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DESTAQUES
Goiás tem mais de 6,4 mil mortes por coronavírus
Média móvel de morte por Covid-19 volta a ficar acima de 600
Reino Unido inicia campanha de vacinação contra Covid-19
Em 20 dias, fila por um leito no estado do Rio cresceu 254%
Governo suspende exames de HIV, aids e hepatites virais no SUS
Grupo Hermes Pardini quer transportar amostras biológicas por drone
Bolsonaro: Havendo certificação da Anvisa, governo ofertará a vacina gratuita e não obrigatória
Lentidão do Ministério da Saúde provoca corrida de governadores e prefeitos por vacina da covid
Pazuello deve tratar de vacinas com governadores em reunião no Palácio do Planalto
Ministério negocia com Pfizer compra de 70 mi de doses de vacina
SP iniciará imunização em 25 de janeiro
Associação de artigos médicos alerta para risco de faltar seringa para vacina da covid no Brasil
Doria promete vacina para “todo brasileiro” a partir de janeiro
Seringa, freezer, algodão: Brasil pode sofrer falta de insumos para vacina contra a covid-19 se não agir rápido
Goiás registra 854 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas
TV ANHANGUERA
Goiás tem mais de 6,4 mil mortes por coronavírus
https://globoplay.globo.com/v/9082796/programa/
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O GLOBO
Média móvel de morte por Covid-19 volta a ficar acima de 600
Brasil bate a marca de 177 mil óbitos e de 6,6 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus
Após 58 dias, a média móvel de mortes por Covid-19 voltou a ficar acima de 600 no país. O cálculo de ontem ficou em 603, sétimo dia consecutivo de crescimento. Assim, o Brasil apresenta tendência de alta nas mortes causadas pelo novo coronavírus.
O país chegou à marca de 177 mil mortes causadas pela Covid-19, de acordo com o boletim das 20h de ontem do consórcio de veículos de imprensa. Nas últimas 24 horas foram registrados 426 óbitos, totalizando 177.388 vidas perdidas para a doença. Foram notificados também 25.123 casos, elevando para 6.628.065 o número de infectados pelo novo coronavírus.
A média móvel de 7 dias equivale a uma média entre o número de mortes do dia e dos seis anteriores. O total é comparado com a média de duas semanas atrás para indicar se há tendência de alta, estabilidade ou queda.
O cálculo é um recurso estatístico para conseguir identificar a tendência dos dados abafando o chamado “ruído” causado pelos finais de semana, quando a notificação de mortes se reduz por escassez de funcionários em plantão.
Há 18 unidades federativas com tendência de alta na média móvel de mortes por Covid-19: Acre, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
ESTADOS EM ESTABILIDADE
Há cinco estados brasileiros estão com tendência de estabilidade – Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Pará -, enquanto que quatro demonstram queda – Alagoas, Amazonas, Goiás e Rio de Janeiro.
Os dados são do consórcio formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo e reúne informações das secretarias estaduais de Saúde divulgadas diariamente até as 20h. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde.
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Reino Unido inicia campanha de vacinação contra Covid-19
LONDRES Margaret Keenan, uma avó britânica de 90 anos, tornou-se a primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer contra a Covid-19, fora de um ensaio clínico. Madrugadora, Keenan recebeu a injeção no hospital da região onde mora, em Coventry, no centro da Inglaterra, na manhã desta terça-feira, às 6h31 (hora local, aproximadamente 3h31, horário de Brasília).
“Sinto-me muito privilegiado por ser a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19”, disse Keenan, que completou: “É o melhor presente de aniversário antecipado que eu poderia desejar, porque significa que posso finalmente passar um tempo com minha família e amigos no Ano Novo, depois de estar sozinha na maior parte do ano”. Keenan, conhecida como Maggie por seus amigos, é uma ex-assistente de joalheria que se aposentou há apenas quatro anos. Ela tem uma filha, um filho e quatro netos.
Este é, na verdade, um dia histórico para o Reino Unido e o mundo, com o contra o novo coronavírus, a primeira a ser adotada dentro de protocolos usuais de saúde pública, através da fórmula da Pfizer/BioNTech, aprovada na última quarta-feira. Idosos, funcionários e residentes de asilos e profissionais de saúde que atuam na linha de frente da pandemia devem ser os primeiros contemplados.
Brasil:
Além da magnitude simbólica do processo na linha cronológica da pandemia, que já soma 1,5 milhão de mortos e 67 milhões de infectados pelo novo coronavírus, o “case” britânico será acompanhado com lupa por todo o planeta pela complexidade da operação. A vacina da Pfizer/BioNTech, por exemplo, depende de armazenamento a -70°C, o que exige freezers especiais e um transporte meticuloso.
Além disso, o papel do Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla em inglês) reflete o primeiro grande teste de um sistema público a logística exigida pelos critérios técnicos do imunizante é um desafio até mesmo para o Reino Unido em um país de quase 70 milhões de habitantes.
Alerta:
Por isso, a tão esperada imunização da população deverá demorar meses, como alertou o governo do Reino Unido na semana passada. A etapa que começa hoje incluirá apenas pessoas de alto risco de contrair a forma grave da Covid-19 em uma lista de prioridades.
O Brasil ainda não firmou acordos com a Pfizer. Na última quarta-feira, a companhia alertou que a janela temporal para fechar negócio com o governo brasileiro estava se fechando por conta da demanda global pelo imunizante e deu um prazo de uma semana, a expirar no próximo dia 9.
O Ministério da Saúde deu a entender na terça-feira passada (1) que a fórmula da empresa estava em desvantagem nos critérios brasilerios por depender de temperaturas baixíssimas, garantidas apenas por equipamentos raros no país.
Quem será priorizado na primeira fase?
Moradores e funcionários de asilos, idosos de mais de 80 anos e profissionais de saúde que atuam na linha de frente da Covid-19 estão no nível de prioridade máxima da primeira fase. Posteriormente, ainda na etapa inicial, serão contemplados cidadãos em escala decrescente de idade até os 50 anos. Serão inclusos também aqueles entre 16 e 64 anos com comorbidades que representem “alto risco” de mortalidade pela doença. Quem tiver até 49 anos dependerá das próximas fases.
Por razões logísticas, quem se enquadrar no grupo priorizado e der entrada em um hospital ou receber alta médica será imunizado pelo NHS.
Não será possível vacinar-se voluntariamente neste primeiro momento; os cidadãos priorizados serão designados e agendados pelo próprio NHS, minimizando os impactos sanitários de uma correria aos hospitais. No caso de funcionários de asilos, caberá às instituições inclui-los no rol de imunizados.
Espera-se que a rainha Elizabeth II, de 94 anos, e seu marido, o príncipe Philip, de 99, estejam entre os primeiros vacinados no Reino Unido. Segundo especulado pela imprensa britânica, a expectativa do Palácio de Buckingham é que a adesão da monarca incentive a população a vacinar-se.
Autoridades britânicas afirmaram, ainda, que equipes do NHS devem receber as primeiras doses por razões “pragmáticas”. Dadas as condições de armazenamento da vacina, as instalações hospitalares favoreceriam a imunização destes grupos.
Como funciona a vacinação?
A fórmula da Pfizer/BioNTech foi desenhada para ser aplicada em duas doses com um intervalo de 21 dias. Assim, quem for vacinado neste mês deverá voltar em três semanas para receber ser novamente inoculado. Esse é mais um motivo pelo qual a operação é vista como complexa pelas autoridades e por especialistas. É preciso assegurar que cada britânico imunizado receba a segunda dose. Sem ela, a proteção contra a Covid-19 não é garantida.
Onde as pessoas poderão se vacinar?
Na Inglaterra, a primeira fase da operação será concentrada em 50 hospitais. Instalações na Escócia, Irlanda do Norte e no País de Gales, as outras três nações que compõem o Reino Unido, também receberão doses nessa etapa inicial.
Posteriormente, o governo britânico criará mais de mil centros de vacinação, desde ambulatórios até centros de convenção e estádios esportivos adaptados. Serão incluídos, ainda, centros de atenção primária no NHS e farmácias na fase de universalização da vacina dentro do país.
Quantas doses serão aplicadas na primeira fase?
O Reino Unido encomendou 40 milhões de doses da vacina da Pfizer durante a fase de testes clínicos. Como o produto exige duas doses, 20 milhões de britânicos serão contemplados, mas o governo conta com a aprovação de outros imunizantes desenvolvidos pelo mundo, inclusive em território britânico, a exemplo da fórmula da AstraZeneca/Universidade de Oxford.
A Pfizer entregará efetivamente 800 mil doses nesta primeira semana. A quantidade é suficiente para vacinar 400 mil britânicos ao longo dos próximos meses.
Por que a logística é complexa?
Os frascos devem ser mantidos entre -80°C e -70°C. Os dispositivos capazes de armazená-los não estão disponíveis em larga escala como refrigeradores comuns, mantidos a temperaturas entre 2°C e 8°C. Nestes equipamentos mais simples, o imunizante não dura mais do que cinco dias.
Cada refrigerador utilizado na entrega da vacina comporta 975 doses divididas em cinco pacotes e é limitado a quatro transportes a partir da fábrica. O processo de descongelamento demora horas, o que exigirá planejamento por parte dos centros de imunização.
Além disso, a divisão dessas dosagens depende de uma regulação especial por parte do governo que poderia facilitar, por exemplo, o envio de imunizantes diretamente para as casas de repouso.
Quando os trabalhos serão concluídos?
O chefe do NHS, Simon Stevens, estima que a primeira fase voltada para o grupo de risco será concluída até março de 2021. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou na semana passada que espera um retorno “à vida normal” no país com a vacinação da população até o fim de junho de 2021, mas o cálculo depende da autorização de outras vacinas pela reguladora do país.
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Em 20 dias, fila por um leito no estado do Rio cresceu 254%
Ontem, 472 pessoas aguardavam por um leito. Desse total, 252 eram casos graves que necessitavam de vaga em UTIs
DIEGO AMORIM E ARTHUR LEAL
A fila de pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 no Rio deu um salto de 254% desde o último dia 19 de novembro. Ontem, havia 472 pessoas à espera de uma vaga de enfermaria (220) ou de UTI (252), segundo a Secretaria estadual de Saúde. Há três semanas, eram 133. Ao mesmo tempo, a demanda por atendimento médico nas UPAs não para de crescer, aumentando a pressão sobre o sistema de saúde já que alguns pacientes são graves e necessitam de terapia intensiva.
– Está bem cheio lá dentro. Eu trouxe o meu pai, que acordou com muita falta de ar, cansaço e dor no corpo. Foi atendido, colocado em isolamento e aguarda para fazer os exames. Assim como ele, há vários outros casos suspeitos na UPA. Tem gente que há dois ou três dias tenta uma vaga, mas ainda não conseguiu – conta a dona de casa Verônica Assis, de 42 anos, que estava ontem na UPA de Realengo, na Zona Oeste.
O diretor de comunicação do Sindicato de Médicos do Rio (SinMed-Rio), Carlos Vasconcelos, afirma que a superlotação das UPAs no Rio – que são portas de entrada da rede do SUS – é um termômetro do que está acontecendo na cidade.
– A taxa de ocupação de leitos mais alta sobrecarrega a fila porque são vagas sem muita rotatividade – diz, referindo-se ao fato de pacientes graves de coronavírus permanecerem mais tempo em UTIs.
MENINO ESTÁ GRAVE
Transferido de Itaperuna, no Noroeste Fluminense, para o Rio, no domingo, um menino, de 8 anos, continua grave no Hospital Menino Jesus, em Vila Isabel.
A Secretaria estadual de Saúde estimou ontem que a taxa de ocupação de leitos de enfermaria era de 63% e de 82% em camas de UTI. No município, em toda a rede SUS (que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais), a taxa de ocupação para Covid-19 é de 92% em leitos de UTI e de 88%, em enfermarias.
Os números ainda estão longe do que se viu no ápice pandemia. Em 9 de maio, 1.283 pacientes aguardavam por leito, sendo 510 para UTI. Mas as estatísticas já apontam para um claro agravamento do avanço da doença.
– Essa situação tende a piorar ainda mais com as aglomerações nas festas de fim de ano – avalia Vasconcelos, acrescentando que o quadro ficou mais dramático com o fechamento dos hospitais de campanha.
A aposentada Lia Pereira, de 90 anos, está há quase uma semana tentando uma internação. No fim de novembro, a idosa começou a apresentar sintomas de Covid-19. Com febre alta, dor no corpo e falta de ar, ela e a filha, a recepcionista Léa Paiva, de 60 anos, foram até a UPA de Campo Grande, Zona Oeste. Sem vagas, as duas voltaram para casa.
– Disseram que não tinha leito. No Hospital Rocha Faria, a situação é a mesma. Estamos entregues à sorte e à vontade de Deus – desabafou Léa.
Uma funcionária da unidade, sem se identificar, contou que estão atendendo cerca de 400 pessoas por dia:
– A maioria com suspeita de Covid-19 e com síndrome respiratória.
Na última sexta-feira, o governador em exercício Cláudio Castro e o prefeito Marcelo Crivella prometeram abrir novos leitos e intensificar a fiscalização para exigir da população o cumprimento das regras de ouro, como uso de máscaras e distanciamento social.
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AGÊNCIA ESTADO
Governo suspende exames de HIV, aids e hepatites virais no SUS
Brasília – O Ministério da Saúde deixou vencer um contrato e suspendeu os exames de genotipagem no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas que vivem com HIV, aids (a doença causada pelo vírus) e hepatites virais. O teste é essencial para definir o tratamento mais adequado para quem desenvolve resistência a algum medicamento. O contrato com a empresa que realizava este exame venceu em novembro passado.
Apenas um mês antes, em 7 de outubro, o ministério realizou um pregão para buscar nova fornecedora do serviço. O processo, porém, fracassou após a empresa vencedora não anexar todos os documentos exigidos pelo edital. O ministério prevê realizar novo pregão nesta terça-feira, 8. Se houver vencedor no certame, a expectativa é retomar o serviço apenas em janeiro.
Em nota distribuída a serviços de saúde no último dia 3, o ministério afirma que fará este exame apenas para crianças com menos de 12 anos e gestantes que vivem com HIV e aids. Já os pacientes de hepatite C devem receber os medicamentos velpatasvir e sofosbuvir, que são mais eficazes e dispensam a genotipagem. O HIV é o vírus causador da aids, doença que ataca células do sistema imunológicos. Ter HIV, porém, não significa que a pessoa desenvolverá aids.
Grupo avalia ir ao Ministério Público
Conselheiro Nacional de Saúde e representante da Articulação Nacional de Luta contra a aids (Anaids), Moysés Toniolo afirma que foi pego de surpresa pela interrupção dos exames de genotipagem. Ele disse que a pasta não informou quantos pacientes precisam hoje deste serviço. A Anaids estuda levar o caso ao Ministério Público Federal (MPF), segundo Toniolo. “Temos um contingente de pessoas que há anos usam a terapia e pode precisar desse exame para continuar a viver”, afirmou ele.
Toniolo avalia que há um “desmonte” de políticas para pessoas que vivem com HIV, aids e hepatites virais no governo Jair Bolsonaro. Ele lembra que, quando ainda era deputado, Bolsonaro disse ser contra o custeio do tratamento destas doenças pelo SUS. “Problema é dele (o paciente)”, declarou o atual presidente em entrevista ao programa CQC, da TV Bandeirante, em 2010.
Professor titular de medicina na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcelo Simão Ferreira afirma que o prejuízo não será grande para pacientes de hepatites virais, pois há medicamentos que servem para todos os genótipos da doença, ou seja, dispensam o exame que o SUS interrompeu. “Agora, para o HIV vai fazer falta. A genotipagem do HIV avalia a sensibilidade do vírus às várias drogas que nós temos”, disse ele.
Professor de infectologia da Universidade Federal de São Paulo (USP) e membro da SBI, Paulo Abrão afirma que a falta do exame pode comprometer “gravemente” a saúde dos pacientes de HIV. Ele afirma que é preciso planejamento para evitar a descontinuidade de serviços deste tipo, além da perda de direitos conquistados pelos pacientes. Abrão afirma, porém, que é “razoável” a solução do ministério para o tratamento de hepatite C. Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou até a publicação deste texto.
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Grupo Hermes Pardini quer transportar amostras biológicas por drone
Em parceria com a startup Speedbird Aero, o grupo pretende agilizar o processo entre a coleta e o resultado dos exames com o transporte via drone
O grupo Hermes Pardini, dono de empresas de medicina diagnóstica no País, anunciou nesta semana que vai utilizar drones para transportar amostras biológicas. Fundado em Belo Horizonte, o grupo pode ser o primeiro a adotar o transporte para fins médicos.
A intenção, porém, não é substituir a via tradicional de transporte das amostras, mas diminuir o tempo das análises laboratoriais, entre a coleta e o resultado dos exames. Para isso, será necessário um Certificado de Autorização de Voo Experimental da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), além de outras autorizações para o uso do drone.
A novidade é uma parceria com a startup Speedbird Aero, que atua na logística e em partes burocráticas da liberação do voo, como a regulamentação com a Anac, com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A parceria vai ao encontro do propósito do Grupo Pardini de oferecer tecnologia em saúde e viabilizar o acesso à medicina diagnóstica para qualquer pessoa do País, onde quer que ela esteja”, informou o grupo Hermes Pardini em comunicado.
Os testes estão previstos para começar já na primeira quinzena de dezembro, caso o transporte seja aprovado em todas as instâncias aéreas necessárias e pela Anvisa. Atualmente, o grupo coleta mais de 300 mil amostras por dia, em seis mil laboratórios espalhados pelo Brasil.
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Bolsonaro: Havendo certificação da Anvisa, governo ofertará a vacina gratuita e não obrigatória
Brasília, 07/12/2020 – O presidente Jair Bolsonaro afirmou há pouco via redes sociais que a vacina contra a covid-19 que for certificada no Brasil será distribuída de forma gratuita e não será obrigatória. Segundo ele, o imunizante que tiver a validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será distribuída para a toda a população com a garantia de que não faltarão recursos do governo para tal.
“Em havendo certificação da Anvisa (orientações científicas e os preceitos legais) o governo brasileiro ofertará a vacina a toda a população de forma gratuita e não obrigatória. Segundo o Ministério da Economia não faltarão recursos para que todos sejam atendidos”, escreveu Bolsonaro em sua página oficial no Facebook nesta segunda.
A publicação inclui foto do presidente ao lado do ministro Paulo Guedes, da Economia, e do advogado-geral da União, José Levi. “Saúde e Economia de mãos dadas pela vida”, acrescentou Bolsonaro ao final do texto. Guedes esteve no Planalto nesta tarde para uma reunião com Bolsonaro.
Nesta segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que a vacinação contra a covid-19 terá início em 25 de janeiro no Estado. Desafeto político de Bolsonaro, Doria planeja vacinar inicialmente idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas com a Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida em parceria com o Instituto Butantã, do governo paulista.
A aplicação depende ainda dos resultados de eficácia da vacina, o que ainda não ocorreu, e o registro na Anvisa. Em declarações anteriores, Bolsonaro foi contrário a uma vacina de origem chinesa sob o argumento de “descrédito” do País onde o novo coronavírus se originou. O chefe do Executivo também é a favor da imunização opcional e já afirmou que não tomará nenhum imunizante do tipo por já ter contraído a covid-19.
Em coletiva de imprensa hoje, Doria criticou o prazo estipulado pelo Ministério da Saúde para o início da campanha de vacinação. A pasta prevê o início da imunização em março de 2021 e a vacina utilizada deve ser a da Universidade de Oxford/AstraZeneca.
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Lentidão do Ministério da Saúde provoca corrida de governadores e prefeitos por vacina da covid
Parte dos gestores recorre à gestão Doria, de São Paulo, para obter doses da Coronavac, enquanto outros já preveem negociação direta com a Pfizer; caso compra pelo ministério não dê certo
Diante da demora do governo federal de fechar acordos de compra ou antecipar a campanha de vacinação contra a covid-19, prevista para começar em março pelo Ministério da Saúde, governadores e prefeitos têm se mobilizado por conta própria para conseguir imunizantes. Parte dos gestores recorre à gestão João Doria (PSDB), de São Paulo, para obter doses da Coronavac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O plano paulista é iniciar a imunização em 25 de janeiro. Outros governos já preveem negociação direta com a Pfizer, cuja vacina teve 95% de eficácia, se fracassar o negócio com a União. Nessa segunda, 7, o ministério disse negociar 70 milhões de doses com a farmacêutica americana, com entrega de 2021.
O governo Jair Bolsonaro tem apostado na vacina da Universidade de Oxford, que têm parceria com a Fiocruz (100,4 milhões de doses). Mas os cientistas admitiram erros e a necessidade de ampliar testes para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro. A pasta espera ainda doses para 10% da população pela Covax (42,5 milhões de doses), consórcio liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas ainda sem data.
O governo tem resistido à compra de outras vacinas, como a da Pfizer, que deu prazo até esta semana para ter resposta. Para especialistas, governos locais podem ter programas próprios de imunização, desde que haja aval da Anvisa. Doria disse que serão oferecidas 4 milhões de doses a outros Estados, para profissionais de saúde. A Coronavac, porém, ainda não teve resultados de testes sobre eficácia divulgados e ainda depende de registro da Anvisa.
Segundo Doria, oito unidades da federação já manifestaram interesse pela Coronavac. O governador Camilo Santana (PT), do Ceará, escreveu nas redes sociais que conversa com Doria desde novembro. João Azevêdo (Cidadania), da Paraíba, disse ter liberado sua equipe para negociar com São Paulo. “É uma ação paralela ao plano do Ministério da Saúde, para nos anteciparmos e começarmos a vacinação o quanto antes”, disse, também nas redes.
Sobre as negociações p/ aquisição da vacina da covid para os cearenses, informo que, desde o mês passado, tenho mantido conversas com o Governo de SP, diretamente com o gov João Dória, e Inst Butantã, responsável pela produção da CoronaVac, p/ aquisição o mais rápido possível… — Camilo Santana (@CamiloSantanaCE) December 7, 2020
Já o secretário da Saúde do Maranhão, Carlos Eduardo Lula, confirmou à reportagem que deve receber doses. “O Maranhão, com certeza, já fez tratativas com São Paulo”, disse. Ele não informou o total de doses nem os primeiros grupos vacinados. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou nesta segunda que fará viagem a São Paulo (SP) para assinar protocolo de intenções com o Instituto Butantã, órgão paulista que é parceiro da Sinovac no desenvolvimento da vacina.
O prefeito Rafael Greca (DEM), de Curitiba, celebrou em vídeo um acordo que garante “reparte de vacinas para os profissionais de Saúde” da cidade no começo do ano. O consórcio de municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, que reúne 16 cidades, marcou encontro esta semana em São Paulo. “Esse movimento de descentralização da compra de vacinas não é comum, mas é válido. Não está claro o plano de aquisição de vacinas do governo federal”, disse Natan Katz, secretário de saúde adjunto de Porto Alegre. Adversário político de Doria, Bolsonaro teme que a Coronavac dê força ao tucano na eleição de 2022.
#CuritibaContraVírus #ImunizaçãoJá É com grande alegria que conversei com o Governador de São Paulo, @jdoriajr, e acertamos uma parceria para adquirimos doses da #CoronaVac para imunizarmos os curitibanos – priorizando em um primeiro momento os profissionais de saúde. — Rafael Greca (@RafaelGreca) December 7, 2020
Espírito Santo já calcula verba para comprar imunizante da Pfizer
Outros Estados se preparam para uma negociação direta com a farmacêutica Pfizer se a conversa não avançar com o ministério. O Espírito Santo já calculou investir entre R$ 370 milhões e R$ 400 milhões em 6 milhões de doses do imunizante, que será usado a partir deste mês na Europa e no México.
Esse total de doses seria suficiente para imunizar todos os capixabas (menos o público infanto-juvenil), começando pelos grupos de risco, que somam um milhão. “Estabelecemos negociação com a Pfizer para o Estado. Não avançamos por causa da prerrogativa do ministério”, afirmou Nésio Medeiros, secretário de Saúde. “Se não for aceita pelo governo federal, a proposta da Pfizer talvez possa interessar aos governos estaduais.”
A Bahia faz cotações de cem freezers especiais para guardar a vacina da Pfizer, que precisa ficar a -70ºC. “Se a apresentação comercial for semelhante às vacinas da influenza (gripe), considerando a dose de 0,5 ml, cada frasco com 10ml teria 20 doses. Cada freezer armazenaria 1,5 mil frascos, em um total de 30 mil doses cada”, disse o secretário de Saúde, Fábio Villas-Boas. Mato Grosso também não descarta a compra direta.
A Pfizer diz ter solução para armazenar: uma embalagem para 5 mil doses, com temperatura controlada e gelo seco. A vacina duraria 15 dias. A necessidade de baixíssimas temperaturas é o principal argumento para a resistência do ministério.
Outros Estados esperam definição do Ministério da Saúde
Mas negociações isoladas não são a aposta de todos os governos. Procurados, Rio, Pernambuco e Tocantins disseram aguardar definição federal. O ministro Eduardo Pazuello deve se reunir nesta terça-feira, 8, com governadores para tratar de vacinas – alguns participarão por vídeo.
“Não vemos necessidade de aquisições pontuais de vacina. Tão logo seja aprovada pela Anvisa, a vacina será distribuída em todos os estados”, diz André Longo, secretário de Pernambuco. “A Secretaria de Estado da Saúde informa que aguarda orientações do Ministério da Saúde quanto à vacina contra a covid-19 que será incluída no Programa Nacional de Imunizações bem como os públicos alvos e grupos prioritários”, diz nota do governo de Tocantins. O Estado do Rio enviou nota idêntica. “Cabe ao Ministério da Saúde a aquisição dos imunobiológicos que compõem todo o calendário vacinal e as campanhas de vacinação”.
O Paraná desenvolveu seu próprio acordo para produção de vacinas ainda em agosto com o governo da Rússia. Os paranaenses vão testar, produzir e distribuir a vacina após a validação da Anvisa. Os resultados da fase 3 dos testes ainda não foram divulgados. O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), laboratório público oficial, informa que tem sido procurado por companhias farmacêuticas para projetos conjuntos, “mas em função de acordos de confidencialidade não pode realizar a divulgação dos termos dos contatos”.
Paralelamente às discussões sobre aquisição da vacina, vários Estados já montam a infraestrutura para distribuição à população. Santa Catarina está levantando as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que têm equipamentos com capacidade abaixo dos -40ºC, e reforçando o treinamento dos vacinadores. No fim de novembro, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), divulgou o estoque 7,5 milhões de seringas descartáveis para distribuição aos municípios. Os capixabas já compraram outros sete milhões. “Se as vacinas chegarem em janeiro, temos condições de começar a vacinar imediatamente”, diz o secretário capixaba Nésio Medeiros, que pretende vacinar um milhão de pessoas por mês
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Pazuello deve tratar de vacinas com governadores em reunião no Palácio do Planalto
Ministro da Saúde terá encontro virtual com governadores nesta terça-feira. Estados devem cobrar do governo federal maior incorporação de vacinas ao SUS, além de pedir uso emergencial dos imunizantes
BRASÍLIA – O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deve realizar uma reunião na terça-feira, 8, com governadores para tratar da compra de vacinas contra a covid-19. O encontro será feito no Palácio do Planalto, mas a maioria dos governadores deve participar por meio de videoconferência.
Em outubro, durante reunião com governadores, Pazuello anunciou que compraria doses da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantã, órgão ligado ao governo paulista de João Doria (PSDB). Após ser desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro, porém, o ministério recuou e negou a compra do imunizante. Nessa videoconferência Pazuello estava no Ministério da Saúde.
A Saúde não deu explicações sobre o porquê de a reunião, desta vez, ser feita no Palácio do Planalto. A Presidência não informou se Bolsonaro e ministros palacianos participam da conversa.
Os governadores devem cobrar que o ministério incorpore ao SUS o maior número de vacinas possível, além de pedir mobilização para uso emergencial dos imunizantes, que pode ser feito ainda com estudos clínicos em andamento.
Pazuello tem dito, porém, que só comprará mais vacinas após o registro dos produtos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tutelado pelo Planalto, o ministro da Saúde ainda tem ignorado a Coronavac ao falar sobre o plano para vacinar a população.
Desafeto de Bolsonaro, o governador Doria deve participar da reunião por videoconferência. Nesta segunda-feira, 7, ele anunciou que a vacinação em São Paulo começa em 25 de janeiro, mesmo sem o Butantã ter apresentado todos os dados sobre a Coronavac. O plano do governo federal aponta março como mês do início da vacinação.
Horas mais tarde ao anúncio de Doria, o presidente disse nas redes sociais que não faltaram recursos para vacinar toda a população brasileira de graça. O ministério, porém, ainda corre atrás de insumos básicos para a imunização, como seringas.
Além de Doria, outros governadores tem negociado compras próprias de vacina. O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirma que a criação de planos estaduais para vacinação não é o ideal, mas torna-se inevitável por causa da demora do ministério em fechar um plano nacional de vacinação, incorporar imunizantes e comprar seringas. A entidade pede que o ministério lidere e centralize este debate.
O governo Jair Bolsonaro aposta na vacina de Oxford. A Fiocruz trabalha para incorporar a tecnologia e produzir as próprias doses desse imunizante. Mas os pesquisadores responsáveis pelo estudo de Oxford já reconheceram erros nos testes iniciais e a necessidade de ampliar ensaios clínicos para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro.
Além disso, a pasta espera receber doses para 10% da população brasileira por meio da Covax Facility, consórcio internacional liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O ministério também tem feito reuniões com outras farmacêuticas, como a Pfizer, mas não se comprometeu com a compra de novos imunizantes. A pasta e a Pfizer trataram nesta segunda-feira, 7, sobre pontos de um “memorando” não vinculante de interesse sobre a vacina. Um dos pontos de divergência entre as partes é o número de doses ofertadas.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a afirmar ironicamente, nos bastidores, que as doses não serviriam para imunizar Brasília, que tem cerca de 3 milhões de habitantes.
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FOLHA DE S.PAULO
Ministério negocia com Pfizer compra de 70 mi de doses de vacina
Renato Machado
O Ministério da Saúde informou na noite desta segunda-feira (7) que está negociando a compra de 70 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da empresa americana Pfizer e BioNTech.
A pasta diz que os termos “já estão bem adiantados” e que um acordo deve ser anunciado no início desta semana. “O governo brasileiro e a Pfizer avançam nas tratativas na intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer e Bionteeh contra a Covid-19, a ser fornecido em 2021. Os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção.” O anúncio acontece em meio à pressão do governo brasileiro, que até então apostava apenas na vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, além da compra de 40 milhões de doses da vacina através do consórcio Covax Facility A vacina da AstraZeneca, no entanto, apresentou problemas nos testes clínicos, o que pode atrasar a concessão do registro para a aplicação na população brasileira.
Por outro lado, a Pfizer se tornou a primeira vacina reconhecida no mundo ocidental na semana passada, com o registro concedido pelas autoridades do Reino Unido. O país europeu promete iniciar nesta semana a vacinação de sua população, disponibilizando 800 mil doses.
Além disso, a próprio Pfizer informou que já havia vendido cerca de 60 milhões de doses para outros países da América Latina e que o prazo do Brasil estava se esgotando.
A escolha da Pfizer, de certo modo, surpreende porque os próprios técnicos do Ministério da Saúde ressaltavam a dificuldades em sua incorpora çâo ao plano de vacinação nacional por conta das dificuldades em armazenagem.
Na semana passada, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, afirmou que a vacina ideal, dentre outras características, deveria “fundamentalmente” poder ser armazena da em temperatura de 2 a 8 -C – padrão para a rede de frios brasileira. A imunização da Pfizer exige condições armazenamento com temperatura de -70 -C.
A empresa, no entanto, vem afirmando que pode contribuir disponibilizando mecanismos para facilitar seu transporte e armazenamento.
Também nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$59,4 milhões para PNI (Programa Nacional de Imunização) para enfrentar a Covid-19 com a compra de equipamentos de refrigeração para armazenar as vacinas.
Segundo a pasta, os recursos foram instituídos em caráter excepcional e temporário, por meio de portaria publicada nesta segunda, no DOU (Diário Oficial da Uniào).
O dinheiro será repassado a todos os estados em parcela única para a aquisição dos equipamentos. De acordo com a pasta, as CIBs (Comissões lntergestores Bipartite) – entre estado e município- e o colegiado de gestão de saúde do Distrito Federal definirão as unidades a serem beneficiadas, como entre salas de vacinas dos municípios com mais de 100 mil habitantes, centrais de rede de frio de instâncias municipais, regionais e estaduais.
A entrega dos equipamentos será feita diretamente pelos estados a municípios.
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SP iniciará imunização em 25 de janeiro
Idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas estão no primeiro grupo
Fabiana Cambricoli
O governador João Doria (PSDB) anunciou ontem que a vacinação contra a covid-19 terá início em 25 de janeiro no Estado de São Paulo, com a imunização de idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. A vacina utilizada na campanha paulista será a Coronavac, desenvolvida pela biotech chinesa Sinovac e produzida pelo Instituto Butantã.
A aplicação, porém, está condicionada à apresentação dos resultados de eficácia da vacina, o que ainda não ocorreu, e ao posterior registro do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Butantã promete divulgar os dados de eficácia até 15 de dezembro e entrar de imediato com pedido de registro.
Os critérios de priorização se assemelham aos anunciados na semana passada pelo Ministério da Saúde , mas, no caso da campanha federal, a previsão de início é para o mês de março e a vacina utilizada deve ser a da Universidade de Oxford/AstraZeneca, que teve falhas em seus estudos clínicos e pode ter a aprovação adiada.
Entre os grupos priorizados no Estado, os primeiros imunizados, a partir de 25 de janeiro, serão os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas, em um total de 1,5 milhão de pessoas. Serão duas doses por pessoa, com intervalo de 21 dias.
A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais. Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. A partir de 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. Por fim, no dia 1.º março, começarão a ser vacinados os indivíduos de 60 a 64 anos. No grupo de idosos, serão 7,5 milhões de imunizados. Doria não informou como será a vacinação dos demais grupos.
O governo disse que não será necessário comprovar residência no Estado para tomar a vacina, mas não explicou o que planeja fazer caso São Paulo receba um grande volume de pessoas de outras localidades. “Se precisar, compraremos mais doses”, disse Doria. O Butantã tenta, há meses, firmar acordo com o Ministério da Saúde para que a vacina seja incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada em todos os Estados, mas a resistência do presidente Jair Bolsonaro.
Assintomáticos. O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, explicou também que pessoas que já tiveram covid-19 e façam parte dos grupos prioritários também serão vacinados. “Todos receberão a vacina, até porque muitos tiveram casos leves, assintomáticos.” De acordo com o governo, além dos 5,6 mil postos de vacinação existentes no Estado, poderão ser usados para imunização escolas, quartéis da PM, terminais de ônibus, estações de trem, farmácias e postos drivethru, o que elevaria para 10 mil os pontos de vacinação. Os locais funcionarão de segunda a domingo (veja ao lado).
Integrante do Centro de Contingência contra o Coronavírus do Estado de São Paulo, João Gabbardo disse que as clínicas privadas de vacinação poderão participar da campanha, contanto que sigam as regras do Estado e apliquem o produto de forma gratuita. “Não será para fazer atendimentos aos seus clientes, será para uso na população em geral. Não existe a possibilidade de utilização dessa vacina, neste momento, de forma particular, até porque, se entrarmos com o pedido de uso emergencial, esse é um dos critérios, que se usa em programa público de vacinação.” O acordo entre o Butantã e a Sinovac prevê o recebimento, ainda neste ano, de 6 milhões de doses prontas do imunizante e matéria-prima para a produção local de outras 40 milhões de doses. Em 2021, serão importados insumos para a fabricação de mais 14 milhões, totalizando 60 milhões de unidades, o suficiente para imunizar 30 milhões de pessoas. A previsão do governo é que, a partir de 2022, a vacina seja integralmente produzida no Butantã, após concluído o processo de transferência de tecnologia entre Sinovac e o instituto.
Repercussão. Pesquisadora do Instituto de Biociências da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak lembrou que os dados de eficácia da vacina ainda não foram apresentados e isso pode afetar o trâmite esperado. “Não se pode assumir que vai ter uma data para começar a vacinar antes de submeter os resultados para apreciação da Anvisa. A agência ainda não recebeu os resultados da fase 3. Na prática, não conhecemos os dados da eficácia”, disse.
Sobre os públicos definidos como prioritários, a pesquisadora disse que a previsão está bem delineada. “Levaram em consideração, corretamente, quem está mais exposto e quem tem maior risco de desenvolver doença ou morte. E as vacinas são testadas para isso, para prevenir doença e morte”, disse, ponderando que seria interessante os próximos grupos prioritários envolverem professores – com o objetivo de manter as escolas abertas em segurança.
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PORTAL TERRA
Associação de artigos médicos alerta para risco de faltar seringa para vacina da covid no Brasil
Setor não tem estoque e precisa de três a cinco meses para atender a grandes demandas; falta coordenação nacional
RIO – A demora na apresentação de um plano definitivo para a aplicação da vacina contra a covid-19 por parte do Ministério da Saúde pode colocar o Brasil na posição de ter o imunizante, mas não ter seringas em número suficiente para vacinação em massa. O alerta foi feito nesta segunda-feira, 7, pelo superintendente da Associação Brasileira de Artigos e Equipamentos Médicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro.
O setor não tem estoque de seringas e precisa de três a cinco meses para atender a grandes demandas. Desde julho, segundo Fraccaro, a Abimo alerta o governo para esse problema, mas até agora não recebeu encomendas nem um cronograma. O superintendente diz que a situação pode levar a um atraso considerável nas campanhas de vacinação. “Em julho, levamos essa preocupação ao governo federal”, contou Fraccaro. “Em agosto, o governo organizou uma reunião com os três fabricantes, mas, dai para frente, nada mais aconteceu de concreto. E já estamos em dezembro; isso deveria estar decidido no máximo em setembro.”
Há uma semana, quando apresentou um plano preliminar para vacinação contra a covid, o Ministério da Saúde afirmou que estava abrindo licitação para compra de 331 milhões de seringas. O ministério foi procurado nesta segunda-feira, mas não se manifestou.
Segundo Fraccaro, as três empresas brasileiras que fabricam seringas têm capacidade de produzir de 120 a 140 milhões de seringas por mês. No entanto, essa produção atual já está toda comprometida com a demanda normal do setor. Tampouco há produção excedente para estoque. “Se for necessário, podemos produzir de 18 a 20 milhões a mais de seringas por mês, mas para uma quantidade maior tem de ter todo um planejamento”, explicou Fraccaro. “Já deveríamos estar com esses pedidos nas mãos.”
Coordenação
Um outro problema, segundo o superintendente, é que, diante da indefinição do governo federal, os Estados começam a fazer encomendas por conta própria, sem uma coordenação nacional.
“A minha preocupação é que alguns Estados, já prevendo essa demora de decisão por parte do governo federal, começaram a fazer encomendas”, contou Fraccaro. “Isso é muito confuso porque os Estados querem comprar de uma vez tudo o que vão precisar para o ano todo, e vão sobrecarregar as indústrias de pedidos; o ideal seria termos um pedido do governo federal e um cronograma para a entrega das seringas ao longo dos meses.”
De fato, a responsabilidade pela compra de insumos é dos Estados e dos municípios, como o Ministério da Saúde alegou. No entanto, em uma situação de pandemia e vacinação em massa de toda a população, a organização do governo federal seria crucial para o sucesso da empreitada.
Existe sempre a opção de importar seringas, mas, alerta Fraccaro, os preços já estão mais altos por causa da grande demanda.
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CORREIO BRAZILIENSE
Doria promete vacina para “todo brasileiro” a partir de janeiro
Em mais um lance do embate com o governo federal, governador de São Paulo diz que começará vacinação no estado dois meses antes do calendário previsto pelo Ministério da Saúde. Mourão prevê imunização de 150 milhões de pessoas no país até o fim de 2021 IS Ingrid Soares
Em meio ao descompasso entre União e unidades federativas na gestão da crise de saúde provocada pelo novo coronavírus, o governador de São Paulo, João Dória, anunciou ontem que pretende começar um programa de vacinação em 25 de janeiro, com dois meses de antecedência em relação à programação nacional anunciada pelo Ministério da Saúde. O imunizante seria o CoronaVac, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan. “Todo e qualquer brasileiro que estiver em solo do estado e pedir a vacina, vai receber gratuitamente”, disse Dória.
A declaração soou como desafio ao presidente Jair Bolsonaro, que resiste a apoiar formalmente a vacina chinesa, e como pressão ao Ministério da Saúde, para que a CoronaVac seja incorporada ao Plano Nacional de Imunização (PNI). Segundo o governo paulista, a campanha, separada em fases, deve começar com aplicações em profissionais de saúde, indígenas e pessoas com mais de 60 anos. Esses três grupos representam um total de 9 milhões de pessoas em SP e, mesmo sendo as prioridades, serão vacinados em subescalas, com término da primeira fase no início de março.
Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro, sem citar um laboratório específico, disse que não faltarão recursos para garantir vacinas de graça para a população brasileira. “Em havendo certificação da Anvisa, o governo federal ofertará a vacina a todos, gratuita e não obrigatória. Segundo o Ministério da Economia não faltarão recursos para que todos sejam atendidos. Saúde e Economia de mãos dadas pela vida”, escreveu o chefe do Executivo.
Também sem especificar os fabricantes, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou ontem, durante evento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que, até o fim de 2021, 150 milhões de brasileiros deverão ser vacinados. “Brevemente, nós vamos voltar a estar reunidos, como sempre estivemos, pois vamos dispor da vacina, a vacina que será distribuída em todo território nacional.”
A disponibilização da CoronaVac depende de aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda não há liberação para o uso emergencial, nem a apresentação do dossiê completo por parte da desenvolvedora a fim de pleitear o registro. “Não foram encaminhados dados relativos à fase três, que é a fase que confirma a segurança e eficácia da vacina. Esse dado é essencial para a avaliação tanto de pedidos de autorização de uso emergencial quanto pedidos de registro”, informou a Anvisa. Segundo o Instituto Butantan, o encaminhamento completo do material deve ser feito até 15 de dezembro.
Sem resposta
Já o Ministério da Saúde se esquiva de responder perguntas referentes às pressões de Doria em cobrar da pasta uma celeridade na programação da vacinação. “A estrutura definitiva do plano dependerá das vacinas disponibilizadas, do licenciamento dos imunizantes e da situação epidemiológica. A pasta está em prospecção com diversas vacinas, considera todas importantes e segue, acompanhando, atualmente, o estudo de mais de 200 imunizantes no mundo. A aquisição será feita à medida em que os ensaios clínicos apontarem a eficácia e a segurança das doses, após aprovação e registro”, reiterou a pasta.
De acordo com João Doria, a vacina não será negada a nenhum brasileiro que procurar os postos de saúde paulistas. “Não será preciso comprovar residência em São Paulo. Fazemos parte do Brasil, respeitamos todos os brasileiros e aqui vacinaremos todos que precisarem ser vacinados”. Além disso, o governo local negocia distribuição diretamente com outros estados, competência que deveria partir do governo federal. “Já temos oito estados que solicitaram a vacina CoronaVac ao Instituto Butantan. Alguns governadores vieram até aqui pessoalmente tratar deste assunto conosco”, disse.
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BBC BRASIL
Seringa, freezer, algodão: Brasil pode sofrer falta de insumos para vacina contra a covid-19 se não agir rápido
Na última semana, acompanhamos de perto as notícias sobre a aprovação da primeira vacina contra a covid-19 em alguns países da Europa, a divulgação do plano de imunização contra o coronavírus no Brasil e a chegada das doses da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, a São Paulo.
Apesar dos avanços importantes, a pandemia está longe de acabar. E há uma etapa muito importante que é pouco mencionada quando pensamos nas vacinas.
Além do produto farmacêutico em si, a aplicação das doses requer uma série de outros insumos e ferramentas. Sem eles, não dá nem para iniciar as campanhas.
Falamos aqui de coisas simples, como seringa, algodão, caixa térmica, saco plástico, luva descartável, e outras mais complexas, como refrigerador, freezer, sistemas informatizados e logística de distribuição e transporte dos lotes.
Por mais que o mundo já tenha experiência com iniciativas de vacinação em larga escala, a pandemia atual vai exigir uma verdadeira operação de guerra.
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JORNAL OPÇÃO
Goiás registra 854 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas
Por Pedro Hara
Boletim aponta 24 óbitos nas últimas 24 horas e o Estado se aproxima dos 287 mil casos
O Estado de Goiás registrou 854 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. As informações são do boletim divulgado pela Secretaria do Estado da Saúde, nesta segunda-feira, 7. No acumulado, Goiás chegou ao número de 286.884 novos casos. Além dos casos confirmados, foram registrados 276.135 pessoas recuperadas e 6.480 óbitos, 24 a mais em relação ao balanço divulgado no domingo, 6.
Segundo o boletim, há 249.108 casos suspeitos em investigação. Além deles, já foram descartados 198.413 casos. Ainda há 228 óbitos suspeitos sob investigação.
A taxa de letalidade do Covid-19 está em 2,26%, enquanto a incidência é 40.876 casos por um milhão de habitantes. Os homens são a maioria entre os óbitos, com 3.805 (58,72%). Enquanto entre as mulheres o número de mortes é de 2.675 (41,28%).
As mulheres são maioria entre os casos confirmados, com 152.301 casos (53,09%). Enquanto entre os homens o número de casos confirmados é de 134.547 (46,91%).
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação