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DESTAQUE
Hugo desmarca 18 cirurgias em Goiânia
Hospital Adonai passa por nova vistoria do Cremego, mas continua interditado
Fórum da Ahpaceg e The1 debate atual cenário da saúde privada de Goiás
Biomaterial para implantes oculares
O POPULAR
Hugo desmarca 18 cirurgias em Goiânia
A falta de insumos foi a justificativa apresentada pela secretaria estadual para suspender os procedimentos. Pasta diz que serviço foi retomado e será normalizado nos próximos dias
Por conta de uma Portaria publicada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) que autoriza a suspensão de procedimentos eletivos nas Unidades de Saúde do Estado, o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) desmarcou todas as cirurgias eletivas agendadas para ontem. O motivo da suspensão seria a falta de insumos e medicamentos para a realização dos procedimentos. De acordo com a SES, a situação deve se normalizar nos próximos dias, visto que o Decreto de Emergência tinha validade até ontem.
Alegando desabastecimento de materiais e equipamentos dos serviços de Saúde por conta da paralisação nacional dos caminhoneiros, o titular da SES, Leonardo Vilela, assinou, no dia 26 de maio, uma portaria declarando situação de emergência no Estado de Goiás. A partir desta portaria, as Unidades de Saúde estariam autorizadas a suspender procedimentos eletivos até a data de ontem, visando priorizar os atendimentos de urgência e emergência.
A interrupção da cirurgia no Hugo veio depois de a decisão ser acatada pelo Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (Huana) e de Trindade (Hutrin). A administração do Hugo declarou que as cirurgias eletivas agendadas para quarta-feira estavam todas suspensas por déficit nos estoques de insumos da unidade. Ao todo, 18 cirurgias foram desmarcadas.
Uma das pessoas afetadas pela medida foi a aposentada Sueli da Silva Brito, de 62 anos, que está com o ombro direito fraturado desde o último dia 20. Segundo a prima, Walérie Rosa Martins, 52 anos, que acompanha a idosa no Hugo, nos quase 20 dias de internação, nenhuma informação foi repassada à paciente. No fim da noite de terça-feira (5), Sueli recebera a notícia que seria operada na manhã de ontem, contudo, poucas horas antes do procedimento, teve a cirurgia suspensa. "Nós ficamos aqui quase vinte dias esperando essa cirurgia sair e quando sai eles desmarcam", desabafou. Walérie relata, também, que a prima já não tem recebido mais remédios e o único cuidado com a fratura é uma tipoia, comprada por ela, que a idosa usa no braço. "Ela está sentindo muita dor", conta.
A SES informa que, a partir desta quinta-feira (6), na medida em que o hospital retomar a normalidade, os atendimentos serão reestabelecidos. Contudo, ainda não há data definida para os reagendamentos das 18 cirurgias que foram suspensas. Além das suspensões, o Decreto nº 9.232 autorizava a permuta de insumos, medicamentos e equipamentos médico hospitalares entre as unidades de saúde da rede, método que foi muito utilizado nos últimos dias. No entanto, a informação é de que todas as Unidades voltarão a funcionar em sua capacidade máxima, incluindo o Programa Terceiro Turno.
2 Perguntas para Leonardo Vilela
A suspensão das cirurgias pode continuar em algum hospital?
A partir de hoje (quarta-feira), todos os agendamentos de procedimentos cirúrgicos eletivos, inclusive do Terceiro Turno, serão retomados nos hospitais estaduais.
Os procedimentos de urgência e emergência foram prejudicados?
Os efeitos da portaria relativa ao momento de crise e revogada ontem (terça-feira), são somente dos casos eletivos, aqueles em que o paciente pode aguardar; e não dos atendimentos de urgência e emergência, que não foram afetados em nenhuma das unidades.
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JORNAL OPÇÃO
Hospital Adonai passa por nova vistoria do Cremego, mas continua interditado
Antigo hospital Lúcio Rebelo ficou impedido de realizar novas internações depois que conselho de medicina identificou irregularidades na unidade
O Hospital Adonai, entidade privada no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, segue interditado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), mesmo após nova perícia nesta quarta-feira (6/6).
O antigo Hospital Lúcio Rebelo ficou impedido de realizar novas internações depois que uma perícia constatou irregularidades na estrutura física, falta de materiais e de medicamentos.
Segundo o conselho, para suspender a interdição, é preciso que a diretoria do hospital assine um Termo de Acordo de Conduta (TAC) com a definição de prazos para a correção das não-conformidades pendentes – o que ainda não aconteceu – e da aprovação da desinterdição pelos conselheiros do Cremego.
Com a interdição ética, os médicos ficam impedidos de trabalhar no hospital e novas internações passam a ser suspensas. Pacientes internados continuarão sendo atendidos até a alta médica. Procurado, o hospital não quis se pronunciar sobre o caso.
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AHPACEG
Fórum da Ahpaceg e The1 debate atual cenário da saúde privada de Goiás
Realizado pela Ahpaceg e The1, evento contou com palestra do médico Gonzalo Vecina, que deu dicas para hospitais se adequarem às novas demandas socioeconômicas
As consequências da crise financeira, da concentração do mercado de planos de saúde e do envelhecimento da população na gestão dos hospitais privados goianos foram debatidas no Fórum Os Caminhos da Saúde, promovido pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) e pela empresa especializada em assistência médica The1 nesta quinta-feira (7), na sede da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO). O evento, que teve o apoio da Orbis Engenharia, Fundação Getúlio Vargas e Coopanest-GO, reuniu representantes do setor hospitalar privado, de operadoras de planos de saúde, de cooperativas médicas, gestores públicos e profissionais de saúde.
O médico e professor da Universidade de São Paulo (USP), Gonzalo Vecina, palestrante do fórum, discutiu as transformações sociais e as influências destas no sistema de saúde. “Vivemos mudanças constantes e não somos capazes de melhorar com a mesma velocidade. Além da situação financeira, temos também a longevidade da população. Morremos mais velhos, com doenças crônicas e degenerativas que possuem tratamentos complexos. Com isso, há um aumento de custos e necessidade de especialização nos hospitais”, citou Vecina, também ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ex-CEO do Hospital Sírio-Libanês.
Esse cenário é ainda mais preocupante em Goiânia, de acordo com Christiano Quinan, CEO da The1. Ele explicou que as receitas por leito nos hospitais da cidade são quatro vezes menores do que de hospitais de Curitiba (PR), Uberlândia (MG) e Campinas (SP), entre outros locais. A concentração de usuários em poucos planos de saúde – 63% dos goianos em apenas três operadoras – associada aos investimentos menores também complica a situação dos profissionais e da rede hospitalar.
“O SUS é sempre o foco, mas o sistema de saúde também é composto pelo privado e este precisa estar nas pautas de discussões. Apoiar e participar desse evento é um modo de mostrar que a responsabilidade é de todos da área da saúde e não só dos hospitais”, alertou Quinan, exemplificando que a receita média por leito de hospitais privados no Brasil em 2017, de acordo com o Observatório da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados) foi de R$ 1.375 milhões/ano, enquanto a dos hospitais goianos foi quatro vezes menor: R$ 326 mil.
Segundo ele, o cenário está ruim para os operadores do sistema, os prestadores de serviços hospitalares, os clientes corporativos, que não têm muito opção de contratação de plano de saúde e estão com reajustes elevados, e para os usuários, que também enfrentam dificuldades para conseguir atendimento.
Buscar em conjunto soluções que assegurem a sustentabilidade e a continuidade do atendimento nos hospitais goianos foi o principal objetivo para a realização do fórum, segundo Haikal Helou, presidente da Ahpaceg. “Temos que unir os hospitais, os prestadores de serviço, a Secretaria da Saúde do Estado e trabalhar para que possamos captar o paciente e mantê-lo de forma viável para todos, sem exploração ou desconfiança de nenhum lado”, disse.
Segundo Gonzalo Vecina, algumas atitudes propiciam alcançar essas medidas necessárias e tornar o sistema de saúde mais eficaz para os hospitais e, consequentemente, pacientes. Entre as dicas está ter o crescimento escalonado, com gastos e ganhos planejados, seguido de redes de especialização, pesquisas, incentivo ao tratamento humanizado e à independência e participação do paciente no tratamento, além de abraçar a cultura da digitalização.
“Precisamos criar um novo tipo de cliente, que não seja apenas paciente, mas sujeito, que faça sua parte, que confira que medicamento está recebendo, que verifique se o médico lavou as mãos antes de atendê-lo, que se cuide e que participe de seu processo de atenção”, ensinou Vecina, que também reforçou a importância de uma gestão mais eficiente e destacou que há muitas coisas a serem feitas, mas é preciso querer fazer.
Troca de experiências
Foi a reunião de profissionais de diversos setores da área da saúde o principal atrativo no fórum, na opinião do diretor de Mercado da Unimed Goiânia, Sérgio Baiocchi. “Estamos em um contexto de desequilíbrio e precisamos nos aglutinar para resolver os problemas que aparecem, como a questão financeira. Também sou médico e gostaria de ganhar mais, mas como diretor sei que é impossível pagar mais”, declarou.
A enfermeira e vendedora de equipamentos hospitalares Karine Alves vive um problema semelhante. Ela conta que os centros médicos de Goiás adquirem apenas os produtos pagos pelos convênios pela escassez de dinheiro em caixa, o que pode comprometer a medicina da região. Para ela, é importante discutir os caminhos dos hospitais do Estado com profissionais que possuem vivências diversas.
Essa insatisfação citada pelos participantes está presente em todos que atuam na área da saúde e mostra que algo está errado, segundo Gustavo Gabriel Rassi, 2º vice-presidente da Ahpaceg e diretor do Hospital do Coração Anis Rassi. “Nosso desafio é buscar alternativas em que os hospitais e os prestadores de serviço sejam reconhecidos em vista sempre da qualidade e de segurança oferecidas aos pacientes, levando o selo da Ahpaceg ao cenário nacional e internacional”, afirmou Rassi, citando o selo de certificação criado pela Associação para a classificação dos hospitais.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Biomaterial para implantes oculares
Tecnologia possibilitará a realização de cirurgias preservando maior quantidade de tecido ocular necessário para o ser humano
Um material vitrocerâmico capaz de devolver o volume perdido do globo ocular de pessoas portadoras de doenças como tumor, trauma ou glaucoma. Trata-se de uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no Laboratório de Materiais Vítreos (LaMaV) da UFSCar.
Segundo a UFSCar, a tecnologia foi patenteada e possibilitará a realização de cirurgias preservando maior quantidade de tecido ocular necessário para o ser humano.
O material foi desenvolvido pelos pesquisadores Oscar Peitl Filho e Edgar Dutra Zanotto, do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, e Silvana Artioli Schellini e Simone Milani Brandão, da Unesp. Zanotto é o coordenador do Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Materiais Vítreos (CeRTEV), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.
Quando, por algum motivo de saúde, o conteúdo ocular é retirado de uma pessoa, sua visão é completamente perdida. Não é possível realizar intervenções para que o paciente volte a enxergar, mas é necessário substituir o volume do globo ocular afetado por um implante, preservando o convívio social do paciente sem o constrangimento de outras pessoas perceberem a cirurgia ou o uso da prótese.
No caso da nova tecnologia, uma das principais características é ser um material integrável, ou seja, capaz de criar adesão ao tecido macio do paciente e, com isso, oferecer menos risco de perda e deslocamento do implante intraocular. A adesão de uma cerâmica cristalina sintética aos tecidos moles (cartilaginosos) ainda não era possível até o surgimento desse material, denominado biosilicato.
A patente começou a ser pensada há cerca de oito anos, quando o grupo de pesquisa do Laboratório de Materiais Vítreos da UFSCar foi procurado por Brandão. Na ocasião, os pesquisadores desenvolveram geometria cônica para prótese ocular com dimensão proporcional ao globo ocular de um coelho, diferente do que existe atualmente, aplicando testes em 60 animais.
Os coelhos foram acompanhados por cerca de 180 dias para a verificação de adesão, estudo morfológico e celular da face com o implante e estudo sistêmico com a coleta de sangue durante os ensaios, além dos riscos de infecção, inflamação e análises patológicas. A pesquisa comprovou que o biomaterial adere aos tecidos macios, sem a ocorrência de extrusões ou problemas sistêmicos.
A partir dos resultados, foi desenvolvida uma prótese ocular para reposição do volume do globo ocular em face da retirada de tumores. A proposta de associar em uma prótese melhor adaptação cirúrgica, geometria compatível com o globo ocular humano (cônica em vez de esférica) e adesão singular aos tecidos oculares – em uma tecnologia nacional – resultou em um design inovador, sugerindo nova abordagem na área da oftalmologia.
Entre o tempo de confecção da prótese e a realização do procedimento cirúrgico – com coleta de pacientes, submissão em conselho de ética e aplicação dos testes – foram cerca de dois anos de pesquisa, além dos seis meses iniciais para a definição dos moldes, e mais um ano para a confecção e produção da primeira prótese com dimensões adequadas ao olho humano.
Os testes foram feitos nos hospitais universitários da Unesp, em Botucatu, e da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, em 40 pacientes cegos, com o implante de prótese sólida e cônica, de geometria e peso proporcionais, e canais que servem de melhor ancoragem e adesão de tecidos, comprovando sua eficácia.
Segundo Peitl, pesquisador responsável pela tecnologia, atualmente a prótese mais utilizada para a substituição de olhos humanos é esférica, confeccionada com material plástico poroso (importado), cuja adesão permite que parte do tecido cresça dentro dos "poros", fixando-a no corpo. As próteses oculares inertes e plásticas que não têm resposta bioativa se mantêm na posição, criando uma cápsula fibrosa.
Peitl explica que o organismo tem duas maneiras de responder a esse procedimento: "Necrosando o tecido daquela região, quando entende que o material é uma ameaça ao corpo humano, ou simplesmente encapsulando-o, quando entende que o material não faz mal e pode ser absorvido".
Para a nova tecnologia, os pesquisadores desenvolveram canais ao longo da prótese cônica, com o objetivo de diminuir o peso, para obter melhor resposta biológica e aumentar a área de contato do implante com o hospedeiro e, assim, a adesividade entre eles.
Os pesquisadores tinham grande expectativa com relação ao desenvolvimento da prótese, mas os resultados superaram a viabilidade porque a aplicação não apresentou nenhum problema técnico. Além disso, Peitl ressalta que o design da prótese, com canais e geometria que contribuem para que o organismo não a recuse, foi o principal diferencial da tecnologia.
"Não tínhamos ideia do que íamos desenvolver quando começamos a falar em olhos humanos, mas havia a necessidade de um design diferenciado e essa foi a nossa proposta. Buscar soluções com equipe multidisciplinar tornou o nosso resultado fantástico, pois um profissional isolado não resolve problemas sozinho", disse em comunicado da UFSCar.
O grupo aguarda o interesse de empresas que possam produzir a tecnologia em escala industrial, principalmente para pacientes do SUS, sendo também uma opção para o sistema de saúde privada com diferencial inovador e sem concorrentes no mercado.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação