Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 10/11/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

País registra maior queda na média móvel de óbitos por covid-19

Ministério prevê lançamento de edital do Médicos pelo Brasil para dezembro e com 5 mil vagas

‘Chip da beleza’: sociedade de endocrinologia ‘rechaça’ uso dos implantes hormonais

Novo hospital de Anápolis é inaugurado para ser referência em cirurgias

Caiado anuncia retorno dos mutirões em homenagem a Iris

Iris Rezende, o eterno prefeito de Goiânia

Covid-19: Goiás registra 1.365 novos casos e nenhuma morte nas últimas 24h

Segurança de vacina da Pfizer para crianças foi atestada pelo CDC; monitoramento é padrão

AGÊNCIA BRASIL

País registra maior queda na média móvel de óbitos por covid-19

O Brasil registrou hoje (9) uma redução de 31,24% na média móvel de óbitos por covid-19 em relação aos 14 dias anteriores, o maior recuo desde o início da pandemia. Se a comparação for feita com o registrado no pico da pandemia, em 19 de abril, a diminuição da média móvel de óbitos é de 91,62%. Os dados são do Ministério da Saúde.

A pasta destacou que ontem (8) foi o terceiro dia consecutivo em que o Brasil obteve a menor média móvel de óbitos pela doença em todo o ano de 2021. Nove estados e o Distrito Federal não registraram óbitos por covid-19.

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o cenário de diminuição das contaminações se deve à Campanha de Vacinação, que atingiu nesta terça-feira a marca de mais de 279 milhões de doses aplicadas e quase 88,8% da população-alvo vacinada com a primeira dose.

‘Hoje, temos um grande número de brasileiros com a primeira dose e estamos prestes a ultrapassar mais de 70% da população-alvo completamente vacinada. Avançamos com quase 10 milhões nas doses de reforço. E o resultado é isso: vários estados e municípios sem nenhum registro de óbito’, disse o ministro.

De acordo com o ministério, a vacinação contra a covid-19 atinge 69,5% da população com as duas doses ou dose única do imunizante. Além disso, cerca de 10 milhões de pessoas acima de 60 anos, profissionais de saúde e imunossuprimidos receberam a dose adicional ou de reforço. A partir desta terça-feira, o Ministério da Saúde vai distribuir mais 1,2 milhão de vacinas para o reforço. Os imunizantes serão entregues aos estados e ao Distrito Federal nas próximas 48 horas.

A pasta destacou ainda que o país aplicou mais de 13 milhões de doses em crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos de idade. Nesse público, a recomendação é que o imunizante da Pfizer seja utilizado, pois é a única vacina autorizada pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) para essa faixa etária.

Balanço

Até o momento, segundo o governo federal, foram distribuídas mais de 344 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Dessas, mais de 279 milhões foram aplicadas.

Para a Campanha da Vacinação de 2022, o governo federal informou que garantiu mais de 354 milhões de doses: 100 milhões da Pfizer e 120 milhões da AstraZeneca e mais 134 milhões de vacinas, remanescentes da campanha de 2021, que serão utilizadas no próximo ano.

……………………

PORTAL G1

Ministério prevê lançamento de edital do Médicos pelo Brasil para dezembro e com 5 mil vagas

Exame para a seleção dos candidatos deverá ser feito de forma presencial. Um dos requisitos será o registro em um Conselho Regional de Medicina (CRM).

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (9) que irá lançar o primeiro edital do Médicos pelo Brasil – programa que substitui o Mais Médicos – em dezembro deste ano. A previsão é de que inicialmente sejam abertas 5 mil vagas, sendo que os profissionais selecionados devem começar a trabalhar em março de 2022.

O exame para a seleção dos candidatos deverá ser feito de forma presencial. Um dos requisitos será o registro em um Conselho Regional de Medicina (CRM).

“O programa substituirá o Mais Médicos, e traz algumas novidades, como formação em medicina de família e comunidade, remuneração mais alta, avaliação de desempenho, progressão de carreira (com o objetivo de diminuir a rotatividade dos médicos), e gratificação para a atuação em áreas remotas e de saúde indígena”, informou o Ministério em nota.

Além disso, os contratos do antigo Mais Médicos que ainda estão em vigência deverão continuar até o final dos prazos oficiais estabelecidos, segundo esclarecimento do governo federal.

“É prioridade do Médicos pelo Brasil contemplar os municípios mais pobres e que mais necessitam dos serviços de saúde”, disse o secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Raphael Câmara.

“É prioridade do Médicos pelo Brasil contemplar os municípios mais pobres e que mais necessitam dos serviços de saúde”, disse o secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Raphael Câmara.

O programa Médicos pelo Brasil foi lançado em dezembro de 2019. Ele foi criado por meio de medida provisória assinada por Jair Bolsonaro em agosto daquele ano e aprovado por Câmara e Senado.

Durante o lançamento, o Ministério da Saúde informou que as vagas seriam preenchidas “principalmente” em municípios pequenos e distantes de grandes centros urbanos – as regiões Norte e Nordeste teriam 55% do total de vagas previstas para contratação.

……………………

‘Chip da beleza’: sociedade de endocrinologia ‘rechaça’ uso dos implantes hormonais

Em nota, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) afirma que não recomenda o uso de implantes de gestrinona para tratamento terapêutico de endometriose e que ‘rechaça veementemente’ seu uso para fins estéticos e de desempenho físico.

Com o aumento do uso de dispositivos hormonais em busca de benefícios estéticos ou de melhoria no desempenho físico, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) divulgou nota para esclarecer que não recomenda o uso de implantes hormonais de gestrinona, seja para fins estéticos ou terapêuticos.

O uso dos chips da beleza já tinha sido criticado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Os dispositivos não têm registro específico dentro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) (…) também não reconhece os implantes de gestrinona como uma opção terapêutica para tratamento de endometriose, rechaça veementemente o seu uso como anabolizante para fins estéticos e de aumento de desempenho físico”, afirmou a SBEM.

“A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) (…) também não reconhece os implantes de gestrinona como uma opção terapêutica para tratamento de endometriose, rechaça veementemente o seu uso como anabolizante para fins estéticos e de aumento de desempenho físico”, afirmou a SBEM.

O uso do dispositivo está vinculado a possíveis efeitos terapêuticos no tratamento de sintomas da menstruação, menopausa, doenças dependentes do estrogênio (hormônio feminino) ou contracepção.

Contudo, seu uso se popularizou devido aos seus supostos efeitos colaterais, que podem incluir aumento de massa muscular, da libido e da disposição física.

Em setembro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) divulgou, em nota, que não existem dados suficientes que validem o uso do dispositivo.

“As Comissões Nacionais Especializadas de Climatério e de Anticoncepção da Febrasgo não recomendam os implantes hormonais manipulados não aprovados pela Anvisa, seja com a finalidade de realizar a terapêutica hormonal da menopausa ou anticoncepção, por escassez de dados de segurança, especialmente de longo prazo”, afirmou a Federação.

“As Comissões Nacionais Especializadas de Climatério e de Anticoncepção da Febrasgo não recomendam os implantes hormonais manipulados não aprovados pela Anvisa, seja com a finalidade de realizar a terapêutica hormonal da menopausa ou anticoncepção, por escassez de dados de segurança, especialmente de longo prazo”, afirmou a Federação.

Faltam evidências científicas

‘Chip da beleza’ é o nome popular dos implantes de gestrinona, um hormônio sintético da progesterona, que faz com que a testosterona (hormônio masculino) aumente.

O problema não é o uso do hormônio em si, mas sim a forma que é utilizado e a falta de controle dos modelos customizáveis, o que pode acarretar superdosagem ou subdosagem em algumas pacientes.

A gestrinona começou a ser estudada para tratamento da endometriose por via oral nos final dos anos 1970. Diante dos resultados positivos, muitos países adotaram o hormônio para o tratamento terapêutico desta doença.

No Brasil, o uso da gestrinona via oral para o tratamento da endometriose é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que registrou o hormônio em 1996.

Contudo, segundo a SBEM, atualmente não existe produção de gestrinona oral pela indústria farmacêutica no Brasil. Ou seja, embora os implantes de gestrinona sejam utilizados no país, seu uso não é reconhecido pela Anvisa.

Não há registro porque, até o momento, “não existem estudos de segurança e eficácia da gestrinona para tratamento de endometriose por uso parenteral, particularmente, por meio de implantes”, como aponta a SBEM.

Além disso, a substância também é um hormônio com ações anabolizantes e, por isso, está na lista de substâncias proibidas no esporte da World Anti-Doping Agency (WADA)

“Não há nenhuma indicação formal para implante de gestrinona, para nenhuma doença. Antigamente usávamos a gestrinona via oral em algumas doenças, como a endometriose, mas isso já caiu por terra. Não usamos nem via oral e nem por outras vias, devido aos efeitos colaterais e por termos medicações com melhor tolerabilidade e menos efeitos adversos”, explica a ginecologista Gabriela Pravatta Rezende.

“Não há nenhuma indicação formal para implante de gestrinona, para nenhuma doença. Antigamente usávamos a gestrinona via oral em algumas doenças, como a endometriose, mas isso já caiu por terra. Não usamos nem via oral e nem por outras vias, devido aos efeitos colaterais e por termos medicações com melhor tolerabilidade e menos efeitos adversos”, explica a ginecologista Gabriela Pravatta Rezende.

A falta de estudos científicos dificulta, inclusive, a observação sobre a incidência dos efeitos colaterais nas pacientes que utilizaram o dispositivo.

“Os relatos de efeitos adversos associados ao uso de implantes de gestrinona e outros hormônios androgênicos em mulheres aumentam a cada dia: acne, aumento de oleosidade de pele, queda de cabelo, aumento de pelos, mudança de timbre da voz, clitoromegalia (aumento do clitóris)”, afirma a SBEM.

“Os relatos de efeitos adversos associados ao uso de implantes de gestrinona e outros hormônios androgênicos em mulheres aumentam a cada dia: acne, aumento de oleosidade de pele, queda de cabelo, aumento de pelos, mudança de timbre da voz, clitoromegalia (aumento do clitóris)”, afirma a SBEM.

Os efeitos colaterais podem ser reversíveis (que desaparecem após o uso do implante ser descontinuado) e irreversíveis (que são permanentes).

Entre os efeitos colaterais reversíveis estão o inchaço, a queda de cabelo, aumento da acne e dos pelos corporais.

“Há também o risco da paciente adquirir efeitos colaterais irreversíveis, como o aumento do clitóris e alteração na voz. São efeitos mais raros, mas podem acontecer, principalmente se a quantidade de hormônio for suprafisiológica, ou seja, uma quantidade de hormônio muito grande”, explica a ginecologista Ana Lúcia Beltrame.

“Há também o risco da paciente adquirir efeitos colaterais irreversíveis, como o aumento do clitóris e alteração na voz. São efeitos mais raros, mas podem acontecer, principalmente se a quantidade de hormônio for suprafisiológica, ou seja, uma quantidade de hormônio muito grande”, explica a ginecologista Ana Lúcia Beltrame.

……………………..

JORNAL OPÇÃO

Novo hospital de Anápolis é inaugurado para ser referência em cirurgias

Por Aline Carlêto

Com 75 leitos, unidade terá três centros cirúrgicos para atendimento de urgência e emergência. Estimativa inicial é de 200 cirurgias por mês

O Hospital Municipal Alfredo Abrahão foi inaugurado, nesta terça-feira (9), em Anápolis. A unidade será referência em cirurgias na cidade com previsão de realizar 200 procedimentos por mês. Na parte ambulatorial, estima-se que sejam realizados cinco mil atendimentos mensal.

O prefeito Roberto Naves comemorou a inauguração. O projeto do hospital surgiu em novembro de 2018, quando houve reestruturação da saúde na cidade. “Sensação de mais uma missão cumprida. É assim que me sinto neste momento com a inauguração do mais novo Hospital Municipal de Anápolis”, desabafou o chefe do executivo.

A expectativa é que a unidade resolva o problema das condições precárias do antigo Hospital Municipal Jamel Cecílio. “Depois de décadas esperando, o anapolino pode bater no peito e dizer que tem aqui um hospital à altura da nossa cidade, que vai devolver pra saúde municipal a possibilidade de realizar cirurgias eletivas”, disse o prefeito.

Roberto Naves apontou que a nova unidade é um marco na história da saúde pública de Anápolis. Para o prefeito, o hospital proporcionará mais dignidade a quem precisa do atendimento gratuito.

A unidade tem três mil metros quadrados de área construída. Serão 75 leitos no total, dez de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além disso, três centros cirúrgicos estão disponibilizados para atendimentos de urgência e emergência em ortopedia, traumatologia e cirurgias eletivas em várias especialidades.

…………………

A REDAÇÃO

Caiado anuncia retorno dos mutirões em homenagem a Iris

Goiânia – Em homenagem ao ex-prefeito de Goiânia e ex-governador, Iris Rezende, o governador Ronaldo Caiado anunciou, nesta terça-feira (09/11), a volta dos mutirões organizados pelo Estado, com oferta de serviços prestados diretamente ao cidadão. “Ele tem a patente dessa maneira de fazer política, que ouve o povo, sempre sensível às demandas”, disse, durante mensagem no velório do líder do MDB, que faleceu nesta madrugada de terça-feira em decorrência de complicações de um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH).
 
Caiado informou que o primeiro Mutirão do Governo de Goiás em sua nova já tem data marcada: 20 de novembro, na região Noroeste de Goiânia. “Infelizmente, vamos ter essa ausência, mas será uma homenagem a Iris Rezende”, destacou.
 
Iris foi velado no Palácio das Esmeraldas com honras de líder de Estado. “Da mesma maneira que o palácio foi oferecido em sua inteireza ao ex-governador Maguito Vilela, também assim foi feito ao ex-governador Iris Rezende, para que a família se despedisse com todas as honras que ele merece”, afirmou Caiado.
 
O corpo do ex-prefeito de Goiânia chegou à capital por volta de 14 horas, no hangar do Estado, no Aeroporto Santa Genoveva. De lá, em carro aberto do Corpo de Bombeiros, saiu em cortejo até o Palácio das Esmeraldas. No percurso, passou pelas Avenidas Meia Ponte, Independência, pela Câmara de Vereadores, Alameda do Buritis, em frente à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), e, finalmente, pela Rua 83.
 
O cortejo chegou ao Palácio das Esmeraldas por volta das 15h30. Inicialmente, a cerimônia ocorreu somente para familiares. Foi celebrado culto ecumênico por dom Washington Cruz e pelo pastor Marcos. Posteriormente, a população teve acesso ao Salão Dona Gercina Borges, onde milhares de pessoas, muitas delas beneficiadas com os mutirões na região Noroeste de Goiânia, puderam dar o último adeus a Iris Rezende.
 
Reconhecimento
 
Caiado destacou que Iris galgou todos os degraus e fez uma escola política dentro de Goiás.  “Ele ascendeu em decorrência de sua capacidade, dedicação e empenho em se tornar uma referência no Estado”, afirmou. “Até por isso, permaneceu na vida pública por mais de 60 anos”, citou. “Foi um gestor reconhecido, que sabia trazer soluções para os momentos mais difíceis. A cada mandato se superava. O MDB é um partido forte, mas é muito mais forte em Goiás do que nas demais federações porque, aqui, teve um líder. Iris mostrou como governar com paixão e assim fez também na capital”, lembrou o governador.
 
Sempre atuante ao lado do pai, a filha de Iris, Ana Paula Craveiro, disse que ele deixa um grande exemplo. “Vai deixar muita saudade, fazer muita falta, mas será lembrado nas obras. É o legado que ele deixa para todos nós”, declarou. Ela ainda pontuou que o pai sempre governou com amor. “O maior dom dele era cuidar e amar. Hoje, vejo que era amado na mesma medida e isso me deixa muito grata. Agradeço a todos que oraram e torceram por ele”, afirmou.
 
Bastante emocionada durante o velório, a esposa Iris de Araújo agradeceu a gentileza do governador Ronaldo Caiado por estar sempre ao lado de sua família. “Nos prestou toda assistência necessária em São Paulo e aqui, desde o primeiro momento em que Iris sofreu o AVC”, recordou.
 
Em novo cortejo, por volta das 18h, o corpo do líder político saiu do Palácio da Esmeraldas e percorreu a Praça Cívica, Avenida Araguaia, Praça do Avião, até chegar ao Cemitério Santana, no Setor dos Funcionários, onde foi recebido com honrarias militares. Pelas ruas e com chuva, muitas demonstrações de carinho e aplausos por onde o corpo de Iris Rezende passou, muitas delas protagonizadas por servidores públicos. O sepultamento, reservado aos familiares e amigos, ocorreu pouco após as 19h.
 
Mutirão
Ao anunciar o retorno dos mutirões durante velório no Palácio das Esmeraldas, o governador observou que “Iris mostrou ao país que político precisar ter sensibilidade, escutar as pessoas e ter condições, mesmo após o mandato, de continuar circulando pela cidade, entrando em todos os bairros e lugares. Esse homem, sem sombra de dúvida, governou conforme a população desejou”.
 
O primeiro mutirão, em 20 de novembro será na região Noroeste, “onde a população tem um carinho muito grande por Iris”, observou o governador. “Esperava muito tê-lo de volta, mas Deus quis assim. Quero montar algo que não se possa apagar da história política de Goiás. Enquanto for governador do Estado, o mutirão do Iris vai existir”, assegurou.
 
Durante coletiva à imprensa, o governador disse que não é seu objetivo suceder Iris, mas continuar seu legado. “Aquilo que é uma boa escola não deve ser esquecido. Acredito na política dos homens que têm espírito público, que sabem utilizar e destinar os recursos para as pessoas que precisam da mão do governo”, assinalou Caiado. “A melhor escola para isso é ter um mutirão, onde você escuta as pessoas, ouve as demandas, queixas, sabe onde está errando e acertando”, pontuou.
 
Serviços e atendimentos
 
Como já era tradição no tempo de Iris, o mutirão do Governo de Goiás oferecerá, num só lugar, uma série de atendimentos. Na saúde, por exemplo, as pessoas terão acesso a consultas e exames oftalmológicos, testagem para Covid-19, vacinação, aferição de pressão arterial e de glicemia. Quem visitar a estrutura também terá à disposição corte de cabelo, registro de certidões de nascimento, casamento e de óbito, bem como alteração para nome social e retificação de nome. Ainda estarão disponíveis emissão de passaporte do idoso, carteira do deficiente e carteira do autista.
 
Os totens do Expresso, plataforma de atendimento digital do Vapt Vupt, oferecerão mais de 70 serviços. Já o Atende Mais realiza primeira e segunda via de CPF, recadastramento do Goiasprev, senha para consignação e itens do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), como acesso a boletos on-line do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), multas, licenciamentos e emissão de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). Na economia, serviços como parcelamento de IPVA e emissão de documentos para microempreendedor individual e produtor rural. Cidadãos terão acesso, ainda, a serviços nos setores de meio ambiente, educação, saneamento básico, entre outros.

…………………………

Iris Rezende, o eterno prefeito de Goiânia

Goiânia amanheceu nesta terça-feira (9/11) de luto com a notícia do falecimento do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende Machado. O prefeito Rogério Cruz decretou ponto facultativo no município para que os servidores possam prestar as últimas homenagens ao líder político que será velado no Palácio das Esmeraldas. Também foi decretado Luto Oficial por sete dias na capital.

“Foi com imensa consternação e muito pesar que eu a minha esposa, Thelma Cruz, recebemos a triste notícia do falecimento do sempre prefeito de Goiânia, Iris Rezende, depois de mais de três meses de uma árdua e corajosa luta pela vida. Nossas orações e sentimentos são dedicados à esposa, Dona Iris Araújo, aos filhos Ana Paula, Adriana e Cristiano, netos, demais familiares e a todos que sofrem com a partida de Iris”, lamentou Rogério Cruz em nota de pesar.

“Os corações do nosso povo se abrem hoje para uma dor imensurável, dor que reflete a admiração, o respeito e a gratidão por tudo o que Iris Rezende representou aos milhões de goianienses, goianos e aos brasileiros de outras localidades por meio da sua atuação política durante mais de 6 décadas. O Brasil perde um de seus notáveis líderes políticos”, disse.

A história de Iris Rezende Machado, que nasceu em Cristianópolis, interior de Goiás, em 22 de dezembro de 1933, confunde-se com a de Goiânia, cidade marcada pelas administrações e paixão do político goiano. Iris marcou também a política nacional com uma das lideranças do processo de redemocratização do país.

Iris foi governador de Goiás por dois mandatos, ocupou cargos nos governos de José Sarney (ministro da Agricultura) e de Fernando Henrique Cardoso (ministro da Justiça), mas, como sempre gostava de enfatizar em seus discursos, conversas e entrevistas, guardava mesmo as melhores memórias à frente do Paço Municipal. Foi onde ficou conhecido como o “tocador de obras”, fama reforçada também em suas administrações no Executivo Estadual.

Homem de fé, Iris não escondia sua religiosidade e costumava contar que suas principais decisões eram tomadas após momentos de reflexão e oração. Figura carismática e bom de prosa, trazia na memória detalhes da história de Goiânia, de Goiás, de suas administrações e de suas experiências na vida pública.

A criação dos mutirões para a construção de casas populares — que chamou a atenção do país e reuniu multidões — e também a fama de bom gestor das finanças e de tocador de obras eram repetidas com orgulho e saudosismo, nos quatro cantos da cidade que o acolheu e que foi responsável pelo início de sua vida política, ainda como líder estudantil e vereador.

Foi o povo goianiense que o consolidou como um dos políticos mais populares e queridos garantindo sua eleição também para os cargos de deputado estadual, prefeito, senador e governador.

Iris Rezende mudou-se para Goiânia no final da década de 1940, com o objetivo de levar adiante seus estudos. Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG), mas foi na política que se realizou. Liderança estudantil, ainda na década de 1950, contra a vontade de sua família, disputou eleição para vereador. Eleito em 1959, permaneceu na função até 1962. Em 1963, ele assumiu o cargo de deputado estadual, sendo o mais votado em todo o estado. Em 1965, aos 32 anos, Iris Rezende foi eleito prefeito de Goiânia.

Em 1969, Iris Rezende foi cassado e perdeu seus direitos políticos por 10 anos pelo Ato Institucional nº 5 (13/12/1968), editado durante o governo do general Artur da Costa e Silva (1967-1969). Voltou para a advocacia mas não abandonou a luta pela redemocratização, levando multidões a comícios pelas “Diretas Já”, em Goiânia. Após o reestabelecimento de seus direitos em 1979, Iris decidiu retornar à política e disputar o governo de Goiás em 1982, sendo eleito com 67% dos votos.

Já na Nova República, em 1986, Iris assumiu o Ministério da Agricultura, durante o governo do presidente José Sarney. Foi eleito governador na eleição de 1990 e senador por Goiás em 1994. Em 1997, assumiu a pasta da Justiça, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, disputou o governo estadual mais uma vez, na disputa que elegeu Marconi Perillo.

Foi eleito prefeito de Goiânia em 2004 e 2008, deixando o cargo em 2010 para disputar a vaga de governador, sendo derrotado por Marconi Perillo. O experiente político considerou esse o seu maior erro na política e decidiu tentar retornar ao comando do Paço Municipal a fim de terminar o trabalho iniciado.

Em 2016, entrou na disputa pelo comando do Executivo municipal e novamente saiu vitorioso. Em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, já com 86 anos, Iris descartou sua candidatura à reeleição e decidiu aposentar-se da política, apesar da alta popularidade e uma gestão elogiada. Aposentado da vida pública, Iris passou a se dedicar à sua fazenda e a seu escritório de advocacia, onde recebia lideranças políticas.

Após sentir intensa dor de cabeça, no dia 6 de agosto de 2021, o ex-governador foi internado em Goiânia e passou por um procedimento cirúrgico para conter um acidente vascular cerebral hemorrágico.

No dia 31 de agosto, foi transferido para São Paulo e permaneceu internado no Hospital Vila Nova Star em tratamento de complicações clínicas do acidente vascular até o início da madrugada desta terça-feira (9/11) quando faleceu aos 87 anos.

Iris deixa esposa, a ex-deputada federal Iris de Araújo, os filhos Ana Paula Rezende Machado Craveiro, Adriana Rezende e Cristiano Rezende, os netos Daniel e Mariana, e seu inseparável amigo de patas, o Barack, além de um legado de trabalho e amor por Goiânia, Goiás e o Brasil.

……………………


Covid-19: Goiás registra 1.365 novos casos e nenhuma morte nas últimas 24h

Dados divulgados na tarde desta terça-feira (9/11) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) apontam que Goiás registrou 1.365 novos casos de covid-19 e nenhuma morte em decorrência da doença nas últimas 24 horas. Com as atualizações, o Estado soma 910.904 infecções e 24.348 óbitos desde o início da pandemia. 

Ainda segundo o boletim estadual, em Goiás há registro de 879.940 pessoas recuperadas do novo coronavírus. A pasta investiga outros 647.329 casos e 390 mortes para saber se há alguma ligação com a covid-19.

………………..

FOLHA DE S.PAULO

Segurança de vacina da Pfizer para crianças foi atestada pelo CDC; monitoramento é padrão

Em post enganoso, médico omite que autoridades sanitárias consideram os benefícios da imunização superiores aos riscos

É enganoso que as vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas pela Pfizer não são seguras para uso em crianças e adolescentes, conforme descontextualizam uma sequência de tuítes e uma postagem no Instagram aqui verificados.

Nos posts verificados pelo Projeto Comprova, um médico alega que a própria Pfizer informou em um documento que o número de participantes no programa de desenvolvimento clínico da vacina para crianças de 5 a 11 anos era muito reduzido para detectar risco potencial de miocardite associada ao imunizante.

O documento citado nas publicações, de fato, existe e foi apresentado em reunião junto ao VRBPAC (Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos), da FDA (Food & Drug Administration), agência reguladora de saúde nos Estados Unidos. Porém, o conteúdo publicado nas redes sociais não explicita coerentemente os dados que constam no relatório.

A FDA chegou a publicar um release informando ter autorizado a vacina da Pfizer-BioNTech para uso emergencial em crianças e adolescentes entre 5 e 11 anos, o que reforça ser enganosa a tese de que os imunizantes não seriam seguros para essa faixa etária.

O autor questiona a segurança da vacina citando que, a longo prazo, a possibilidade de miocardite só será avaliada em cinco estudos pós-autorização, incluindo um de cinco anos de duração. Porém, omite dados do documento informando sobre os baixos riscos em comparação ao benefício, já que a Covid-19 pode acarretar problemas de saúde mais graves e até a morte.

Procurado, o autor do tuíte afirmou ser a favor da vacinação, mas “ser contra esta vacina, neste grupo etário”. Insistiu, erroneamente, que não houve “estudos de segurança adequados” e declarou que as pessoas têm o direito de saber “que o próprio fabricante diz que os riscos só serão conhecidos após cinco anos do início da vacinação”. Por fim, ele considerou a aprovação da vacina, sem todos os estudos, inédita e absurda.

O Comprova classificou o conteúdo como enganoso porque, publicado fora de seu contexto original e utilizando dados imprecisos, induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor.

Como verificamos?

Inicialmente, entramos em contato com a Pfizer para questionar quais eram os riscos da aplicação dos imunizantes em crianças e adolescentes de 5 a 12 anos de idade.

Na sequência, a reportagem acionou a FDA, que sugeriu a leitura de nota oficial sobre o assunto em seu site.

Em seguida, a Anvisa foi procurada para falar sobre o avanço da aprovação para o uso emergencial dos imunizantes no Brasil para estes grupos etários.

Também foi entrevistada a imunologista Fernanda Grassi, pesquisadora titular do Instituto Gonçalo Moniz/Fiocruz-Bahia, para falar sobre os riscos que envolvem a vacinação de crianças e o número de pessoas utilizadas nos testes vacinais.

Por fim, o autor do tuíte foi procurado.

Verificação

Recorte

O trecho citado nas postagens feitas no Twitter e no Instagram pertence a um documento de 82 páginas apresentado pela Pfizer em reunião junto ao VRBPAC, da FDA, em 26 de outubro de 2021.

Por ocasião da reunião, os conselheiros votaram para recomendar a vacinação com o imunizante da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 12 anos, conforme noticiou a imprensa americana.

A própria agência publicou release informando ter autorizado a vacina da Pfizer-BioNTech para uso emergencial na faixa etária. Segundo o comunicado, a autorização foi baseada na avaliação completa e transparente da FDA dos dados, que incluíram contribuições de especialistas de comitês consultivos independentes que votaram a favor de tornar a vacina disponível para crianças nessa faixa etária.

Dentre os pontos-chave para pais e cuidadores, a agência destacou a eficácia e a segurança da vacina para o público. Em relação à primeira, as respostas imunológicas das crianças foram comparáveis ??às de indivíduos de 16 a 25 anos. A vacina foi considerada 90,7% eficaz na faixa infantil. Sobre a segunda, a segurança da vacina foi estudada em aproximadamente 3,1 mil crianças de 5 a 12 anos que receberam a substância e nenhum efeito colateral sério foi detectado no estudo em andamento.

A FDA explica que o Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) se reunirá em breve para discutir outras recomendações clínicas.

De acordo com a agência, a vacina da Pfizer para crianças de 5 a 12 anos de idade é administrada como uma série primária de duas doses, com três semanas de intervalo, mas trata-se de uma dose mais baixa (10 microgramas) do que a usada para indivíduos com 12 anos de idade ou mais (30 microgramas).

Nos Estados Unidos, os casos de Covid-19 em crianças nesta faixa etária representam 39% dos casos em indivíduos com menos de 18 anos. De acordo com o CDC, aproximadamente 8,3 mil casos da doença em crianças de 5 a 12 anos de idade resultaram em hospitalização. Em 17 de outubro, 691 mortes por Covid-19 haviam sido relatadas nos Estados Unidos em indivíduos com menos de 18 anos de idade, sendo 146 mortes no grupo de 5 a 11 anos.

“Com base na totalidade das evidências científicas disponíveis, os benefícios conhecidos e potenciais da vacina Pfizer-BioNTech em indivíduos de até 11 anos de idade superam os riscos conhecidos e potenciais”, afirma o órgão. O CDC recomendou, no dia 2 de novembro, a aplicação da vacina pediátrica para cerca de 28 milhões de crianças nessa faixa etária nos Estados Unidos.

Contexto

A página do documento compartilhada no post apresenta, em inglês, as conclusões gerais de risco-benefício da vacinação em crianças de 5 a 12 anos. No texto, a farmacêutica informa que a Covid é uma infecção grave e potencialmente fatal para crianças e que as duas doses primárias da vacina mostraram um perfil favorável de segurança e tolerabilidade, respostas imunes robustas contra todas as variantes preocupantes e alta eficácia contra a Covid-19 sintomática em um período em que a variante delta foi predominante nos Estados Unidos.

De fato, como observado pelo autor das postagens, o documento destaca que o número de participantes no programa de desenvolvimento clínico é muito pequeno para detectar quaisquer riscos potenciais de miocardite associados à vacinação. Também cita que a segurança de longo prazo do imunizante será analisada em cinco estudos pós-autorização, incluindo um estudo de acompanhamento de cinco anos para avaliar a longo prazo sequelas de miocardite/pericardite pós-vacinal.

Nas postagens, contudo, o médico fala apenas sobre esse trecho da página, omitindo, nos comentários em português, por exemplo, a informação que consta no documento sobre os bancos de dados de vigilância de segurança de Israel sugerirem que as taxas de incidência de casos raros pós-vacinação de miocardite atingem o pico em indivíduos do sexo masculino com 16 a 19 anos de idade e que diminuem em adolescentes de 12 a 15 anos de idade.

O documento da Pfizer destaca, também, que a dose para crianças de 5 a 12 anos de idade é 1/3 da dose administrada aos vacinados mais velhos. “Com base nessas informações, é razoável prever que as taxas de miocardite pós-vacina provavelmente serão ainda mais baixas em 5 a 12 anos de idade do que as observadas em adolescentes de 12 a 15 anos”, diz o documento.

Para a imunologista Fernanda Grassi, os testes vacinais na fase anterior à aprovação de uma vacina -ou seja, a fase 3- são mesmo limitados. “Você faz os testes em um número limitado de pessoas e quando essa vacina é aprovada e vai para a fase 4, você tem a farmacovigilância”, aponta.

Qualquer vacina precisa dessa vigilância, diz. “Todas as vacinas precisam de farmacovigilância, até as que são aprovadas há muito tempo. Evidentemente, qualquer vacina ou qualquer medicamento que entre, a gente tem que continuar investigando, vendo se casos que vão surgindo estão ou não relacionados à vacina”, explica.

A pequena participação de crianças no ensaio clínico rendeu alguma polêmica nos Estados Unidos, como detalha reportagem do New York Times. Em outra notícia, contudo, o veículo explica serem reconfortantes os dados recentes sobre a frequência que as vacinas contra a Covid causam problemas cardíacos em crianças, isso porque a miocardite continua muito incomum e quase sempre é leve e temporária. O risco cardíaco da própria Covid-19 é muito maior, destacam especialistas ouvidos pelo veículo.

Conforme as informações, embora as vacinas feitas pela Pfizer-BioNTech e Moderna pareçam estar associadas a um risco aumentado de miocardite em pessoas com até 30 anos, o risco absoluto permanece muito pequeno.

O especialista em inflamação do coração em crianças do Hospital Infantil UPMC de Pittsburgh, Brian Feingold, por exemplo, afirma à publicação que, estatisticamente, é muito mais provável que a Covid-19 cause danos ao coração. Para ele, deste modo, mesmo que o risco de miocardite após a vacinação seja real, a infecção causada pelo coronavírus é mais perigosa.

Desde o início da pandemia, afirma, dezenas de milhares de crianças foram hospitalizadas com Covid e 657 morreram, de acordo com dados coletados pelo CDC. Além disso, algumas crianças infectadas podem desenvolver Covid prolongada, permanecendo doentes por meses após o desaparecimento da infecção inicial, o que afetou pelo menos 5,2 mil crianças nos Estados Unidos.

O veículo também detalha que a incidência de miocardite após a vacinação varia com a idade, sexo e dose -e entre os diferentes estudos feitos sobre o assunto. Mas a tendência, até agora, sugere que as chances são maiores após a segunda dose de uma vacina de mRNA em pacientes do sexo masculino com idades entre 16 e 29 anos, com cerca de onze casos de miocardite para cada 100 mil pacientes masculinos vacinados nessa faixa etária.

Embora os dados sobre miocardite em adolescentes de 12 a 15 anos após a vacinação sejam limitados, Paul A. Offit, diretor do Centro de Educação de Vacinas do Hospital Infantil da Filadélfia, diz que, até o momento, os problemas cardíacos após a vacinação parecem ser menos comuns em meninos dessa idade do que em homens mais velhos. “A miocardite é geralmente um fenômeno pós-púbere”, observa.

A FDA informa que a Pfizer atualizou seu plano de monitoramento de segurança para incluir avaliação de miocardite, pericardite e outros eventos de interesse em crianças de 5 a 12 anos de idade. Além disso, a FDA e o CDC têm vários sistemas implantados para monitorar continuamente a segurança da vacina e permitir a rápida detecção e investigação de possíveis problemas de segurança.

É obrigatório para a Pfizer e os provedores de vacinação relatar quaisquer eventos adversos graves, casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica e casos de Covid-19 que resultem em hospitalização ou morte em indivíduos vacinados. Também é obrigatório para os provedores de vacinação relatar todos os erros de administração da vacina ao Vaers (Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas norte-americano), dos quais tenham conhecimento e para a Pfizer incluir um resumo e análise de todos os erros de administração da vacina identificados em relatórios mensais de segurança para a FDA.

Miocardite

A miocardite geralmente resulta de infecção por um vírus ou bactéria e causa sintomas como batimento cardíaco rápido ou irregular, dor no peito e falta de ar. Globalmente, cerca de dez a 20 pessoas em cada 100 mil desenvolvem a doença a cada ano, mas muitas outras apresentam sintomas leves e podem nunca ser diagnosticadas.

No entanto, a Covid-19 tem mais chances de gerar a complicação do que a vacina desenvolvida contra o coronavírus, segundo um estudo divulgado em agosto deste ano pelo CDC. Os dados apresentados pela pesquisa analisaram consultas em mais de 900 hospitais norte-americanos.

“A miocardite permanece rara em pacientes com ou sem Covid”, diz um trecho do relatório do CDC. Ao mesmo tempo, o órgão diz que, apesar de o vírus ampliar os riscos para o desenvolvimento de uma miocardite, as consequências podem variar conforme a idade do paciente.

Foram identificados pela FDA casos de miocardite e de pericardite após vacinação contra a Covid-19 com imunizantes de plataforma de RNA mensageiro, como as vacinas da Pfizer e da Moderna. No Brasil, apenas a primeira possui autorização para uso pela Anvisa, que emitiu alerta.

De acordo com a imunologista Fernanda Grassi, existem, sim, riscos de miocardite e pericardite pós-vacinal, mas os benefícios da vacinação são muito superiores aos riscos. “É claro que vacinar crianças de 5 a 11 anos é uma situação que você vai precisar acompanhar, mas o que tudo indica nesse momento é que os benefícios são muito superiores aos riscos”, diz.

Ela ressalta que os casos de miocardite são extremamente raros, de pouca gravidade e autolimitados, ou seja, se curam sozinhos.

“Não existe na comunidade científica nenhuma barreira, nenhuma limitação, restrição a vacinar crianças. Pelo contrário: agora, cada vez mais, a gente está vendo a necessidade de vacinar essa faixa etária, porque os casos graves que estão diminuindo nas populações adultas estão se tornando mais graves em crianças. E isso é o que acontece quando a gente não vacina uma faixa etária. Sem contar que a criança pode servir até como reservatório para novas variantes”, pontua.

Segurança da vacina

A FDA explica que os dados de eficácia para apoiar a vacinação são baseados em um estudo randomizado controlado por placebo em andamento que envolveu aproximadamente 4.700 crianças de 5 a 12 anos de idade. O estudo está sendo conduzido nos Estados Unidos, Finlândia, Polônia e Espanha.

As crianças no grupo da vacina receberam duas doses da vacina Pfizer-BioNTech contendo 10 microgramas de RNA mensageiro por dose. A FDA analisou dados que compararam a resposta imune de 264 participantes deste estudo com 253 participantes de 16 a 25 anos que receberam duas doses mais altas da vacina em um estudo anterior que determinou que a vacina era eficaz na prevenção da Covid-19. As respostas imunológicas dos participantes mais jovens foram comparáveis ??às dos participantes mais velhos.

A FDA também conduziu uma análise preliminar dos casos de Covid-19 que ocorreram sete dias após a segunda dose. Nesta análise, entre os participantes sem evidência de infecção anterior com Sars-CoV-2, três casos da doença ocorreram entre 1.305 receptores da vacina e 16 casos ocorreram entre 663 receptores de placebo; a vacina foi 90,7% eficaz na prevenção contra o coronavírus.

O que diz a Pfizer

Procurada pela reportagem, a farmacêutica encaminhou extensa nota sobre o assunto afirmando que Pfizer e BioNTech desenharam um estudo de fases 1, 2 e 3 na população pediátrica entre 6 meses de 11 anos de idade, que vem sendo conduzido por centros de pesquisa especializados e seguindo todos os critérios e regulamentações pertinentes à condução de pesquisa em seres humanos.

Em relação à análise preliminar dos dados da vacina em crianças de 5 a 11 anos, afirma que o regime de duas doses de 10 microgramas da vacina se mostrou seguro e capaz de gerar altos títulos de anticorpos, acrescentando que, além da FDA já ter aprovado o uso emergencial para a faixa etária, a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) está em processo de análise dos dados.

Conforme a farmacêutica, é realizado habitualmente o acompanhamento de relatos de eventos adversos de seus produtos e o registro destes são fundamentais para que se mantenha uma análise criteriosa da relação risco-benefício de um determinado medicamento ou vacina. “Até o momento, especificamente sobre a vacina ComiRNAty, não há qualquer alerta de segurança ou preocupação, de modo que o benefício da vacinação segue estabelecido”, sustenta.

A nota afirma, ainda, que a farmacêutica atende à exigência das agências reguladoras de que os fabricantes conduzam estudos de farmacovigilância pós-aprovação, com relatórios regulares para as autoridades de saúde. “A Pfizer tem um plano robusto de farmacovigilância que foi aprovado pelas agências reguladoras; atualmente, esse plano de farmacovigilância inclui seis estudos pós-aprovação da Pfizer, aceitos pela FDA, em adultos, adolescentes e crianças para monitorar a segurança da vacina e identificar efeitos colaterais potencialmente raros. Isso é feito para todas as vacinas e medicamentos”.

Por fim, a Pfizer afirma que espera ainda neste ano apresentar os dados de segurança e imunogenicidade da vacina na população entre 6 meses a menores de 5 anos.

Anvisa

A Anvisa informou, ao ser procurada pela reportagem, que a Pfizer ainda não solicitou a indicação de sua vacina para crianças menores de 12 anos no Brasil. “A análise da Anvisa tem início a partir do momento em que o pedido é feito, com a apresentação dos dados e resultados de estudos que sustentem a indicação de faixa etária”, explicou a o órgão, acrescentando que irá comunicar o recebimento deste pedido tão logo dê entrada na agência.

Ainda segundo a nota encaminhado à reportagem, a solicitação para a inclusão de uma nova indicação de faixa etária na bula de uma vacina depende de protocolo a ser realizado pela empresa/instituição detentora do registro ou da autorização de uso emergencial, com a apresentação de dados clínicos e científicos que sustentem a segurança e eficácia da vacina para o público infantil.

“Como agência reguladora, a Anvisa somente pode aprovar novas indicações de qualquer medicamento ou vacina diante da apresentação de dados técnicos sólidos e mediante um pedido objetivo dos desenvolvedores de cada vacina. Por isso, o pedido de nova indicação deve ser feito pelo laboratório farmacêutico responsável pela vacina”, sustenta.

A Pfizer deve pedir a aprovação do uso de imunizantes em crianças entre 5 a 11 anos. A previsão é que o pedido seja encaminhado à Anvisa ainda no mês de novembro.

O governo de São Paulo solicitou à Anvisa urgência na autorização de uso das imunizações para esses grupos etários. João Doria (PSDB) afirmou durante uma coletiva de imprensa que membros da equipe de saúde do estado integraram uma reunião técnica com profissionais do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde). Segundo o governador, São Paulo tem condições técnicas para iniciar a vacinação assim que a Anvisa liberar a aplicação no país.

O autor

O autor das postagens é o médico Paulo Macio Porto de Melo, inscrito no Conselho Regional de Medicina de São Paulo desde 1998 com áreas de atuação em neurocirurgia e neurologia.

Procurado, ele afirma ter lido todo o documento e informado a fonte das informações na sequência de postagens, além de ter disponibilizado toda a página sobre os riscos.

Questionado se o conteúdo poderia desincentivar a vacinação, ele afirma que a postagem não se trata disso, e sim “das pessoas terem o direito de saber que o próprio fabricante diz que os riscos só serão conhecidos após cinco anos do início da vacinação”, acrescentando acreditar que isso é “inédito e absurdo”.

Por fim, afirmou ter se vacinado e não ser contra as vacinas, mas “ser contra essa vacina específica, neste grupo etário e sem estudos de segurança adequados”.

O médico já foi ouvido no Senado, onde defendeu o tratamento precoce com o uso de medicamentos sem comprovação científica contra a Covid-19. Ele chegou a ser convocado para a CPI da Covid, mas o depoimento foi cancelado.

Ao longo da pandemia, Paulo Porto de Melo foi alvo de verificações por diferentes agências de checagem brasileiras por declarações falsas e enganosas sobre outra vacina contra a Covid-19, a CoronaVac. As checagens foram publicadas por Lupa, Aos Fatos e Estadão Verifica.

Por que investigamos?

Em sua quarta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos que tenham viralizado sobre políticas públicas do governo federal, eleições e a pandemia, como este aqui checado, que teve até o dia 9 de novembro mais de 7,9 mil interações no Twitter e 2,4 mil no Instagram. Os números foram contabilizados com base nos comentários, compartilhamentos e curtidas nas postagens.

Ao afirmar de forma enganosa que as vacinas podem causar efeitos adversos a longo prazo em crianças e adolescentes, a publicação confunde e assusta os cidadãos, que podem se tornar avessos à aplicação dos imunizantes no público de 5 a 12 anos, ainda que eles sejam comprovadamente seguros.

Isso fica claro em algumas respostas de usuários ao fio compartilhado no Twitter, como o que diz estar sofrendo por não tomar a “picadinha” e nem aplicar no filho de 17 anos: “Não posso ir à missa, alguns lugares já não entro mais, minha família me critica me chamando de louca? mas algo me diz no fundo do coração que não tome, então não tomo”. Ou o que afirma não querer levar os filhos para tomarem sequer as vacinas contra outras doenças, por medo “Não estou nem a fim de levar meu filho de 3 para 4 anos para tomar as habituais e antigas e já exigidas por medo, e por lembrar do que ele já passou antes das reações. Imagina esta m* se eu irei dar?”

A vacina contra o coronavírus, principal mecanismo de combate à doença, tem sido alvo frequente de alegações falsas compartilhadas nas redes sociais. Sobre os imunizantes, o Comprova já identificou ser falso que a Polônia usava órfãos em experimentos de vacinas a Pfizer e da Moderna, como também o documento da Suprema Corte dos Estados Unidos que afirma falsamente que as vacinas transformam os cidadãos em “trasumanos”.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

O Comprova fez esta verificação baseado em informações disponíveis no dia 9 de novembro de 2021.

……………………..

Assessoria de Comunicação