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DESTAQUES
Hospitais particulares sofrem com falta de insumos para pacientes com Covid-19 em Goiás
Demanda por testes de Covid-19 registra aumento de 80% nos laboratórios em Goiás
Secretário de Saúde fala sobre a situação da pandemia de coronavírus em Goiás
Estudo aponta que uso da N95 com outra máscara por cima aumenta proteção
Hospitais particulares: Pacientes são segurados para ser intubados
Brasil registra 1.954 mortes por covid-19 em 24 horas e bate novo recorde
Médico diz que pacientes são amarrados para serem entubados devido à falta de insumos: ‘Não esperava ver isso no século XXI’
Goiás registra 3.649 novos casos de coronavírus em 24 horas e tem 22 hospitais com UTIs lotadas, diz governo
Presidente da Ahpaceg afirma que cilindros de oxigênios podem faltar nos hospitais: “Já faltam medicamentos, seringas e luvas”
Empresários goianos defendem utilização de medicação sem eficácia comprovada
Marden Jr anuncia ampliação dos leitos de tratamento semi-intensivo, em Trindade
Exame comprova que enfermeira teve 98% de eficácia contra a Covid-19 após tomar 2 doses de Coronavac
Hospital privado de Goiânia lota e para de receber pacientes com covid
Ipasgo prorroga suspensão das cirurgias eletivas
Goiás recebe mais 69,8 mil doses de CoronaVac
Mendanha terá somente agendas remotas após filhos contraírem covid-19
Mendanha anuncia 100 novos leitos para casos de covid-19 em Aparecida
Com 68 óbitos registrados nas últimas 24 horas, Goiás ultrapassa 9 mil mortes por Covid-19
Rede particular de saúde já enfrenta limite de oxigênio
TV ANHANGUERA
Hospitais particulares sofrem com falta de insumos para pacientes com Covid-19 em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/9333170/
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Demanda por testes de Covid-19 registra aumento de 80% nos laboratórios em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/9333633/
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Secretário de Saúde fala sobre a situação da pandemia de coronavírus em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/9333411/?s=0s
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Estudo aponta que uso da N95 com outra máscara por cima aumenta proteção
https://globoplay.globo.com/v/9334731/?s=0s
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291 pacientes com Covid-19 esperam leitos de UTIs, em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/9334606/?s=0s
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BAND TV GOIÂNIA
Hospitais particulares: Pacientes são segurados para ser intubados
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AGÊNCIA ESTADO
Brasil registra 1.954 mortes por covid-19 em 24 horas e bate novo recorde
O Brasil bateu nesta terça-feira, (09/3), recorde no número de mortes pela covid-19. Foram 1.954 pessoas que perderam a vida nas últimas 24 horas, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. Até então o maior número era do último dia 3, quando houve 1.840 óbitos por causa do coronavírus. A alta acontece na semana em que grande parte dos Estados começou a colocar em prática medidas mais restritivas para controlar a proliferação da doença.
Os números desta terça-feira, no entanto, podem incluir óbitos e casos que não foram contabilizados durante o final de semana. Isso acontece porque nem todas as secretarias de saúde repassam os dados para o governo estadual no sábado e no domingo O recorde foi impulsionado pelo aumento da contaminação no Sul e Sudeste. São Paulo registrou 517 mortes pela covid-19 nesta terça, número mais alto desde o começo da pandemia.
Nessas regiões, o Rio Grande do Sul foi o segundo Estado com mais óbitos, com 275, seguido por Paraná (206), Santa Catarina (108) e Rio de Janeiro (95). Ceará e Bahia também tiveram números expressivos, com 108 e 103 óbitos respectivamente. A média móvel de mortes ficou em 1.575, dado que representa a média dos últimos sete dias. Foram também 69.537 novos casos confirmados nas últimas 24 horas.
No total, o País teve 268.568 mortes acumuladas pela doença, com 11.125.017 casos. Os dados do consórcio, composto por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, são coletados junto às secretarias estaduais de saúde. Os dados também apontam o País perto de um colapso no sistema de saúde. No total, 25 das 27 capitais do País apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI para covid-19 iguais ou superiores a 80%. A situação é mais grave em 16 capitais, entre elas Brasília e Rio de Janeiro, onde os percentuais ultrapassam os 90%.
As informações são do Observatório Fiocruz Covid-19, divulgado no fim da tarde desta terça-feira, 9. Os especialistas da instituição alertaram para a gravidade da situação e para a necessidade de adoção de medidas de restrição de circulação mais rigorosas. Segundo o Ministério da Saúde, 9.843.218 pessoas se recuperaram da covid-19 e há outras 1.010841 em acompanhamento. Na conta do ministério, que difere do consórcio em razão do horário de coleta, o País soma 11.122.429 casos, sendo 70.764 novos no último dia, e 268.370 óbitos, sendo 1.972 nas últimas 24 horas.
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PORTAL G1
Médico diz que pacientes são amarrados para serem entubados devido à falta de insumos: ‘Não esperava ver isso no século XXI’
Profissional é presidente da associação de hospitais privados de Goiás e relatou também escassez de adrenalina e relaxante muscular. Ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 é de quase 100%.
Além da falta de leitos, hospitais também sofrem com falta de insumos básicos para os atendimentos devido ao avanço da Covid-19, em Goiás. É o que revela o presidente da Associação de Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou.
O médico disse, em entrevista à TV Anhanguera, que há escassez de oxigênio, adrenalina, relaxante muscular, entre outros itens básicos para o atendimento à saúde.
“Tem pacientes sendo entubados com pessoas segurando, amarrando. É uma coisa que você não esperava ver no século XXI”, explicou.
Segundo ele, também faltam cateteres, luvas e seringas. “A falta de tudo isso torna o trabalho muito difícil, se não impraticável. A falta de relaxante muscular e de oxigênio tocam um alarme no mais alto grau”, completou.
A falta de cateter de alto fluxo – que permite que o paciente com falta de ar receba mais oxigênio de uma vez – foi sentida pelo bancário Gabriel Henrique Miranda. Segundo ele, o pai precisou ser entubado após dias esperando pelo equipamento.
“A gente chegou a ligar em umas 12 empesas: Goiânia, São Paulo, Brasília, Minas Gerais. Não encontra cateter”, desabafou.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou, por meio de nota, que “não há registros de falta de medicamentos para intubação e insumos nos hospitais públicos e conveniados ao Sistema Único de Saúde sob gestão estadual”.
A pasta também relatou que a quantidade de oxigênio disponível é monitorada frequentemente e que “até este momento, não há nenhum indicativo de falta do insumo na rede estadual goiana”. Ainda de acordo com a Secretaria, “empresas fornecedoras relataram que, para o Estado de Goiás, mesmo que todos os leitos estejam sendo utilizados, não há sinalização da falta do gás”.
Hospitais lotados
Além da falta de insumos, a lotação de leitos em hospitais continua em níveis críticos. Na manhã desta terça-feira (9), o portal da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) apontava que as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 em instituições geridas pelo estado estavam com 96% de ocupação.
Também no portal da SES que informa sobre a internação em hospitais públicos e privados, 99% das UTIs para Covid-19 estavam em uso nesta manhã.
A SES contabilizou mais de 414 mil casos de infecção pelo coronavírus em Goiás desde o início da pandemia. Até segunda-feira (8), mais de 9 mil desses pacientes morreram por causa da Covid-19.
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Goiás registra 3.649 novos casos de coronavírus em 24 horas e tem 22 hospitais com UTIs lotadas, diz governo
Ao todo, 418.588 moradores do estado contraíram o vírus desde o início da pandemia. As mortes decorrentes da doença chegaram a 9.012.
Por Rafael Oliveira, G1 GO
Goiás registrou 3.649 pessoas infectadas pelo coronavírus em 24 horas. Ao todo, 418.588 moradores do estado contraíram o vírus desde o início da pandemia. As mortes decorrentes da doença chegaram a 9.012, conforme o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta terça-feira (9).
Ainda de acordo com o balanço, 397.979 pessoas se recuperaram da infecção. Outros 351.380 casos suspeitos são investigados.
A superintendente em Vigilância de Saúde da SES, Flúvia Amorim, disse que o momento é crítico para os hospitais do estado e destacou que a taxa de mortes pelo vírus dentro das UTIs é de 50%.
“Vai chegar o momento em que a gente não conseguirá ampliar mais leitos e isso precisa ficar bem claro para todo mundo. E só a ampliação não resolve porque a taxa de letalidade em UTIs está em 50%. Mesmo tendo leito, a gente sabe que muitas pessoas irão a óbito”, pontuou Amorim.
Até o início de abril, Flúvia Amorim diz que os números da Covid-19 no estado ainda serão muito altos, tanto de novos infectados quanto de mortes.
“De acordo com as curvas crescentes, até abril teremos muitos problemas em relação a casos, mortes e taxa de internação. Os hospitais têm relatado aumento de internações de jovens e em estado grave da doença necessitando de entubação e UTI”, ponderou.
Para a superintendente, os dados refletem as aglomerações dos carnavais e festas clandestinas, já que geralmente são frequentadas por jovens que se expõem mais ao risco de contágio.
O surto de Covid-19 está relacionado às novas variantes que circulam em Goiás. Amorim disse que o vírus de Manaus, por exemplo, tem capacidade 10 vezes maior de se transmitir do que outras variantes.
Hospitais lotados
O número de hospitais com UTIs lotadas de pacientes doentes segue a esteira da contaminação. Enquanto na semana passada a média foi de 14 unidades de saúde com leitos especiais 100% ocupados, nesta terça-feira, dos 31 hospitais estaduais, 22 registraram ocupação máxima de UTIs:
Jataí/Hospital das Clínicas
Itumbiara/Hcamp
Goiânia/Crer
Trindade/Hutrin
Goiânia/Hugol
Mineiros/Hospital Dr. Evaristo
Goiânia/Hcamp
Formosa/Hcamp
Goiânia/HDT
Luziânia/Hcamp
Rio Verde/Hospital Municipal
São Luís de Montes Belos/Hcamp
Nerópolis/Hospital do Coração
Porangatu/Hcamp
Catalão/Nars Faiad
Hospital Ortopédico de Goiânia
Hospital Ruy Azeredo
Hospital Gastro Salustiano de Goiânia
Hospital das Clínicas de Goiânia
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia
Hospital Jacob Facuri de Goiânia
Clínica do Esporte de Goiânia
As taxas médias de ocupação das UTIs estaduais alcançou 97% nesta terça-feira, enquanto o índice na enfermaria é de 88%.
Em Goiânia, a rede pública tem 257 leitos especiais e apenas quatro estão desocupados, ou seja, ocupação de 98%. Na enfermaria, o índice é de 96%.
Restrições contra a doença
As prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia publicaram novos decretos neste domingo (7) para conter o avanço da Covid-19. O comércio não essencial deve continuar fechado por mais sete dias. Entre as novidades está a proibição do sistema de drive-thru nos restaurantes, bares e distribuidoras de bebidas, que poderão funcionar somente por delivery. Porém, o funcionamento de igrejas foi liberado, desde que restrições sejam seguidas.
As novas regras começaram a valer na segunda-feira (8) e foram definidas após reuniões com prefeitos da Região Metropolitana de Goiânia, que analisaram os decretos publicados em 27 de fevereiro, os quais proibiram a abertura do comércio não essencial desde o dia 1º de março.
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JORNAL OPÇÃO
Presidente da Ahpaceg afirma que cilindros de oxigênios podem faltar nos hospitais: “Já faltam medicamentos, seringas e luvas”
Por Luiza Lopes
Os hospitais da rede da Ahpaceg estão com 100% dos leitos de UTI ocupados. Segundo Haikal Helou, não é possível receber pacientes graves para internação também nas enfermarias
Diante da lotação dos leitos de UTI e do agravamento dos pacientes vítimas da Covid-19, o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou afirmou nesta terça-feira, 09, que poderá faltar cilindros de oxigênio nos hospitais. E não é possível a aquisição além da cota estabelecida para cada hospital, devido ao aumento da demanda.
“Houve um aumento brutal do consumo de oxigênio no país inteiro e nós provavelmente teremos uma falta do produto nos próximos meses. Não há mais cilindros para serem alugados e a possibilidade de falta do gás em Goiânia é real”, revelou.
De acordo com o presidente da Ahpaceg, hoje nos hospitais da Ahpaceg ainda não há relatos da falta de oxigênio, inclusive, alguns tem usina própria. Mas há uma preocupação porque os fornecedores já avisaram que não há mais balas para serem fornecidas. “O paciente da Covid usa uma quantidade grande de oxigênio. Até cinco vezes mais que outras doenças. O medo é que com o aumento dos pacientes e do agravamento da doença, tenhamos a falta do produto”.
Sobre os medicamentos e insumos para o tratamento da Covid, Haikal Helou relatou a falta de pelo menos dez itens. “Faltam medicamentos, seringas e luvas. Não tem disponível no mercado e quando aparece o valor está dez vezes maior. É impagável”.
Leitos de UTI
Os hospitais da rede da Ahpaceg estão com 100% dos leitos de UTI ocupados. Segundo Haikal, não é possível receber pacientes graves para internação nas enfermarias porque se ele quadro clínico piorar não tem como dar continuidade no atendimento. “Nós estamos com pacientes graves nos prontos-socorros e nos apartamentos [enfermarias]. Caso um paciente da UTI receba alta ou venha falecer será ocupado por outro que já está dentro do hospital e precisa desse leito.”
Rede estadual
O secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, afirma que as empresas que fornecem os insumos garantem que não há risco de falta. “Até este momento, nenhuma de nossas unidades estaduais tem indicativo de que pode faltar oxigênio”, atesta.
Além disso, três unidades, Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Hospital de Itumbiara e de São Luis de Montes Belos, possuem usinas próprias para a produção. Elas são usadas como uma salvaguarda caso não haja mais cilindros disponíveis.
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Empresários goianos defendem utilização de medicação sem eficácia comprovada
Outdoors espalhados por Goiânia pedem atendimento precoce contra a doença do coronavírus; especialistas rebatem e dizem não ter eficácia
Durante a última semana em Goiânia apareceu outdoors com a frase ‘Atendimento precoce na Covid-19 salva vidas. Respeite a autonomia do médico e paciente’. O Jornal Opção apurou que se trata de uma ação financiada por empresários da capital não contentes com as medidas de isolamento social adotadas pelos municípios da Região Metropolitana.
Do mesmo modo, reunião realizada com o procurador geral da República, Augusto Aras, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, defendeu que prefeituras que não utilizarem medicação precoce merecem ser responsabilizadas pela Justiça.
Mabel sugeriu que os 117 municípios que receberam documento elaborado pelo Ministério Público Federal (MPF) em que recomenda coquetel composto por hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, e suplementos de vitaminas para combate à Covid-19 devem ministrá-los à população para combate à doença. Os medicamentos, no entanto, não tem eficácia contra o coronavírus. Órgãos de saúde do mundo todo recomendam distanciamento social, uso de máscaras, limpeza das mãos, além da vacinação em massa.
Entre as participantes da reunião estava a médica Lucy Kerr, que já participou de videoconferência no ano passado promovida por entidades de classe. Assim como em 2020, a médica voltou a defender uso de medicamentos contra a Covid-19.
MPF não têm legitimidade para tornar obrigatório o tratamento precoce
Diferente do que cobra Sandro Mabel, os municípios não são obrigados a implantar o tratamento precoce, seguindo o que pede o Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO) em uma nota técnica em que apoia o uso de drogas como hidroxicloroquina e a ivermectina no tratamento precoce da Covid-19 .
“Temos que entender que o procurador faz a recomendação ao gestor municipal. Esse é um ato de opinar ou sugerir. Cabe ao prefeito, gestor ou secretário de Saúde decidir se adota ou não”, explica o advogado especializado em Direito Público e professor em Direito Público, Rafael Arruda. “O Ministério Público é órgão de controle externo. Então quando ele recomenda não se tem ordem, determinação ou qualquer coisa parecida. Ordem ou determinação quem dá é o judiciário”, salienta.
Segundo o jurista, caso o MPF exija que uma recomendação seja acatada ou buscar alguma punição caso não seja pode ser apontado como um abuso. “O prefeito foi eleito. Ele é agente político e eleito por meio do voto, portanto é ele quem faz escolhas em nome da coletividade, não é o MPF que deve fazer escolhas. Cabe fazer essas escolhas quem tem o poder político, que é dado a quem foi eleito pelo voto, ou seja, quem tem mandato”, expõe.
Rafael Arruda ainda aponta que não há legitimidade do MPF em exercer poder político. “Isso seria usurpação Como vivemos em estado democratico as escolhas são feitas com a maioria democrática”, diz. “Se por ventura o MPF chegar a conclusão que há a prática de ato ilegal, que está ocorrendo desvio, arbítrio ou abuso por parte do poder publico, cabe ao MPF adotar as medidas juciais correspondentes.
Tratamento
O epidemiologista e professor do Instituto de Patologia Tropical e Sáude Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG), João Bosco Siqueira Júnior, aponta que o cenário em que se encontra o estado e o país é próximo do colapso. Assim, é preciso “fechar a torneira”, não buscar “novos copos”.
A alegoria usada por João Bosco se refere conter o vírus, através de medidas efetivas, e não uso de paliativos. Ele sustenta que cada vez mais estudos mostram que ivermectina e hidroxicloroquina não têm eficácia alguma contra a Covid-19. “Dizer que é preciso de tratamento quer dizer que a pessoa já está doente. O que precisamos é conter o vírus. Isolar os novos casos e monitorá-los. Sabemos mais do que antes como evitar mortes”, avalia.
O infectologista Boaventura Braz corrobora o fato de que não há tratamento precoce conforme os principais protocolos internacionais. Os órgãos americanos e europeus, não dispõem de protocolos sobre tratamento precoce contra a Covid-19. Além disso, diz que não há nenhum tratamento com evidências científicas para que sejam instalados. A Sociedade Brasileira de Infectologia também não tem nenhum protocolo favorável a qualquer tratamento deste tipo nesse momento.
“O uso da ivermectina e da cloroquina podem, inclusive, ter agravado o quadro clínico de alguns pacientes. E o incentivo do uso desses medicamento fez com que muitas pessoas tivessem gastos econômicos sem nenhuma evidência científica e sem nenhum benefício”, aponta.
Sem eficácia comprovada “Kit Covid” pode representar risco a saúde
Segundo diversos estudos rigorosos realizados ao redor do mundo, medicamentos que integram esse “kit covid” ofertado nas fases iniciais da doença no Brasil já se mostraram inclusive ineficazes ou até mais prejudiciais do que benéficos quando administrados nos quadros leves, moderados e graves de covid-19.Ao longo dos últimos meses, diversas entidades nacionais e internacionais se posicionaram contra o coquetel de medicamentos promovido pelo governo Bolsonaro, que inclui a hidroxicloroquina, a azitromicina, a ivermectina e a nitazoxanida, além dos suplementos de zinco e das vitaminas C e D.
No dia 2 de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou “fortemente” que a hidroxicloroquina não seja utilizada como prevenção contra a covid-19 e deixe de ser prioridade em pesquisas científicas. A decisão foi tomada após seis estudos com 6 mil pacientes mostrarem que a droga não teve efeito significativo na redução de casos e “provavelmente” aumenta o risco de efeitos adversos.
A cloroquina foi desenvolvida na década de 1930 pela empresa alemã Bayer e recebeu o nome comercial Resochin. Ela tem uso regulamentado para tratar pacientes com malária, lúpus e artrite reumatoide. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Food and Drugs Administration (FDA), dos Estados Unidos, não recomendam seu uso contra a covid-19.
Na reunião em que foi aprovado o uso emergencial das vacinas Sinovac e de Oxford, os diretores da Anvisa refutaram a existência de tratamento precoce contra a covid-19.
A FDA, dos Estados Unidos, ressalta que “qualquer uso de ivermectina para prevenção ou tratamento da covid-19 deve ser evitado, visto que não houve registro de benefícios e de sua segurança” para este fim. A Anvisa esclarece que “não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento da covid-19, bem como não existem estudos que refutem esse uso”.
A agência pontua que até o momento não existem tratamentos comprovados para a infecção pelo novo coronavírus.Por sua vez, a azitromicina é um antibiótico — isto é, medicamento utilizado para combater infecções causadas por bactérias. A medicação foi combinada aos antimaláricos cloroquina e hidroxicloroquina em estudos laboratoriais, mas também não teve eficácia comprovada contra a covid-19 — causada por um vírus.
O Ministério da Saúde já desmentiu que zinco e vitamina D fossem tratamento eficaz contra a covid-19. Mesmo assim, a receita continua sendo compartilhada nas redes sociais.
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Marden Jr anuncia ampliação dos leitos de tratamento semi-intensivo, em Trindade
Por Felipe Cardoso
Em paralelo, gestor chamou atenção para aquisição de novos 10 mil testes, além do envio de projeto de Lei que permite a compra de vacinas à Câmara Municipal
O prefeito de Trindade, Marden Júnior anunciou, na manhã desta terça-feira, 9, a abertura de dez novos leitos de tratamento semi-intensivo, além da aquisição de novos 10 mil testes que serão usados para combate à disseminação da Covid-19 no município.
“Poderíamos estar muito felizes ao anunciar semi-UTIs, estruturas gigantescas, mas não é tempo de alegria. É tempo de esperança de hoje dar uma condição a mais de sobrevivência a uma doença que jamais pensávamos em ter”, disse o prefeito.
Em paralelo ao anuncio dos leitos, o prefeito chamou atenção para importância dos testes no que diz respeito a um diagnóstico precoce das vítimas. Depois, disparou: “Você que sente algum sintoma, ligue e marque seu teste para que você tenha condições de iniciar seu tratamento o mais rápido possível. Esse é um apelo que faço a toda a população”.
Marden também comentou o empenho do Executivo para aquisição de vacinas para o município. “Enviamos para a Câmara [Municipal] um projeto que autoriza essa compra”, disse antes de rememorar o tramite necessário para aquisição do medicamento.
“Primeiro, as doses são oferecidas ao Ministério da Saúde. Caso o Ministério não compre essas vacinas para redistribuir aos municípios é que nós estaremos prontos e preparados, financeiramente e logisticamente, para adquiri-las”, pontuou.
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Exame comprova que enfermeira teve 98% de eficácia contra a Covid-19 após tomar 2 doses de Coronavac
Por Gabriela Macedo
Clínica onde servidora atua, em Itaberaí, já negociou 10 mil doses da vacina indiana Covaxin e aguarda sanção do governo federal ao projeto que permite a compra por empresas privadas
Após ser vacinada com a 1ª e a 2ª dose da Coronavac, servidora de saúde que atua na linha de frente do combate da Covid-19 desde abril de 2020, teve imunização de 98%. A porcentagem de eficácia foi revelada após enfermeira realizar exame de anticorpos neutralizantes para a Covid-19.
O exame é voltado para pessoas que já tomaram a vacina. Com ele, é possível saber se, quem tomou o imunizante, está, e quanto está protegido contra o vírus. “Com essa porcentagem, ela dificilmente vai ser infectada pelo coronavírus, inclusive com a variante de Manaus”, explica a dentista, empresária da saúde e proprietária da clínica Clínica Viver Espaço Saúde e Viver Vacinas, localizado em Itaberaí, Cynthia Moreira.
Mesmo atuando na linha de frente do combate a Covid-19, a servidora da saúde não foi infectada pela doença, e foi vacinada com a primeira leva de vacinas do município, de janeiro e fevereiro de 2021.
Variante de Manaus
Segundo estudo realizado pelo Instituto Butantan, a Coronavac, vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, se mostrou eficiente no combate à variante de Manaus do vírus. O instituto é o responsável estudo clínico da vacina. Já a Fiocruz garante que, de acordo com estudos preliminares, a vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Unidade de Oxford também é eficaz contra a variante.
A Coronavac e a Astrazeneca são as únicas vacinas disponíveis no Brasil até o momento. Ambas estão disponíveis pelo pedido de uso emergencial, que é voltado para imunizar populações específicas, como profissionais da saúde e grupos de risco.
A única vacina que possui o pedido de registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é a Pfizer, que é desenvolvida em parceria com a BioNtech. Após recusar diversas ofertas realizadas pelo laboratório, esta semana o governo federal anunciou que doses da vacina chegarão ao país até o mês de junho.
Segundo Cynthia Moreira, a previsão é que a Covaxin seja a segunda vacina a obter a licença de registro no Brasil, já que o governo federal assinou acordo de compra de 20 milhões de doses na última semana de fevereiro. Com o registro definitivo, a vacina pode ser livremente comercializada no país, pela rede de saúde privada, e aplicada em toda a população.
Compra de vacinas
A Clínica Viver Espaço Saúde, de Itaberaí, realizou a compra de 10 mil doses da Covaxin, vacina indiana que teve eficácia de 81% durante a última fase de testes. Cynthia, que é proprietária da clínica Viver Vacinas, de Itaberaí, afirma que a clínica já realizou o investimento das 10 mil doses e que só está aguardando a sanção do governo federal para que possa recebê-las e iniciar a vacinação.
No aguardo da sanção por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), do projeto que autoriza a compra de vacina por empresas privadas, Cynthia está ansiosa. Com esperanças, acredita que a sanção ocorrerá esta semana. “Fizemos uma grande campanha de vacinação em 2018 durante a epidemia de H1N1, estamos preparados para receber as doses. Nossas geladeiras possuem geradores de 48h, possuímos agulhas, seringas, temos equipes preparadas e vamos fazer vários tipos de sistema de atendimento”, explica.
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MAIS GOIÁS
“Já estamos em colapso”, diz associação de hospitais privados de Goiás
Segundo Ahpaceg, as unidades da rede já estão há cerca de 10 dias com 100% dos leitos de UTI ocupados.
Em entrevista concedida ao Mais Goiás nesta terça-feira (9), o médico e presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, manifestou preocupação quanto ao atual cenário da saúde do estado no enfrentamento à covid-19 e afirmou que a rede de leitos da associação já se encontra colapsada. Segundo Helou, as unidades da rede já estão há cerca de 10 dias com 100% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) ocupados.
De acordo com o presidente, os 23 hospitais privados da Ahpaceg, distribuídos nos municípios de Goiânia, Rio Verde, Aparecida de Goiânia, Catalão e Anápolis, estão operando com transferências internas uma vez que os leitos de emergência são ocupados imediatamente quando vagam. “Nós estamos com pacientes graves no pronto-socorro, na recuperação anestésica e quando abre um leito de CTI [centro de terapia intensiva], nós levamos o paciente pra esse leito que já estava dentro do hospital e precisava”, explica Helou.
O médico afirmou também que, se for levado em conta que “colapso é a incapacidade de resolver a demanda”, as unidades hospitalares da Ahpaceg já se encontram assim. Helou ainda destacou que, com base nas previsões do Centro de Operações de Emergências (COE), a situação não deve melhorar tão cedo.
“Eu tenho mais pacientes do que eu dou conta de cuidar. Mas se isso vai continuar, acredito que sim, porque nós estamos lidando com o que aconteceu duas, três semanas atrás. No COE temos vários cientistas e ele preveem que isso vai se estender por mais algumas semanas e que o pior ainda não chegou”, conclui.
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Hospital privado de Goiânia lota e para de receber pacientes com covid
Hospital Santa Helena, localizado no setor Sul, fez o anúncio na última segunda-feira (8)
O Hospital Santa Helena, unidade particular localizada no setor Sul, em Goiânia, suspendeu, desde a última segunda-feira (8), o recebimento de novos pacientes com síndromes gripais. O hospital, que afirma já ter ficado com 12 pacientes esperando uma vaga de unidade de terapia intensiva (UTI) no pronto-socorro, informa não ter estrutura suficiente para atender mais pacientes com covid-19, uma vez que a unidade já atingiu a capacidade máxima nos leitos.
Ao Mais Goiás, o hospital declarou que já vinha operando com a capacidade máxima de leitos de UTI e enfermaria há cerca de 10 dias mas que, agora, não consegue mais receber pacientes devido à alta demanda, sob risco de escassez de itens básicos para o tratamento.
“A capacidade instalada do hospital já tinha acabado. A gente não tinha leito de UTI, nenhum apartamento, não tinha mais sala vermelha para deixar paciente. Enquanto estão conosco, nós tratamos. Só que chega uma hora que a gente não tem pessoal suficiente, começa a não ter respirador e nem monitor”, disse o Hospital Santa Helena.
A unidade da rede particular afirma que chegou ao ponto de ficar com 12 pacientes no pronto-socorro, aguardando uma vaga de UTI. “Quando chega nesse nível, que atinge muito mais que a capacidade instalada do hospital, é muito arriscado receber mais. Se você receber mais, como vai cuidar dos outros?”, questiona.
No entanto, o hospital destacou que já analisa a possibilidade de reabrir o atendimento a novos pacientes com covid-19, fato que deve ocorrer “quando houver a certeza de que há espaço suficiente”.
Rede em colapso
Em entrevista concedida ao Mais Goiás nesta terça-feira (9), o médico e presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, manifestou preocupação quanto ao atual cenário da saúde do estado no enfrentamento à covid-19 e afirmou que a rede de leitos da associação já se encontra colapsada. Segundo Helou, as unidades da rede já estão há cerca de 10 dias com 100% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) ocupados.
“Eu tenho mais pacientes do que eu dou conta de cuidar. Mas se isso vai continuar, acredito que sim, porque nós estamos lidando com o que aconteceu duas, três semanas atrás. No COE temos vários cientistas e ele preveem que isso vai se estender por mais algumas semanas e que o pior ainda não chegou”, conclui o presidente.
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DIÁRIO DE GOIÁS
Ipasgo prorroga suspensão das cirurgias eletivas
O Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) prorrogou a suspensão de cirurgias eletivas. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (8), por determinação do governo estadual.
Segundo a portaria que suspende os procedimentos, o objetivo é aumentar a oferta de leitos hospitalares a pacientes acometidos pela covid-19.
Procedimentos e cirurgias de urgência e emergência que tenham riscos e necessidades comprovados pela auditoria do instituto continuam a ser realizados normalmente.
“Neste momento, a prioridade é garantir que beneficiários que porventura estejam contaminados pelo novo coronavírus recebam atendimento adequado”, explica Hélio José Lopes, presidente do Ipasgo.
A medida foi tomada no dia 16 de fevereiro, com o aumento dos casos e internações pela doença no estado. A prorrogação estava prevista caso o quadro epidemiológico não melhorasse.
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A REDAÇÃO
Goiás recebe mais 69,8 mil doses de CoronaVac
Goiás recebeu, na noite desta terça-feira (09/3), 69,8 mil novas doses de CoronaVac enviadas pelo Ministério da Saúde. Elas serão destinadas a idosos com idade igual ou superior a 75 anos, cerca de 34 mil pessoas, que receberão as duas doses. Caso os municípios já tenham vacinado todas as pessoas deste grupo, poderão reduzir, gradativamente, a faixa etária, seguindo determinação do governador Ronaldo Caiado de priorizar a população idosa.
Após conferência da remessa, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) inicia, ainda nesta semana, a distribuição das vacinas para todas as 18 Regionais de Saúde, que repassarão as vacinas aos municípios.
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Mendanha terá somente agendas remotas após filhos contraírem covid-19
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, anunciou nesta terça-feira (9/3) que manterá apenas sua agenda remota nos próximos dias após sua filha Luísa e o filho Emanuel testarem positivo para covid-19. “Eu, Mayara e Asafe testamos negativo, mas vamos seguir o protocolo recomendado pelas autoridades”, acrescentou o gestor.
Amigos, vou manter a agenda totalmente remota nos próximos dias, porque fizemos o teste RT-PCR e a minha filha Luísa e o meu caçula Emanuel testaram positivo para a Covid. Eu, Mayara e Asafe testamos negativo, mas vamos seguir o protocolo recomendado pelas autoridades.
— Gustavo Mendanha (@MendanhaGustavo) March 9, 2021
No fio, Mendanha ainda comentou que seu pai, Léo Mendanha, testou negativo para o vírus, todavia apresentou sintomas e uma tomografia constatou comprometimento de 25% dos seus pulmões. “Agora, ele e minha mãe estão em casa e se Deus quiser vão sair dessa. Conto com a compreensão e as orações de todos”, finalizou o prefeito.
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Mendanha anuncia 100 novos leitos para casos de covid-19 em Aparecida
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, anunciou, nesta terça-feira (9/3), a abertura de 100 novos leitos hospitalares para tratar pacientes com covid-19 em Aparecida de Goiânia. “Já são dias seguidos com taxas de ocupação de leitos beirando a 90%. Estou apavorado com a possibilidade de não ter como salvar vidas”, escreveu o prefeito nas redes sociais.
Com a entrega desta semana, Aparecida de Goiânia passa a ter 140 leitos de UTI e 181 de enfermaria exclusivos para tratamento da Covid-19. São 122 UTIs no Hospital Municipal de Aparecida e 18 no Hospital Garavelo, unidade privada contratada pela Prefeitura.
Já os leitos de enfermaria estão distribuídos da seguinte forma: 55 no Hmap, 40 no Hospital Garavelo e 86 no Centro Municipal de Especialidades. Antes da pandemia, a rede pública da cidade contava com 63 leitos de UTI para atender as demandas do município. Eles também continuam funcionando.
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Síndrome pós-Covid pode ser minimizada com tratamento multiprofissional
Fadiga intensa, dor crônica, fraqueza muscular, dificuldade para respirar, déficits cognitivos, como alterações de memória e fadiga mental. Esses são alguns dos sintomas da Síndrome Pós-Covid que tem desafiado a comunidade médica e pesquisadores de diferentes áreas da saúde. O que se sabe, até o momento, é que alguns pacientes que foram infectados pelo novo coronavírus apresentam quadro de inflamação difusa e multissistêmica. “Sair do hospital ou ter alta médica não significa que este paciente está livre de tratamento”, alerta a nutricionista Nany Sado, que tem prestado atendimento a esses pacientes.
De acordo com a nutricionista, pessoas infectadas pela Covid-19 apresentam quadro oxidativo e aumento inflamatório. Mesmo após o tratamento da doença, ficam sequelas e elas devem ser tratadas com acompanhamento multiprofissional que engloba nutrição, fisioterapia e educação física. “O tratamento multiprofissional realinha o organismo. A fisioterapia fortalece a mobilidade e a respiração. A atividade física ajuda no fortalecimento muscular e combate a perda de massa magra (sarcopenia). E a nutrição devolve proteínas, vitaminas e sais minerais para o paciente”, afirma Sado.
Na segunda onda da Covid-19, o Brasil chegou a registrar 75 mil novos casos por dia. Só o estado de Goiás registrou mais de 8 mil mortes provocadas pela doença entre março de 2020 e fevereiro de 2021. Segundo o fisioterapeuta Thiago Vilela, o tratamento para o fortalecimento de pulmões e a devolução da mobilidade deve começar assim que o paciente sai do período de quarentena ou que tem alta hospitalar. “Nos casos mais graves o impacto é muito grande, não só na mobilidade, mas na funcionalidade de forma geral. Tem pacientes, por exemplo, que demoram muito tempo para conseguir fazer algumas ações básicas, tais como, tomar banho sozinho, fazer higiene pessoal, fazer caminhadas acima de cem metros”, relata.
A fraqueza para respirar e a perda de mobilidade provocada pela Síndrome Pós-Covid é uma característica comum em pacientes que passaram muito tempo em tratamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além desses fatores, o fisioterapeuta alerta para as repercussões neurológicas. “São pacientes que tiveram Covid, recuperaram e alguns meses depois tiveram AVC”, afirma Thiago Vilela. Outra queixa comum são dores musculares generalizadas, as chamadas mialgias.
Segundo a educadora física Dayane Teodoro Mendes, a atividade física é importante e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), porém, o retorno aos treinos deve ser feito com moderação e após avaliação médica com exames de eletrocardiograma para verificar se o paciente não teve sequelas graves da doença. “O mais importante é não exigir demais do corpo após a síndrome. Se você já realizou alguma atividade antes de contrair o vírus, continue, porém, numa intensidade menor. Se não realizava, começar com exercícios leves e de menor duração”, informa.
Alimentação a favor da vida
Pacientes com Síndrome Pós- Covid devem ter uma dieta anti-inflamatória. Ela consiste numa alimentação com proteínas magras, mas de alto valor biológico. Alimentos com bastante fibras, de preferência os integrais. “As verduras e os vegetais ajudam a repor as vitaminas e os minerais antioxidantes. As frutas vermelhas escuras têm antocianinas que reduzem a neuroinflamação”, explica Nany Sado.
Outra dica importante é dar preferência aos alimentos orgânicos, sem o uso de agrotóxicos que prejudicam a saúde. Segundo a nutricionista, em alguns casos, a dieta equilibrada não basta, é necessário fazer suplementação alimentar. “Dependendo da alimentação do paciente é necessária a suplementação com vitaminas, minerais antioxidantes e proteína magra”, conclui Sado.
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O HOJE
Com 68 óbitos registrados nas últimas 24 horas, Goiás ultrapassa 9 mil mortes por Covid-19
Dados do Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), na tarde desta terça-feira (9/3), registram 3.649 novos casos e 68 novos óbitos causados pelo novo coronavírus. Menos de um ano após registrar o primeiro óbito, Goiás chega à 9.012 óbitos confirmados em decorrência da doença
Os dados da secretaria também apontam 99,71% de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) destinadas ao tratamento do novo coronavírus em hospitais públicos e privados do Estado. Goiás possui 1023 leitos de UTI destinados ao tratamento da doença. Destes, 1020 estão ocupados.
De acordo com a pasta, Goiás possui 418.588 casos confirmados da doença. Destes, há registro de 397.979 pessoas recuperadas da doença. Também há 351.380 casos suspeitos em investigação e já foram descartados 234.162 casos.
O número de óbitos em Goiás chegou a 9.012, o que significa uma taxa de letalidade de 2,15%. São investigados 260 óbitos suspeitos, e 61 já foram descartados.
O primeiro óbito pela doença no Estado ocorreu em 26 de março de 2020. A primeira vítima foi uma mulher de 66 anos que morava em Luziânia. Ela era hipertensa, tinha diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica e teve dengue pouco antes de contrair o vírus.
Entre os dias 1º de janeiro e 9 de março de 2021, Goiás registrou 109.438 novos casos e 2.207 novos óbitos em decorrência da doença.
Média móvel nacional
O Brasil ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 1,5 mil mortes diárias por covid-19, segundo a média móvel de sete dias divulgada pelo boletim Monitora Covid, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Na última segunda-feira (8/3) foram registrados 1.525 óbitos, 51% a mais do que a média observada há um mês (1.010 mortes) e 45% acima dos óbitos de 14 dias antes (1.052 registros).O boletim também indica recorde de mortes diárias, segundo a média móvel, há 13 dias consecutivos.
O recorde atual está 39% acima do patamar máximo registrado no ano de 2020 (1.096 mortes em 25 de julho).
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PORTAL METRÓPOLES
Rede particular de saúde já enfrenta limite de oxigênio em Goiás
Associação dos Hospitais Privados diz que foi avisada por fornecedores sobre o limite da quantidade de cilindros. Demanda aumenta a cada dia
O acirramento da pandemia da Covid-19 em Goiás, que satura tanto a rede privada quanto a rede pública de saúde, já coloca hospitais particulares diante de um problema: o limite do fornecimento de oxigênio, no estado. De acordo com o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Elou, a perspectiva é de que comece a faltar nos próximos dias, se a demanda continuar em alta.
Alguns fornecedores, segundo ele, já avisaram os hospitais que conseguem manter o fornecimento do que já é estipulado nos contratos em vigência. Se a necessidade aumentar ou precisarem de um adicional repentino, possivelmente, faltará oxigênio na capital, pois o consumo já está acima da média.
“Eles avisaram que não têm mais cilindros e vamos ter de nos ater ao que está no contrato”, conta Elou, que diz nunca ter visto cenário semelhante ao que os hospitais vêm enfrentando nas últimas semanas, no estado. Já chegou a ocorrer, por exemplo, de ter tanto paciente em um mesmo local que, mesmo com cilindro de oxigênio disponível, não tinha onde conectá-lo, pois todas as conexões estavam sendo utilizadas.
Há sempre pairando a preocupação de que situação semelhante à que ocorreu em Manaus (AM) no início do ano se repita em outros locais.
A situação liga um sinal de alerta para o sistema de saúde goiano, que já lida, desde o início de fevereiro, com um aumento sucessivo e diário dos índices de ocupação dos leitos de hospitais públicos e privados. Entre as unidades de alta complexidade da rede particular, 100% das UTIs estão ocupadas. A maioria absoluta, por pacientes com Covid-19.
“Um ser humano não vive cinco minutos sem oxigênio. Com cinco minutos sem oxigênio, você entra em um quadro de dispneia franca, independentemente da idade”, explica Haikal, que é médico. O cenário preocupa, pois ainda não demonstrou sinais de redução do impacto da pandemia. Pelo contrário: os números levam a crer que Goiás passa por um novo pico da pandemia, a exemplo do que aconteceu entre julho e agosto do ano passado
Fornecedoras
Os hospitais particulares da região metropolitana de Goiânia mantêm contato com cinco fornecedoras, que possuem sedes ou revendedoras próximas. Quatro são multinacionais, e uma, nacional. O Metrópoles entrou em contato com duas das quatro multinacionais para entender o contexto.
A White Martins informou que tem registrado, de fato, um consumo acima da média de oxigênio medicinal, nas últimas semanas. Já em relação ao fornecimento de cilindros, a empresa diz que segue atendendo conforme o previsto em contrato e que mantém uma troca de informação constante com os cliente sobre as variações na demanda.
“A empresa solicitou que sejam comunicadas formalmente e previamente as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto bem como a previsão da demanda. Isso porque compete às instituições de saúde, públicas e privadas, informar, formalmente e em tempo hábil, qualquer incremento real ou potencial de volume de gases às empresas fornecedoras”, aponta.
A White Martins não fornece, atualmente, para a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), mas consta entre as fornecedoras de hospitais particulares e unidades da rede pública que não pertencem ao governo estadual. E ela reforça: “A White Martins – como qualquer fornecedora deste insumo – não tem condições de fazer qualquer prognóstico acerca da evolução abrupta ou exponencial da demanda”.
A outra empresa procura foi a Messer Gases Brasil . Também por meio de nota, a fornecedora reconhece o aumento “significativo” do consumo de oxigênio medicinal e diz que o planejamento da empresa tem possibilitado o atendimento dos clientes, inclusive em situações de emergência.
Falta de insumos básicos
Além da questão dos oxigênios, os hospitais particulares de Goiás já enfrentam, também, a falta de insumos básicos, como relaxante muscular, luvas, seringas e medicamentos analgésicos e antitérmicos.
“Pelo menos 15 produtos estavam faltando ontem (segunda-feira). Alguns são intermitentes, logo voltam, mas outros demoram para ter o fornecimento retomado”, explica Haikal Elou.
Uma das questões geradas pela alta demanda, segundo ele, é a alta dos preços dos produtos. Uma ampola de relaxante muscular, por exemplo, pela qual o hospital do qual ele é diretor técnico (Hospital Santa Mônica) costumava pagar R$ 16, já está sendo vendida no mercado a R$ 178.
“Não quer? Tem quem quer. É assim que o mercado funciona. É um problema social que virou problema dos hospitais”, afirma.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação