Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 10/02/15

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES

• Associação cobra 8 milhões para hospitais
• MP vai apurar atrasos de pagamentos no SUS em Goiânia
• 4 novos hospitais entram para a Anahp
• Como proibir recursos estrangeiros em um País com déficit de leitos?
• Contratação de planos de saúde aumenta 2,5% em 2014
• “Não é uma tarefa fácil”
• Faltam leitos nos hospitais

 

O HOJE
Associação cobra 8 milhões para hospitais
Entidade que representa Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás solicita ao MP apuração sobre repasse que deveria ser feito por secretarias de saúde
Jéssica Torres
Aproximadamente oito milhões de reais não foram repassados por Secretarias Municipais de Saúde de Goiânia, de Anápolis, Aparecida de Goiânia e Catalão para os hospitais particulares conveniados com o SUS, desde outubro do ano passado. Só a administração da capital estaria devendo 80% desse valor. A informação consta de uma representação protocolada ontem pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) junto ao Ministério Público Estadual (MPE). O documento solicita ao promotor de Justiça, Érico de Pina Cabral, coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO) da Saúde, a apuração das razões dos atrasos nos pagamentos dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS), pela rede hospitalar credenciada.
De acordo com Assessor Jurídico da Ahpaceg, Tenório César da Fonseca, no mês de outubro 30% do valor ainda não foi repassado, em novembro houve o pagamento, porém, nos dois meses seguintes, dezembro de 2014 e janeiro 2015 não houve repasse da verba. “No documento entregue ao Ministério Publico, consta que a verba foi repassada à Secretaria, porém não chegou até agora aos hospitais”.
De acordo com Tenório, em 2013 foi estabelecida uma nova ordem que estabelece o prazo de até o 5º dia útil, após o Ministério da Saúde creditar na conta do Fundo Estadual/ Distrito Federal/Municipal de Saúde, para que os gestores efetuem o pagamento aos estabelecimentos de saúde que prestam assistência de forma complementar ao SUS. Como prova, consta no site do Fundo Nacional de Saúde (FNS), que o Ministério da Saúde já repassou a verba referente até janeiro deste ano.
Apesar dos atrasos no repasse, a Associação dos hospitais não cogita, até o momento, suspender os atendimentos prestados pelo SUS, devido à preocupação em não prejudicar a população que necessita deste serviço.
Porém, conforme nota enviada ao O HOJE, a Secretaria de Saúde Municipal de Goiânia alega estar no prazo legal de 60 dias para o repasse, dos valores referentes aos meses de dezembro e janeiro. Mas que serão depositados ainda neste mês. O Assessor Jurídico da associação questiona o prazo de 60 dias. “Se já foi entregue o valor das verbas, não existe motivo para não terem repassado estes valores ainda, diante do fato de ser proibido usar este valor para outra causa”, declara.
Hospitais filantrópicos
Além de hospitais particulares, também está havendo atraso de repasses a entidades filantrópicas que também atendem pelo SUS, como a Santa Casa e o Hospital Araújo, que esperam receber ainda, 30% de recursos relativos ao mês de outubro. Em nota, a SMS garante que o pagamento será efetuado nesta semana. A Secretaria declarou ainda, que fizeram antecipações, pagando com a verba do tesouro municipal, para não deixar a Santa Casa e o Hospital Araújo Jorge sem receber.
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DIÁRIO DE GOIÁS

MP vai apurar atrasos de pagamentos no SUS em Goiânia

Representantes da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás(Ahpaceg) protocolaram junto ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) uma solicitação para que seja apurado o atraso nos pagamentos do Sistema Único de Saúde da capital em nove unidades conveniadas. É cobrada da Prefeitura de Goiânia uma dívida de R$ 8 milhões, relativa aos meses de dezembro e janeiro. Ainda resta uma pendência de 30% do mês de outubro de 2014. O Ministério Público vai apurar o caso.

A alegação dos representantes dos hospitais é de que a Prefeitura deveria cumprir uma portaria do Ministério da Saúde, vigente desde o dia 1º de novembro do ano passado. Ela determina que o pagamento seja feito até o 5º dia útil após o Ministério da Saúde fazer o depósito do repasse ao município. No entanto, uma alegação do poder público da capital é de que antes da portaria, já havia contratos com unidades que estabeleciam que a quitação poderia seria feita em até 60 dias.

“Existem várias espécies de contratos, tem contratos de até 20 anos já vigorando. A maioria dos contratos fala dos pagamentos em 60 dias. Ocorre que esta portaria de 1º de novembro de 2013 determina que os gestores paguem até o 5º dia útil após o depósito. Portanto a portaria sobrepõe aos contratos, porque os gestores são obrigados a cumprir com a portaria dos Ministros. O prazo não é mais o do contrato, mas sim o da Portaria, por isso o pedido ao Ministério Público para que a Prefeitura cumpra a portaria”, explica o assessor jurídico da Ahpaceg, Tenório César da Fonseca.

O coordenador do Centro Apoio Operacional da Saúde, Érico de Pina Cabral, recebeu o pedido feito pelos representantes dos hospitais. A partir do protocolo, o processo será distribuído para um promotor da área de execução da Saúde. A intenção inicial será ouvir gestores da administração municipal.
De acordo com o promotor, as verbas não podem ser utilizadas para outras finalidades, correndo o risco do gestor ser até mesmo punido. Pode caracterizar improbidade administrativa e/ou apropriação indébita dos recursos do SUS.

“Essa verba é direcionada pra pagar as unidades de saúde que são privadas e conveniadas e que atendem os pacientes do SUS. O dinheiro só pode ser utilizado para pagamento. A utilização da verba para outros fins poderá resultar na responsabilização do gestor na área da saúde. Um eventual estrangulamento na prestação de serviço nas unidades conveniadas, vai gerar um caos no atendimento a saúde de média e alta complexidade”, destaca Érico de Pina.

Resposta Prefeitura

Através de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou que os repasses do mês de dezembro estão dentro do cronograma. Foi destacado que o cronograma normal do Ministério da Saúde e serão pagos em fevereiro. Há um prazo legal de 60 dias depois de prestado o serviço.

Em relação aos 30% do mês de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde pretende realizar o pagamento ainda nesta semana. A justificativa apresentada para o atraso é de que o Ministério da Saúde atrasou repasses em todo o país na virada do ano e início de janeiro.
A Prefeitura alega que devido ao atraso, foram feitas antecipações (pagamentos com verbas do tesouro municipal) para não deixar hospitais sem receber.
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SAÚDE BUSINESS 365
4 novos hospitais entram para a Anahp

Hospitais Beneficência Portuguesa, Imperial de Caridade, Santo Amaro e Santa Lúcia passam a ser associadas da Anahp

O quadro de associados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) aumenta para 69 instituições com a entrada dos hospitais:
• Beneficência Portuguesa, de São Paulo (SP);
• Imperial de Caridade, de Florianópolis (SC);
• Santo Amaro, de Salvador (BA); e
• Santa Lúcia, de Brasília (DF).
Anahp em números:

• 69 hospitais membros
• R$ 17,3 bilhões (receita de 55 hospitais/dez de 2013)
• 20% das despesas assistenciais na saúde suplementar
• 14.770 leitos
• 11,5% dos leitos privados no País
• 25% das acreditações no País

Para integrar o time da Anahp, é preciso ser privado, com ou sem fins lucrativos, e atender majoritariamente o mercado privado. Para a categoria Associado Titular, é necessário possuir uma das acreditações internacionais ou a acreditação de excelência pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Já para a categoria Associado, a instituição deve estar em processo de acreditação, não ultrapassando o prazo máximo de quatro anos para obter sua certificação de qualidade.
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Como proibir recursos estrangeiros em um País com déficit de leitos?

Para o presidente da Feherj, Armando Carvalho Amaral, medida provisória 656/2014 chega para abrir novos horizontes para a saúde no Brasil

É de se comemorar que a presidente Dilma tenha sancionado o artigo 143 da Medida Provisória 656/2014, que autoriza a entrada de capital estrangeiro em hospitais no país. A legislação anterior gerava uma distorção que só prejudicava a população. Permitia, por exemplo, investimentos estrangeiros em planos de saúde, porém impedia o mesmo em hospitais. E como se pode proibir a entrada de recursos em um país que sofre com déficit de leitos hospitalares?

Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha a oferta de três a cinco leitos por cada mil habitantes, no Brasil, a média cai para 2,4. O cenário está longe de ser o ideal, ainda mais se compararmos com países desenvolvidos como a Alemanha (8,17) e Japão (13,7), que superam em muito a média estabelecida pela OMS.

Sem novas fontes de investimento dificilmente a rede privada hospitalar teria condições de expandir sua estrutura de acordo com a necessidade da população. Pesquisas apontam que o número de beneficiários de assistência médica com cobertura hospitalar teve um incremento de 34,6% entre 2005 e 2012, porém a quantidade de leitos para internação e exames complementares disponíveis para usuários de planos de saúde avançou somente 21,7% no mesmo período. E é essa carência que o capital estrangeiro ajudará a minimizar.

O que muitas pessoas ignoram é que a saúde apresenta um alto custo decorrente das elevadas cargas tributárias e inflação dos gastos assistenciais. Hospitais lidam, por exemplo, com o aumento de preços de materiais que, nos últimos anos, chegou ao triplo da inflação oficial do país. Soma-se a isso o fato de que, apesar da saúde ser um direito fundamental do cidadão e obrigação do Estado, esferas municipal, estadual e federal optam em tributar excessivamente todas as atividades ligadas ao setor.

Agora, após a sanção, temos novas e positivas perspectivas. A compra da Amil, em 2013, pela United Health Group, uma gigante da saúde privada nos Estados Unidos, mostra como o mercado brasileiro é atrativo para o capital estrangeiro. E mais investimentos não significam apenas mais leitos, mas também podem representar a expansão de toda infraestrutura hospitalar. Podem se traduzir, por exemplo, na renovação do parque tecnológico de hospitais, o que permitirá procedimentos e cirurgias mais seguros.

De uma forma geral, 2015 começou sem muito otimismo em relação à economia e ao crescimento do país. Mesmo executivos de grandes empresas preveem um ano de dificuldades. Para gestores de hospitais privados, essa expectativa ainda foi reforçada quando o ministro da Fazenda anunciou que dificilmente setores seriam beneficiados com renúncia fiscal. Felizmente, o artigo 143 da Medida Provisória 656/2014 veio para abrir novos horizontes para a saúde no Brasil.

*Armando Carvalho Amaral tomou posse da presidência da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio de Janeiro (Feherj) nesta última quinta (05/2). Amaral ficará à frente da Federação pelo próximo triênio (2015-2018)
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Contratação de planos de saúde aumenta 2,5% em 2014

Tanto os planos empresariais quanto os individuais estão crescendo, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS)

A tendência é de que a demanda por saúde continue crescendo e isso reflete no aumento da contratação de planos de saúde médico-hospitalares, que em 2014 registrou crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. O acréscimo foi de 1,26 milhão de vínculos em 12 meses, totalizando 50,84 milhões de beneficiários. Os dados são do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Os planos coletivos empresariais continuam sendo os impulsionadores da expansão. Estes alcançaram 3,3% de crescimento em 12 meses, contemplando 33,70 milhões de vínculos no final de 2014. A quantia equivale a um acréscimo de 1,07 milhão de beneficiários.

“Notamos que a baixa atividade econômica atingiu o mercado de saúde suplementar, que mostra sinais de perda de ritmo de crescimento”, afirmou o superintendente-executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, em comunicado ao mercado. No entanto, para Carneiro, o resultado é motivo de celebração, já que o PIB de 2014 deve ter fechado próximo de 0%.

Os planos coletivos por adesão também registraram alta de 2,6%, ou seja, um acréscimo de 171 mil vínculos em todo o País; assim como os planos individuais, que registraram 9,98 milhões de vínculos, um incremento de 0,9%. “Os planos individuais ainda têm uma participação importante, pois respondem por quase 20% de todos os vínculos dos planos de saúde médico-hospitalar”, observou Carneiro.

No mesmo sentido, os planos odontológicos terminaram o ano com 21,41 milhões de vidas, um crescimento de 5,6%, ou 1,13 milhão de beneficiários.

*As informações do boletim Saúde Suplementar em Números se baseiam em dados do sistema da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que acabam de ser atualizados
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DIÁRIO DA MANHÃ
“Não é uma tarefa fácil”
Ministro da Saúde, em entrevista ao Diário da Manhã, afirma que chuvas trazem problemas de saúde como dengue e chikungunya. Chioro diz ainda que gestão do setor é complexa e lista gastos em Goiás de R$ 5,7 bilhões
Marcelo Mendes, Da editoria de Cidades
Falta de leitos, de atendimento, de medicamentos, aids, dengue, chikungunya, filas, todas essas situações fazem parte da realidade dos brasileiros. E para falar sobre essas questões a equipe de reportagem do Diário da Manhã entrevistou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que é médico sanitarista, doutor em saúde coletiva, professor universitário e pesquisador.
Diário da Manhã – Atualmente quais são as principais dificuldades do SUS?
Arthur Chioro – Garantir o acesso universal à saúde como direito para a população brasileira não é uma tarefa fácil. Para que isso ocorra é preciso implantar medidas constantes de melhoria do acesso ao atendimento.
Entendemos que nosso esforço deve ser contínuo uma vez que muito ainda precisa ser feito. Identificamos que após ampliar o atendimento na atenção básica, a principal demanda da população em relação à saúde é o acesso a serviços especializados. Desta forma, vamos implantar o Programa Mais Especialidades para expandir a oferta em tempo oportuno a consultas, exames e procedimentos especializados no SUS, ofertando um cuidado integral e resolutivo.
Também é preciso ampliar a produção de medicamentos e equipamentos pelo fortalecimento do complexo industrial brasileiro de saúde; cuidar com dignidade e em liberdade dos pacientes com transtornos mentais e dependentes químicos; modernizar e qualificar o processo de gestão do SUS.
DM – Quais os fatores que ocasionaram o déficit de leitos na rede pública?
Arthur Chioro – O Ministério da Saúde vem reorganizando a rede de assistência, criando alternativas de atendimento fora dos hospitais e ampliando leitos nas áreas de maior necessidade, como os leitos de UTI. Dessa forma, busca investir em uma saúde pública mais resolutiva, onde os pacientes precisem recorrer cada vez menos a hospitais e tenham assistência mais próxima de suas casas. Essas iniciativas seguem tendência mundial e levam em conta os avanços em equipamentos, medicamentos e cuidados em regime ambulatorial e/ou domiciliar, a redução do tempo de internação e, no caso dos leitos obstétricos, também a queda no número de partos ocorrida nos últimos anos.
Cabe ressaltar, que a redução no número de leitos hospitalares é uma tendência mundial devido aos avanços em equipamentos, medicamentos e cuidado em regime ambulatorial e/ou domiciliar. Hoje, a atenção em regime de internação hospitalar exige leitos mais qualificados e resolutivos. Com isso, temos a redução no quantitativo dos leitos não resolutivos.
DM – Existem projetos de incentivo para a instalação de novos leitos no próximo ano?
Arthur Chioro – Inicialmente, cabe ressaltar que os mecanismos de pactuação e planejamento da expansão de leitos implicam no levantamento das necessidades loco-regionais. E ainda, como os hospitais, em sua grande maioria, são de gestão estadual, municipal ou filantrópico, a implantação de novos leitos não depende exclusivamente do Ministério da Saúde.
Mas para áreas fundamentais, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo estratégias para o aumento de leitos, de forma qualificada, para assegurar a atenção hospitalar nas Rede de Urgência e Emergência e Cegonha, de Saúde Mental em hospital geral, Programa Melhor em Casa. Com a Rede Cegonha e a Rede de Urgência e emergência, por exemplo, há incentivo para o aumento do número de leitos de UTI adulto e UTI neonatal. Com o Melhor em Casa, além de prestação de uma atenção mais humanizada, deixa-se de ocupar vagas nos hospitais do SUS. No que se refere à Rede de Atenção Psicossocial, a partir estratégias de apoio à gestão dos estados e municípios para implantação da Rede e o aumento do financiamento, o Ministério da Saúde vêm induzindo a implantação de leitos de saúde mental em Hospitais Gerais. A expansão destes leitos, no entanto, deve ser articulada aos demais componentes da Rede de Atenção Psicossocial.
Além da manutenção destas iniciativas o Ministério da Saúde incentivará a criação de novos leitos para realização de transplantes de células-tronco hematopoiéticas de doador não parente (alogênico não-aparentado) pelo SUS. Com isso, aumentará a possibilidade para a realização de mais cirurgias diminuindo o tempo de espera para a realização desse tipo de transplante.
DM – Qual atitude está sendo tomada para a redução das filas no SUS?
Arthur Chioro – O Ministério da Saúde vêm fortalecendo os instrumentos de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), que apoiem a organização das redes e fluxos assistenciais bem como o fortalecimento do processo de regionalização, hierarquização e integração das ações e serviços de saúde nos estados e municípios, responsáveis pela gestão e gerência dos serviços de saúde. Nesse contexto, o Ministério vem incentivando e financiando a implantação de Centrais de Regulação, que visam à organização da demanda e oferta existente no sentindo de qualificar o acesso baseando-se em critérios de classificação de risco. Buscando desta forma, efetivar a disponibilização da alternativa assistencial mais adequada, e no tempo oportuno, à necessidade do cidadão por meio de atendimentos às urgências, consultas, leitos e outros que se fizerem necessários.
DM – Quais ações serão tomadas em relação a dengue e a chikungunya nesse período de chuvas?
Arthur Chioro – Com início do período de chuvas, é fundamental que a população reforce as ações para a eliminação dos criadouros dos mosquitos Aedes aegypti, principalmente porque, além da dengue, agora o mosquito também pode transmitir febre chikungunya. Para intensificar as medidas de vigilância, prevenção e controle de chikungunya e dengue, o Ministério da Saúde repassou um recurso adicional de R$ 150 milhões a todos os estados e municípios brasileiros. Os recursos são para qualificação das ações de combate aos mosquitos transmissores da dengue e da febre chikungunya, Aedes aegypti e Aedes albopictus, o que inclui vigilância epidemiológica e o aprimoramento dos planos de contingência.
Desde novembro do ano passado, o Ministério da Saúde e as secretarias municipais de saúde veiculam a campanha de combate à dengue e ao Chinkungunya, que tem como slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”. Como parte das medidas de prevenção, o Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias estaduais, realizou, em 6 de dezembro, uma mobilização nacional contra os focos do mosquito aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue e da febre chikungunya. Um novo Dia D está marcado para 7 de fevereiro. O Ministério da Saúde convocou estados e municípios a realizarem mutirões de limpeza urbana e atividades para alertar os profissionais de saúde ao diagnóstico correto das doenças.
O número de casos de dengue registrados no país em 2014 apresentam uma redução de 59,5%, em comparação com 2013. Foram 1,4 milhão de casos em 2013 contra 587,8 mil em 2014. Os óbitos por dengue também apresentaram redução de 40% em 2014. Foram 405 mortes, contra 674 confirmadas em 2013.
DM – A contaminação por HIV aumentou nos jovens nos últimos anos. Quais as estratégias serão tomadas pelo ministério da saúde?
Arthur Chioro – No período de 2004 a 2013, no Brasil, a taxa de detecção de aids em jovens (15 a 24 anos) cresceu de 9,6 para 12,7 casos por 100 mil habitantes, o que significa um aumento de cerca de 25%. O crescimento da aids entre jovens não é um fenômeno exclusivo do país, mas caraterístico dos países que como o Brasil tem epidemia considerada concentrada em populações de risco acrescido com vulnerabilidade.
Para enfrentar essa situação, os jovens tem sido foco de campanhas de prevenção ao longo de todo o ano. Em 2014, a campanha, lançada no dia 1º de dezembro, teve como público alvo, justamente, os jovens, com material segmentado para a população jovem gay e travestis. A estratégia deste ano prevê a continuidade da campanha, com adaptações, para festas populares, como carnaval e outros eventos, durante todo o próximo ano. Além disso, o Ministério desenvolve em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde ações e campanhas regionais e municipais por ocasião de eventos específicos destinados à juventude, como shows e festas regionais.
DM – Alguns hospitais suspenderam as cirurgias eletivas alegando falta de verba. Qual é a real situação enfrentada?
Arthur Chioro – A realização de cirurgias eletivas é outro exemplo de estratégia para redução das filas e ampliação do acesso da população ao atendimento nos estados e municípios, reduzindo, desta forma, o tempo de espera para a realização dos procedimentos e, melhorando a qualidade de vida das pessoas que aguardam pela realização de cirurgias eletivas no Sistema Único de Saúde.
Em 2014, o Ministério da Saúde liberou R$ 284,9 milhões aos estados e municípios, mediante publicação de cinco portarias para dar continuidade a estratégia das cirurgias eletivas. Em complementação, o Ministério da Saúde já está realizando novo levantamento sobre a demanda dos estados para de liberação de recurso ainda no primeiro trimestre de 2015.
DM – Quanto é repassado para a saúde no Brasil e para o estado de Goiás?
Arthur Chioro – O Ministério da Saúde tem assegurado investimento crescente, estável e contínuo para a saúde pública em todo o país. Na última década, o orçamento federal executado mais do que triplicou, passando de R$ 24,7 bilhões (2002) para R$ 83,1 bilhões (2013), exclusivamente, em ações e serviços públicos de saúde em todo o país. Em 2014, o orçamento executado em ações e serviços públicos em saúde chegou a R$ 91,9 bilhões e para 2015, a previsão é de R$ 99,5 bilhões. Entendemos que a saúde precisa de um progressivo aumento de recursos. Para o estado de Goiás, o Ministério da Saúde repassou R$ 5,7 bilhões desde 2012. Em 2014, foram repassados R$ 2,1 bilhões, 15% a mais em relação a 2013, quando foram transferidos 1,8 bilhão. Os repasses se referem ao conjunto de serviços de saúde existentes no estado. As transferências são efetuadas em seis blocos: Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimento. Cabe esclarecer que todos os repasses financeiros do Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS), levam em consideração fatores como adesão aos programas federais como, por exemplo, o programa Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, Saúde Indígena, Saúde Bucal, entre outros. Além disso, são utilizados critérios populacionais e epidemiológicos, considerando as características de doenças transmissíveis ou crônicas existentes em cada região.
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Faltam leitos nos hospitais

Marcelo Mendes, Da Editoria de Cidades
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define que a média de oferta de leitos por habitante deve ser entre 3 a 5 para cada mil pessoas. Conforme estatísticas feitas em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui a média de 2,26 leitos por cada mil habitantes. Já dados fornecidos pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) mostram que a oferta corresponde a uma média de 2,4 leitos – considerando a oferta de leitos disponíveis pelo SUS (2,1 para 1000 habitantes) e os dos hospitais privados (2,6/ 1000 beneficiários de planos de saúde).
A taxa brasileira fica muito abaixo se comparada a países considerados desenvolvidos como Japão e Alemanha que possuem médias de 13,7 e 8,2 leitos para cada mil habitantes. Nesse quesito, os Estados Unidos também oferecem uma média superior a disponibilizada no Brasil, com taxa de 3 leitos a cada mil habitantes.
Outra questão levantada pelas análises feitas pela Anahp demonstram que o Brasil possui média de 71 leitos por unidade hospitalar, sendo que os hospitais americanos tem média de 161 leitos e os japoneses 119.

Outra preocupação
A medida em que o número de usuários de planos de saúde cresce em média 4,1% por ano, desde 2007, aproximadamente 11,2% dos leitos privados foram fechados no país. Esse percentual totaliza 18.322 leitos e 286 hospitais privados fechados desde 2007. O que dá uma média de quase 60 unidades hospitalares fechadas ao ano, ou 5 por mês, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES/MS).
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) afirma que as principais razões para essa redução, entre outros motivos, estão nas dificuldades de investimentos dos hospitais impactados pela impossibilidade de acesso a novas fontes de capital, alta carga tributária do setor e ineficiência.
Conforme dados apresentados pelo estudo, caso o número de usuários de planos de saúde cresça até 2016, a uma taxa de 2,1% ao ano, entre 2013 e 2016, serão necessários 13,7 mil novos leitos privados em quatro anos, juntamente com os já existentes no país. Agora se a população usuária crescer a média atual, que é de 4,1%, haverá a necessidade de abertura de 23,2 mil novos leitos no país.
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Médicos goianos recebem nova alternativa para combater a obesidade


Aguardado pela classe médica brasileira desde 2011, balão intragástrico Spatz3 chegou hoje na capital. Médico que desenvolveu a tecnologia vem dos EUA a Goiânia para fazer a implantação em oito pacientes, em procedimento que será acompanhado por especialistas de todo Centro-Oeste. Goiás é o 2º Estado a receber a novidade
Johny Cândido, Da editoria DMRevista
Sanduíches, frituras, doces e bebidas. Em outras palavras, carboidratos, gorduras e açúcares. Alimentos que são precursores da obesidade, principalmente quando ingeridos em excesso e aliados ao sedentarismo. O ritmo acelerado do cotidiano levado à população brasileira a recorrer mais a eles, tão presentes nos fast-food e alimentos industrializados. Com isso, a população brasileira subindo os degraus no ranking mundial da obesidade. Estudo elaborado pela Universidade de Washington em 2014 coloca o Brasil como quinto País com mais obesos no planeta. Em Goiânia, 47,5% dos habitantes da capital estão acima do peso ideal, enquanto outros 16,3% foram diagnosticados com obesidade, segundo informações do Ministério da Saúde.
Para combater a doença crônica, diferentes soluções vêm sendo desenvolvidas pelos cientistas, entre procedimentos cirúrgicos, medicamentos e acessórios. Uma delas vem sendo ansiosamente aguardada pela comunidade médica brasileira e chega a Goiânia hoje. Trata-se do balão intragástrico Spatz3, a mais avançada tecnologia utilizada mundialmente. Lançado em 2005 pelo laboratório americano Spatz Medical, com tecnologia israelense, ele já está sendo utilizado por cerca de cinco mil pacientes em 35 países. No Brasil, a solicitação de aprovação da Anvisa chegou em 2011 e somente em novembro de 2014 foi autorizado pelo órgão.
Para apresentar o balão intragástrico Spatz3, o gastroenterologista Jeffrey Brooks, médico com 25 anos de experiência clínica e titular do laboratório americano que desenvolveu o produto, o Spatz Medical. Durante todo o dia de hoje, o especialista passará pelo Hospital Neurológico, Clínica Cirúrgica Digestiva e Obesidade (CCDO) e Gastro Care, onde implantará o balão em oito pacientes goianos. O procedimento será assistido por oito médicos de Goiânia, Mato Grosso e Brasília, regiões que receberão o produto por antecipação em relação a outros estados brasileiros.
“Grande é a expectativa da classe médica em relação a esse produto. Para ter uma ideia, pacientes brasileiros já procuravam o Spatz3 no exterior”, afirma Fernando Goulart, diretor da TopMed, importadora de produtos hospitalares responsável pela distribuição do Spatz3 em todo o Centro-Oeste. “Goiás será o segundo Estado a receber o produto, já que, por enquanto, este balão intragástrico só foi implantado em 10 pacientes de São Paulo”, informa.
O balão intragástrico Spatz3 é uma cápsula revestida de silicone com soro fisiológico em seu interior. Implantado no vácuo do estômago dos pacientes por meio de endoscopia. Esse procedimento é menos traumático que a cirurgia bariátrica, e é indicado para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 27, ou seja, com sobrepeso. Seu objetivo é encher o estômago do paciente, dando-lhe a sensação de saciedade. Sua grande vantagem em relação aos balões convencionais, que são atualmente utilizados, é sua flexibilidade: após sua implantação, é possível ajustá-lo dentro do organismo.
“Todos os balões perdem seu efeito dentro de três ou quatro meses. É quando balões Spatz3 podem ser ajustados. Ele é inflado, resultando em mais perda de peso. Assim, com os ajustes sucessivos, ele pode ser usado por até um ano, com melhores resultados e melhor manutenção do peso dois anos após sua remoção em comparação com os balões atuais”, explica doutor Jeffrey. Graças a esta vantagem, o balão pode permanecer no organismo pelo dobro do tempo dos balões convencionais – um ano –, tempo em que o paciente faz uma reeducação alimentar. “A ideia do Spatz3 é que o paciente se adapte à nova realidade do seu organismo”, diz o médico.
De acordo com doutor Jeffrey, estudos publicados relatam 17 a 24 kg de perda de peso, cerca de 40 a 50% de excesso de peso do paciente, em um ano de uso do balão intragástrico Spatz3. Outro estudo publicado relatou que dois anos após a remoção do balão Spatz3, 76% dos pacientes mantiveram a perda de peso clinicamente significativa.
Outra vantagem do Spatz3 é que ele oferece mais conforto na fase inicial, após sua implantação, em razão de seu volume ajustável. “O grande obstáculo dos demais balões é que eles provocam muita indisposição na fase de adaptação e muitos pacientes não conseguem se adaptar e desperdiçam o investimento feito”, complementa Fernando Gourlart.

Obesidade
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 12% da população é obesa. A doença mata 2,8 milhões de pessoas no mundo em razão de seus problemas associados, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. Ranking elaborado pela Universidade de Washington em 2014 coloca o Brasil comoo quinto País com mais obesos no planeta. No topo da lista estão os Estados Unidos, seguidos da China, Índia e Rússia.
Está acima do peso quem tem Índice de Massa Corporal (IMC) entre 25 e 29,9. A partir de 30 é considerado obeso. O IMC é conhecido quando se divide o peso pela altura ao quadrado. A pesquisa internacional ainda ressalta que há 2,1 bilhões de pessoas acima do peso no mundo. Um a cada três em todo o globo.
De acordo com números do Ministério da Saúde divulgados em 2013, 50,8% dos brasileiros estão acima do peso, um crescimento de 8% desde o primeiro levantamento realizado em 2006. Os obesos representam 17,5% da população, dados alarmantes, se comparados com os 11% detectados há nove anos.
Frequentemente indicado por gastroenterologistas quando o assunto é evitar e combater a obesidade, os balões intragástricos estão cada vez mais populares no País. Só em Goiânia, a estimativa é que a procura pelo procedimento tenha aumentado em 100% nos últimos anos, busca que coincide com a proibição da venda de medicamentos à base de anfepramona, entre outros princípios ativos, pela Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação