Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 09/06/15


ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES


• Casos de dengue diminuem em Goiânia
• Artigo – Os números que a ANS não quer mostrar, e a relação com o SUS
• Artigo – Capital Estrangeiro em Hospitais como alternativa para as instituições
• Mais vítimas entre adultos jovens
• Vacinação em Goiânia é prorrogada até sexta
• Morre a sexta vítima do MERS na Coreia do Sul
• Plano de saúde não pode limitar tempo de internação
• A força das bactérias multirresistentes

 

 

TV ANHANGUERA/GOIÁS (clique no link para acessar a matéria)

Casos de dengue diminuem em Goiânia
http://g1.globo.com/goias/jatv-2edicao/videos/t/edicoes/v/casos-de-dengue-diminuem-em-goiania/4238747/

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SAÚDE BUSINESS
Artigo – Os números que a ANS não quer mostrar, e a relação com o SUS

O último relatório da ANS exibe uma série de demonstrações que, ao meu ver, são tendenciosas porque escondem números que realmente permitiriam analisar a lucratividade das operadoras. Mas mesmo com estes números é possível estabelecer um paralelo entre a receita da saúde suplementar e a do SUS, e o reflexo na sociedade.
Gostaria primeiro de questionar a forma como a ANS analisa a receita das operadoras e o custo que têm em relação aos serviços de saúde.
O relatório demonstra o crescimento de 14,65 % na receita, contra o crescimento de 16,23 nos custos, e isso serve de justificativa para a ANS defender aumento no preço dos planos de saúde … um absurdo.
Isso seria verdade se não existisse rede credenciada dos planos de saúde, mas a realidade está muito distante disso: a maior das operadoras (conglomerado de cooperativas de médicos) tem rede própria e quase todo o seu atendimento é direcionada para ela !
Este fato que a ANS não cita em seu relatório distorce completamente a análise, uma vez que nestes casos o aumento do custo na verdade representa receita para a operadora, e os preços praticados por serviços de saúde de rede própria são maquiados, caso a caso.
Da forma como o relatório é apresentado, tende a ‘crucificar’ os serviços de saúde como se eles pudessem aumentar preços indiscriminadamente junto às operadoras, o que sabemos não ser verdade: na verdade a maioria absoluta dos serviços de saúde ficam reféns das operadoras nas negociações de reajustes de preços – apenas alguns poucos conseguem ‘falar grosso’ na hora da negociação.
Para a finalidade que a ANS quer dar ao relatório, este deveria segregar as operadoras que têm rede própria das que não têm, apresentando a evolução da receita e da despesa destes 2 grupos separadamente – da forma como está só serve para privilegiar o reajuste de preços indiscriminado que ela acaba de divulgar, e ainda garantindo cobrança retroativa (só no Brasil mesmo ! … em qualquer país do mundo isso seria inadmissível).
Mas os números globais servem para analisarmos a possível falta de recursos do sistema SUS. Há anos temos defendido a tese de que as verbas do SUS seriam suficientes para prestar atendimento de qualidade infinitamente superior a que o vemos praticar.
Pelos números da ANS o custo da saúde suplementar é de R$ 105 bilhões. Deste número ninguém duvida, apenas questionamos que ‘seja colocado tudo quanto é tipo de prestador no mesmo saco’. Vamos fazer um exercício simples:

• Supondo que os investidores retirem 12 % disso, o que reduz o custo real para 93 bilhões. Não dá para acreditar que um investidor deixaria de aplicar na bolsa para aplicar em saúde suplementar se render menos que isso;
• Vamos supor também que deste custo, 15 % é composto de impostos, o que reduz o custo real para R$ 79 bilhões. É claro que se computar 20 % da cota patronal do INSS, ICMS, ISS, encargos trabalhistas e contribuições sobre faturamento a carga tributária é muito maior que 15 %.
• Então concluímos que o padrão de atendimento da saúde suplementar para 50 milhões de beneficiários se sustenta com 79 bilhões !!!
O sistema SUS cuida (deveria cuidar) dos 150 milhões de habitantes restantes:
• O governo (em todas as instâncias) arrecada algo em torno de R$ 1,75 trilhões;
• Se destinar apenas 15 % do que arrecada para a saúde, ficará para o SUS R$ 262,5 bilhões.
Isso é mais do que 3 vezes os 79 bilhões gastos na saúde suplementar, ou seja, é dinheiro suficiente para dar aos 150 milhões de habitantes pelo menos o mesmo padrão que os beneficiários da saúde suplementar têm !!!
Qualquer pessoa pode criticar alguma imprecisão nos cálculos, mas a ideia central não pode ser contestada. Se não concordar que o SUS tem dinheiro para dar o mesmo padrão de atendimento da saúde suplementar, pelo menos deve admitir que tem dinheiro para dar atendimento de qualidade infinitamente melhor do que dá.
É evidente que o problema da saúde pública não é falta de dinheiro … o problema é que o dinheiro não chega onde deve, e o governo fica utilizando artifícios vergonhosos para não atacar o problema de frente: congela tabela SUS, aplica recursos em novos serviços sem fazer gestão adequada dos que existem, promove disputa entre as instâncias municipal, estadual e federal: não ataca o problema.
Com os números que a ANS divulga, a única conclusão que podemos chegar é que a gestão da saúde suplementar e do SUS é vergonhosa.
• Enio Salu é graduado em Tecnologia pela UNESP, Pós-Graduado em Administração pela USP; tem especializações pela FGV, é sócio diretor da empresa Escepti; diretor da Furukawa Industrial, Hospital Sírio Libanês e Fundação Zerbini – InCor; o Líder de projetos na Austin Engenharia, Grupo O Estado de São Paulo e NTI.
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Artigo – Capital Estrangeiro em Hospitais como alternativa para as instituições

Considerando a recente mudança da Lei nº 8.080/1990, que passa a autorizar o investimento de capital estrangeiro em hospitais no Brasil, e a informação de que a World Investment Prospects Survey 2012-2015 classifica o Brasil em 5º lugar entre os países mais atraentes para investimentos estrangeiros futuros, pode-se desenhar um cenário com novos entrantes no mercado hospitalar brasileiro.
A participação de empresas e capitais estrangeiros na assistência à saúde brasileira era permitida, até dezembro de 2014 (Lei 8.080/1990, Lei 9.263/1996 e Lei 9.656/1998), em apenas quatro casos:
em operadoras de planos de saúde;
em fabricação e distribuição de insumos médico-hospitalares, como medicamentos e equipamentos;
em doações de organismos internacionais vinculados à ONU, entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos;
e ainda em serviço de saúde sem finalidade lucrativa, mantido por empresa para atendimento dos seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social.
Com a necessidade de capitalização e a proibição legal, alguns hospitais tornaram-se sociedades anônimas, para então emitir debêntures, visto que estes títulos não representariam, a rigor, participação no capital social das empresas emissoras e permite investimento de estrangeiros.
Em 2012 a venda de 90% da operadora de planos de Saúde Amil, para a americana UnitedHealth, fomentou mais a discussão. Segundo o Jornal Folha de São Paulo “o negócio, de cerca de R$ 10 bilhões, incluiu 22 hospitais, pois a ANS aceitou o argumento de que seus hospitais são próprios e usados como forma de reduzir custos”.
Conforme a Federação Brasileira de Hospitais, o país conta com 6.827 hospitais, que oferecem 463.166 leitos, sendo que 70% estão destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, há um consenso nacional e confirmado cientificamente por alguns pesquisadores, que os leitos hospitalares financiados pelo setor público não são suficientes, inclusive em 1993 a densidade de leitos por cada 1.000 pessoas era de 3.3 e em 2009 passou para 1.9, um dos índices mais baixos entre todos os países da Organização para Desenvolvimento e Cooperação Econômica, ficando acima apenas do México que é 1.7.
O único dado oficial do Ministério da Saúde Brasileiro que sugere um número ideal de leitos por 1.000 habitantes é a Portaria nº 1101/GM/2002 que sugere entre 2,5 a 3 leitos por 1.000 habitantes. A Organização Pan Americana de Saúde afirma que o Brasil está com uma média de 2,3, mas nas regiões norte e nordeste chegam a 1,5.
Além disso, também é considerada crítica as filas de espera por meses para realização de cirurgia eletiva, e a remuneração médica realizada pelo Sistema Único de Saúde, que é metade da paga pela privada, conforme relatado pela mídia nacional, em especial na reportagem da Revista Veja “Como curar o sistema público de saúde?”.
Buscando soluções para este contexto, o Ministério da Saúde publicou uma cartilha orientando projetos para os próximos anos, e foca em hospitais gerais, psiquiátricos, maternidades e emergências, com um item específico para a “construção, ampliação e reforma de unidades hospitalares”. O presidente da Associação Paulista de Medicina, o médico otorrinolaringologista Florisval Meinão, em debate realizado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP), sugere que “A entrada de caixa externo pode ser uma solução, porém são necessárias regras bem definidas, pois trata-se de atividade estratégica”.
A preocupação que o debate do CREMESP ainda menciona é a qualidade da assistência e a remuneração médica que empresas estrangeiras farão, e além da preocupação com a gestão dos recursos públicos que, mesmo hoje insuficientes, nem sempre são bem utilizados.
A abertura do mercado para investimento estrangeiro em hospitais no Brasil traz oportunidades para o país com a possível inserção de novas tecnologias e métodos de gestão, aumento da concorrência que leve a maior qualidade nos serviços e processos, novas vagas de emprego, desenvolvimento do comércio local como cadeia de suprimento destes novos empreendimentos, e talvez, lançamento de tratamentos de doenças críticas, poderão chegar mais rápido a realidade brasileira.
O capital de empresas estrangeiras poderá aumentar a oferta de leitos, e reduzir as disparidades regionais dos serviços de assistência à saúde. Entretanto, esta realidade está chegando de diversas formas ao país. Cabe um olhar mais profundo às oportunidades do Brasil ter benefícios econômicos e sociais concretos, considerando também problemas que esta mudança na legislação possa gerar no país se não houver regulamentação como alguns grupos têm defendido.
Diana Indiara Ferreira Jardim: Mestranda em Gestão e Negócios, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos e Poitiers), onde está desenvolvendo uma pesquisa sobre o Investimento de Capital Estrangeiro em Hospitais, sob a ótica do investidor externo, considerando a abertura da lei e o ambiente institucional brasileiro.
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O POPULAR
Mais vítimas entre adultos jovens
Mais da metade das pessoas infectadas na capital este ano e em 2014 tinha entre 20 e 49 anos
Andréia Bahia
Os adultos com idade entre 20 e 49 anos são os que mais contraíram dengue no último ano e nos primeiro meses de 2015 em Goiás. Eles representam mais da metade de toda população que se infectou com o vírus. Nesse grupo está o técnico em eletrônica Augusto Neto Ferreira, de 31 anos. Ele estava ontem no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) do Jardim América, na capital, fazendo o acompanhamento da doença, que começou a se manifestar há nove dias.
Há uma explicação para o fato de pessoas com idade entre 20 e 49 estarem entre os mais contaminados pelo vírus da dengue, segundo o coordenador de Controle da Dengue em Goiás, o biomédico Murilo do Carmo Silva. E está relacionada com os tipos de vírus que circulam atualmente, o 1 e o 4, que se desenvolvem melhor nessa faixa etária. Segundo ele, não são todas as pessoas picadas pelo mosquito Aedes aegypti que são contaminadas pelo vírus da dengue; em média, apenas 15 em 100. E no caso do vírus tipos 1 e 4, essa taxa de ataque atinge mais os adultos até 49 anos.
Na faixa etária de 50 a 79 anos, a incidência da doença é menor, de 20%, mas é entre os idosos que a dengue é mais grave e pode levar ao óbito. Este ano, mais de 60% das pessoas que morreram em decorrência da doença tinham a idade média de 66 anos e era do sexo masculino. O pedreiro Eli Lourenço Rodrigues, de 66 anos, se recupera da dengue e também das complicações da doença. “Eu tive pneumonia junto com a dengue”, conta. Está doente desde segunda-feira, 1.
Essas complicações decorrentes da dengue que acabam por levar ao óbito ocorrem em pacientes que já tinham outras doenças quando foram infectados, afirma o coordenador de Controle da Dengue. Em 2014, quando mais da metade das mortes por dengue atingiu mulheres com idade média de 67 anos, 71% delas tinham outras doenças. Em relação aos homens que vieram a óbito, 65% também apresentavam outros problemas de saúde.
Nas estatísticas desde ano, que apontam que 61% dos óbitos correspondem a homens com uma média de idade de 66 anos, 81% já tinham alguma tinham e 51% das mulheres que morreram em decorrência da dengue também tinham problemas de saúde anteriores à doença. “As pessoas mais velhas estão mais sujeitas a morrer por causa da dengue devido a essas doenças”, afirma o biomédico.
Os homens que morreram em decorrência da dengue em 2014 eram mais novos que as mulheres, tinham, em média, 49 anos. Esse dado se inverteu este ano. A idade média das mulheres que vieram a óbito por complicações da dengue é de 48 anos contra 66 dos homens que vieram a óbito.

Mulheres são maioria devido a hábitos

Juliana Lucas Rocha, 33 anos, que é auxiliar financeira, também fazia acompanhamento da dengue ontem no Ciams do Jardim América. Ela apresentou os primeiros sintomas na última sexta-feira e esta é a primeira vez que adquire a doença.
Juliana compõe um grupo majoritário nas estatísticas da dengue: das mulheres. Foram elas que mais contraíram dengue no ano passado e permanecem em primeiro lugar no ranking este ano.
Na opinião do coordenador de Controle da Dengue do Estado, Murilo do Carmo Silva, a maior incidência de dengue entre as mulheres ocorre porque são elas que permanecem mais tempo em casa, local onde o mosquito da dengue é mais encontrado. Ele cita também como fator de maior prevalência da dengue entre pessoas do sexo feminino a facilidade da roupa. “Entre picar um homem de calça e uma mulher de saia, o mosquito deve preferir a mulher”, supõe o coordenador.
No posto de saúde, as mulheres com dengue eram maioria. A auxiliar administrativa Sandra Fernandes Chaves, de 34 anos, pegou dengue pela segunda vez há 15 dias. Já a operadora de caixa Juliana Rodrigues Ribeiro, de 33, se recuperava da doença pela primeira.
Ambas narravam experiências de muita dor, mas sem grandes complicações. “Eu morri de medo de ficar internada e passei mal de tanto tomar o soro”, relata Juliana. Já Sandra, prefere “trabalhar das 6 a meia-noite que ter outra experiência com a dengue”.

Perfil em Goiás é diferente do constatado no País

O grupo que mais sofre com a dengue em Goiás não é o mesmo que mais tem mais complicações no País. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS) sobre o perfil dos pacientes internados por dengue, no ano passado, a cada três internações em decorrência de complicações com a doença, uma era de pessoa com 19 anos. Nas estatísticas da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Goiás, as pessoas com idade de 15 a 19 anos apresentaram, em 2014, 11,7% da incidência de dengue no Estado.
Segundo o levantamento do MS, dos 35.667 pacientes internados em hospitais públicos com complicações da doença em 2014, 11.391 eram crianças ou adolescentes, 31,9% do total. Quase empatada com o mesmo número de hospitalizações está a faixa etária de jovens adultos, com idades entre 20 e 39 anos, que respondem por 31,7% do total de internações. Em seguida, aparece o grupo de 40 a 59 anos, com 22,3% das internações, e o de idosos, com 13,9% das hospitalizações.
“Como o sistema imunológico está a todo vapor na juventude, pode acontecer de os jovens contaminados produzirem excesso de células de defesa, que passam a atacar partes do próprio corpo, causando complicações”, explica o infectologista Celso Granato, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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Vacinação em Goiânia é prorrogada até sexta

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia prorrogou a campanha de vacinação contra o vírus influenza até a próxima sexta-feira, dia 12, para gestantes, crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos e portadores de doenças crônicas. A SMS alcançou cobertura geral de imunização de 87% dos grupos de risco definidos para a Campanha de Vacinação contra Influenza. O índice atingido foi maior que o mínimo preconizado pelo Ministério da Saúde, de 80%.
Apesar de alcançar valores gerais de imunização superiores à média do Estado de Goiás e do Brasil – 75,73% e 69,09%, respectivamente -, a cobertura nos grupo de gestantes e crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos no município ficou m um pouco abaixo do preconizado.
Enquanto em gestantes os índices de vacinação atingiram 73,31% da população, entre crianças o valor foi de 78,73%. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim, ao fazer a análise por grupos, foi verificada a necessidade de continuar a vacinação nessas duas populações. Os interessados devem procurar um das 70 salas de vacina da capital.
Flúvia destaca que “após o dia 12 de junho, dependendo da quantidade de vacinas disponíveis nos estoques da SMS e da Secretaria Estadual de Saúde, outros grupos serão incluídos, de acordo com a avaliação do grau de risco para contrair a doença”.
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Morre a sexta vítima do MERS na Coreia do Sul

O governo da Coreia do Sul divulgou a morte de um homem de 80 anos pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). De acordo com um comunicado do Ministério da Saúde, esta é a sexta vítima do vírus no país, que reforça medidas para conter a sua propagação. Cerca de 1.870 escolas foram fechadas e mais de duas mil pessoas foram isoladas em suas casas ou em locais do governo após terem tido contato com pacientes infectados pelo vírus.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Plano de saúde não pode limitar tempo de internação
Unimed foi condenada a pagar pelos danos morais, além de reembolsar o valor de R$ 3 mil referente aos gastos com material cirúrgico

É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita o tempo de internação hospitalar do segurado. É o que diz a súmula nº 302 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que levou a 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por unanimidade de votos, a manter a sentença do juiz da 10ª Vara Cível de Goiânia, Jair Xavier Ferro, que condenou a Unimed Goiânia Cooperativa de Trabalho Médico a indenizar em R$ 30 mil, por danos morais, a família de Benedita Alves de Paula. O relator do processo foi o desembargador Francisco Vildon José Valente.
Consta dos autos que Benedita morreu no dia 22 de janeiro de 2009, depois de sofrer um acidente. Ela passou por uma intervenção cirúrgica de emergência no Instituto Ortopédico de Goiânia, no qual o plano de saúde se recusou a reembolsar o material cirúrgico utilizado no procedimento. Pouco antes de morrer, ela precisou ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Maria, quando novamente recebeu a negativa da Unimed para a cobertura das despesas, sob a justificativa que o limite contratado, de sete diárias ao ano, havia sido ultrapassado.

DANOS MORAIS
Em primeiro grau, a Unimed foi condenada a pagar pelos danos morais, além de reembolsar o valor de R$ 3 mil, referente aos gastos com material cirúrgico e assumir as despesas médico-hospitalares perante o Hospital Santa Maria, referentes à internação na UTI no prazo de 15 dias, sob pena de multa de mil reais por dia de descumprimento. A empresa recorreu alegando que não havia previsão contratual que permitisse a cobertura das internações em UTI, por período superior a sete dias nem, tampouco, o reembolso do material cirúrgico utilizado no procedimento.

INALTERADA
O desembargador decidiu por manter inalterada a sentença por entender que as cláusulas seriam abusivas. “Tais restrições contratuais, ou regulamentares, são inaplicáveis nestes casos de emergência, pois é consenso na jurisprudência pátria que a cláusula inserta em plano de saúde que restringe ao consumidor direitos inerentes à natureza do contrato, a ponto de tornar impraticável a realização de seu objeto, qual seja, a vida e a saúde, é considerada abusiva”, ressaltou ele.
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A força das bactérias multirresistentes
Ambiente hospitalar higienizado, proteção individual e limpeza das mãos com álcool são cuidados para evitar contaminação

O Diário Oficial do DF trará um plano de enfrentamento a bactérias multirresistentes, que provocaram quatro mortes no Hospital Regional de Taguatinga. No documento, estarão previstos controle de antibióticos, higiene e desinfecção hospitalar e treinamento de profissionais.
A Secretaria de Saúde esclarece que Brasília passa por uma endemia causada por esses micro-organismos espalhados nos últimos anos em vários países, segundo subsecretário de Atenção à Saúde, Tadeu Palmieri.
No DF, foram registrados três tipos de bactérias (KPC, enterecoco e acinetobacter). Oito pacientes estão em isolamento nos hospitais de Santa Maria, de Sobradinho, de Taguatinga e do Guará.
Desde 20 de abril, a Pasta iniciou reuniões com a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar do assunto. A endemia se dá quando o contágio está restrito a um espaço limitado. “Não há um surto”, resumiu o subsecretário.

ENTEROCOCO
Uma mulher de 70 anos morreu em 28 de maio, com enterococo; outra de 80 anos com a mesma bactéria teve óbito confirmado no domingo (31 de maio); e uma terceira de 79 anos faleceu no mesmo dia contaminada por KPC. Em 2 de junho, uma quarta paciente, com 79 anos, também veio a óbito. Mas, segundo a Secretaria de Saúde, as mortes podem não estar relacionadas à presença de bactérias multirresistentes.
Há uma mulher internada no Hospital Regional de Sobradinho, infectada pela KPC e em estado estável. No de Santa Maria, foi identificada a presença da bactéria multirresistente Acinetobacter baumannii em 16 pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI), e duas pessoas estão infectadas.

O BÁSICO PARA SABER SOBRE AS BACTÉRIAS

Limpeza das mãos com álcool é ainda uma das formas mais significativas para prevenir a colonização e a infecção bacteriana

O que é uma bactéria multirresistente?
Bactéria é um micro-organismo que se aloja em diversas partes do corpo humano. Temos várias instaladas nas mãos, nos cabelos, na boca, no nariz, e a maioria funciona como mecanismo de proteção. Quando há uma infecção e ela é tratada com antibiótico, o medicamento provoca a morte das mais sensíveis. As multirresistentes — que não se abalam com o tratamento — estão em menor número no organismo, encontram espaço para se multiplicar e se espalhar pelo corpo do hospedeiro.

Por que algumas pessoas ficam doentes e outras não?
Quando a bactéria está em alguma parte do corpo e não provoca infecção, os especialistas chamam a isso de colonização. O paciente que apresenta quadro clínico crônico, saúde fragilizada e colônia de micro-organismos resistentes a antibióticos fica mais suscetível a desenvolver infecções. Foi o caso das pessoas isoladas em Hospitais Regionais de Taguatinga, do Guará, de Santa Maria e de Sobradinho. Mas essas bactérias são comuns às pessoas, saudáveis ou não, internadas em unidades de terapia intensiva ou não. O que torna o caso mais grave é o estado frágil de saúde dos que estão em tratamento nos hospitais por causa de outras doenças.

Como prevenir a colonização e a infecção bacteriana?
O principal cuidado é a higienização das mãos com álcool. Lavar com água e sabão ajuda, mas o álcool tem mais eficácia. Também é importante manter o ambiente hospitalar limpo, visto que a bactéria tem sobrevida longa nas superfícies, como nas grades das camas, na prancheta do prontuário, nos lençóis etc. Para isso, é preciso ter garantidos produtos de limpeza, equipamentos de proteção individual (luvas, capotes e máscaras) e pessoal capacitado para cumprir os protocolos.

Falta medicação para tratar os pacientes infectados?
Além dos problemas próprios de desabastecimento das farmácias dos hospitais de Brasília, a Saúde enfrenta a falta de opções de antibióticos no mercado. Segundo a coordenadora de Infectologia da Secretaria de Saúde, Maria de Lourdes Lopes, a indústria farmacêutica diminuiu a produção desse tipo de medicamento nos últimos 20 anos. A resistência sucessiva das bactérias aos antibióticos que foram produzidos significa prejuízo financeiro para as indústrias farmacêuticas. “Estamos ficando sem opções para infecções bacterianas, e não há outra maneira de tratá-las sem ser com o uso de antibióticos.”

A contaminação nos hospitais é motivo para preocupação?
Sim. A saúde pública enfrenta problemas que agravam o quadro. Superlotação dos prontos-socorros, falta de medicação nas prateleiras e quebra de protocolo de segurança por parte da equipe técnica são alguns exemplos. “A secretaria está elaborando uma política de enfrentamento à resistência bacteriana, com enfoque na manutenção dos insumos e dos antibióticos e no treinamento de profissionais que convivem com pacientes infectados e colonizados”, afirma Lourdes Lopes.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação