ele, o meio hospitalar vive uma crise e a falta de leitos é o maior reflexo dela. “Diferentemente de outros setores, como o de restaurantes, que estão em crise por falta de clientes, enfrentamos o problema com casa cheia. O fato de não abrir um hospital sequer nos últimos oito anos mostra isso, é caro manter um hospital e o investimento é alto”, diz.
Sete dos 18 óbitos ocorridos em decorrência da doença em Goiás são de instituições particulares. Dados do Ministério da Saúde mostram que Goiás é o segundo Estado com maior incidência de dengue no Brasil, com 968,9 casos por 100 mil habitantes.
Representantes das secretarias municipal, estadual e planos de saúde chegaram a se reunir na semana passada. A melhoria de acesso ao atendimento dos pacientes da rede particular, o incremento na exigência de conduta adequada em relação ao manejo clínico dos doentes e a melhora da notificação dos casos foram os pontos discutidos.
novos leitos
Haikal Helou afirma que a solução para o gargalo na rede de saúde particular passa pela abertura de novos leitos. No entanto, é preciso um grande investimento. Segundo ele, para cada novo leito, seria preciso investir cerca de R$ 100 mil. Uma dos possibilidades seria a busca de investimentos por meio do programa do governo estadual Goiás Fomento, mas a crise financeira que vive o Estado parece ter adiado essa perspectiva.

 

Verba contra dengue não foi usada
Brasília – A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado aprovou ontem, requerimento para que o ministro da Saúde, Arthur Chioro, esclareça as razões de a pasta não ter usado até o momento R$ 13,7 milhões do programa de Coordenação Nacional da Vigilância, Prevenção e Controle da Dengue. De acordo com dados apresentados pelo partido, em 2013, o governo havia investido R$ 20 milhões nesse programa. No ano passado, o investimento caiu para R$ 6,6 milhões. Neste ano, havia a previsão de investimento de R$ 13,7 milhões, mas apenas R$ 2,8 milhões foram empregados no combate à doença.
O Brasil vive uma epidemia de dengue. Este ano, foram confirmadas 229 mortes causadas pela doença – 44,9% a mais do que foi registrado no mesmo período de 2014. O Ministério da Saúde negou que o aumento de casos esteja relacionado à falta de investimento em ações de prevenção e controle da doença. Em nota, afirmou que os repasses para ações de controle da dengue estão em dia e são financiados não apenas pelo programa citado pelo DEM.
A pasta informou que a principal fonte de recursos para prevenção e controle da doença é o Piso Fixo de Vigilância em Saúde que, para este ano, tem previsão de R$ 1,25 bilhão. Até agora, ainda segundo a nota, foram repassados cerca de R$ 300 milhões, dos quais cerca de 60% foram usados para dengue. De acordo com o ministério, os repasses desse fundo estão em dia.
O Ministério informou que no fim de 2014 foram repassados ainda R$ 150 milhões adicionais para financiar ações de combate ao mosquito transmissor da doença. A coordenação geral de programa nacional de controle da dengue, citada pelo DEM, é outro caixa de recursos. A verba ali contida é destinada a estudos de vigilância ou assessoria técnica para Estados e municípios. Em 2014, foram autorizados R$ 10,1 milhões – que representa a 0,8% do recurso do Piso Fixo de Vigilância em Saúde – dos quais R$ 5,9 milhões foram pagos. Para o orçamento de 2015, já foram executados (empenhado e comprometido para cumprimento constitucional da EC 29) R$ 8,1 milhões dos R$ 13,7 milhões, crescimento de 37% em comparação a 2014.

Editorial – Alerta total
Desde o início do ano, as informações sobre o avanço da dengue têm surpreendido a cada boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. Os números de segunda-feira foram alarmantes. A ONU considera epidemia a incidência de 367,8 casos por 100 mil habitantes. Em Goiás a incidência já é de 968,9 por 100 mil, o que deu ao Estado o triste título de vice-campeão da dengue, atrás apenas do Acre.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, não quis responsabilizar ninguém pelo crescimento da doença. Autoridades de saúde de Goiânia culpam a chuva fora de época no Estado, mas também revelam um grande complicador, o déficit de agentes de saúde. Existem no Estado 3,2 milhões de imóveis a serem vistoriados e somente 2,2 mil profissionais.
Também é maior o número de pessoas susceptíveis, já que os vírus em circulação ocorrem simultaneamente do tipo 1 e 4. Por fim a de se considerar que a população ainda contribui para a elevação da dengue ao não combater os criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Com esses números tão elevados, atualmente todo mundo conhece alguém no trabalho, na família ou entre amigos que está com dengue. Esse já é um grande alerta para que a vigilância seja permanente, pois o mosquito está nascendo e crescendo perto de cada um. Não há vacina para esta doença, assim o principal combate é a prevenção.

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Goiano usa coquetel e quase perde os braços

O fisiculturista Romário dos Santos Alves, de 25 anos, quase perdeu os dois braços em sua tentativa de ser o “Hulk da vida real”. Ele arriscou a vida com a injeção de um coquetel de óleo, analgésicos e álcool em seus bíceps, o chamado Synthol. Os médicos chegaram a pensar que teriam de amputar os braços do rapaz, após os músculos começarem a endurecer.

Romário, que mora em Goiânia, desenvolveu um tipo de vício em aplicar o composto nos músculos após conhecer outros fisiculturistas na academia que frequentava. Animado com os resultados, ele afirmou que “perdeu o controle” e não parou com as aplicações mesmo após os músculos endurecerem.

As dores e as reações negativas das pessoas deixaram Romário deprimido. Depois de perder o emprego e descobrir que poderia perder os braços, ele decidiu parar com as aplicações. Felizmente, os médicos removeram as pedras de Synthol que se formaram nos braços do fisiculturista.

Romário já não usa a substância há dois anos e afirma querer alcançar suas ambições por meio de exercícios e dieta.
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Condenação é mantida pela Justiça
São Paulo – A 10ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a decisão que condenou uma empresa farmacêutica a pagar R$ 150 mil de indenização por danos morais a uma mulher que engravidou após o uso de pílula anticoncepcional.
Segundo a Justiça, a mulher afirmou que, em 1998, a empresa foi responsável pela comercialização de várias cartelas de placebos. Na época, os anticoncepcionais Microvlar, sem princípio ativo, ficaram conhecidos como “pílulas de farinha”. Ela teria comprado uma das unidades.
Lotes do remédio, que era produzido pela Schering, hoje incorporada pela Bayer, foram lançados no mercado entre janeiro e abril de 1998. O laboratório fabricante estava testando uma nova máquina de embalagem e os comprimidos sem princípio ativo foram usados nesse teste. Eles deveriam ter sido incinerados logo em seguida, mas houve um desvio do material e as pílulas falsas acabaram nas farmácias.
As informações constavam no site do Tribunal de Justiça de São Paulo na segunda-feira (4). O nome da farmacêutica não foi divulgado. A empresa alegou que o lote de placebo nunca foi comercializado e que a mulher não teria provado a utilização correta do medicamento. Para o relator do recurso, o desembargador João Batista de Mello Paula Lima, a responsabilidade da empresa pelos danos causados é objetiva, ou seja, não depende de culpa. “Demonstrados nos autos a existência de medicamentos falsos, a aquisição pela apelada do contraceptivo ‘microvlar’, e o nascimento do filho da apelada.”
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TV ANHANGUERA/GOIÁS (clique no link para acessar a matéria)

Secretaria Estadual de Saúde investiga possível morte por dengue hemorrágica em Goiás
http://g1.globo.com/goias/jatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/secretaria-estadual-de-saude-investiga-possivel-morte-por-dengue-hemorragica-em-goias/4158138/

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Família luta por UTI para bebê com problemas respiratórios, em Goiás
http://g1.globo.com/goias/jatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/familia-luta-por-uti-para-bebe-com-problemas-respiratorios-em-goias/4157154/

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O HOJE
Wassily Chuc: precariedade do hospital salta aos olhos
OHOJE constata, in loco, outros graves problemas na principal unidade de atendimento psiquiátrico do Estado
Nathan Sampaio e Anderson Costa
Após divulgar com exclusividade as péssimas condições estruturais e de atendimento em que se encontra o principal hospital psiquiátrico da capital, OHOJE conferiu ontem de perto a problemática situação do Wassily Chuc.
Já na recepção da unidade hospitalar, a reportagem encontrou corredores com paredes descascadas, com mofo e fiação elétrica exposta, situação que foi encontrada em vários outros corredores e salas do Wassily Chuc, muitas delas com pacientes. No pátio, onde deveria funcionar um refeitório para pacientes, o que foi encontrado pelo OHOJE foram alguns colchões velhos e rasgados que ficam no chão e são usados pelos internos. O mal cheiro também é uma constante em muitas salas e corredores da unidade.
Para os pacientes, nada de conforto ou tranquilidade. O ambiente, que já apresenta uma estrutura debilitada, não possui camas suficientes, não oferece qualquer possibilidade de bem estar e na lista de medicamentos exposta em um dos balcões a palavra ‘falta’ prevalecia. Não existe divisão de pertences e nem armários próprios para cada pessoa.
Esses e outros problemas foram apresentados à nossa reportagem pelo neuropsicólogo e diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde), Astrogildo Naves, que na edição de ontem adiantou as denuncias, e pelo vereador Djalma Araújo (SD), que informou que pretende entrar com representação no Ministério Público Estadual para interdição do Wassily Chuc. “Iremos representar no MP pedindo a interdição e transferência de local, de forma urgente. Também vamos acionar a Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Trata-se de uma realidade inacreditável,” afirmou o parlamentar.

Paciente amarrado
Além dos problemas estruturais, a reportagem também constatou situações que vão contra a política saúde mental vigente no país, como um paciente amarrado a uma cama. A explicação para tal procedimento foi dada pelo neuropsicólogo Astrogildo Naves, que alegou que o paciente estava preso por falta de medicamentos usados para controlar uma crise compulsiva. “Somente hoje [ontem] faltam 20 medicamentos de uso primordial para a maioria dos pacientes”, conta.
Astrogildo Naves relata que os médicos e enfermeiros fazem o que podem, mas mesmo assim não é possível realizar um bom trabalho. “Seja pela falta de materiais básicos como lápis e papéis, para uma terapia artística, ou falta de medicamentos fundamentais. Os profissionais daqui não têm como realizar o trabalho que realmente deveria ser feito”, explica. Segundo uma funcionária ouvida pela reportagem e que não quis se identificar, os computadores e o sistema de informática dificilmente funcionam.

Prontuários
Uma das situações mais greves constatada pela reportagem de OHOJE, foi a dos 170 mil a dos prontuários de pacientes que estavam espalhados pelo chão ou em caixas de papel e estandes velhas. Todo o material estava armazenado em três salas repletas de mofo, por causa de inúmeras infiltrações.

Direitos Humanos
De acordo com a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Goiás, Mônica Araújo de Moura, a situação em que os pacientes se encontram no Pronto Socorro foge totalmente ao mínimo inerente à dignidade da pessoa, dos direitos humanos básicos. “Estar livre de detenção e às vezes até mesmo de tortura, seja ela psicológica ou física independente de quem seja o seu algoz, é um direito fundamental, garantido na Constituição Federal. E, na ocasião, do hospital, os pacientes não têm essa escolha. Devemos ficar atentos, pois, mesmo sendo um hospital, podem estar ocorrendo práticas delituosas”, afirma a advogada.

SMS informa que está buscando transferência da unidade
Novamente, OHOJE buscou respostas junto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia sobre a greve situação do Hospital Wassily Chuc. O órgão, que preferiu se pronunciar por meio de nota, informou que na unidade de pronto atendimento de urgência psiquiátrica, os pacientes são atendidos e, conforme necessidades, encaminhados para internação em outros leitos. Sobre a falta de medicamentos, a Secretaria explicou que há alguns problemas pontuais. Sobre o paciente que foi encontrado amarrado, a SMS explicou na nota que a contenção mecânica é um procedimento habitual em prontos socorros psiquiátricos e são utilizados para garantir a segurança do próprio paciente em casos de agressividade.
Em relação à estrutura precária, a SMS confirmou que está avaliando imóveis para a transferência do hospital psiquiátrico. No entanto, informa a nota, “existem dificuldades em encontrar um espaço com o porte e características necessários para essa transferência”. Por fim, a Secretaria esclarece que “alguns locais estão sendo vistos por uma equipe técnica para compatibilidade com o serviço. E, com o novo imóvel os prontuários poderão ser preservados de maneira melhor”.

Histórico
O Pronto Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc foi criado em 1994 para receber todos os pacientes do extinto Centro Psiquiátrico Adauto Botelho, que funcionava onde é hoje a atual sede do Centro de Reabilitação Dr. Henrique Santillo (Crer), no setor Negrão de LIma. Eram mais de 300 pacientes, dentre eles apenas 20 estão até hoje no Wassily, pois não possuem família e não têm para onde ir, segundo o neuropsicólogo Astrogildo.
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Trabalhadores da Saúde rejeitam proposta da Prefeitura e mantêm greve
Sindicato definiu ato em Brasília para a próxima segunda-feira

Alice Orth
Em greve há 23 dias, os profissionais da Saúde de Goiânia consideraram a nova proposta apresentada pela Prefeitura insuficiente. Em assembleia na manhã desta terá-feira (5), os trabalhadores decidiram continuar a paralisação.
O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde) foi recebido no Auditório Jaime Câmara na tarde desta segunda-feira (4) para negociação. Os secretários de Finanças, Jeovalter Correa, de Gestão de Pessoas, Paulo César e de Saúde, Fernando Machado, ofereceram o descongelamento do Plano de Carreiras, Cargos e Vencimentos (PCV).
A Prefeitura também propôs o pagamento do Abono referente à insalubridade a partir de janeiro de 2016, e a criação de um cartão de alimentação. No entanto, segundo o Sindsaúde, não foram contemplados todos os pontos exigidos pelos grevistas.
“A greve na Saúde vai continuar porque a proposta ainda não atende toda a nossa pauta de reivindicação. Acreditamos que a Prefeitura de Goiânia tem condições de ampliar essa negociação e por isso vamos continuar buscando nossos direitos”, afirmou a presidente do Sindsaúde, Flaviana Alves.
Na assembleia desta manhã, foi estabelecido um cronograma de ações, com um ato em Brasília na próxima segunda-feira (11), uma manifestação no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e doação de sangue para simbolizar o esforço dos servidores no atendimento.  A próxima reunião deve ocorreu na sexta-feira (8).
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Aruanã é exemplo a ser seguido em Goiás
A cidade, no noroeste do Estado, conseguiu em plena epidemia de dengue, reduzir em 83% o número de casos

Jéssica Torres

Enquanto o número de casos de dengue cresce vertiginosamente em todo o país, colocando, inclusive, Goiás em segundo lugar no ranking dos estados com maior índice da doença, a cidade de Aruanã, noroeste goiano, dá um exemplo a todos. O município, que fica a 310 km de Goiânia, conseguiu reduzir em até 83% os casos de dengue, até o último boletim epidemiológico, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Com uma população estimada em 7.496 habitantes, (segundo dados do IBGE), Aruanã teve entre janeiro e abril de 2014, o registro de 148 casos. No mesmo período deste ano, foram apenas 15 registros até a última semana epidemiológica, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Segundo a Coordenadora do Núcleo de Vigilância de Saúde, Andreia Viera Silva, para reverter tal situação toda a população se mobilizou no combate ao mosquito. “Primeiro foram distribuídos panfletos em todos os domicílios, na zona urbana e rural, e máquinas agrícolas fizeram a roçagem dos lotes baldios. Além disso, houve o recolhimento pelos agentes de garrafas pet e recipientes menores que poderiam acumular água”, justifica.
De acordo com o prefeito de Aruanã, Paulo Valério, ele próprio assumiu o comando da força-tarefa e com a ajuda solicitada do governo e de prefeitos de cidades vizinhas, formou-se um exército para que, fizessem o mesmo trabalho nas cidades próximas. “Aprendi que o manejo ambiental é o que importa, melhor que fumacê, o que tem efeito mesmo é a ação dos funcionários de casa em casa”, diz o prefeito.
Um adesivo com os dizeres “Esta casa não tem dengue” foi entregue a todos que permitiram a entrada dos agentes em casa e os moradores que não tinham esta espécie de certificado começaram a ser cobrados pelos vizinhos. Nas casas desocupadas, muitas delas com piscinas, com estimativa de mais de duas mil espalhadas em casas de veraneio pela cidade, a prefeitura entrou com autorização da Justiça. Além do debate sobre a doença em todos os programas de rádio da cidade. “O resultado da mobilização não veio a curto prazo, é uma rotina. Demandou paciência e esforço”, completou.
O município só começou a colher frutos no fim de 2014, quando as estatísticas feitas a partir das notificações começaram a reduzir. “Faço hoje três campanhas contra dengue no ano, em janeiro, junho e outubro. Queremos ir para o zero e estamos chegando lá”,, garante o prefeito. Mas ressalta que, nesta guerra, a vitória nunca é definitiva e que o preço a ser pago pelo poder público é a eterna vigilância.

Combate
Já em Goiânia, de acordo com Flúvia Amorim, da Secretaria Municipal de Saúde, alguns bairros da cidade estão seguindo sem nenhuma notificação e isto se deve, segundo ela, pelos cuidados feitos por moradores nestas áreas.
No último boletim epidemiológico, cidades como Silvânia e Pirenópolis não tiveram notificação, porém existem casos que não são repassados. A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Maria Cecília Martins Brito, afirma que o déficit de agentes de combate a endemias em todo o Estado é um dos desafios. Goiás tem 3,2 milhões imóveis e deveria possuir minimamente 3,2 mil agentes de endemias em campo. No entanto, o Estado possui um total de 2.250 desses profissionais. “A falta da visita domiciliar, com ações orientativas e preventivas, faz com que a situação se agrave, e Aruanã se diferenciou desta maneira, devemos seguir este exemplo ”, observa.
Segundo Ionizete Garcia da Silva, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), este mosquito tem como característica à procura por ambientes artificiais e não naturais. Uma das alternativas pelo especialista para proteção é a colocação de telas em portas e janelas,que evita o contato da fêmea com o sangue humano, como forma de alimento e contaminação, além do uso de repelentes que tem como princípio ativo o Icaridina. “Eles proliferam cerca de três vezes ao mês, não adianta se proteger sem combater também, é essencial a sociedade cuidar do ambiente em que vive e se mobilizar, só assim acabará com este caos”, alerta.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação