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A REDAÇÃO
Em Goiânia, busca por cirurgias plásticas triplica no início do ano
Adriana Marinelli
Goiânia – Com a realização de cerca de 630 mil cirurgias plásticas por ano, o Brasil é atualmente um dos países campeões em número de operações estéticas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Goiânia, a procura por esse tipo de procedimento é grande durante todo o ano, porém, as buscas chegam a triplicar no primeiro mês do ano. Quem explica este dado é o cirurgião plástico Urias Carrijo, da rede goiana de clínicas Ever Beauty.
As férias e o 13º salário são algumas das razões apontadas pelo especialista para o aumento na procura. “Em janeiro eu realizo, em média, três procedimentos por dia. Em um mês menos movimentado, como novembro, realizo apenas um por dia”, afirma. Ele destaca que implante de próteses de silicone, lipoaspiração e abdominoplastia são as cirurgias mais realizadas.
Tamanho e qualidade
Seguindo uma tendência nacional, as goianas estão redefinindo os padrões de beleza e buscando seios cada vez mais fartos. “Há cerca de dez anos, a procura frequente era por próteses de 180 ml. Hoje, é difícil uma paciente que quer colocar menos que 300 ml. As brasileiras sempre buscam mamas um pouco mais fartas pensando nas roupas, no decote”, comenta Carrijo.
Formado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, e com especialização em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica na Beneficência Portuguesa de São Paulo, o médico ressalta que, em termos absolutos, os Estados Unidos e a China são os países que mais realizam cirurgias estéticas. O Brasil aparece em terceiro. “Mas a população deles é muito maior do que a nossa. Aqui, o número de cirurgias por habitante é maior", ressalta.
Para a tranquilidade das mulheres, a prótese mamária usada atualmente é mais segura e moderna. “Esta é mais durável", garante o cirurgião da rede Ever Beauty. Há alguns anos, ele recomendava a troca da prótese de dez em dez anos. Hoje não existe mais isso. Atualmente, as próteses são fabricadas para durabilidade média de 20 anos. Mas os próprios fabricantes recomendam que, estando tudo bem após este período, não há necessidade de troca.
Adolescentes
O número de adolescentes que procuram especialistas para realização de procedimentos estéticos também cresceu muito nos últimos anos. Conforme relatou durante entrevista ao jornal A Redação, o médico Urias Carrijo não recomenda a cirurgia em determinados casos. “Esse é um ponto muito polêmico. Muitos adolescentes, principalmente as meninas, têm características genéticas herdadas dos pais. Por isso, eles não vão conseguir obter melhora dos resultados estéticos ao longo do tempo”, afirma.
“Algumas gorduras localizadas, por exemplo, não serão eliminadas apenas com academia. Operei uma garota de 14 anos que tinha gorduras nas laterais da barriga, que chamamos de flancos. Ela foi levada ao meu consultório pela mãe, que tinha o mesmo problema e só conseguiu eliminar com a cirurgia”, explica.
No entanto, o especialista não recomenda o implante de próteses em adolescentes que estão em busca de seios maiores. “Na adolescência o corpo está em formação e, com a mama, não é diferente. O ideal é esperar que as características sexuais secundárias sejam desenvolvidas antes de se pensar em um procedimento cirúrgico", pontua.
Mas a procura pela realização de cirurgias estéticas não cresceu apenas entre as adolescentes e as mulheres. “Os homens são hoje 30% dos pacientes que atendo, principalmente em função da lipo a laser, que é menos agressiva.” O médico explica que, em geral, os homens buscam nos centros cirúrgicos a solução para aquela barriguinha que não some fácil apenas com a rotina na academia.
Lipoaspiração a laser
Menos invasiva que uma lipo convencional, a lipoaspiração a laser apresenta resultados significativos e imediatos. Com uma cânula de apenas 1mm de diâmetro, uma pequena perfuração é feita no paciente. Pela cânula, uma fibra óptica é introduzida até chegar no tecido adiposo.
A luz do laser entra em contato com o tecido gorduroso, causando três efeitos. O primeiro, fotomecânico, derrete a gordura localizada. O segundo, fototérmico, cauteriza os vasos sanguíneos evitando sangramento e causando alteração nas células de gordura. O terceiro, fotoestimulante, induz a produção de colágeno na pele, criando um efeito de pele mais lisa e esticada. “Hoje, 70% de tudo que eu faço é a laser”, conclui o especialista, ressaltando que a procura pelo procedimento aumentou consideravelmente nos últimos meses.
Segurança
Depois do caso da modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de Jataí (GO), que morreu em dezembro do ano passado durante um procedimento estético, cresceu a preocupação dos pacientes em relação ao hospital ou à clínica onde a cirurgia será realizada.
“No caso da nossa equipe, buscamos o máximo de segurança possível. Sempre operamos em unidades que contam com Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O risco de acontecer alguma coisa é menor do que 0,01%, mas é claro que o paciente prefere ser operado em um local que conte com UTI e nós respeitamos isso”, garante o cirurgião.
Serviço:
Ever Beauty
Contatos: contatos@everbeauty.com.br / (62) 3941-0412 (13/02/13)
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SAÚDE BUSINESS WEB
Plenário defende contratação de médicos estrangeiros para trabalhar no interior
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) voltou a defender no Plenário a convalidação de diplomas como forma de atrair médicos estrangeiros para as periferias e cidades do interior do país. Em sua opinião, porém, a aceitação dos diplomas estrangeiros não deve ser automática, mas condicionada a uma análise do currículo dentro das especialidades consideradas de maior demanda para o sistema público de saúde.
Vanessa classificou de “insustentável” a falta de médicos na região amazônica e o número de mortes decorrentes dessa carência. Ela contou que, dos 61 municípios do seu estado, apenas 12 têm médicos especialistas e, em alguns casos, os profissionais não moram na cidade.
– A cada dia, as mortes que temos por falta de assistência médica ultrapassam as ocorridas em Santa Maria – comparou a senadora, citando dados fornecidos pelo governador do estado, Omar Aziz (PSD).
No interior do Amazonas, de acordo com a senadora, um médico em início de carreira pode ganhar por mês cerca de R$ 25 mil, mas muitos recusam o trabalho por causa de dificuldades como, por exemplo, o transporte até as capitais.
Vanessa lamentou que diversas associações médicas brasileiras sejam “radicalmente contra” a proposta de trazer médicos do exterior para trabalhar no Brasil. Ela pediu que as entidades proponham uma solução para evitar a aglomeração dos médicos nos centros urbanos enquanto o interior sofre uma carência absoluta.
Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) – que como Vanessa tem um projeto de lei para validação de diplomas estrangeiros após análise de currículo – reiterou que a ideia de ambos não é “abrir a porteira para qualquer universidade de quarta ou quinta categoria do mundo”. Contudo, ele criticou o corporativismo que tenta barrar a chegada dos médicos estrangeiros.
– Eu espero que o Senado ignore esses lamentos corporativos, porque o corporativismo é a manifestação coletiva do individualismo e não é útil para o país neste momento – frisou.
Vigilantes
A senadora também comentou a greve deflagrada pela categoria dos vigilantes no Amazonas. Vanessa é autora do PLC 220/2009, transformado na Lei 12.740/2012, que garante o adicional de periculosidade de 30% para os profissionais da categoria. O pagamento, contudo, vem sendo ignorado pelas empresas, e isso teria motivado a paralisação. A greve do Sindicato dos Vigilantes do Amazonas, entre outras consequências, provocou o fechamento de mais de 80 agências bancárias no estado, informou Vanessa.
A senadora planeja se reunir com o ministro do Trabalho, Brizola Neto, e a direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes após o Carnaval.
– A lei é justa, foi votada em Plenário no Senado e na Câmara. Nas empresas de segurança, o percentual dedicado aos salários ainda é pequeno, quando deveria ser o maior, porque certamente elas cobram muito caro dos seus clientes para colocar alguém vigiando a porta de um banco, de um escritório ou de uma empresa. (09/02/13)
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O POPULAR
Coluna Direito e Justiça – Plano tem de cobrir cirurgia
Um casal goiano conseguiu na Justiça o ressarcimento das despesas decorrentes da negativa de cobertura contratual e ainda danos morais do plano de saúde que, em 2009, se negou a permitir uma cirurgia intrauterina do feto para o tratamento de uma anomalia congênita de malformação da medula espinhal (mielomeningocele).Em ação, foi determinado o custeio das despesas necessárias à realização do procedimento cirúrgico. A decisão foi cumprida, e a cirurgia realizada proporcionou o nascimento de uma menina saudável. O advogado Carlos Márcio Rissi Macedo, sócio do GMPR Advogados, conta que apenas dois especialistas da Unifesp realizam esse tipo de cirurgia no Brasil. (12/02/13)
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Epidemia
Goiás tem 20 mil casos de dengue em 35 dias
Boletim epidemiológico da SES mostra que Estado já tem 65% dos casos de todo o ano passado
Carla Borges
O último boletim epidemiológico da dengue, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), mostra que a epidemia da doença avança rapidamente em todo o Estado, com números assustadores. Em 35 dias, de 30 de dezembro do ano passado até 2 de fevereiro deste ano, foram notificados 20.793 casos em Goiás. O número é 377,45% maior que o do mesmo período do ano passado e representa 65% dos casos notificados nos 365 dias de 2012. Isso significa que foram registrados, em média, 594 casos de dengue em cada dia de 2013 no Estado.
Embora não haja mortes comprovadamente provocadas pela doença, 17 casos suspeitos são investigados e os resultados dependem de exames laboratoriais. Desse total, 4 aconteceram em Goiânia e 2 em Senador Canedo. Outros 17 casos de dengue com complicações – os que costumam ser mais graves e até letais – foram confirmados no Estado, dos quais 6 em Goiânia e 6 em Aparecida de Goiânia. Felizmente, todos evoluíram para a cura dos pacientes. Foram confirmados 4 casos provocados pelo novo sorotipo da dengue, o den 4 – 3 em Goiânia e 1 em Aparecida de Goiânia.
O avanço da epidemia de dengue tem reflexos nos centros de saúde públicos, procurados pela população assistida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e em hospitais particulares. No carnaval, os casos suspeitos de dengue respondem por mais da metade dos que dão entrada nos postos de saúde. Os pacientes em situação mais delicada são colocados em espaços intermediários, onde recebem soro para reidratação rápida.
Após passar um dia com febre, dor de cabeça, nas pernas e olhos ardendo, a vendedora Márcia Cristina Lopes, de 36 anos, procurou o Centro Integrado de Atendimento Médico e Sanitário (Ciams) do Jardim América, em Goiânia. “Estou com muita dor nas juntas e indisposição”, contou Márcia ao POPULAR, enquanto aguardava atendimento. Ela torce para não ser dengue. “Cuido de duas crianças pequenas e sei que essa doença não é fácil.”
RANKING
O boletim epidemiológico da SES também traz um ranking dos municípios onde há mais casos de dengue, tanto em números absolutos como proporcionais. Goiânia, a maior cidade do Estado, concentra também o maior número de casos: 11.604, conforme noticiado pelo POPULAR na última quinta-feira, seguida de Aparecida de Goiânia, segundo maior município do Estado, com 1.752 notificações. Quando se analisa a proporção de casos, no entanto, cidades pequenas do interior aparecem liderando. O município com a maior incidência de dengue em 2013 é Barro Alto. Com população de 8,7 mil, ele teve 480 registros, o que corresponde ao porcentual de 5,51% da população com dengue. Em seguida, vêm Cachoeira Dourada, Edealina e Porangatu. (11/02/13)
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Cartas dos Leitores – Ipasgo e fisioterapia
Minha mãe, moradora de Goiânia, servidora aposentada do Estado de Goiás, com quase 91 anos de idade, é portadora de neuropatia generalizada, o que dificulta sobremaneira sua locomoção. Conforme relatório de seu médico assistente (particular, pois pelo Ipasgo não se consegue consulta), necessita permanentemente de fisioterapia, para minimizar as constantes dores que a doença lhe provoca.
Como ela só consegue locomover-se com a ajuda de um andador, é indicado atendimento domiciliar, o que, aliás, foi feito por um período razoável. De repente, porém, os auditores daquele instituto negam-se a autorizar tal atendimento, que, segundo informações, só é dado a inválidos e acamados.
Como uma pessoa de mais de 90 anos, que tem dificuldade para sentar-se, deitar-se, levantar-se e até entrar em um veículo, vai deslocar-se a uma clínica e aguardar horas por atendimento? E ela contribuiu durante longos anos para o instituto, só não o fazendo atualmente porque recebe apenas um salário mínimo por mês, estando, portanto, isenta de contribuição, o que não elimina seus direitos junto àquele órgão.
Eu, que tenho 66 anos de idade, sou aposentada e contribuo mensalmente, há mais de 40 anos, com um valor considerável, moro no interior do Estado e não disponho, aqui, de qualquer atendimento pelo Ipasgo. Se necessito de médicos, tem de ser particular, pois pelo Ipasgo a espera é de meses. E tudo isso em um momento em que é aumentado o valor da contribuição e o governo anuncia recorde de arrecadação pelo órgão. Ficam, então, as perguntas: para que serve o Ipasgo? Somente para tirar dinheiro dos servidores?
MARIA DA PENHA BITTENCOURT – Pirenópolis – GO (11/02/13)
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Saúde
Corrida por vacina contra dengue
Apontada como única solução definitiva contra doença, substância não deve ficar pronta antes de 2015
Vandré Abreu
Uma vacina é a única solução apontada por especialistas para o fim das epidemias da dengue. Uma pesquisa envolvendo cinco cidades, entre elas Goiânia, teve início em 2011 e se encontra na sexta fase de um total de dez. E mesmo que a atual fase e as restantes dêem os resultados esperados e dentro dos prazos previstos a vacina só estaria no mercado após 2015.
A possibilidade de novas epidemias da doença, com números mais altos que os atuais, é alta. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flúvia Amorim, a justificativa para isso é o aumento dos aglomerados urbanos, pois a dengue se dá onde há mais pessoas. Além disso, o aumento das temperaturas com o desequilíbrio ambiental proporciona ambiente propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Atualmente, Goiânia vive a segunda epidemia de dengue dos últimos quatro anos. Em 2010, 44.187 casos foram notificados. Neste ano, até o último dia 5, foram 11.604 e a estimativa é que se chegue a mais de 50 mil. Os números atuais deixam a cidade na segunda colocação em total de casos no Brasil, atrás apenas de Campo Grande (MS). Ambas as cidades, junto com Fortaleza (CE), Vitória (ES) e Natal (RN), foram escolhidas para participar dos testes em humanos da vacina contra a dengue. Os testes iniciaram em 2011 e, na atual fase, os voluntários devem tomar três doses a cada seis meses. Já estão na terceira dose.
O professor e diretor do Núcleo de Doenças Infecciosas (NDI) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Reynaldo Dietze, coordenador da pesquisa da vacina contra a dengue no Brasil, estima quem em três anos o produto possa estar pronto. “Estamos na última fase da vacina, depois o resultado é enviado a um laboratório e a uma comissão de especialistas”, diz. Neste caso, nem pesquisadores e nem pacientes sabem quem recebeu a vacina e quem recebeu substância parecida com um placebo.
O laboratório vai analisar amostras dos voluntários de todo o mundo. A instituição não é ligada ao Laboratório Sanofi-Pasteur, responsável pela vacina, e nem a qualquer instituição parceira, como o Ministério da Saúde e as universidades. Com o resultado, os pesquisadores vão saber quem recebeu a vacina e este grupo passará a ser acompanhado pelo comitê de especialistas por até dois anos. A vacina é considerada válida caso mais de 70% destas pessoas não tenha sido infectadas.
Dietze explica que o cálculo torna o laboratório capaz de saber se a vacina foi eficaz para os quatro tipos de dengue. “É uma vacina tetravalente, que deve funcionar para qualquer dengue e em qualquer lugar do mundo”, diz Reynaldo. Professor de parasitologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Ionezete Garcia da Silva explica que a vacina faz com que as pessoas produzam anticorpos para destruir os quatro tipos de vírus da dengue. Flúvia Amorim, da SMS, faz uma previsão pouco otimista sobre a vacina. Para ela, até o produto ser disponibilizado, ainda demorará de 4 a 5 anos.
Com a vacina, as pessoas já infectadas por um tipo de dengue poderiam se prevenir contra outros três tipos do vírus. Atualmente, predomina em Goiânia o tipo 4. Até então o predominante era o tipo 3. O tipo 1 foi o mais comum na capital entre 1994 e 2002. O tipo 2 existe em Goiânia desde pelo menos 1998, mas nunca chegou a ser o tipo mais comum.
Ionezete Garcia explica que se trata da sobrevivência do vírus. “Quando ele pode sobreviver em determinada região, ele passa a predominar, mas todos os tipos circulam na sociedade.”
10
é o número de fases da pesquisa para a vacina da dengue. Atualmente, processo está na 6ª fase.
11,6
mil casos suspeitos de dengue foram registrados em Goiânia apenas neste ano.
Hoje combate é “braçal”, diz especialista
A falta de uma vacina faz com que o combate à dengue se dê basicamente por meio de uma população mais consciente e ação de agentes de saúde pública. E o foco do combate continua sendo o mosquito e, não, o vírus, como seria no caso de uma vacina. A solução é impedir que o mosquito se desenvolva ou que entre em contato com humanos. Fiscalização e ações cotidianas para evitar a água parada e propiciar a formação de criadouros são os métodos. “É um protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS). Um trabalho braçal mesmo”, admite a diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flúvia Amorim.
Hoje, a SMS conta com 508 agentes de combates a endemias, que buscam e eliminam focos da dengue. Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 100 casas deveriam ser visitadas diariamente. Além das casas, os agentes combatem focos em ruas, praças, lotes baldios e até mesmo construções. “O ciclo do mosquito é muito rápido, entre uma visita e outra já se cria um foco, por isso pedimos a ajuda da população”, diz Flúvia.
O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Ionezete Garcia, admite que seria mais importante incentivar maneiras de evitar o contato com o mosquito. “Deveriam ser associados todos os métodos de controle e, mesmo assim, não iria erradicar 100% dos casos.” Garcia explica que o combate teria de ser feito com a mudança no comportamento, como o uso de repelentes a cada duas horas, telas em janelas e portas.
O especialista salienta que o combate ao mosquito é difícil também por seus hábitos. Segundo ela, as fêmeas de Aedes aegypti necessitam de sangue humano para completar seu ciclo reprodutivo. Ou seja, só conseguem depositar seus ovos caso tenham as hemoproteínas. Os mosquitos agem onde tiver maior contato com os humanos. “Por isso eles têm hábitos diurnos e ficam em regiões mais baixas.”
O mosquito sobrevive por até 45 dias, mas a fêmea é capaz de “programar” a incubação dos ovos por até 1 ano e meio. “Não sabemos como funciona, mas sabemos que em uma mesma propositura de ovos as larvas podem nascer em tempos diferentes.”
Epidemias tendem a ser piores
Coordenador geral do Programa Nacional de Combate da Dengue do Ministério da Saúde (MS), Giovaninni Coelho admite que as epidemias da doença no Brasil possam ser piores nos próximos anos. “A tendência é que se tenha cada vez mais infectados em estado grave”, afirma.
Como exemplo, em 2012, Goiânia teve o maior número de mortos pela doença em toda a história, com 23 óbitos confirmados.
O especialista acredita que a erradicação da doença não se dará por uma solução única, nem mesmo com a vacina. “O medicamento pode não ter uma eficácia de 100% e nem atingir toda a população. A dengue é um problema socioambiental.”
EUA X CENTRO-OESTE
Coelho explica que o problema da proliferação dos focos do mosquito não é climático. De acordo com ele, a região sul dos Estados Unidos possui clima parecido com o do Centro-Oeste e, mesmo assim, não há epidemia de dengue. “As casas tem tratamento de esgoto e abastecimento de água. O lixo é coletado de maneira correta, logo, não tem como e nem porquê a água ficar parada.” (10/02/13)
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Artigo – Falsas promessas
Na área da saúde, vê-se o renascimento das falsas promessas que não se dobram aos argumentos lógicos. Preocupa-nos ver importantes setores da sociedade embarcarem nessa jornada insólita, considerando-se que saúde pública se faz com investimentos contínuos e gestão competente. Pela própria complexidade do tema, as soluções mirabolantes não têm espaço.
Em janeiro, mais uma vez, o governo federal simplifica a questão da ampliação do acesso à saúde, atrelando-a à suposta falta de médicos. Para tanto, fez aliados entre os recém-eleitos que, pressionados, passaram a defender a importação de profissionais. Essa foi a tônica de recente manifestação da Frente Nacional dos Prefeitos, realizada em Brasília.
Não somos contra essa medida, desde que os portadores de diplomas obtidos no exterior sejam submetidos ao Revalida. Esta é a solução para garantir o ingresso, no País, de profissionais minimamente preparados para atender nossa população, haja vista que este exame mede com a mesma régua o candidato formado na América Latina, na Ásia ou na Europa. Entra aquele que tiver bom desempenho. Quem não passar, precisa estudar mais, se preparar melhor para a labuta.
Se no Brasil enfrentamos sérios problemas com o sistema formador de médicos, a situação não deve ser melhor em outros países. Se aqui temos dificuldades de enquadrar essas escolas e exigir mais dos egressos das salas de aula, em outros lugares ações desse tipo são impossíveis. Mas além da importação pura e simples de profissionais, questionamos outros pontos.
Esses médicos “importados” terão condições de trabalho reais e imediatas (infraestrutura, insumos, apoio de equipes multidisciplinares)? O paciente por eles tratado terá garantido acesso facilitado a exames e leito de internação? Sem progressão funcional, com vínculos empregatícios precários e distantes dos centros de formação continuada, eles realmente se fixarão nas zonas de baixa cobertura assistencial? Quem garante que ficarão no interior para sempre?
O dilema por eles encontrado será o mesmo dos médicos formados no Brasil: podem até aceitar o desafio, mas diante da falta de estrutura e perspectivas buscarão abrigo nas grandes cidades, acirrando o cenário de desigualdade na distribuição dos profissionais. Estudos mostram que contamos com médicos em quantidade suficiente para atender nossas necessidades, mas por conta da falta de políticas públicas, eles evitam as áreas mais pobres e o serviço público.
O governo precisa entender sua responsabilidade de dotar o Estado de medidas estruturantes. A criação de uma carreira pública específica no âmbito do SUS é a saída real para o País. Afinal, o que o Brasil precisa não é da interiorização do médico, mas, sim, da assistência à saúde.
Roberto Luiz d’Avila é presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) 10/02/13
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Huapa
Setor de urgências deve ser reaberto em março
Bárbara Daher
Foi anunciado ontem um cronograma de reabertura para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa). De acordo com o secretário municipal de saúde de Aparecida, Paulo Rassi, a reforma do hospital deve ser concluída em até quatro semanas, quando a unidade deve voltar a funcionar plenamente. O hospital está fechado desde agosto do ano passado para urgência e emergência, atendendo apenas consultas e exames, pois algumas áreas da unidade não estavam funcionando.
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Huapa, que possui treze leitos, passa por uma reforma no piso, que apresentou infiltrações. Na segunda-feira, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) fez um repasse de R$2,162 milhões para dar início às reformas e contratações do Huapa. Estão previstos mais dois repasses, de R$2 milhões cada, em março e abril.
Com a verba recebida, Paulo Rassi afirmou que já foi contratada uma empresa para realizar a manutenção de todos os equipamentos do hospital. A expectativa da SMS de Aparecida é de que, após a reabertura total da unidade, 35 novos leitos possam ser criados ainda no primeiro semestre de 2013.
A superintendente Maria Cecília Brito, da SES, informou que, dado o crescimento dos casos de dengue em todo o Estado e a mobilização das secretarias de saúde da Região Metropolitana, haverá uma ampliação dos leitos da enfermaria para este atendimento. (09/02/13)
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Saúde
Hospitais voltam a atender pelo Imas
(B.D.)
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia e a direção do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas) assinaram ontem um acordo para pagamento de dívidas do convênio com sete hospitais particulares.
O documento estabelece que duas parcelas de R$1 milhão – referentes aos meses de setembro e outubro de 2012 – serão pagas aos hospitais nos dias 20 de fevereiro e 8 de março. Com isso, as unidades voltam a atender normalmente servidores da Prefeitura usuários do convênio.
Na quinta-feira, os representantes dos hospitais Lúcio Rebelo, Samaritano, Santa Genoveva, São Francisco, Monte Sinai, Hospital da Criança e Clínica Infantil de Campinas anunciaram o descredenciamento com o Instituto devido a uma dívida que se iniciou em setembro de ano passado, de quase R$5 milhões aos hospitais. (09/02/13)
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Editorial – Enfrentando a dengue
Está se prevendo que, depois de um recorde de notificação de casos, colocando Goiânia como segunda capital com o maior número de pessoas atacadas pela dengue, atrás apenas de Campo Grande (MS), a situação fique ainda pior nas próximas semanas, pelo menos até o final de março.
Como o feriadão do carnaval vai interromper o trabalho dos agentes de saúde no combate ao mosquito transmissor da doença, cabe ainda maior cuidado da população. A comunidade tem de ajudar de forma voluntária para a redução dos focos do mosquito.
O total de casos da doença neste ano já chega a 11.604, o equivalente a 322 ocorrências por dia. Isso corresponde, até agora, conforme mostrou reportagem do POPULAR publicada na quinta-feira, a 87% dos casos computados em todo o ano passado (13.191). A dengue realmente nunca atingiu tamanhas proporções como agora.
Já há casos de convocação de chaveiros para a abertura de imóveis fechados, cujos proprietários não querem colaborar. É preciso portanto pensar em alguma forma de punir pessoas assim com a aplicação de multas, pois elas se tornam na verdade inimigas da saúde pública.
Como existem os casos mais graves, que levam ao tipo mais letal, que é o da dengue hemorrágica, mais do que nunca é preciso muito cuidado e muita ação contra a enfermidade. (09/02/13)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação