Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 09/07/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR
Medicina
Aluno terá de atuar no SUS
Medida valerá para quem entrar no cursos de instituições públicas e privadas a partir de 2015
Alfredo Mergulhão

Estudantes de medicina que entrarem na faculdade a partir de 2015 serão obrigados a prestar serviços no Sistema Único de Saúde (SUS) durante dois anos. A mudança vale para alunos de instituições de ensino públicas e privadas. A medida altera o tempo de duração dos cursos, que passam de seis para oito anos. A alteração curricular foi anunciada ontem pelo governo federal juntamente com o lançamento do Programa Mais Médicos, que pretende ampliar e descentralizar a oferta de profissionais no País, formalizando a possibilidade de contratação de médicos estrangeiros.
Os médicos recém-formados atuarão na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência. Eles receberão uma bolsa custeada pelo governo federal. Alunos de faculdades privadas também serão contemplados e ficarão livres da mensalidade durante esse acréscimo de tempo na formação acadêmica.
Essa segunda etapa do curso poderá ser aproveitada como parte da residência médica ou pós-graduação caso o profissional escolha uma especialização no ramo da atenção básica. Até o fim do período no SUS, o estudante permanece vinculado à faculdade.
O secretário Estadual da Saúde, Antônio Faleiros, considera a medida importante para melhorar a formação dos médicos brasileiros. “A mudança vai proporcionar uma formação mais generalista. Hoje, profissionais formados em algumas especialidades sequer tiveram contato com o doente”, diz. Faleiros argumenta que no SUS o médico aprenderá a ouvir o paciente, a fazer uma boa entrevista e não se limitará a usar equipamentos e pedir exames.
Coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), Vardeli Alves critica a medida. “Essa conversa de obrigar o médico recém-formado a trabalhar no SUS vinha sendo comentada há algum tempo. Mas uma proposta não foi discutida formalmente com a comunidade acadêmica. Estão criando uma espécie de serviço militar obrigatório ao médico”, afirma. Vardeli sustenta que o estudante de Medicina já passa a maior parte do tempo de formação inserido no SUS. “O internato entre o quinto e o sexto ano de curso se dá inteiro na rede pública”, alega. Ele também levanta dúvidas acerca da constitucionalidade da alteração, que será feita por medida provisória e regulamentada por portaria conjunta dos ministérios da Educação e da Saúde. “Precisa ser esclarecido quem será o preceptor desse estudante durante o período de trabalho no SUS.”

Estudantes contrários à medida anunciada

Os estudantes de Medicina receberam com contrariedade o anúncio do aumento da carga horária do curso e a obrigatoriedade de prestar serviços no Sistema Único de Saúde (SUS) durante dois anos. Presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Gilberto Borges diz que “mais uma vez querem colocar na conta do médico as deficiências da saúde no Brasil”.
“Querem obrigar o médico a atender em um SUS sem condições de receber o profissional”, diz. Gilberto tem 24 anos e está no 5° ano do curso. Ele cobra que o governo federal se manifeste sobre mais investimentos, sobretudo em infraestrutura, nos municípios do interior do Brasil antes de determinar essa medida.
Ele sustenta que não é a remuneração que afasta o médico do interior. “Esse valor de R$ 10 mil é razoável. Mas o problema é que o interior não dá condições para exercer a medicina”, afirma.
Gilberto argumenta que os estudantes de Medicina são mais velhos que a média de outros cursos devido as dificuldades em passar no vestibular. “Dois anos a mais não vão melhorar a formação e ainda atrasarão a vida do recém-formado. Vão prolongar o curso sem a garantia de uma qualidade efetiva”, avalia. Ele diz que a maioria dos recém-formados já passam pelo SUS, pois são poucas as vagas em residência médica.

Entrevista / Paulo Francescantonio
“Não vai adiantar nada”
Coordenador do curso de Medicina da PUC-GO, Paulo Francescantonio afirma que o trabalho obrigatório no SUS não garante melhor formação profissional e nem atinge a natureza dos problemas da saúde no Brasil. Ele defende a criação de carreira de Estado para aumentar o interesse do médico em trabalhar no interior.

Até que ponto a obrigação do estudante a trabalhar pelo SUS ajuda na melhoraria a saúde no Brasil?
Somente jogar o médico recém-formado no SUS não vai adiantar nada. Até porque ele já atua na rede pública quando forma. Existem poucas vagas em residência médica e muitos passam pelo SUS antes de ir para a especialização. Ainda há muitas dúvidas sobre como funcionará o curso de Medicina após essas mudanças. Não sabemos quem vai avaliar e supervisionar o estudante que estiver numa cidade distante.

A vinda de médicos estrangeiros pode colaborar com o serviço prestado pela rede pública?
Seria muito mais lógico o governo federal criar uma carreira de Estado para o médico. Assim os profissionais brasileiros ficariam atraídos a trabalhar no interior pela rede pública. Essa carreira teria ênfase na atenção primária, que corresponde à maioria dos atendimentos médicos, e viria acompanhada de investimentos na área de saúde.

No anúncio, o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, afirmou que a medida ajudará a “humanizar” a formação do médico. O senhor concorda?
Eu volto ao mesmo ponto: soltar o formando em um posto de saúde para atender pelo SUS não colabora nem com a formação técnica nem com humanização. O governo está criando um atalho sem ir à gênese do problema.

Entrevista / Maguito Vilela
“Presidente agiu certo”

Vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), afirma que as medidas tocam nas principais questões que envolvem saúde no Brasil. Ele ressalta que mais de 700 municípios brasileiros não contam sequer com um médico, fato também recorrente em Goiás.

Como os prefeitos receberam a oficialização da possibilidade de médicos do exterior virem trabalhar no Brasil?
Essa foi uma bandeira levantada por nós, da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Acreditamos que a presidente Dilma Rousseff agiu certo, colocando uma ordem de preferência nas contratações. Será dada prioridade aos brasileiros interessados em trabalhar no interior e áreas pobres de grandes cidades. Caso as vagas não sejam preenchidas, os brasileiros formados fora do Brasil podem assumi-las. Se mesmo assim sobrarem postos de trabalhos, que venham os estrangeiros.

As medidas vão resolver o problema da saúde no Brasil?
A totalidade dos problemas não, mas essas medidas tocam em pontos nevrálgicos da questão. Está mais que comprovado que faltam médicos no Brasil. A relação entre profissionais e número de habitantes no País está entre as menores do mundo.

É preciso mais investimento em saúde?
O financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) também foi abordado pelo governo federal. Foram anunciados investimentos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Não sei se será algo significativo, mas com certeza dará uma aliviada boa para os municípios.

Médicos estrangeiros ocuparão vagas não ocupadas por brasileiros


O governo federal definiu ontem as normas para a “importação” de médicos. O Programa Mais Médicos vai oferecer bolsa de R$ 10 mil para profissionais atuarem na atenção básica da rede pública de saúde, sob a supervisão de universidades federais. Brasileiros e estrangeiros poderão assumir as vagas.
Municípios, instituições de ensino supervisoras e médicos precisarão aderir ao programa, por meio de editais. Os profissionais estrangeiros serão chamados para ocupar as vagas não preenchidas por brasileiros. Eles terão de ser fluentes em língua portuguesa e autorizados a exercer Medicina no país de origem.
O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) continuará a ser exigência para médicos atuarem livre e permanente no Brasil, exceto para os estrangeiros que ficarão no máximo três anos no País. O secretário Estadual da Saúde, Antônio Faleiros é contrário à medida. “Nós precisamos redistribuir os médicos, porque temos profissionais em número suficiente. Para isso, temos de saber o porque da concentração, que se relaciona às condições de trabalho e questões econômicas”, diz.
O programa dará prioridade para 1.582 áreas que incluem distritos de saúde indígena, municípios de alta vulnerabilidade social, cidades de regiões metropolitanas ou com mais de 80 mil habitantes que tenham baixa receita pública per capita. O governo também anunciou a criação de 3.615 vagas em Medicina nas universidades federais até 2017 e a contratação de 3.154 professores e 1.882 técnicos-administrativos para as universidades federais. As universidade privadas serão beneficiadas com a criação de 11.447 novas vagas até 2017. Vardeli Alves, coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), lembra que o Conselho Diretor da unidade tem resistência à ideia de aumentar o número de vagas.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Curso de Medicina passará de 6 para 8 anos em 2015
LÍGIA FORMENTI

O curso de Medicina passará de 6 para 8 anos a partir de 2015. A mudança integra um pacote de medidas anunciado nesta segunda-feira, 8, pela presidente Dilma Rousseff para ampliar a oferta de médicos no País e melhorar a formação dos profissionais. Definida numa Medida Provisória, a ampliação deverá ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação, num prazo de 180 dias.
O programa, batizado de Mais Médicos, inclui ainda o recrutamento de profissionais estrangeiros para trabalhar em áreas prioritárias, a abertura de 11.447 novas vagas para graduação e outros 12.376 postos de especialização em áreas consideradas prioritárias até 2017. O novo formato do curso de Medicina é inspirado no modelo existente em países como Inglaterra e Suécia, diz o Ministério da Saúde.
Concluído o curso de seis anos, o estudante passa para um segundo ciclo, de dois anos, onde terá de atuar em serviços públicos de saúde. A exigência do segundo ciclo será universal: tanto para estudantes de instituições da rede pública quanto privada de ensino.
No período em que trabalharem nos serviços públicos de saúde, estudantes receberão uma bolsa, financiada pelo Ministério da Saúde. Os valores ainda não foram definidos. O governo calcula, no entanto, que ela ficará entre o que é concedido para as residências médicas (R$ 2,9 mil mensais) e o que é pago para profissionais inscritos no Provab (R$ 8 mil).
No primeiro ano, estudantes vão atuar na rede de atenção básica. No segundo ano, o trabalho será feito nos serviços de urgência e emergência. Os alunos continuarão vinculados à instituição de ensino onde foi feita a graduação e, assim como ocorre com a residência, serão avaliados. A carga horária ainda não foi definida.
Pela proposta, o segundo ciclo poderá ser aproveitado para abater um ano de curso de residência em especialidades básicas, como medicina de família, ginecologia, obstetrícia, pediatria e cirurgia geral. Há também a possibilidade de o período ser incluído na contagem para cursos de mestrado. A forma como isso será feito também está nas mãos do Conselho Nacional de Educação.
O formato de oito anos poderá ser revisto num curto prazo. Há a possibilidade de o primeiro ciclo, atualmente de seis anos, ser reduzido para cinco. O assunto, no entanto, ainda terá de ser debatido pelo Conselho Nacional de Educação. A intenção é se aproximar do modelo inglês, onde a duração do primeiro ciclo varia entre 4 a 6 anos, treinamento supervisionado dura outros dois anos e a especialidade médica, 3 a 8 anos.
Para atuar no segundo ciclo, os alunos receberão um registro provisório. A instituição de ensino deverá estar ligada a uma rede de serviços públicos de saúde, onde seus alunos vão desempenhar as atividades. Caberá à instituição definir o local de trabalho do estudante.
A ideia é que o aluno seja supervisionado por professores. A forma como isso será feito também será definida pelo Conselho Nacional de Educação. Também não está acertado como será feito o reembolso das instituições de ensino pelo trabalho de supervisão.
O aluno receberá o diploma somente depois de completar os oito anos de formação. Só aí receberá a inscrição permanente. De acordo com o Ministério da Saúde, o modelo proposto prevê que o profissional com registro provisório, mesmo sem diploma, responderá caso cometa uma infração ética ou erro no atendimento do paciente.
A criação do segundo ciclo não vai dispensar o internato, realizado atualmente no quinto e sexto ano. Nesta etapa, o estudante não tem autonomia. Durante o treinamento da segunda etapa, o estudante aos poucos ganha mais autonomia.
A expansão da duração do curso de medicina, de acordo com o governo, não tem como objetivo principal a ampliação da oferta de médicos. A meta, de acordo com ministérios da Saúde e da Educação, é ampliar a formação do profissional e driblar um problema que o governo julga enfrentar atualmente, que é a especialização precoce. Na avaliação do governo, a partir do 4º ano, estudantes concentram suas atenção nas áreas com que têm mais afinidade, deixando de lado pontos considerados essenciais para o atendimento do paciente.
Embora detalhes ainda não estejam definidos, o governo já decidiu que durante o ciclo de dois anos, o estudante terá permissão para atuar apenas nos locais indicados pela instituição de ensino a que ele está ligado. Não será permitida a realização de plantões ou atuação em outros serviços.
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SAÚDE BUSINESS WEB

Médicos estrangeiros serão avaliados por universidades brasileiras

O Programa “Mais Médicos para o Brasil”, que será lançado nesta segunda-feira (8) pelo governo federal, terá como prioridade levar profissionais de saúde às periferias das grandes cidades, aos municípios do interior e àqueles mais distantes, principalmente do Norte e do Nordeste. De acordo com a presidente Dilma Rousseff serão abertos dois editais: um para selecionar os municípios que querem receber profissionais e outro para que os profissionais brasileiros possam se inscrever e escolher a cidade para onde querem ir.
Caso as vagas disponíveis não sejam preenchidas por médicos brasileiros, o governo vai autorizar a contratação de estrangeiros.
A declaração foi dada por Dilma no programa semanal Café com a Presidenta. Segundo ela, trata-se de uma medida emergencial para garantir que essa parcela da população tenha atendimento “o mais rápido possível”. Dilma disse que o governo tem trabalhado para ampliar as vagas nos cursos de medicina, mas ressaltou que a formação de um especialista leva, em média, dez anos. A presidenta também enfatizou que a vinda de médicos estrangeiros não vai tirar emprego dos profissionais brasileiros nem significa arriscar a saúde da população.
Ela explicou que, entre os estrangeiros, serão contratados apenas médicos “bem formados, experientes, que falem e entendam” nossa língua. Eles deverão trabalhar exclusivamente nos postos de saúde, fazendo o atendimento básico da população, por pelo menos três anos. Eles serão supervisionados pelas universidades públicas no trabalho, que também os avaliará, por três semanas, antes do início das atividades. “Os médicos estrangeiros só vão ocupar as vagas que não forem preenchidas por médicos brasileiros. Daremos prioridade aos nossos médicos, aos médicos formados aqui no Brasil, que são altamente qualificados”, disse.
“Essa convocação de médicos para trabalhar nas regiões mais pobres de nosso país é a resposta que estamos dando para o problema da falta desses profissionais nas nossas unidades de saúde. Quem precisa de atendimento médico não pode esperar e é por isso que estamos autorizando a vinda de médicos estrangeiros. Trata-se de uma medida emergencial”, disse.
A presidente lembrou que a contratação de médicos estrangeiros é muito comum em vários países que têm “excelentes sistemas de saúde”, como é o caso da Inglaterra, onde 37% dos médicos se formaram no exterior. Ela também citou o caso dos Estados Unidos, onde 25% dos médicos fizeram cursos em outros países. Já o Brasil, conforme informou, tem apenas 1,79% de médicos estrangeiros.
Segundo Dilma Rousseff, os esforços para suprir a falta de médicos nos municípios mais distantes serão ainda mais necessários a partir dos investimentos que o governo vem fazendo para construir e reformar as unidades de saúde. Ela destacou que, além dos R$ 7,4 bilhões que já estão sendo aplicados, há previsão, para o ano que vem, de mais R$ 5,5 bilhões.
Ela enfatizou que para participar do Programa Mais Médicos para o Brasil e receber os profissionais, os municípios terão de assumir o compromisso de acelerar os investimentos na construção ou reforma das unidades básicas de saúde. Já em relação aos incentivos para que os médicos brasileiros queiram atuar nesses locais, ela destacou que o Ministério da Saúde vai pagar um salário de R$ 10 mil por mês, por uma jornada semanal de 40 horas.
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Em três anos, saúde foi área técnica que gerou mais empregos

Aproximadamente 402,5 mil postos de trabalho para técnicos de nível médio foram criados no Brasil entre 2009 e 2012, e os técnicos capacitados em ciências da saúde ocuparam a maioria das vagas, ou quase 100 mil. Os dados, oriundos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), integram um estudo divulgado na quarta-feira (3) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em segundo lugar vieram os técnicos em eletroeletrônica e fotônica e em terceiro os técnicos em operações comerciais. Integram a estatística de vagas em saúde técnicos e auxiliares de enfermagem, técnicos em próteses ou imobilizações ortopédicas, técnicos em odontologia, técnicos em óptica e em optometria, e tecnólogos e técnicos em terapias complementares e estéticas.
O salário médio desses técnicos aumentou de R$ 1.280, média de janeiro de 2009, para cerca de R$ 1.410 em dezembro de 2012 (ganho real de aproximadamente 10%). As ocupações com maiores ganhos salariais foram técnicos em operação de câmara fotográfica, cinema e televisão (+51,1%), técnicos de inspeção, fiscalização e coordenação administrativa (+41,6%) e técnicos em laboratório (+29,3%).
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O HOJE

Pacto para saúde começa a tomar forma
Princípios da medida foram anunciados ontem. Plano prevê 10 mil médicos no SUS e dois anos de atendimento no sistema por universitários
Gracciella Barros

Mesmo frente a manifestações e questionamentos da categoria médica, o governo federal assinou ontem medida provisória que institui o Programa Mais Médicos, que prevê maior distribuição de profissionais na área de saúde pública, para 1.290 municípios brasileiros, sendo 23 deles somente em Goiás. Entre as medidas prioritárias, o programa prevê contratação de pelo menos 10 mil médicos, formados no Brasil ou no exterior, com salários de R$ 10 mil a 30 mil. O projeto ainda busca a construção de novos centros médicos em regiões carentes e o aumento de prazo do curso de formação de Medicina, incluindo mais dois anos de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com pesquisa do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), 15% dos municípios brasileiros (700) não possuem um único médico que atenda aos pacientes que procuram as unidades do SUS. O programa, assinado em colaboração com as pastas da Educação e Saúde, buscará suprir a falta de médico nas periferias de grandes cidades, municípios do interior e regiões Norte e Nordeste. Cada área terá ajuda de custo diferenciado, pagos pelo tesouro nacional.
Serão pagos R$ 30 mil para médicos contratados para atuar na Amazônia Legal, na fronteira e distritos indígenas, R$ 20 mil para profissionais que irão para o Nordeste, Centro Oeste – com exceção do Distrito Federal (DF) – e Vale do Jequitinhonha (MG) e R$ 10 mil para trabalhadores das capitais, regiões metropolitanas e DF. Nos dois primeiros casos, os valores serão parcelados em 70% no começo e 30% 180 dias depois de iniciado os trabalhos. No último caso, o valor será pago integralmente desde a contratação. A jornada em todos é de 40 horas semanais.
Para preencher as vagas, o governo vai lançar três editais: um para atração de médicos, outro para os municípios que desejam receber os profissionais e um terceiro para selecionar as instituições controladoras. Supervisionados pelas universidades públicas, os profissionais formados no Brasil ou com diploma validado pelo Programa Revalida serão contratados numa primeira fase do programa.
Caso não haja preenchimento total das vagas, será anunciado trâmite diferenciado para busca de médicos estrangeiros, que serão contratados sem revalidação de diploma, temporariamente pelo período de três anos, mas que tenham origem reconhecida internacionalmente. Eles passarão por três semanas de treinamentos e avaliação da língua portuguesa e saúde básica. (com Agência Brasil)

Curso de Medicina vai de 6 para 8 anos

Outra medida do programa, intitulada Segundo Ciclo, é que os alunos que ingressarem nos cursos de medicina a partir de 2015 terão de atuar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma. A medida é válida para faculdades públicas e privadas. Com isso, o curso passará de seis anos para oito anos de duração.
Os estudantes irão trabalhar na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência da rede pública. Eles vão receber uma remuneração do governo federal e terão uma autorização temporária para exercer a medicina, além de continuar vinculados às universidades. Os profissionais que atuarem na orientação desses médicos também receberão um complemento salarial. Os últimos dois anos do curso, de atuação no SUS, poderão contar para residência médica ou como pós-graduação, caso o médico escolha se especializar em uma área de atenção básica.
De acordo com os ministérios da Educação e Saúde, as instituições de ensino terão de acompanhar e supervisionar o aluno. Após o estudante ser aprovado no estágio no SUS, a autorização temporária de exercício será convertida em inscrição no Conselho Regional de Medicina. Por haver recursos federais os alunos das escolas particulares deverão ficar isentos do pagamento de mensalidade. Esse trabalho na rede pública não acaba com o internato, no quinto e no sexto anos do curso.

Clamor classista sem atendimento
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego),Salomão Rodrigues, o programa só atinge a categoria dos médicos e não atende os clamores da categoria. “As medidas anunciadas são uma
discriminação. Porque só os médicos devem estudar mais dois anos?”
Para Salomão, a responsabilidade sobre as falhas desses profissionais deve cair sobre alguém. “Não somos contra a importação. Mas, antes de importar, devemos resolver os problemas dentro do País, como falta de estrutura e má distribuição de profissionais.”
O secretário de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), doutror Robson Paixão Azevedo, acredita que
não há coerência nas medidas. “À primeira vista, parece que o governo está perdido e tenta, de forma desesperada, resolver o problema da saúde
pública no Brasil.”
O médico afirma que as prefeituras goianas priorizam a aquisição de ambulâncias para o transporte dos pacientes a municípios mais próximos, que tenham atendimento, que a construção de hospitais. ”A primeira providência deve ser melhoria da estrutura, além da contratação através de concurso público, pois não há garantias nem condições de trabalho.”
A presidente do Sindicatos dos Trabalhadores do Sistema Única de Saúde no Estado de Goiás (SindSaúde),a gestora pública Maria de Fátima, vai mais longe. “Há unidades de saúde em que, se a Vigilância Sanitária entrasse,
já estaria fechado há muito tempo”. Ela diz que há um déficit de especialistas, como neurocirurgião pediatra e outros profissionais de saúde, mas a situação da estrutura é urgente e dramática.

Goiânia calcula falta de 202 médicos
Na capital goiana, calcula se há um déficit de 202 médicos: 20 nos Centros de Saúde da Família – que tem 63 unidades; 46Cprofissionais em ambulatórios de Centros de Saúde – 22unidades;e136 em Urgências – para 14 Cais e Ciams.
Apesar da carência, a situação chega a ser confortável na capital comparando-se com outros municípios. Em Goiânia, são 4.117 profissionais, média
de 3,16 médicos por mil habitantes. Em Aparecida de Goiânia, são 559 profissionais, média de 1,23 para mil habitantes. De acordo com dados da
Secretaria Municipal de Saúde, na última convocação foram chamados 168 médicos, mas nenhum ainda assumiu.

CIDADES INCLUSAS
Abadia de Goiás
Águas Lindas de Goiás
Alexânia
Aparecida de Goiânia
Cavalcante
Cristalina
Divinópolis de Goiás
Flores de Goiás
Formosa
Goiânia
Guarani de Goiás
Iaciara
Luziânia
Monte Alegre de Goiás
Montividiu do Norte
Nerópolis
Nova Veneza
Novo Gama
Pirenópolis
Santo Antônio do Descoberto
São Domingos
Sítio d'Abadia
Valparaíso de Goiás

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TV ANHANGUERA (CLIQUE NO LINK PARA ACESSAR A MATÉRIA)

Governo anuncia pacote de medidas para tentar resolver problema da falta de médicos
http://g1.globo.com/videos/goias/bom-dia-go/t/edicoes/v/governo-anuncia-pacote-de-medidas-para-tentar-resolver-problema-da-falta-de-medicos/2680763/


Para Jackson Abrão, falta de condições de trabalho afasta médico do interior do Brasil
http://g1.globo.com/videos/goias/bom-dia-go/t/edicoes/v/para-jackson-abrao-falta-de-condicoes-de-trabalho-afasta-medico-do-interior-do-brasil/2680788/

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JORNAL OPÇÃO

Estudantes de Medicina serão obrigados a trabalhar no SUS para obter diploma
Medida valerá a partir de 2015 e foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira
Frederico Vitor

A partir de 2015, estudantes que iniciarem o curso de medicina terão que trabalhar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir o diploma. A medida foi anunciada na tarde desta segunda-feira (8/7) pela presidente Dilma Rousseff (PT), durante cerimônia de lançamento do programa “Mais Médicos para o Brasil”, realizada no Palácio do Planalto e que contou com as presenças do vice Michel Temer (PMDB), dos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Aloizio Mercadante.
Os estudantes vão começar esse segundo ciclo da formação apenas em 2021, quando tiverem passado pelos seis anos do primeiro ciclo de formação. O projeto faz parte da medida provisória (MP) com ações voltadas para a saúde pública. Entre elas estão as regras para o programa "Mais Médicos". O programa prevê o preenchimento das vagas na atenção básica à saúde nas regiões onde há carência desses profissionais. Será dada prioridade aos médicos com registro no Brasil, que deverão começar suas atividades em 2 de setembro.
As vagas que sobrarem vão ser destinadas, primeiramente, para os brasileiros formado no exterior e, por fim, para os médicos estrangeiros. Estes devem começar a trabalhar em 18 de setembro. O número de vagas ainda não foi fechado e vai depender da demanda. O ministro da Educação, Aloízio Mercadante, defendeu a medida de importar médicos, ao comparar os dados de pessoas que se formam nos cursos no país com o de outros países e principalmente com o total de médicos em comparação à população.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação