Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 09 A 11/11/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR
Coluna Giro – OS
Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, Lincoln Tejota (PSD) diz que vai requisitar informações à respeito da denúncia de nepotismo no Crer. “A sociedade cobra transparência de quem está gerindo recursos públicos”, diz. replica watches (11/11/13)
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Coluna Arthur Rezende
Secretário da Saúde, Antonio Faleiros visitou a Ahpaceg, dos Hospitais Privados de Alta Compexidade, e foi recebido pelo presidente Gustavo Rassi. Reunião com diretores e associados dos 15 maiores hospitais do Estado objetivando melhorar a saúde. (10/11/13)
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Gestão de OS
MP investiga nepotismo no Crer
Denúncia aponta 28 colaboradores com grau de parentesco entre si; direção afirma que não há ilegalidade
Fabiana Pulcineli
Dois anos e meio depois da edição de decreto para pôr fim aos casos de nepotismo no governo de Goiás, surgem novas denúncias de contratação de parentes para cargos bancados com recursos públicos do Estado. De acordo com denúncia feita ao Ministério Público Estadual (MP-GO), familiares estariam sendo abrigados pela Organização Social (OS) gestora do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), que não segue as regras estabelecidas no decreto do governador Marconi Perillo (PSDB).
O MP-GO instaurou inquérito civil público no dia 1º de novembro para apurar a denúncia, que aponta que o Crer possui pelo menos 28 funcionários ou prestadores de serviço com grau de parentesco entre si. A maioria é ligada a profissionais que ocupam cargos de chefia ou direção.
O POPULAR confirmou na relação de pagamento de funcionários que 26 dos nomes citados estão na folha do Crer. A lista foi solicitada por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e entregue à reportagem 32 dias depois do pedido, com registro oficial de resistência por parte da OS (leia reportagem nesta página).
Inaugurado em 2002, o Crer foi a primeira experiência do Estado com OS na gestão de unidades de saúde. O comando é da Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir), qualificada como OS e entidade beneficente. No atual mandato, o governador decidiu ampliar a gestão de OS para todos os hospitais que pertencem ao Estado.
A direção do Crer admite que não segue regras antinepotismo e que há relação de parentesco entre os ocupantes dos principais cargos da unidade (nas áreas administrativa e médica). Considera, segundo informou, que seria “discriminação” impedir parentes nos termos das contratações pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Já a Controladoria Geral do Estado (CGE) afirma que o “caminho natural” seria que as OSs seguissem as regras válidas para a gestão estadual (leia reportagem ao lado).
Entre os casos denunciados estão os três filhos do superintendente executivo do Crer, Sérgio Daher. Em entrevista ao POPULAR, ele confirmou que os três trabalham no centro, mas nenhum deles é contratado. Assim, não foram incluídos na folha de pessoal solicitada pela reportagem. Não houve, portanto, divulgação sobre os pagamentos feitos a eles. Dois são do chamado corpo clínico aberto, sendo que um tem empresa que presta serviço à unidade, e um é residente (leia entrevista na página 12).
Embora ainda não tenha sido notificado do inquérito e afirme não ter conhecimento dos casos citados na denúncia, o superintendente executivo disse que não há ilegalidade na contratação de parentes e que sua preocupação é com produtividade e eficiência. “Tem casal, eu acho, aqui dentro. E isso não me incomoda como gestor”, afirmou.
O promotor Fernando Krebs, responsável pelo inquérito, diz que está consultando especialistas e analisando precedentes em outros Estados a respeito de casos de nepotismo em OSs com contratos com gestões públicas. “A tendência é que não haja impedimento legal, mas é uma burla. Estão fazendo nos hospitais o que não se pode mais fazer no Estado como um todo. É no mínimo imoral”, considera.
Entre os casos citados na denúncia, está de um superintendente que teria cinco parentes – mulher, irmão, sobrinha e dois primos – empregados no centro. Os salários dos familiares variam de R$ 5 mil a R$ 12,7 mil. O superintendente recebe R$ 29 mil, sendo R$ 15,6 mil de salário, R$ 12 mil de gratificação e outros benefícios.
Todos os supostos parentes do superintendente foram contratados nos últimos três anos, sendo três após o decreto do governo estadual. De toda a lista de nomes citados, 11 foram admitidos após a edição do decreto.
Entre os casos citados há também o marido de uma ocupante de cargo de chefia do setor de Recursos Humanos. São apontados ainda um outro superintendente, cujo filho foi contratado, dois assessores da direção e um supervisor, cujas mulheres foram contratadas.
A reportagem não conseguiu apurar a relação de parentesco de todos os nomes citados, daí a não publicação da lista.
A média salarial dos funcionários citados como parentes é de R$ 10 mil. Questionado sobre como é a definição de salários dos funcionários, a direção do Crer informou que os valores são baseados “nos conhecimentos exigidos e na complexidade das atividades, além da análise da responsabilidade necessária para a sua execução ou apresentação de resultados”.
SOLICITAÇÃO
Krebs requisitou informações e inspeção à CGE, que informou na quinta-feira que ainda não havia sido notificada. O promotor disse que o primeiro passo é identificar se de fato são parentes, por isso aguardará a resposta da CGE.
O controlador-geral do Estado, José Carlos Siqueira, informou que, além do grau de parentesco, é preciso verificar as datas das contratações e o peso dos cargos antes de saber se os casos se enquadram no decreto antinepotismo e na Súmula número 13, do Supremo Tribunal Federal, que proibiu a contratação de parentes em cargos públicos ainda em 2008.
Krebs afirma que ainda recebe frequentes denúncias de nepotismo na gestão estadual, além de casos de funcionários fantasmas. Segundo ele, os casos são encaminhados para questionamento à CGE. “Nem todas as denúncias geram abertura de inquérito, até porque são muitas. Na maioria das vezes encaminhamos para a Controladoria.”
Segundo Siqueira, os casos enviados pelo MP-GO que são comprovados como nepotismo na gestão estadual têm tido determinação imediata de exoneração. No caso das OSs, deve haver uma avaliação sobre qual será a decisão do governo estadual, em caso de comprovação.

Documento mostra resistência à LAI
Antes de encaminhar a resposta ao pedido feito pela Lei de Acesso à Informação (LAI), a direção do Crer apresentou questionamentos sobre a divulgação dos dados.
A reportagem protocolou o pedido à Secretaria Estadual de Saúde (SES) no dia 30 de setembro. A resposta só foi encaminhada em 1º de novembro. O pedido era pela relação de todos os funcionários e respectivos salários (incluindo quaisquer tipos de benefícios e pagamentos extras), além dos gastos com pessoal este ano.
Os documentos mostram que em 16 de outubro o superintendente do Crer, Sérgio Daher, encaminhou à SES os dados, mas fez ressalvas sobre a divulgação. Daher alegou que os funcionários do Crer não são servidores públicos, apontou possível desrespeito à intimidade e vida privada do indivíduo e questionou o fato de a requerente “não declinar a finalidade nem destinação que pretende dar à informação”. “Fato que deverá ser observado pelo órgão governamental expositor, sob pena de não havendo limitação do uso da informação, ensejar o dano moral”, diz. A LAI estabelece que não se pode exigir que o solicitante informe a destinação dos dados.
A Advocacia Setorial da SES afirmou, em despacho não haver impedimentos para a divulgação porque os dados não são considerados de caráter pessoal, mas sim funcional. Diz ainda que as OSs têm de seguir a lei estadual que regulamentou a LAI e ainda recomendou a divulgação de dados na internet a todas as OSs gestoras de unidades de saúde.
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Controlador diz que regra deveria ser geral
“Eu entendo que isso tem de ser perseguido”, diz o controlador-geral do Estado, José Carlos Siqueira, sobre o fato de as organizações sociais (OSs) que estão à frente das unidades de saúde não seguirem as mesmas regras da gestão estadual sobre transparência, antinepotismo e teto salarial. “O entendimento é de que, de forma geral, teriam de seguir.”
Ele admite que o decreto contra a contratação de parentes não trata das entidades, mas afirma que pode haver alguma medida do governo no sentido de igualar as regras. Para que a legislação seja clara a respeito do nepotismo, o Estado teria de baixar decreto acrescentando ao decreto de março de 2011 (que impediu a contratação de parentes) a proibição também para os OSs.
Sobre a lei estadual que regulamentou a Lei de Acesso à Informação (LAI), Siqueira diz que o texto é “claríssimo” sobre a determinação para que as OSs também sigam as determinações de transparência.
O inciso 1º do artigo 2º da lei (18.025/2013) afirma que as disposições “são extensivas às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres”.
Desta forma, as OSs também deveriam divulgar lista de nomes e salários na internet, como o governo já faz. A direção do Crer alega que nunca recebeu determinação para divulgar as informações.
A Advocacia Setorial da Secretaria Estadual de Saúde (SES) recomendou no mês passado que todas as OSs sejam orientadas a divulgar. A OS Idtech, responsável pela gestão do HGG, informou à reportagem que divulgará ainda este mês.
Gestão de OS / Entrevista
“O corpo clínico trabalha de favor no Crer”
Assim que a reportagem entrou no gabinete do superintendente executivo do Crer, Sérgio Daher, ele perguntou: “Você conhece o Crer?” Diante da resposta de que só de passagens rápidas e há anos, ele fez o convite para um “tour” por lá. Durante a entrevista, ele repetia que é preciso conhecer o trabalho do Crer. Para Daher, a denúncia de nepotismo “não preocupa”. O que vale, afirma, é produtividade e qualidade dos serviços. Ele diz que poucos médicos têm interesse de trabalhar no Crer e que seus três filhos só estão lá porque ele pediu.

Há denúncia de direcionamento das vagas a parentes de funcionários. Como é o processo seletivo para contratação no Crer?
Seguimos um regulamento que prevê três etapas. A primeira é seleção curricular. Temos um banco de dados e é importante fazer essa seleção porque, por exemplo, precisa-se de um médico neurocirurgião e especialista em dor. Um neurocirurgião especialista em cirurgia vascular não vai atender a necessidade. Na saúde temos várias áreas de atuação. Isso tudo é feito por meio eletrônico. A segunda fase é avaliação técnica, da área. E a terceira, avaliação psicológica. Tenho a consciência absolutamente tranquila de que o nosso RH é muito bem preparado. Temos um verdadeiro time aqui dentro. Por isso faço o convite para você conhecer a instituição. Porque ouvir falar é diferente de constatar. E tenho plena confiança no processo seletivo. Evidentemente que aqueles que não são aproveitados acabam ficando contrariados. Isso faz parte da natureza humana. Em 11 anos, a seleção é feita da mesma maneira. Se tivéssemos alguma situação de vício com certeza não teríamos chegado onde chegamos da maneira que chegamos.Nossa relação com as entidades fiscalizadoras é absolutamente transparente. Um dos primeiros locais em que fui, após a abertura do Crer, foi o Ministério Público.
Não há regras contra a contratação de parentes?
Nós somos celetistas e não fazemos discriminação de forma alguma. Evidentemente você vai encontrar alguém que é parente de alguém. Tem casal, eu acho, aqui dentro (a assessoria acena concordando). E isso não me incomoda como gestor. Isso tudo é de conhecimento da diretoria da Agir, do Conselho de Administração. Eu não vejo por que impedir alguém de ter seu marido ou sua esposa… A nossa preocupação é uma só: produtividade. De todos os colaboradores. Temos uma meta física a ser cumprida. Sabemos quantas consultas determinado médico atende, quantas cirurgias realiza. E temos um planejamento. Temos acompanhamento, auditoria interna e externa, controladoria interna. Então, quando você fala em discriminar A ou B, nós não fazemos. O que eu quero saber é da competência do nosso colaborador. É essa a nossa visão institucional.
A Controladoria Geral do Estado informou que de fato não há lei para OSs, mas que considera natural que as regras do Estado sejam adotadas também nas unidades de saúde. E que pode haver alguma regulamentação nesse sentido. Isso seria um problema?
A gente já tem tanto problema no dia a dia, que se eu for pensar em hipótese, possibilidade, vou ficar realmente perdido ou um tanto quanto apreensivo antes da hora. Isso em momento algum me preocupou. O que me preocupa é a análise de produtividade e de qualidade. Implantamos uma filosofia aqui dentro e tentamos mantê-la acesa desde que abrimos as portas. Queremos atender com qualidade, agilidade, dignidade. Não vou dizer que somos melhor ou pior que ninguém, mas o que fazemos em termos de atendimento com dignidade a pacientes do SUS não é qualquer hospital no Brasil que realiza. Tanto que recebemos proposta do Ministério da Saúde para criarmos unidade em outro Estado. Não é à toa. Acho ruim os órgãos formadores de opinião e informativos da cidade não prestigiarem um evento como este (mostra o folheto da 11ª Jornada Científica do Crer, nos dias 7 e 8), que significa educação continuada dos colaboradores, significa prestígio perante a comunidade científica e entidades internacionais. Estou respondendo aqui de forma prolixa para mostrar que eu não estou preocupado com parente de A, B ou C. Se tem, e tem, o que cobramos é eficácia e competência.
No momento da contratação não há privilégios, direcionamentos ou benefícios a parentes de ocupantes de cargos de chefia?
Eu não acredito. Acredito na lisura do processo seletivo. Eu confio demais nas pessoas que trabalham comigo. É uma questão de confiabilidade.
A denúncia cita três nomes como parentes do sr., mas que a reportagem não encontrou na relação de funcionários do Crer. São Murilo Tavares Daher, Renato Tavares Daher e Ricardo Tavares Daher. Eles trabalham no Crer?
Nenhum deles é contratado. São os meus filhos. Está lá na denúncia o nome deles? Ah, meu Deus do céu. Aí já está virando brincadeira. Desculpa, mas é brincadeira. O Ricardo é residente aqui. O processo de residência é seleção pública. Ele fez e passou em outros locais e escolheu aqui. O Murilo é do corpo clínico aberto. Ou seja, não é contratado. E o Renato é prestador de serviço, também do corpo clínico aberto.
Como funciona esse corpo clínico aberto?
É por produção. Há funcionários contratados. O corpo clínico aberto é uma outra situação. Esse é específico para médicos. Porque se formos contratar todos pelo regime CLT, vamos ter uma dificuldade muito grande de contratação. Porque aqui tem ponto digital, tem uma série de situações, que não haveria profissional para atender as nossas necessidades. Desde que abriu internação, em 2004, vimos que precisávamos contratar alguns profissionais médicos. Por exemplo, não tem como pagar plantonista por produtividade. O fisiatra, que precisa estar presente nos ginásios, temos de contratar. Mas alguns não. No caso específico do meu filho, que é ortopedista cirurgião de coluna, o Murilo. Ele vem, atende no consultório, opera e ganha a consulta e o valor da cirurgia. Se atender muito, vai ganhar muito. É uma coisa justa.
Não é contratado?
Não. Nunca. É do corpo clínico. 90% dos nossos médicos são do corpo clínico (o assessor jurídico completa que são cerca de 60 médicos contratados e quase 200 do corpo clínico aberto). Então não tem contratação. Não tem dedo de ninguém. Aliás vou dizer mais: começamos remunerando o corpo clínico o que o SUS remunerava. Ninguém quer trabalhar. O SUS paga 12 reais por consulta. Sabe quanto o Crer paga hoje? 30 reais. E eles não querem ficar aqui. É um favor que eles fazem. O corpo clínico aberto trabalha de favor. Semana passada estávamos remunerando melhor a tabela para que eles possam permanecer. Quando eu digo favor é um termo pesado, mas por outro lado é uma grife trabalhar no Crer. Entende? Mas se não remunerarmos de acordo com a produtividade, esses médicos do corpo clínico aberto não vão ficar aqui. Essa é a realidade.
E há uma seleção para o corpo clínico aberto?
Quem tiver interesse vem aqui. Não tem mais procura porque eles não têm interesse. Um médico para atender o pior convênio ganha 50 reais numa consulta. Ele vai vir aqui para atender por 30 reais? Qual é o atrativo? O atrativo é que é um hospital de qualidade, em que se faz ciência, se faz produção científica. Nosso próximo passo agora é transformar o Crer num hospital escola. Então o profissional que vem para o corpo clínico aberto vem porque tem uma vontade de ensinar, de criar um serviço. E é preciso pedir. Esses dias fiz uma reunião com um grupo de cirurgiões gerais, inclusive um recém aposentado da faculdade e eu pedi: “Doutor, vem trabalhar conosco, estamos precisando”. Sabe quantos dias ele demorou para me dar resposta? Estou até hoje esperando. Então, quando vejo uma coisa dessa… Isso é brincadeira, é maldade, sei lá o quê.
O sr. falou de um dos filhos que é prestador de serviço. Do que se trata?
Radiologista. Prestação de serviço na área de radiologia. É também do corpo clínico aberto. Na prestação de imagem, tem de se ter uma empresa. E é o pior salário que tem na prestação de serviço. A Central de Laudos do Estado paga 100 reais a hora. Aqui paga bem menos. Então isso realmente não me preocupa de maneira alguma. E para o corpo clínico aberto quem quiser vir estamos à disposição para receber. Só tem de ter qualidade. Não vou deixar participar do corpo clínico aberto um profissional que não é da necessidade ou que não tenha aquilo que achamos que deva ter.
E isso é analisado de que forma?
Temos diretoria técnica que analisa isso. Vou dar um exemplo. Meus dois filhos que prestam serviço aqui são professores concursados da faculdade de Medicina. É muito melhor ficar na faculdade do que aqui. Entende? Estão aqui até porque eu falei: “Olha, estamos precisando”. Tudo isso é feito da maneira mais transparente possível. Eu só acho ruim falar que meus filhos são contratados sendo que não são. E aliás, não é porque são meus filhos, mas eles têm vida própria.
O sr. falou de transparência, mas o Crer informou que não pretende divulgar na internet a lista de funcionários e salários. A CGE afirma que a lei estadual é muito clara no sentido de exigir que OSs cumpram a Lei de Acesso à Informação.
Pedi para verificar, houve uma consulta no Brasil e não se encontrou nada. (O assessor jurídico diz que as principais organizações sociais do País, como a Rede Sara, não divulgam) Não há absolutamente nada disso. Em momento algum, do ponto de vista jurídico ou legal, foi nos solicitado isso (a divulgação). Essa divulgação é uma questão de seguir o princípio da legalidade. (10/11/13)
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Saúde
À espera de mais investimentos
Equipe do Hospital de Medicina Alternativa vive expectativa de resgate e valorização da medicina indiana
Malu Longo

O Hospital de Medicina Alternativa (HMA), unidade da Secretaria Estadual da Saúde (SES) especializado em fitoterapia, homeopatia e acupuntura, vai receber no ano que vem recursos da ordem de R$ 305 mil. A verba, resultante de um projeto apresentado pela diretoria da unidade ao Ministério da Saúde (MS), representa o pontapé inicial para o resgate da unidade estruturada há 25 anos e que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O diretor-geral do HMA, Nestor Carvalho, adianta que os recursos serão investidos no incremento do horto medicinal e na melhoria estrutural do hospital.
A realização de um evento sobre a milenar medicina indiana também deve acentuar a importância do HMA para a saúde pública. A partir de terça-feira, Goiânia vai sediar o 1º Congresso Internacional de Medicina Ayurveda no Brasil, uma promoção da Embaixada da Índia. O momento é especial para um grupo de profissionais que em 1988 sustentou a proposta de fundar na capital o Hospital de Medicina Alternativa A expectativa dos organizadores é de que a partir desse evento a Ayurveda passe, finalmente, a integrar o Programa Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, instituído pelo governo brasileiro em 2006 e para o qual a unidade goiana foi uma das referências.
“É um momento único de resgate da origem do HMA que nasceu por causa da Ayuverda. Estamos vivendo um período auspicioso”, comemora o médico Danilo Maciel Carneiro, membro da Associação Brasileira de Ayuverda, um dos profissionais que atua no HMA desde o seu início e hoje responde pela direção técnica da unidade. Ele atribui a boa fase à presença em postos decisivos da SES de pessoas com afinidade às práticas integrativas e à história da unidade de medicina alternativa em Goiás.
De 1987 a 1997, o HMA funcionou com a presença de médicos indianos, que repassaram seus conhecimentos de medicina ayuvérdica aos profissionais locais. Foram milhares de atendimentos e muito reconhecimento público. Entretanto, vários profissionais que abraçaram a causa naquela época não estão mais no hospital. Alguns porque se aposentaram, outros porque se sentiram desestimulados. Do projeto original restam cerca de dez, entre médicos, agrônomos e farmacêuticos que apostam na retomada do projeto original, a partir do congresso. “Queremos fortalecer os contatos para a realização de ações futuras, como intercâmbios e cursos na Índia”, explica Danilo Carneiro.
Nestor Furtado acredita que o Congresso Internacional de Ayuverda pode abrir os olhos dos governantes para a importância de se investir no hospital. “É uma terapia simples, barata e eficaz. Entretanto, gradativamente foi desestimulada pela Anvisa.” Em 2006, o órgão de vigilância sanitária fez uma varredura no País combatendo laboratórios e farmácias que trabalhavam com associação de plantas medicinais sob a alegação de ausência de comprovação científica. “A medicina indiana faz a associação de plantas há mais de 5 mil anos. Em 25 anos nunca houve um caso de intoxicação porque fazemos o equilíbrio holístico da pessoa”, afirma. Depois de 2006, o HMA perdeu profissionais e passou a enfrentar dificuldades para ministrar medicamentos naturais.
Ciência da vida
Medicina oficial na Índia, Ayuverda envolve aspectos do bem-viver
■ O que é ayuverda:
Trata-se de uma filosofia, uma ciência da vida, que estuda todos os aspectos do bem viver. Envolve alimentação, técnicas de yoga, meditação e uso de plantas para manter uma vida saudável. Na Índia é uma das medicinas oficiais, é ensinada nas universidades e há hospitais especializados. No Brasil é apenas uma ciência aplicada em várias áreas.
■ Em 1996, o HMA serviu de referência para a novela Quem é Você, escrita por Ivani Ribeiro para a TV Globo. O hospital, que já tinha sido tema de várias reportagens, como no Fantástico e Globo Rural, foi procurado para ajudar a compor as informações das personagens das atrizes Sandra Barsotti e Cássia Kiss, adeptas de medicina natural na novela.

Produto para combate à dengue
Em janeiro deste ano, um quadro epidêmico de dengue levou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) a pensar na homeopatia como medida profilática para combater os sintomas da doença. Superintendente -executivo da SES, Halim Girade procurou o diretor geral do Hospital de Medicina Alternativa ( HMA), Nestor Carvalho, para saber se a unidade teria condições de produzir um composto homeopático que seria fornecido aos municípios que decidissem adotá-lo. O composto é resultado de pesquisas do professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP), Renan Marino. Ele é utilizado na profilaxia e no tratamento, com comprovada redução de sintomas.
O HMA passou a produzir o composto em larga escala. Segundo Nestor Carvalho, até a semana passada mais de 40 municípios goianos já tinham aderido à proposta que precisa ser formalizada junto à unidade. “Para quem não tem sintomas da doença são ministradas apenas duas gotas profiláticas uma única vez. Já para aqueles que têm suspeita de dengue, são indicadas cinco gotas”. O médico ressalta que não se trata de vacina. (10/11/13)
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Mais Médicos
Auxílio deve sair semana que vem
Secretário de Saúde do município assinou portaria que autoriza pagamento da contrapartida a profissionais
Galtiery Rodrigues
O secretário municipal de Saúde de Goiânia, Fernando Machado, assinou ontem à tarde a portaria que autoriza o pagamento por parte da Prefeitura dos auxílios moradia e transporte aos profissionais do Programa Mais Médicos. O POPULAR mostrou na edição de ontem que 24 médicos selecionados para trabalhar na capital estavam sem receber os benefícios desde setembro, quando iniciaram as atividades. O repasse é a contrapartida municipal que complementa a renda dos médicos e foi estabelecido no acordo fechado entre as cidades e o Ministério da Saúde (MS), que paga os R$ 10 mil de salário.
Onze dos 24 profissionais estiveram no Paço Municipal, na manhã de ontem, para reivindicar a resolução imediata da questão. Até então, segundo eles, as tentativas de diálogo e obtenção de informações oficiais foram várias, mas sempre prevalecia a ausência de previsão. Eles foram recebidos pela coordenadora do Mais Médicos em Goiânia, Mirlene Lima, e pelo diretor de Atenção à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Sandro Rodrigues. Em reunião a portas fechadas, o grupo foi comunicado do andamento da elaboração da portaria e de que a situação seria normalizada em breve. “Na semana que vem eles vão receber”, prometeu Fernando Machado à reportagem.
A chegada dos médicos ao Paço Municipal foi uma surpresa para o secretário, porque não estava agendado encontro. Por motivo de agenda, ele não participou da reunião, mas orientou os assessores sobre as medidas a serem tomadas. Fernando já sabia que a minuta da portaria estava sendo finalizada pelo departamento jurídico da secretaria e acelerou o procedimento, assinando o documento durante a tarde e o encaminhando de imediato para publicação no Diário Oficial do Município. Agora, a Prefeitura tem o subsídio necessário para realizar o pagamento. Antes, isso não era possível porque esbarrava na falta de previsão no orçamento deste ano e, também, no tipo de vínculo empregatício dos médicos, cuja ligação direta é com o Ministério da Saúde e não, com o município.
DOCUMENTO
Os profissionais deixaram a reunião parcialmente satisfeitos. Eles elaboraram um documento, que foi entregue aos representantes da SMS e no qual pediram, basicamente, quatro medidas imediatas. Além do pagamento dos auxílios e do esclarecimento sobre o motivo do atraso da bolsa salarial, que ocorreu porque a Prefeitura demorou a encaminhar os dados de frequência ao MS, os médicos pediram também a definição da data de pagamento e ações concretas para solucionar os problemas de infraestrutura dos Postos de Saúde da Família (PSF).
Eles relataram ao POPULAR situações corriqueiras enfrentadas no dia a dia das unidades e que prejudicam o atendimento. A falta de medicamentos é pontuada por todos como um empecilho importante. “Não tem nem remédio para pressão alta. O nosso atendimento é mais verbal, não podemos fazer muita coisa”, contou um dos médicos, que acrescentou ainda a falta de geladeira para guardar remédios que precisam ser refrigerados. Outro profissional que trabalha no PSF do Setor Caravelas, na Região Sudoeste de Goiânia, reclamou ainda da falta de espaço para criar uma sala de vacinas e disse que as famílias do bairro chegaram a fazer um abaixo-assinado para melhorar a estrutura do posto.
Quanto à isso, a SMS disse que se trata de um processo mais demorado, que exige investimento, mas que as mudanças têm sido aplicadas na medida do possível e para garantir a ampliação consciente da rede.
Entrevista / Fernando Machado
“Eu acho que está havendo muito radicalismo”
O secretário municipal de saúde defende que o Programa Mais Médicos é novo, recém-criado, e que, por assim ser, está suscetível a falhas. Ainda segundo ele, os profissionais deviam ser conscientes dessa possibilidade.
Quando o programa foi lançado, sabia-se da necessidade de uma portaria para garantir o pagamento dos auxílios?
Sim, isso está em andamento desde o início. Um processo interno tramita em torno de três a cinco meses aqui na Prefeitura. Não depende só da Saúde. Passa por outros órgãos, mas é tudo dentro da legalidade.
E por que a situação chegou a esse ponto?
Veja bem, trata-se de um programa federal que nós apoiamos, mas que sofreu modificações desde a criação. Imagine uma coisa que surge de repente, que não tem previsão orçamentária, nem de projeto. Vamos pagar cada centavo, mas dentro da legalidade. Se fosse para eu tirar dinheiro de uma conta e passar para os médicos, eu faria isso agora, mas depois o Tribunal de Contas, o Ministério Público e a Justiça vão me imputar. Aqui não tem ninguém dando cano em ninguém.
Considera justificável a revolta dos médicos?
Eles entraram no programa sabendo das condições e onde iriam trabalhar. O programa não foi feito porque estávamos com sobra de médicos, unidades bonitas e bem arrumadas. Eles sabiam das condições. Ninguém pode alegar que foi surpreendido por algo. Acho que está tendo muito radicalismo.
Está compensando para o município?
Sim. O programa é importante e supriu o déficit, mas a contrapartida financeira do Ministério da Saúde não cobre a totalidade dos gastos. Recebemos R$ 10 mil e poucos reais por equipe, sendo que cada uma tem um impacto de mais de R$ 30 mil. A Prefeitura banca a diferença. (09/11/13)
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SAÚDE BUSINESS WEB

Hospitais veem hotelaria como estratégica
Modelo visa atender às exigências e às expectativas do paciente. Grupo mineiro de hotelaria hospitalar impulsiona prática na região

O conceito surgiu como uma maneira de aumentar a oferta de segurança, conforto e bem-estar do cliente; mas virou fator fundamental para a competitividade no setor. A adoção de hotelaria hospitalar, que vem se desenhando desde o final dos anos 90 no Brasil, traz um novo cenário de hospedagem com a adoção de uma nova arquitetura e infraestrutura de serviços de saúde. Em plena expansão, a modalidade de atendimento complementa a assistência e alia hospitalidade à comodidade combinando os serviços de apoio da hotelaria convencional aos específicos do segmento da saúde. Basicamente, ela nasceu da preocupação de prover um atendimento de excelência ao cliente do hospital e, por meio da profissionalização desses processos, agregou uma nova metodologia de mensuração das atividades e desenvolveu melhores práticas na prestação dos serviços de apoio.
Segundo estima o presidente da Sociedade Latino-americana de Hotelaria Hospitalar e consultor da Hospitallidade Consultoria, Marcelo Boeger, o mercado de hotelaria hospitalar brasileiro deve movimentar mais de R$ 4 bilhões por ano. Embora varie de amplitude de um hospital para outro, por enquanto, o conceito ainda tem mais aderência em instituições públicas.
Apesar de tímida em hospitais públicos, a iniciativa já passa a constar na agenda de alguns tanto da esfera municipal, como estadual e federal. Para a coordenadora do Grupo Mineiro de Hotelaria Hospitalar, Mylaidy Spíndola, a maior adesão das instituições privadas acontece por conta de maior volume de investimentos de mercado. As regiões Sul e Sudeste têm o modelo em operação há mais tempo, mas Boeger projeta que atualmente a evolução caminha para os estados da região Nordeste, especialmente nas capitais.
“Uma tendência que percebemos é a oferta em conjunto com o plano de saúde, seguradora ou o gestor de marketing do hospital ao estabelecer produtos”, aponta Boeger. No hospital, o conceito responde a um organograma e envolve praticamente todos os setores, desde a entrada do paciente até sua saída. Em primeiro plano é constituído por serviços como lavanderia, rouparia, camareiras, higiene, limpeza e gerenciamento de resíduos sólidos; nutrição e dietética. Em segundo plano, fazem parte paisagismo, jardinagem, segurança pessoal e patrimonial, recepção, serviços de atendimento, manutenção, estacionamento, loja de conveniência, floricultura e áreas de lazer (cybercafé, sala de jogos ou brinquedoteca, por exemplo). Serviços de apoio de escritório também entram no pacote para o cliente que não quer perder contato com seu escritório, como a oferta de fax, copiadoras, internet e motoboy. Outro ponto importante é a integração das ações de manutenção predial a uma visão mais hoteleira, no sentido de não permitir a deterioração das instalações.
Pedras do Caminho
O setor ainda tem como principais dificuldades a falta de investimentos e de mão de obra, além da forte concorrência com outras áreas do mercado, como por exemplo, crescimento da construção civil, afirma Mylaidy. “Outro fator relevante é a necessidade de maior qualificação de profissionais devido à especificidade da área de saúde, onde precisamos de técnicas e cuidados especiais, por se tratar de ambiente hospitalar”, diz ela. Boeger destaca que os indicadores apontam, segundo dados da Anahp entre 2004 e 2012, um aumento superior a 150% na taxa de absenteísmo anual nos hospitais privados. “Para alguns cargos, temos enfrentado enorme dificuldade na reposição desta mão de obra, principalmente no nível operacional”, pontua.Mas, de acordo com Mylaidy, a maior dificuldade ainda é em relação ao reconhecimento da importância da área dentro do hospital. Para ela, a hotelaria hospitalar é uma preocupação fundamental, mas nem sempre recebe os investimentos necessários. Já Boeger acredita que as prioridades de recursos estão evoluindo neste ambiente. “Os investimentos nesta área ocorrem quando o hospital tem uma pesquisa de mercado atuante, não está estagnado e quando pretende crescer de forma consistente, e não simplesmente aumentando o número de leitos”, justifica.
Gerenciamento de Leitos Ao observar a necessidade de melhorar a capacidade instalada e facilitar o acesso dos clientes à instituição, o Hospital Vila da Serra (Belo Horizonte/MG) incorporou um sistema de gerenciamento de leitos, que atualmente acompanha todo o fluxo dos pacientes, desde a sua admissão até a alta. “A implantação ocorreu em aproximadamente seis meses. Utilizamos critérios que nos possibilitou a tomada de decisão como o acompanhamento do giro de leito, intervalo de substituição, além do acompanhamento dos tempos e permanência do paciente nos diversos setores do hospital”, conta a coordenadora administrativa de Gerenciamento de Leitos do hospital, Carla Renata Marques. Para o futuro. Ela planeja também a utilização de uma nova ferramenta para mensuração dos tempos de higienização e processo de alta. Já para a coordenadora de gestão de leitos do Hospital Life Center (Belo Horizonte/MG), Lucineia Quintino, as maiores dificuldades para a implantação do sistema de gerenciamento de leitos foram alinhamento de prazos e comunicação intersetorial. Mas, por outro lado, a adoção trouxe otimização do tempo para internação, aumento do número de cirurgias, diminuição de pacientes crônicos, satisfação do cliente e aumento da rentabilidade.
Gastronomia Hospitalar e Humanização Desmistificar aquela antiga ideia de que comida de hospital é toda igual foi o principal desafio da gerente de hospitalidade do Hospital Nossa Senhora das Graças (Sete Lagoas/MG), Josiane Martins, ao implantar projeto de gastronomia criativa que, segundo ela, necessitou mais de criatividade do que dinheiro. São pequenas coisas como decorações de pratos, bandejas térmicas, especiarias para melhoria dos sabores, e principalmente, treinamento das equipes. “A gastronomia é mais um valor agregado. O cliente de saúde hoje procura não só uma boa equipe médica, mas também uma hospedaria diferenciada”.
A humanização pode parecer implícita ao ambiente hospitalar, mas nem sempre está. O profissional “humanizado”, segundo os especialistas consultados, é aquele que possui competência e o conhecimento técnico em constante atualização, maturidade emocional, ética pessoal e uma visão cultural holística do sentido da doença em si e de suas implicações sócio afetivas. Segundo a gerente de Hotelaria do Hospital Belo Horizonte, Maysa de Paula Pacheco, além da capacitação dos colaboradores, é interessante também investir na reestruturação dos ambientes como unidades de internação e salas de espera.
Segundo ela, personalizar os ambientes, como usar decorações com temas infantis nas áreas de atendimento pediátrico; oferecer serviços de conveniência, como entrega de jornais e revistas, floricultura, manicure e pedicure; proporcionar ambientes agradáveis para pacientes, acompanhantes e colaboradores como jardins de inverno; possibilitar apresentações musicais, exposições de arte e visitas divertidas como palhaços, mascotes de times, papai noel, coelho da páscoa; comemorar aniversário de pacientes e colaboradores são exemplos de boas práticas de humanização na hotelaria hospitalar.
O gerente de hotelaria do hospital Vera Cruz (Belo Horizonte/MG), Márcio Henrique, conta que ao adotar o projeto concierge, o hospital esbarrou em dificuldades como falta de preparação dos funcionários e perfil dos clientes, que na maioria eram das classes B e C e não estavam acostumados com o serviço. O Concierge tem como principal objetivo centralizar e agilizar solicitações, dúvidas e necessidades dos pacientes internados. Ao fazer parte do processo de alta do cliente, o concierge passou a abordar o paciente no dia anterior para oferecer todos os serviços necessários para a alta. Dessa maneira, Alves diz que o serviço passou a ser mais valorizado.
Criar e implantar um manual de orientações a pacientes e acompanhantes, desenvolver algumas ações de hospitalidade, em que os clientes se sentissem mais acolhidos e atendidos, foram as principais diretrizes para a supervisora de hotelaria hospitalar Hospital Unimed Petrópolis (RJ), Flávia Favero, ao introduzir o conceito na unidade. “Quando nos colocamos no lugar dos outros e ocorre a empatia, quando conseguimos entender para atender, o cliente percebe que essa relação é verdadeira e se sente seguro em nos abordar e solicitar algo, mesmo que não seja referente à hotelaria. Neste momento repassamos a necessidade do cliente ao setor responsável para que ele tenha então um atendimento adequado”.
Passo a Passo
Optar pela adoção do conceito envolve realizar um planejamento. O primeiro passo é a revisão de todos os fluxos da estrutura física do hospital, dos processos e das interfaces entre todos os serviços existentes. Feito esse diagnóstico, é necessário mapear as ofertas básicas da hotelaria hospitalar para que tenham a sua gestão focada no cliente e na qualidade da assistência prestada. Nessa hora, criatividade e o padrão de qualidade pode se reverter em um diferencial competitivo ao hospital. Para Boeger, as discussões acerca da hotelaria hospitalar interessam aos gestores administrativos, de assistências e todos os stakeholders existentes no mercado. De acordo com ele, para que haja eficiência é muito importante que exista um diálogo da área com recursos humanos, enfermagem e TI.
Além desse acompanhamento, é essencial incluir a hotelaria no plano estratégico, criar indicadores, mensurar resultados e descrever processos. Boeger defende também um orçamento próprio para a área e a capacitação dos gestores para a eficiência do departamento. “Os resultados se medem pela satisfação do cliente, dos médicos, redução de gastos operacionais, correta identificação de serviços e de clientes, apoio a assistência nas rotinas do hospital e maior profissionalização das áreas de apoio”. A hotelaria é um instrumento capaz de estabelecer uma nova concepção de relação entre cliente de saúde, hospital e médico.
Para Boeger, independente da estrutura de serviços, a sensibilização da equipe às práticas humanizadas é algo que sempre deve ser entendido como um valor do hospital e sempre terá uma importância enorme ao cliente. “Com a hotelaria implantada percebemos afetar diretamente os indicadores assistenciais por liberar a enfermagem das atividades não assistenciais. Nos hospitais ainda sem a hotelaria, percebemos algo em torno de 30% do tempo da equipe da enfermagem gerenciando serviços de hotelaria, tornando o serviço de enfermagem sem atendimento a seu principal escopo, além de muito mais oneroso que desenvolver o serviço com profissionais especialistas”, frisa ele.
*As instituições ouvidas na reportagem participaram do II Simpósio de Hotelaria Hospitalar de Minas Gerais entre os dias 10 e 11 de setembro (09/11/13)
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Fabio Trentini é o novo CIO da Bionexo
Fabio Trentini, ex-Diretor de Tecnologia e Inovação do iG, assume posto como novo CIO da Bionexo. Anteriormente, o cargo era desempenhado Cláudio Giulliano, que ficou na posição durante quatro anos e meio.
Fabio trabalhou no IG por quatro anos. Na companhia, foi responsável pelas áreas de Desenvolvimento, Operações, UX, Design, Infografia e a unidade de negócio B2B de tecnologia, com aproximadamente 75 pessoas. O executivo tem formação em Tecnologia em Processamento de Dados pela Universidade Mackenzie.
Cláudio Giulliano esteve à frente da liderança de TI da Bionexo durante quatro anos e meio. O executivo agora se dedica exclusivamente a trabalhos como consultor em sua empresa Folks, especializada em consultoria e treinamentos de informática e saúde.
Giulliano é médico, com mestrado em Informática em Saúde pela Unicamp e especialização em gestão de sistemas de informação em saúde pela HIMSS nos Estados Unidos. Também foi presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) por quatro anos.
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Apoio ao Mais Médicos cresce e alcança 84,3%
Pesquisa de setembro mostrava que apoiadores do programa era de 73,9% e, em julho, 49,7%. Maioria (66,8%) consideram médicos estrangeiros capacitados
O apoio da população ao Programa Mais Médicos cresceu nos últimos meses e chega a 84,3%, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira (7) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Na pesquisa anterior, de setembro, o percentual dos que apoiavam o programa era 73,9% e, em julho, 49,7%. Os que atualmente não apoiam são 12,8%. Os que não responderam ou não souberam responder alcançam 2,9%.
A pesquisa aponta que 66,8% acreditam que os médicos estrangeiros do programa estão capacitados para atender à população brasileira. Para 13% dos entrevistados, o Mais Médicos está cumprindo totalmente os objetivos para o qual foi criado, e 46% acham que está cumprindo apenas em parte. Apesar do aumento do apoio ao programa, 90,6% das pessoas ouvidas pela pesquisa não conhecem alguém que tenha sido atendido por um médico estrangeiro do programa.
Na avaliação dos que responderam à pesquisa CNT, a saúde (87,4%) é a ação pública que mais precisa de melhorias. Em seguida estão educação (49,7%), segurança (34,3%), emprego (13,3%), habitação (5,5%) e transporte (3,9%). A política é apontada como a área que mais precisa de reformas.
Foram entrevistadas 2.005 pessoas, em 135 municípios de 21 unidades da Federação, entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro. A margem de erro é 2,2 pontos percentuais.
Lançado em 8 de julho, o Mais Médicos amplia o número desses profissionais nas regiões carentes do país. Os brasileiros têm prioridade no preenchimento das vagas e as remanescentes são oferecidas aos estrangeiros. Os profissionais recebem bolsa de R$ 10 mil por mês. Os municípios são responsáveis por garantir alimentação e moradia aos profissionais.
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DIÁRIO DA MANHÃ


Negligência médica pode ter causado morte de bebê em Caldas Novas
Menino de 1 ano foi atendido duas vezes e apenas na terceira conseguiu internamento, mas morreu no dia seguinte.
O Pronto Atendimento Infantil (PAI), em Caldas Novas, está sendo investigado por erro médico depois que um menino de apenas 1 ano de idade morreu no hospital público.
O drama da família começou no domingo passado, dia 3, quando os pais, Valdo Barros de Araújo e Mara Lúcia de Araújo, levaram o bebê ao PAI depois que o bebê teve uma forte febre. Lá a criança recebeu medicação para controlar a febre e foi liberado.
Após não perceberem melhora na saúde do filho, os pais retornaram à PAI na terça-feira (5), e assim como na primeira vez não receberam grande atenção no atendimento. Ele foi medicado e voltou para casa em seguida. No dia seguinte, na quarta-feira (6), Valdo e Mara Lúcia perceberam manchas vermelhas pelo corpo da criança e retornaram à unidade de saúde.
Somente na terceira vez que estiveram na PAI foi solicitada a internação do bebê. Porém ele não resistiu e veio a óbito na manhã do outro dia, quinta-feira (7). 
Os pais então resolveram denunciar o caso na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Caldas Novas, apontando erros no prontuário médico e reclamando da demora na internação do bebê. A documentação apontava que a criança teria sido internada no dia 11 de novembro, que será apenas na próxima segunda-feira. Segundo documento da unidade de saúde a morte da criança foi registrada na quarta-feira dia 6, um dia antes da morte, dia 7.
A delegada responsável pelo caso, Tereza Daniela Magri, já abriu inquérito para investigar a morte do bebê. Segundo Magri, a investigação buscará ouvir a equipe médica para que expliquem sobre o caso. “Já foi feito uma requisição ao IML para fazer um exame cadavérico” junto com o exame do IML será requerido a documentação do hospital para que seja esclarecido as causas da morte.
O corpo do bebê foi enterrado na sexta-feira (8) e os pais continuarão na busca de respostas para a morte do bebê. Em entrevista o pai do bebê, Valdo Barros, pede maior vistoria das autoridades nas unidades de saúde. “Não adianta colocar funcionários para trabalhar se eles não forem fiscalizados”, afirmou. (09/11/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação