Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 09/11/16

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Mulheres que precisam de mamografia ou ultrassom têm dificuldades para fazer exames em GO
Campanha alerta para importância dos primeiros socorros no combate à arritimia cardíaca
Câncer, sem mistérios
Mais Médicos: governo quer punir profissional que romper contrato antes do prazo
Mais Médicos: Ministério da Saúde abre mil vagas para brasileiros
Epidemia do vírus Zika no Brasil completa um ano com desafio na área de pesquisa

 

TV ANHANGUERA/ GOIÁS

Mulheres que precisam de mamografia ou ultrassom têm dificuldades para fazer exames em GO
http://g1.globo.com/goias/videos/t/bom-dia-go/v/mulheres-que-precisam-de-mamografia-ou-ultrassom-tem-dificuldades-para-fazer-exames-em-go/5436521/
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Campanha alerta para importância dos primeiros socorros no combate à arritimia cardíaca
http://g1.globo.com/goias/videos/t/ja-2-edicao/v/campanha-alerta-para-importancia-dos-primeiros-socorros-no-combate-a-arritimia-cardiaca/5435531/

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O POPULAR

Câncer, sem mistérios

Primeiro encontro organizado pelo Grupo Jaime Câmara discute a prevenção e a importância do diagnóstico precoce para combater doenças que atacam homens e mulheres

O primeiro evento organizado pelo Grupo Jaime Câmara para discutir temas relevantes para a população falou sobre câncer. Os participantes puderam, na noite de ontem, conversar e tirar dúvidas com dois especialistas na doença. Motivados pelas campanhas "Outubro Rosa" e "Novembro Azul", os médicos Antônio Eduardo Rezende de Carvalho, mastologista, e Antônio de Morais Júnior, urologista, conversaram sobre o assunto com linguagem fácil e didática.
Antônio Eduardo entende que iniciativas como essa são importantes para desmistificar questões relacionadas ao câncer. "A dor do exame da mama, por exemplo, não pode ser um problema para a recusa da mamografia. É um exame que pode salvar a vida da paciente."
O mastologista acrescenta que esse exame é capaz de reduzirem até 40% a possibilidade de morte da paciente. "O ideal é que se procure o especialista a partir dos 40 anos."
O urologista Antônio de Morais Júnior fez questão de ressaltar que o câncer de próstata tem dados alarmantes no mundo todo. "No Brasil não é diferente. A cada oito minutos temos um diagnóstico dessa doença. A cada 40 minutos, um homem morre de câncer de próstata."
Morais Júnior afirma que fazer o exame ainda é a melhor maneira de diagnosticar precocemente e evitar a doença. "Um evento como esse de hoje, que reúne homens e mulheres para falar sobre as duas doenças é muito importante. O ideal é que o casal se estimule e incentive cada uma procurar um especialista na hora certa."
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que, até o final deste ano, 57 mil diagnósticos de novos casos de câncer de mama sejam feitos. Já os casos de câncer de próstata podem chegar a 61 mil. "Os dados preocupam porque nem todos serão diagnósticos precoces", ressalta Morais Júnior.
O evento contou com a presença de autoridades médicas, representantes de entidades de saúde, secretarias de saúde, além de leitores e telespectadores dos veículos do Grupo Jaime Câmara.

Novos temas serão discutidos
O encontro promovido pelo Grupo Jaime Câmara, na noite de ontem, com o tema "Câncer, vamos falar sobre isso" foi o primeiro de uma série de eventos que serão organizados. Em todos eles, a intenção será debater temas relevantes para a população. Os novos assuntos serão definidos e apresentados aos telespectadores, ouvintes e leitores, pelos veículos do grupo. O tema discutido ontem foi motivado pelas campanhas "Outubro Rosa" e "Novembro Azul", que têm debates anuais com a intenção de promover a conscientização do casal unindo as duas maiores jornadas contra a doença no País. O evento trouxe linguagem aproximativa e impactante e tratou o assunto de forma diferente das tradicionais tentativas de conscientização, já desgastadas.

Três perguntas para Antônio de Morais Júnior
Urologista, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – seccional Goiás
1 – Por que o câncer de próstata é o que mais mata?
Por causa da sita incidência e da falta de diagnóstico precoce. A cada oito minutos um homem tem essa doença diagnosticada. Nem sempre em tempo de tratamento, já que não há o costume de se fazer o exame preventivo regular e quando a doença apresenta sintomas, ela já está em estágio bastante avançado. Isso precisa mudar.
2 – Como e quando fazer o exame de prevenção? Existe fator de risco relevante para o desenvolvimento desse câncer?
Se a pessoa tem histórico familiar da doença, a recomendação é fazer o exame do toque e o PSA (que mede o antigeno prostático) uma vez ao ano, a partir dos 45 anos de vida. Se não há esse histórico genético, o exame deve ser feito a partir dos 50 anos. Entre os fatores de risco, podemos citar a obesidade, o alto consumo de carne vermelha, além da genética.
3 – O exame de toque ainda é um tabu? Ele é o único exame essencial para o diagnóstico da doença?
Infelizmente ainda existe essa resistência masculina. Junto com esse exame, sempre solicitamos o PSA. Esse segundo, no entanto, tem possibilidade de falha em 20%. Já o exame do toque, que não dura mais que dez segundos, permite ao especialista verificar se a próstata apresenta alguma alteração, se está irregular e fixa. No entanto, posso afirmar que é um exame rápido, indolor e de nenhuma maneira viola a masculinidade do paciente. Diagnosticada precocemente, a possibilidade de cura alcança 90%. Quando passa a ter sintomas, a doença já está em estágio avançado. Nos casos de metástase (quando a doença se espalha para outros órgãos), costuma atingir coluna e ossos.

Três perguntas para Antônio Eduardo Rezende de Carvalho
Mastologista, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia -seccional Goiás
1 – Campanhas sobre prevenção e diagnóstico precoce sobre a doença estão sempre na mídia, especialmente em outubro. O que ainda impede que essa enfermidade seja diagnosticada o mais cedo possível?
Ainda falta informação. Não é só quem tem familiar com a doença que vai desenvolver o câncer de mama. Fazer a mamografia anualmente é um direito de toda mulher acima dos 40 anos. Esse é um passo para descobrir a doença no início e evitar mortes. Também é preciso dizer que essa doença deve ser lembrada todos os meses do ano, não apenas em outubro.
2 – Existe alguma forma de prevenir o câncer de mama?
Exercício físico e boa alimentação. Além disso, se cuidar, fazer o autoexame e a mamografia. Existem alguns fatores que podem ser mais favoráveis à doença, como obesidade, má alimentação e as já citadas questões genéticas. Então, a prevenção e o diagnóstico precoce precisa ser algo constante na vida da mulher. Deve ser uma das suas rotinas.
3 – Qual a novidade na área de mastologia em Goiás?
Não só em Goiás, mas no Brasil, mastologistasjá fazem cirurgias oncoplásticas. Isso significa que o próprio cirurgião já tem qualificação para fazer a reparação da mama durante a cirurgia de retirada do câncer. É uma evolução. Nos casos das mulheres que precisam retirara mama, há a possibilidade de fazer o reparo na mesma cirurgia. Isso representa ganho muito grande de autoestima, além de evitar que essa paciente passe mais uma vez pela mesa de cirurgia. Nas intervenções, o cirurgião discute a melhor técnica, que pode ser a reconstrução ou até o implante de próteses de silicone, com técnicas específicas.
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JORNAL OPÇÃO

Mais Médicos: governo quer punir profissional que romper contrato antes do prazo

Barros garantiu que mais profissionais brasileiros vão apresentar interesse em ocupar vagas do programa

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse hoje (8) que os próximos editais do programa Mais Médicos devem trazer maior facilidade para a escolha da localização onde os profissionais desejam atuar e também "restrições administrativas" para aqueles que romperem o contrato antes do prazo determinado.
"Vamos estudar isso para o próximo edital", disse. O próximo chamamento está previsto para sair em três meses. "Para o próximo edital, nós vamos facilitar a localização do médico onde seja da sua conveniência e vamos dificultar o rompimento do contrato antes do prazo estabelecido", completou, sem dar maiores detalhes.
Barros garantiu ter absoluta tranquilidade de que, com as modificações que vêm sendo apresentadas pela pasta, mais profissionais brasileiros vão apresentar interesse em ocupar vagas do programa. "Estamos caminhando na direção que anunciamos desde o início. Renovaremos o Mais Médicos, mas com a visão de que, ao final, teremos brasileiros em todas as vagas", concluiu.
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O GLOBO

Mais Médicos: Ministério da Saúde abre mil vagas para brasileiros

Postos estão concentrados em capitais e regiões metropolitanas; chamada faz parte de plano para reduzir número de cubanos no programa

BRASÍLIA – Com 61% das vagas em capitais e regiões metropolitanas e um período de 15 dias para permuta de locais entre os selecionados, o governo vai lançar um edital nesta semana para preencher 1.004 postos no Mais Médicos em 462 municípios. Do total, 838 estão ocupadas por cubanos que deixarão o programa e 166 são de reposição de desistentes. A seleção é a primeira medida concreta para diminuir o número de profissionais vindos de Cuba no projeto federal.
A gestão Temer já havia anunciado a meta de chegar a 4 mil substituições de cubanos – que representam 62% dos 18.240 atuais médicos do programa – por brasileiros nos próximos três anos. O problema é que a média de desistência dos profissionais brasileiros é de 40% no primeiro ano. Para reverter essa rejeição, o governo selecionou vagas em grandes centros urbanos para esse novo edital.
A ordem da seleção permanece a mesma. Primeiro para médicos com CRM do Brasil (em geral brasileiros formados no país, embora inclua também aqueles que se graduaram no exterior e fizeram o exame de revalidação ou até estrangeiros que passaram pelo mesmo processo). Depois, abre-se para para brasileiros formados no exterior, estrangeiros, e, por fim, cubanos. Nesses últimos casos, não é preciso ter diploma validado no Brasil.
– Com essa medidas, esperamos que o médico brasileiro esteja onde deseja trabalhar e permaneça no programa – disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao anunciar a medida.
A cada três meses, segundo Barros, serão publicados novos editais com vagas. Mas as novas chamadas não contarão mais com os postos bem localizados. Para as seleções futuras, o ministro aposta no aumento de médicos formados no país, inclusive em cursos abertos nos últimos anos. E sugere que, num mercado menos aquecido pela oferta de mais profisionais, o Mais Médicos se tornaria uma válvula de escape para quem não encontrar oportunidades de emprego:
– Nós só poderemos ocupar esses postos (em locais distantes) pragmaticamente quando a oferta de médicos estiver mais ampla e, por falta de outras opções, eles forem buscar esses postos de trabalho.
O Ministério da Saúde prepara outras mudanças para evitar a desistência dos brasileiros. A equipe técnica da pasta estuda exigir devolução de quantias pagas pelo programa ou tempo mínimo de permanência entre as regras serão adotadas nas próximas chamadas.
– Anunciaremos daqui a três meses um novo formato de estímulo para que eles venham para o programa e de restrições para que saiam do programa – disse Barros, evitando dar detalhes.
Ao mesmo tempo em que elabora novas regras para atrair brasileiros, o governo suspendeu um critério criado na gestão de Arthur Chioro, ministro da ex-presidente Dilma Rousseff, com a mesma finalidade: a oferta de 10% de bônus na pontuação da prova para a residência médica, por meio do Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica (Provab).
Mas uma pesquisa com cerca de 3 mil brasileiros do Mais Médicos, que ingressaram no programa em 2015 atraídos pela bonificação, mostrou que 96% deles seguiriam para residências diferentes da área de saúde da família, que é o foco do Provab. Diante disso, o ministério mantém os cerca de 1,6 mil atuantes no Mais Médicos associados ao Provab, mas não pretende abrir novas vagas no mesmo formato.
– Verificamos que eles não estão lá por conta da saúde da família, estão para conseguir nota e passar na especialização. E isso não atende o interesse público – afirmou Barros.
Embora o ministro insista que as 1.004 vagas ofertadas no edital anunciado estão em capitais e regiões metropolitanas basicamente , pouco mais de 40% ficam em municípios do interior, mas que não são considerados locais de acesso extremamente difícil, como distritos indígenas ou muito distantes de centros urbanos.
A região Nordeste responde por 40% das vagas que serão ofertadas, com 404 postos, dos quais 163 ficam em capitais ou municípios da região metropolitana. Em segundo vem o Sudeste, que terá 331 oportunidades; seguido do Sul, com 115 vagas; do Norte, que abrirá 79; e do Centro-Oeste, com 75 postos a serem preenchidos.
Eles receberão a bolsa formação mensal de R$ 11.520, auxílio-moradia e alimentação garantidos pelas prefeituras, e ajuda de custo de até R$ 30 mil dependendo dos custos da mudança. Fazem também, durante a experiência no programa, uma especialização em saúde da família por uma universidade pública parceria do SUS.
Com a meta de chegar a 4 mil substituições nos próximos três anos, o governo estima que, até lá, os profissionais cubanos passarão de 11,4 mil para 7,4 mil. Ricardo Barros voltou a dizer que o Mais Médicos já previa a integração gradual de brasileiros, até que eles sejam os participantes principais da iniciativa.
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DIÁRIO DE GOIÁS
Epidemia do vírus Zika no Brasil completa um ano com desafio na área de pesquisa

Na próxima sexta-feira, (11) completa-se um ano desde que o Brasil foi oficialmente atingido por uma das maiores epidemias de sua história. Em 11 de novembro de 2015, o Ministério da Saúde decretou a epidemia do vírus Zika como Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Naquela data, já se passavam dois meses desde que médicos do Nordeste alertaram para o alto número de nascimentos de bebês com microcefalia em diversos estados.
Começava ali um longo período de investigação e angústia para mães, mulheres grávidas e famílias. Pesquisadores de diversas áreas mobilizaram-se até constatar que os casos de microcefalia poderiam estar relacionados a um novo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A zika passou a ser o novo vilão da saúde nacional.
A descoberta
Os primeiros casos de infecção pelo zika no Brasil ocorreram em meados de abril de 2015, na cidade de Camaçari, região metropolitana de Salvador (BA). O infectologista Antônio Bandeira atendeu os primeiros pacientes com os sintomas do vírus ainda desconhecido no país. "Eu fiquei  impressionado com a quantidade muito grande de pessoas que estavam sendo atendidas na emergência do hospital naquele momento, que chegavam com o mesmo sintoma. Manchas no corpo, febre baixa, uma conjuntivitezinha e dores pelo corpo. Era como se fosse a espécie de uma xerox de uma pessoa para outra.", lembra o médico.
Os exames dos pacientes de Camaçari foram enviados para a Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde foram submetidos à análise de virologistas que constataram a presença do Zika e comprovaram sua transmissão por vetor. "Quase a totalidade daquelas amostras eram positivas para zika e a gente estava diante do primeiro surto documentado do vírus no continente americano naquele momento. Nós comunicamos o Ministério da Saúde imediatamente no dia 29 de abril."
Como nem todos os pacientes manifestam os sintomas da infecção, o registro do vírus no país só chamou a atenção a partir do segundo semestre de 2015, depois do surgimento de casos de adultos com a Síndrome de Guillain-Barré e do nascimento de centenas de bebês com microcefalia, principalmente em Pernambuco.
Zika e microcefalia
A relação do vírus Zika com a microcefalia foi descoberta pelos pesquisadores do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim (Ipesq), em Campina Grande (PB). "Na realidade, a gente complementou o trabalho que já vinha sendo feito em Pernambuco, os pesquisadores de lá já tinham levantado essa hipótese, mas não tinham conseguido encontrar o vírus. Conseguimos detectar no líquido amniótico e descobrimos que era o vírus asiático que está circulando aqui no Brasil. Ele é muito mais agressivo e tem uma predileção muito grande pelo sistema nervoso central", esclarece Adriana Melo, especialista neonatal e coordenadora do Ipesq.
O assunto ainda não tinha sido amplamente divulgado pela imprensa quando Elaine Michele, 29 anos, percebeu em seu corpo o sinal da notícia que mudaria sua vida. Ela mora em São Lourenço da Mata, cidade da região metropolitana do Recife (PE). Como o próprio nome sugere, o município é rodeado por uma mata, condição que, aliada à falta de saneamento, favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Mãe de Eduarda, de 14 anos, Elaine esperava o segundo filho. Só não imaginava que seu sonho seria abalado por uma epidemia. No terceiro mês de gestação, ela acordou toda vermelha. As manchas no corpo passaram rápido, mas os efeitos foram permanetes em sua vida. As oito ultrassons feitas durante o pré-natal não foram suficientes para mostrar as calcificações no cérebro do bebê, descoberta somente depois do nascimento.
"Fiz ultra com dopler colorido, fiz ultra 3D, nada mostrava. Quando ele nasceu, para mim, foi um baque. Fiquei sem chão. Mas, primeiramente, Deus e segundo, meu esposo, me deram muita força. Mas, no começo, eu não aceitava. Perguntava por que eu? Por que comigo? Me via só porque eu não sabia que existiam tantos bebês iguais ao meu. Não conhecia a microcefalia como eu conheço hoje, achei que fosse o fim", lembra Elaine.
De acordo com o Ministério da Saúde, de outubro de 2015 até outubro de 2016, foram notificados 9.953 casos de microcefalia e outras alterações no sistema nervoso. Desse total, 4.797 casos foram descartados e 2.079 foram confirmados como microcefalia. Outros 3.077 casos suspeitos permaneciam em investigação até 22 de outubro. Do total de casos confirmados (2.079), 392 tiveram resultado positivo para o vírus Zika. O ministério, no entanto, considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
Diagnóstico tardio
Três tipos de testes são capazes de detectar o vírus, mas apenas o chamado PCR está disponível na rede pública de sáude. Os testes rápidos que identificam em 20 minutos se o paciente já foi infectado alguma vez na vida pelo zika já estão prontos, mas ainda não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O ministério anunciou a distribuição de 2 milhões de kits até o final deste ano e mais 1,5 milhão até fevereiro de 2017. Enquanto isso, muitas mulheres só sabem que foram infectadas com o vírus Zika depois do nascimento do bebê.
A subnotificação é resultado da dificuldade em realizar os testes. O diagnóstico rápido e preciso ainda é um desafio, aponta o Professor Universidade Federal da Bahia e Diretor do Hospital Geral Roberto Santos, Antônio Raimundo. "A grande dificuldade é o exame em si. Nós tivemos muitos problemas com o RTPCR, um exame muito caro e que você precisa fazer três vezes". O infectologista Antônio Bandeira também se queixa de dificuldades. "Infelizmente, a gente tem o Aedes Aegypti transmitindo esses três vírus e tem que ter sistemas melhores de diagnóstico.
Investimento em pesquisa
Um ano depois do surto, especialistas já reconhecem que os efeitos do vírus Zika podem ir muito além da microcefalia. "Esse vírus já demonstrou sua associação não só com microcefalia, mas uma sequência de defeitos congênitos, de complicações neurológicas que hoje caracterizam o que a gente chama de Síndrome de Zika Congênita",  alerta a professora de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Melânia Amorim.
A definição do conceito de Síndrome Congênita do Zika não trouxe respostas para todas as incertezas que persistem sobre a doença. O Instituto de Pesquisa de Campina Grande se dedica atualmente à investigação de bebês com microcefalia infectados pelo vírus Chicungunya, além de casos suspeitos de infecção por outros vírus. O desafio é conseguir verba para concluir as pesquisas."Todo mundo está trabalhando meio que voluntário, ninguém tem bolsa ou recebe para fazer pesquisa. A gente não tem insumos. A nossa sorte tem sido as parcerias, tanto com a prefeitura, quanto com a universidade privada que tem ajudado na parte do diagnóstico e, principalmente, com a Universidade Federal do Rio de Janeiro que tem nos enviado todos os reagentes para pesquisa. Do contrário, a gente estaria de braços cruzados", relata Adriana Melo, do Ipesq.
O Hospital Geral Roberto Santos, um dos maiores da rede pública de Salvador (BA), também tem desenvolvido pesquisas sobre o vírus e luta por investimento. "Para nós não existe mais dúvida de que existe uma relação entre o vírus Zika e a microcefalia. Mas, cada vez que a gente estuda isso, surgem mais perguntas. Por quê? Por que tão grave? Qual é o  período mais perigoso? Existe alguma relação entre isso e uma infecção prévia por outro vírus? Então, nós estamos estruturando diversos projetos de pesquisa para responder a algumas dessas perguntas. Agora precisamos entender como prevenir. Você pegou zika e está grávida, tem alguma coisa a se fazer? Vai ter que fazer pesquisa para descobri isso. É preciso recurso, o Brasil tem que investir em ciência e tecnologia", afirma Antônio Raimundo, diretor do hospital.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação