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DESTAQUES
Artigo – Inteligências Generativas na Saúde (GenAIs): fazer mais e melhor
Clínicas que não utilizam tecnologia têm crescimento de 8,5% em absenteísmo
Assembleia Legislativa aprova alterações no Ipasgo Saúde para adequar à ANS
Hepatites virais matam 3,5 mil por dia no mundo, alerta OMS
MEDICINA S/A
Artigo – Inteligências Generativas na Saúde (GenAIs): fazer mais e melhor
“Estamos morando em uma residência que passa por uma grande reforma, que não tem data marcada para acabar. Marceneiros cruzam a sala, encanadores trocam tubos na cozinha, pedreiros desmancham paredes enquanto outros nivelam pisos pelos corredores, pintores conversam alto, telhadistas montam andaimes, e nós, vivendo e trabalhando no meio dessa confusão, misturamos projetos com realidade, criando aspirações repletas de incerteza. Desconfiamos que o resultado final será bom e progressista, mas estamos convivendo com a inovação generativa no meio dela, dentro do seu desenrolar, sem chance de desistir ou mandar parar tudo”.
Essa é a genealogia metafórica das Inteligências Generativas Artificiais (GenAIs) em nossa vida, em nosso mundo, em nosso ecossistema social e profissional. Fomos pegos de surpresa. Um belo dia alguém gritou: “Atenção, vamos ter que reformar tudo! Vamos construir um novo mundo…” E assim, como numa reforma domiciliar relâmpago, estamos tentando nos adaptar ao barulho, poeira, transfiguração ambiental, opinadores, influenciadores, arquitetos, sem falar nos poucos recursos financeiros que dispomos para a velocidade exigida. Acordamos disruptados. Analogamente, fomos convocados a “parir um feto em 5 meses”, ou “cursar Medicina em um ano”, ou mesmo “treinar em poucos dias milhões de pessoas no sistema Braille”. O tempo cronológico não é mais o mesmo da relojoaria: aceleramos o devir.
Na área de Saúde, se percebe um misto de enorme euforia asfixiada por colossais níveis de ambiguidade. Enquanto vislumbramos as GeniAIs como o “santo graal” para resolver inúmeras inconsistências dentro das cadeias de saúde, o paciente já aprende e utiliza esse ‘braille’ mais rápido do que os players do setor. Novos modelos, práticas, sistemas e obstáculos irrompem todos os dias na vida de cada profissional de saúde, de cada liderança setorial e de cada provedor de insumos, máquinas e serviços.
A disruptura rompe o tecido da realidade como a conhecemos, desafiando as noções fundamentais de espaço, tempo e causalidade. Ela cria fissuras na estrutura do ser, que podem e devem ser aproveitadas para as reformas. O novo e o inédito surgem dessas fissuras, reconfigurando a essência do que é real. Sabemos que fomos “apanhados” pela disruptura quando o familiar se torna estranho, quando o inatingível, considerado impossível de ocorrer, se manifesta factível diante de nós. A disruptura também revela a entropia do sistema. Se no início ela desmonta estabilidades, aos poucos cria catalisadores para a evolução e adaptação. Ela é um prelúdio para a criação.
O Sistema Nacional de Saúde (público e privado) precisa “fazer as coisas diferentes”. Não basta ter aspirações ou ambições novas, é preciso realizar ações singulares e inovadoras. A implantação das tecnologias em GenAI possibilita realizar avanços colossais na cadeia nacional de saúde. Fronteiras restritivas, como interoperabilidade, redes de dados, suporte à decisão clínica (copilot), EHRs e inúmeros outros itens engargalhados há décadas podem ser superados com o apoio de máquinas generativas de IA, ou de qualquer coisa que estas ajudem a criar para desbloquear a inovação na Saúde.
Processos e práticas médicas turbinadas por GenAI criam uma nova cosmologia em saúde. Sua utilização nos leva a uma nova Era Industrial, que não se restringe a “fazer mais”, mas, principalmente, “fazer mais e melhor”. Organizações de Saúde no mundo todo se preparam para a mais radical transição sistêmica da pós-modernidade: desenvolver uma nova estrutura clínico-assistencial facilitada por máquinas de cognição artificial.
A quinta revolução industrial não será determinada por máquinas, algoritmos, devices e plataformas sistêmicas inteligentes, mas sim por mentes, por cérebros de pessoas capazes de juntar a engenharia cognitiva das GenAIs com sua própria engenhosidade e inventividade. O rápido progresso em computação, conectividade e inteligência artificial (IA) – acelerado pela pandemia – antecipou o cronograma de transformações. Sempre desejamos melhorar a Economia da Saúde com ampliação do acesso assistencial, redução de desperdícios, melhoria na atenção básica e modelos de gestão centrados nos usuários do sistema. Será que encontramos algo que ajude o bioma saúde a deslanchar?
Tecnologias habilitadoras definem revoluções industriais (vapor, eletricidade, computação, conectividade digital e IA). Mais uma vez estamos diante de uma revolução tecnológica habilitadora, na qual a eficiência cognitiva define a capacidade de aprender, resolver problemas e criar novos conceitos com os recursos que dispomos. É preciso explorar as GenAIs, entendê-las, utilizá-las, fundir a sua engenharia algorítmica com a nossa e aproveitar sua eficiência para renovar a nossa.
*Guilherme S. Hummel é engenheiro em saúde digital, coordenador científico da 29ª Hospitalar e da Hospitalar Hub e Head Mentor do EMI (eHealth Mentor Institute).
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Clínicas que não utilizam tecnologia têm crescimento de 8,5% em absenteísmo
O envio de mensagens para confirmação de presença dos pacientes em consultas reduzem as faltas nos períodos de férias. Segundo dados da Linx, empresa do grupo Stone.Co, as clínicas que utilizam tal tecnologia tiveram um pequeno aumento de 0,64% no absenteísmo entre dezembro e janeiro, comparado a outubro e novembro. O número é considerado baixo para a época do ano, que costuma contabilizar muitas ausências por conta do período de férias. Já os locais que não utilizam o sistema, apresentaram uma alta mais significativa nas faltas, de 8,57%.
De acordo com Bruno Pereira, gerente da vertical de Saúde da Linx, o absenteísmo impacta diretamente o faturamento das clínicas. “As faltas são mais comuns durante as férias por conta da mudança na rotina dos pacientes, que tendem a aproveitar o período para viajar. Esse comportamento impacta o faturamento das clínicas, já que o horário reservado fica perdido e sem possibilidade de agendar outros pacientes. Os sistemas de mensagens ajudam não só a relembrar as pessoas sobre suas consultas, como facilitam o contato com a clínica, possibilitando ao paciente remanejar o atendimento e à clínica ocupar o espaço vago pela ausência avisada previamente. Além disso, essa época é famosa pelo aumento de despesas com pessoas, pois são pagos 13º salários e direitos. O início do ano também marca o pagamento de impostos sobre imóveis e automóveis. Tudo isso, se não bem planejado e cercado por mensagens para garantir menor queda na receita, pode significar começar o próximo ano longe de uma meta financeira ou com prejuízo, o que agrava a situação e consome um caixa que poderia ser destinado ao crescimento do negócio”, afirma.
O estudo da Linx também mostrou que as clínicas que representam beleza e cuidado tiveram um aumento de 47,49% no número de agendamentos. Contudo, as que não utilizam o sistema de mensagens registraram, também, aumento de 8% no absenteísmo. Por isso, Bruno alerta que estabelecimentos com alto volume de agendamentos também devem investir em programas de mensagens, que ajudam a organizar a agenda, otimizam o dia a dia, reduzem o intervalo entre uma consulta e outra e ainda ajudam a manter a saúde financeira. “Nesses casos, o uso do sistema de mensagens é essencial para evitar as ausências e impactos ao financeiro da empresa. Com mais pessoas frequentando a clínica, um nível maior de absenteísmo pode causar grande falta de dinheiro no orçamento. Por isso é tão importante investir em um sistema de mensagens eficaz que reduza essa incerteza, além de ter um bom gerenciamento financeiro”, diz.
O gerente aponta que as clínicas com baixo índice de faltas e um sistema financeiro organizado conseguem gerenciar e acompanhar melhor as necessidades, conquistando resultados mais positivos. “Em cada um dos estudos já feitos, fica comprovado que as empresas que se importam com a gestão automatizada do seu negócio, têm, naturalmente, resultados maiores. Elas gerenciam, acompanham e performam melhor”, explica Bruno.
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JORNAL OPÇÃO
Assembleia Legislativa aprova alterações no Ipasgo Saúde para adequar à ANS
Legislação que instituiu o Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás foi sancionada no ano passado
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou em definitivo, na sessão desta terça-feira, 9, alterações na lei, que instituiu o Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo-Saúde). A proposta do governo do Estado justificou a necessidade de adequação às exigências da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e além disso, facilitar a captação de patrocinadores para a entidade, além do Estado. Outra mudança é em relação aos cargos de direção.
De acordo com o governo, ao incluir mais usuários, é necessário explorar novas fontes de receita. Por isso, a nova redação prevê a utilização dos recursos do Ipasgo Saúde, bem como outras fontes de renda como ressarcimentos, compensações, programas de apoio financiados por entidades públicas e outras fontes de renda eventual, além das contribuições de patrocinadores.
Conforme o texto, os benefícios fiscais para o Ipasgo também serão ampliados, o que inclui isenção de custas, emolumentos e outras taxas judiciais estaduais, antes não previstas na legislação. Para o governo, isso facilitará a regularização do patrimônio transferido pelo Estado para o serviço social autônomo.
Outro aspecto destacado pela nova redação é a garantia de isonomia e paridade entre os beneficiários, independentemente de optarem por contribuições com base em percentual descontado sobre a remuneração ou em cálculo atuarial. A mudança deve assegurar os descontos e o sistema assistencial já existentes, embora os usuários possam escolher aderir a outras modalidades de planos assistenciais criadas pelo Ipasgo Saúde no futuro.
Já a estrutura administrativa do Ipasgo reformulada, caso a nova legislação seja sancionada, apenas o presidente do Ipasgo e seus diretores poderão compor a diretoria-executiva. Uma vez que a expansão do rol de patrocinadores do serviço implica mudanças na composição dos Conselhos de Administração e Fiscal.
Alterações importantes
Os novos dispositivos visam incluir a participação do representante do segundo maior patrocinador e seu respectivo suplente, além do representante dos servidores ou empregados públicos vinculados ao segundo maior patrocinador. Cabe ressaltar que o Estado de Goiás é o maior patrocinador do Ipasgo.
Outra alteração diz respeito aos convênios, anteriormente restritos ao instituto e ao Estado, mas que agora podem ser celebrados com outros patrocinadores, observadas as disposições da lei em questão, do estatuto do Ipasgo e das normas da ANS.
A nova legislação também trata dos produtos que o Ipasgo poderá oferecer. O objetivo é que a regulamentação da assistência à saúde seja feita por regulamento próprio para cada plano de saúde, com aprovação do Conselho de Administração e registro na ANS.
Quanto à responsabilização, a nova redação ajusta a responsabilidade dos membros do Ipasgo. O presidente, diretores e conselheiros serão responsabilizados pessoalmente por atos lesivos cometidos com dolo, culpa, negligência ou fraude, além de infrações às legislações federal e estadual pertinentes e ao estatuto do Ipasgo.
A lei prevê ainda a reversão integral do patrimônio aportado pelo respectivo patrocinador em caso de desvio de finalidade do Ipasgo ou de sua extinção. Em outras palavras, nos casos previstos, o patrimônio transferido ao instituto retornará ao patrocinador concedente.
Apenas o deputado estadual Antônio Gomide registrou o voto contrário da bancada dos deputados do PT à matéria.
Primeira alteração
No ano passado, o governo estadual alterou o regime jurídico do Ipasgo, que permitiu autonomia financeira e administrativa da entidade. Além de imunização de impostos federais, municipais e de tributos estaduais. Ficou permitido ainda a maior participação dos servidores, que passarão a integrar os conselhos de administração e fiscal.
Com a atualização, o Ipasgo passou a ser regido pela legislação civil e sua gestão conduzida por uma diretoria executiva indicada pelo Executivo estadual. Na época, a justificativa do Palácio das Esmeraldas era que a mudança visava cumprir recomendações do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), que sugeriu que as receitas provenientes das contribuições dos servidores públicos estaduais ao Ipasgo não sejam incluídas na base de cálculo da receita corrente líquida.
No entanto, o governo seguiu como controlador do instituto e os serviços prestados passarão a ser regulamentados e fiscalizados pela ANS.
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AGÊNCIA BRASIL
Hepatites virais matam 3,5 mil por dia no mundo, alerta OMS
As mortes por hepatites virais estão aumentando em todo o mundo e a doença já responde como a segunda principal causa infecciosa de morte no planeta, contabilizando 3,5 mil óbitos por dia e 1,3 milhão por ano – mesmo total de mortes causadas pela tuberculose, que ocupa o primeiro lugar no ranking. O alerta foi feito nesta terça-feira (9) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estudo divulgado pela entidade destaca que, apesar de melhores ferramentas para diagnóstico e tratamento disponíveis, além da queda no preço desses produtos, a testagem e a quantidade de pacientes em tratamento estagnaram. “Mesmo assim, atingir a meta de eliminação das hepatites virais até 2030, proposta pela OMS, ainda é algo possível, desde que medidas rápidas sejam tomadas agora”.
Os dados mostram que as mortes por hepatites virais registradas em 187 países passaram de 1,1 milhão em 2019 para 1,3 milhão em 2022. Desse total, 83% foram causadas pela hepatite B e 17%, pela hepatite C. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os óbitos aumentaram porque pouquíssimas pessoas com a doença têm acesso ao diagnóstico e tratamento adequado.
Casos
A estimativa da entidade é que 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C em 2022 – mais da metade das infecções foram registradas entre adultos com idade de 30 a 54 anos e 12%, entre crianças e adolescentes menores de 18 anos. Homens respondem por 58% de todas as infecções.
Apesar de uma leve queda no número de casos entre 2019 e 2022, a incidência da doença no mundo, segundo a OMS, permanece alta. Em 2022, foram contabilizadas 2,2 milhões de novas infecções, contra 2,5 milhões em 2019. “Mais de 6 mil pessoas estão sendo infectadas por hepatites virais todos os dias”, destacou o estudo.
Tratamento
Os números mostram que, em todas as regiões do mundo, até o fim de 2022, cerca de 13% das pessoas que viviam com infecção crônica por hepatite B haviam sido diagnosticadas, enquanto 3% recebiam terapia antirretroviral indicada para tratar a doença. No caso da hepatite B, 36% foram diagnosticadas e 20% recebiam tratamento contra a infecção.
“Ambos os resultados estão bem abaixo da meta global de tratar 80% das pessoas vivendo com hepatite B crônica e com hepatite C até 2030. Entretanto, eles indicam uma leve, mas consistente melhora no diagnóstico e na cobertura de tratamento da doença desde o último balanço, em 2019”, destacou a OMS.
Os diagnósticos de hepatite B aumentaram de 10% para 13% no período, enquanto o acesso ao tratamento passou de 2% para 3%. Entre as infecções por hepatite C, o diagnóstico aumentou de 21% para 36% e o acesso ao tratamento, de 13% para 20%.
Disparidades
O estudo ressalta que os dados variam drasticamente de região para região. O Continente Africano responde por 63% das novas infecções por hepatite B. Ainda assim, só 18% dos recém-nascidos na região foram imunizados contra a doença após o parto. Já a região do Pacífico Ocidental responde por 47% das mortes por hepatite B, e apenas 23% das pessoas diagnosticadas têm acesso ao tratamento.
Bangladesh, China, Etiópia, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Rússia e Vietnã, juntos, respondem por quase dois terços do fardo global das hepatites B e C. “Alcançar o acesso universal à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento nestes dez países até 2025, juntamente com esforços intensificados na região africana, é essencial para colocar a resposta global de volta no caminho certo e cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Recomendações
Dentre as recomendações publicadas pela OMS, com o objetivo de acelerar o combate às hepatites virais, estão ampliar o acesso à testagem e ao diagnóstico; ofertar tratamento equitativo; ampliar os esforços de prevenção na atenção primária; e mobilizar financiamentos inovadores.
“O financiamento para as hepatites virais, tanto em nível global como no âmbito dos orçamentos de saúde de cada país, não é suficiente para satisfazer as necessidades. Isso resulta de uma combinação de fatores, incluindo a consciência limitada de intervenções e ferramentas que podem salvar vidas, bem como prioridades concorrentes nas agendas globais de saúde”, concluiu a entidade.
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Assessoria de Comunicação