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DESTAQUE
Governo Lula: transição propõe departamento e rede para saúde mental
Ozonioterapia, usada por Anitta nos EUA, não é recomendada no Brasil
Ministério da Economia nega acusações sobre Brasil estar quebrado
Tratamento revolucionário elimina câncer considerado incurável de menina
Após cirurgia, Caiado já caminha pelo quarto e apresenta ‘evolução satisfatória’, diz boletim
Visão do Correio: O SUS também sofre de covid longa
O que fazer quando há suspeita de dengue e quais remédios não tomar
Como escolher o tipo de cobertura ideal do plano de saúde?
Criada no Tocantins, Afya se torna líder no ensino de medicina no Brasil
O GLOBO
Governo Lula: transição propõe departamento e rede para saúde mental
Demanda por atendimento para ansiedade ou depressão aumentou, mas políticas na área retrocederam nos últimos anos Proposta pela equipe de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, o departamento de saúde mental, a ser criado na estrutura do Ministério da Saúde, deve ter como foco o fortalecimento de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), além de coordenar e articular políticas de combate ao consumo abusivo de álcool e drogas. Caso a sugestão do grupo seja aceita por Lula, será a primeira vez que a pasta terá um departamento exclusivo para o tema.
Atualmente, não há nenhuma área dentro do Ministério da Saúde que cuide especificamente de saúde mental. Iniciativas que tratam do tema estão espalhadas em diferentes pastas. Nas outras gestões petistas, o tema era tratado em coordenação vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde. Agora, a ideia é criar uma estrutura maior, com mais capacidade para desenvolver políticas públicas que ajudem a população que sofre com transtornos psiquiátricos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil já liderava o ranking global de casos de ansiedade antes da pandemia de Covid-19 – e também ganhava nos números de incidência de depressão entre os países da América Latina. Após mais de dois anos marcados por perdas, isolamento, medo e insegurança, a avaliação de especialistas é que o novo governo enfrentará índices ainda mais preocupantes de transtornos mentais.
– Nosso entendimento hoje é que houve um gigantesco retrocesso nessa área. Isso precisa ser recuperado. É preciso reforçar a rede de atenção psicossocial. É preciso ter uma atenção especial às pessoas que direta ou indiretamente começaram a apresentar transtornos por causa da pandemia. É preciso pensar uma estratégia específica para isso – afirmou ao GLOBO o senador Humberto Costa (PT), que é médico e integra a coordenação do grupo de trabalho em Saúde na transição.
Cortes de recursos
O aumento na procura por ajuda profissional no país – de até 25% nas consultas psiquiátricas em 2021, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – vai na contramão da instabilidade de políticas de saúde mental e dos sucessivos cortes de recursos da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que abrange os Caps. No governo de Jair Bolsonaro, houve uma prioridade para as chamadas comunidades terapêuticas, geralmente ligadas a igrejas, que têm como foco principal o tratamento de dependentes químicos. Os Caps, por sua vez, contam com uma equipe multiprofissional – psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde.
– Vamos retomar essa política, e os Caps têm papel fundamental, principalmente aqueles que funcionam 24 horas. Se você não tem uma rede de Caps, não consegue tratar as pessoas na própria comunidade, acompanhar suas famílias. Com isso acaba restando como alternativa o isolamento, internação em uma outra cidade, permanência em hospital. A proposta agora é retomar o papel dos Caps com centralidade e o cuidado da saúde mental na atenção primária – afirmou o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, que também integra a equipe da transição para a área.
O grupo se reuniu nos últimos dias com setores ligados à saúde mental, como funcionários do SUS e de clínicas especializadas, para tratar da criação do departamento. A proposta de criar a estrutura no novo governo constará no relatório final que será entregue ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, ainda neste mês, junto com o alerta da necessidade de fortalecimento das políticas do SUS, incluindo os Caps. Entre as sugestões estruturais estará a de levar de volta para o Ministério da Saúde áreas e ações que hoje estão pulverizadas pela Esplanada e que são diretamente ligadas às questões de saúde.
Em paralelo, o departamento também trabalhará com outras secretarias e ministérios que esbarram no tema pela sua transversalidade. O objetivo é ter uma alternativa que seja capaz de conduzir a rede de atenção e que volte a ter centralidade na produção e armazenamento de estudos, pesquisas, análises e monitoramento.
Segundo Chioro, a demanda represada no tratamento e acompanhamento na área da saúde mental é hoje um dos principais problemas dentro do SUS, superando até mesmo as filas de atendimento para acompanhamento de doenças crônicas e cirurgias eletivas. Atualmente, boa parte dessa demanda represada teve origem nos impactos deixados pela pandemia.
– Há, por exemplo, um grave problema de fila envolvendo hipertensos, diabéticos, pessoas que precisam de cirurgia eletivas, aquelas que tem câncer. Mas todo mundo diz que uma das áreas que está mais grave é a saúde mental. É onde há mais filas. As pessoas não vão a uma consulta e resolvem o problema. É um tratamento contínuo. Então o acúmulo é muito grande e será uma das áreas que o governo vai priorizar – afirmou o ex-ministro.
O oncologista Drauzio Varella, que integra o time de médicos escalado por Lula para colaborar com sugestões para a transição, ressaltou em entrevista ao GLOBO a importância do fortalecimento dos Caps para lidar com o nível de complexidade da saúde mental atualmente.
– O SUS tem os Caps, que fazem esse atendimento. Mas são insuficientes para lidar com o nível de complexidade que é a saúde mental hoje, especialmente depois da pandemia. O número de casos de ansiedade, depressão, aumentou, mas já vinham de antes. Em 2015, A OMS já tinha estimado que a partir da década de 20 teríamos a depressão como a principal causa da falta do trabalho. Aí veio a pandemia, com as pessoas trancadas em casa, medo, insegurança, insegurança financeira, que agravou isso. Agora, a pequena estrutura que o SUS estava começando a montar ficou insignificante frente às necessidades da população.
Alta de suicídios
Médico psiquiatra da rede de hospitais Santa Lúcia, em Brasília, Fábio Aurélio Leite alerta para os indicadores de suicídio no Brasil, que crescem ano a ano e destoam da queda na taxa mundial – enquanto os outros países registraram diminuição de 36% nos casos de suicídio em 2019, dados do DataSUS de 2020 apontaram para aumento de 35% em um período de nove anos no país.
– A escalada de números de suicídio no Brasil já é motivo suficiente para que a saúde mental seja vista como prioridade pelo governo. Há, agora, sequelas da pandemia, que ampliou ainda mais os casos de transtornos mentais no mundo, em especial no Brasil, segundo país com mais mortes por Covid – aponta Leite.
Segundo o psiquiatra, após anos de negligência, o país está atrasado em estruturas e medidas para saúde mental:
– A pandemia trouxe à tona uma urgência l. É papel do próximo governo tratar a pauta com seriedade e implementar ações efetivas para frear os atuais indicadores. A criação de setores e departamentos especializados é vista com bons olhos pelos profissionais da área.
Para a médica psiquiatra Carolina Hanna de Aquino, do Sírio Libanês de São Paulo, a criação de um departamento ajudaria a centralizar e atualizar os indicadores do país.
– Temos, atualmente, dificuldade para medir a efetividade de políticas públicas de saúde mental. É diferente, por exemplo, de medidas para a saúde física. Um departamento seria extremamente útil para controlar e avaliar o impacto das ações realizadas, além de sistematizar as falhas – diz.
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AGÊNCIA ESTADO
Ozonioterapia, usada por Anitta nos EUA, não é recomendada no Brasil
Em transmissão ao vivo realizada na última quinta-feira (8/12) nas redes sociais, a cantora Anitta revelou que se submeteu à ozonioterapia para melhorar o seu condicionamento físico há três meses, nos Estados Unidos. Não há comprovação científica para a técnica, que não é permitida na prática médica no Brasil.
Anitta fez a live no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas não deu detalhes sobre a internação. Disse apenas que não estava relacionada à cirurgia de endometriose a que foi submetida em julho. No último fim de semana, a cantora revelou que havia tratado recentemente uma mononucleose. Também conhecida como doença do beijo, trata-se de uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida por saliva, sangue e objetos contaminados. Normalmente, é assintomática e pode ser facilmente confundida com outras doenças respiratórias.
A cantora contou no vídeo que, como parte de sua preparação para escalar o Monte Everest, ela resolveu se submeter à ozonioterapia, em suas palavras, “uma terapia que tira o sangue, mistura com ozônio e volta ao corpo”. E concluiu: “Isso aumenta a imunidade”.
A terapia vem sendo proposta como tratamento para as mais diversas condições, entre elas osteoporose, hérnia de disco, feridas crônicas, hepatite B e C, herpes zoster, HIV-Aids, esclerose múltipla, câncer, problemas cardíacos, Alzheimer, doença de Lyme, entre outras.
A ozonioterapia chegou até a ser cogitada para o tratamento da covid-19. O problema: não há comprovação científica para nenhum desses usos. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), “trata-se de procedimento ainda experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas em ambiente de estudos científicos”.
Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza o uso da terapia só como auxiliar para alguns procedimentos odontológicos e estéticos. Segundo a agência, “não há, até o momento, nenhuma evidência científica significativa de que haja outras aplicações médicas”. A Administração de Drogas e Alimentos (FDA), o equivalente nos EUA à Anvisa, reiterou em 2006 que, quando inalado, o ozônio é um gás tóxico não indicado para uso médico.
A ozonioterapia está na lista das Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece outros tratamentos alternativos e sem eficácia comprovada, como “imposição de mãos” e “constelação familiar”. Entretanto, com a disposição do CFM, a terapia não pode ser administrada por médicos.
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A REDAÇÃO
Ministério da Economia nega acusações sobre Brasil estar quebrado
O atual governo deve encerrar 2022 com superávit primário de R$ 23,4 bilhões – o primeiro desde 2013. É o que diz uma nota publicada neste domingo (11/12) pelo Ministério da Economia. As informações chegam como resposta à suposta crise financeira do país – narrativa apresentada pela equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. “As declarações de que o Brasil estaria quebrado não são compatíveis com a realidade”, diz o texto.
Na terça-feira (6/12), Aloizio Mercadante, coordenador dos grupos técnicos da transição, chegou a afirmar que o Brasil estava inadimplente em R$ 5 bilhões em compromissos com órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Tribunal Penal Internacional, entre outros.
Já a nota deste domingo (11/12) alega que “a Dívida Bruta do Governo Geral deverá terminar o ano representando 74% do Produto Interno Bruto (PIB) e superávit primário de R$ 23,4 bilhões, o primeiro desde 2013. Será o primeiro governo que encerra o mandato com endividamento em queda: em 2018, a relação dívida/PIB chegou a 75,3%.”
Por meio do documento, o Ministério da Economia ainda esclarece que o resultado das empresas estatais caminha para fechar 2022 na casa dos R$ 250 bilhões, depois de resultado de R$ 188 bilhões em 2021, contra prejuízos de mais de R$ 30 bilhões em 2015. “A atual administração também marca outro fato inédito ao entregar o nível de despesa primária em proporção do PIB em patamar inferior ao do início do governo (18,7% do PIB em 2022 contra 19,5% em 2019).”
Pós-pandemia
A pasta esclarece também que, graças a um conjunto de esforços e de ações de política econômica houve uma rápida recuperação da atividade no pós-pandemia. O Ministério adianta que Estados e municípios registrarão o segundo ano consecutivo de superávit primário em 2022. “Ainda na relação com os entes federados, as transferências por repartição de receita chegaram a 4,8% do PIB em 2022 (aproximadamente R$ 480 bilhões), maior patamar da série histórica iniciada em 1997. Cabe destacar, também, o resultado das empresas estatais que caminha para fechar 2022 na casa dos R$ 250 bilhões, depois de resultado de R$ 188 bilhões em 2021, contra prejuízos de mais de R$ 30 bilhões em 2015.”
Âmbito internacional
A equipe de Paulo Guedes usou a nota para abordar também os compromissos do Brasil com organismos e instituições financeiras internacionais. Segundo o Ministério, houve uma melhora que ocorreu porque o governo priorizou pagamentos há mais de dois anos em atraso e colocavam o Brasil sob ameaça de perda de direitos de participação nos fóruns de governança. Ainda, segundo a pasta, a atual gestão reservou pelo projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) o montante de R$ 2 bilhões para compromissos com organismos e instituições financeiras internacionais, mas o valor foi reduzido pelo Congresso para R$ 907 milhões, o “que impossibilitou maior redução dos passivos”.
Servidores públicos
O Ministério atribuiu a falta de reajuste salarial dos servidores públicos à necessidade de destinar recursos para combater a pandemia da covid-19 em nível federal, estadual e municipal, assim como a manutenção de empregos e auxílio financeiro para a população vulnerável.
“Diante da gravidade do cenário pandêmico, o governo federal e o Congresso Nacional entenderam que a prioridade seria alocar recursos para o combate à doença em nível federal, estadual e municipal, a manutenção dos empregos e a concessão de auxílio financeiro aos mais vulneráveis, o que não permitiu a aprovação de novos reajustes aos servidores públicos.”
Governo digital
Por fim, a nota citou avanços da gestão Bolsonaro em relação a transformação digital do governo brasileiro. “Em continuidade à Estratégia de Governo Digital (EGD), foram previstos R$ 142 milhões no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023 na ação Gestão do Governo Digital. É um valor 105% superior ao de 2021 e 53% maior que o previsto para 2022. Até novembro, o governo federal alcançou a marca de 140 milhões de brasileiros cadastrados no GOV.BR, plataforma de relacionamento do Estado com o cidadão. O número equivale a 87% da população brasileira acima de 18 anos com acesso, de forma prática, ágil e segura, a mais de quatro mil serviços públicos digitais. Os serviços disponíveis no GOV.BR correspondem a 86% de tudo o que pode ser digitalizado pela Administração Pública Federal.”
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PORTAL G1
Tratamento revolucionário elimina câncer considerado incurável de menina
Novo método envolvendo alteração de DNA é usado para criar terapia experimental que permitiu a uma menina de 13 anos sobreviver.
Um câncer que era considerado incurável de uma adolescente foi eliminado de seu corpo com um novo tipo de tratamento revolucionário usado pela primeira vez.
Todos os outros tratamentos para a leucemia da menina britânica Alyssa haviam falhado.
Por isso, os médicos do Great Ormond Street Hospital, um hospital infantil em Londres, recorreram à engenharia biológica para viabilizar tal façanha.
Seis meses depois, o câncer de Alyssa está indetectável, mas a menina continua sendo monitorada para o caso de ele voltar.
Alyssa, que tem 13 anos e é de Leicester, na Inglaterra, foi diagnosticada com leucemia linfoblástica aguda de células T em maio do ano passado.
As células T deveriam ser as guardiãs do corpo — buscando e destruindo ameaças — mas para Alyssa elas se tornaram um risco e estavam saindo de controle.
Seu câncer era agressivo. A quimioterapia e um transplante de medula óssea não conseguiram eliminá-lo de seu corpo.
Sem o medicamento experimental, a única opção restante seria apenas deixar Alyssa em cuidados paliativos.
“Eventualmente, eu teria morrido”, diz Alyssa. Sua mãe, Kiona, afirma que no ano passado temia o Natal, “pensando que este seria o último com ela”.
O que aconteceu em seguida seria impensável apenas alguns anos atrás e foi possível graças aos incríveis avanços da genética.
A equipe do hospital usou uma tecnologia chamada “edição de base”, inventada há apenas seis anos.
“Bases nitrogenadas” são a linguagem da vida. Os quatro tipos de base nitrogenada — adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T) — são os blocos de construção do nosso código genético. Assim como as letras do alfabeto formam palavras que carregam significado, os bilhões de bases em nosso DNA formam o manual de instruções de nosso corpo.
A edição de base permite aos cientistas ampliar uma parte precisa do código genético e, em seguida, alterar a estrutura molecular de apenas uma base, convertendo-a em outra e alterando as instruções genéticas.
A numerosa equipe de médicos e cientistas usou essa ferramenta para projetar um novo tipo de célula T capaz de caçar e matar as células T cancerígenas de Alyssa.
Eles usaram células T saudáveis que vieram de um doador e começaram a modificá-las.
A primeira edição básica desativou o mecanismo de direcionamento das células T para que não atacassem o corpo de Alyssa.
O segundo removeu uma marcação química, chamada CD7, que está em todas as células T.
A terceira edição foi uma capa invisível que impedia que as células fossem mortas por uma droga quimioterápica.
O estágio final da modificação genética instruiu as células T a rastrear qualquer coisa com a marcação CD7 para que destruísse todas as células T de seu corpo — incluindo as cancerígenas. É por isso que essa marca deve ser removida do tratamento — caso contrário, ela simplesmente se destruiria.
Se a terapia funcionar, o sistema imunológico de Alyssa — incluindo as células T — será reconstruído com o segundo transplante de medula óssea.
Quando a ideia foi explicada à família, a mãe Kiona diz ter pensado: “O senhor pode fazer isso?” Foi decisão de Alyssa ser a primeira a fazer a terapia experimental — que continha milhões de células modificadas — em maio deste ano.
“Ela é a primeira paciente a ser tratada com esta tecnologia”, diz o professor Waseem Qasim, da Universidade College London e médico do Great Ormond Street Hospital.
Qasim diz que essa manipulação genética é uma “área da ciência que se move muito rápido” com “enorme potencial” em uma série de doenças.
Alyssa ficou vulnerável a infecções, pois as células projetadas atacaram tanto as células T cancerígenas em seu corpo quanto aquelas que a protegem de doenças.
Depois de um mês, Alyssa estava em remissão e recebeu um segundo transplante de medula óssea para regenerar seu sistema imunológico.
Ela passou 16 semanas no hospital e não podia ver seu irmão, que ainda estava indo para a escola, devido ao risco de contrair infecções.
Houve preocupações depois que o check-up de três meses encontrou sinais do câncer novamente. Mas nos dois exames mais recentes não havia sinais.
“Você aprende a apreciar cada pequena coisa. Estou tão grata por estar aqui agora”, diz Alyssa.
“É uma loucura. É incrível poder ter essa oportunidade, estou muito agradecida por isso e vai ajudar outras crianças também, no futuro.”
Ela agora está empolgada em passar o Natal com a família, ser dama de honra no casamento de sua tia, voltar a andar de bicicleta, retomar a escola e “apenas fazer coisas normais”.
A família espera que o câncer nunca volte, mas já agradece pelo tempo que ela ganhou.
“Ter este ano extra, estes últimos três meses em que ela esteve em casa, foi um presente em si”, diz Kiona.
“Acho muito difícil falar sobre o quanto estamos orgulhosos. Quando você vê o que ela passou e sua vitalidade de vida que ela trouxe para todas as situações, é excelente”, afirma o pai de Alyssa, James.
A maioria das crianças com leucemia responde aos principais tratamentos, mas acredita-se que até uma dezena por ano poderia se beneficiar dessa terapia.
Alyssa é apenas a primeira de 10 pessoas a receber o tratamento como parte de um ensaio clínico.
Robert Chiesa, do departamento de transplante de medula óssea do Great Ormond Street Hospital, diz: “É extremamente emocionante. Obviamente, este é um novo campo da medicina e é fascinante que possamos redirecionar o sistema imunológico para combater o câncer”.
A tecnologia, porém, é apenas o começo do que a edição de bases poderia alcançar, dizem os especialistas.
David Liu, um dos inventores da edição de base no Broad Institute, diz ser “um pouco surreal” que pacientes estejam sendo tratados apenas seis anos após a invenção da tecnologia.
Na terapia de Alyssa, cada uma das edições de base envolvia a quebra de uma seção do código genético para que esta não funcionasse mais.
Mas existem aplicações mais diferenciadas nas quais, em vez de “desativar” uma instrução, pode-se “consertar” uma defeituosa.
A anemia falciforme, por exemplo, é causada por apenas uma alteração de base que poderia ser corrigida.
Portanto, já existem testes de edição de base em andamento para essa doença, bem como no colesterol alto que ocorre em famílias e na talassemia, um tipo de distúrbio do sangue.
Liu explica que as “aplicações terapêuticas da edição de base estão apenas começando” e que é “uma experiência de humildade fazer parte desta era da edição terapêutica de genes humanos”, já que a ciência agora está dando “passos importantes para assumir o controle de nossos genomas”.
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PORTA G1/GOIÁS
Após cirurgia, Caiado já caminha pelo quarto e apresenta ‘evolução satisfatória’, diz boletim
Governador de Goiás passou por procedimento de ponte de safena e segue internado. Hospital diz que ele está bem, mas não há previsão de alta.
Por Danielle Oliveira, g1 Goiás
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), já caminha pelo quarto e apresenta uma “evolução satisfatória” após passar por uma cirurgia cardíaca no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. A informação é de um boletim médico divulgado neste sábado (10).
De acordo com o hospital, o governador passa bem, mas não há previsão de alta. No boletim divulgado no dia anterior, a unidade de saúde informou que Caiado está em “plena recuperação”.
Cirurgia
Caiado foi para São Paulo no último domingo (4), para fazer exames de rotina, onde foi constatado que seria necessário que ele fizesse uma revascularização do miocárdio, procedimento mais conhecido como ponte de safena. A cirurgia foi feita na manhã de quinta-feira (8).
A médica responsável pela equipe que acompanha Caiado é Ludhmila Hajjar, amiga do governador há mais de dez anos. Em 2019, Ronaldo Caiado foi submetido a um cateterismo, uma angioplastia e teve um stent colocado para desobstruir um vaso sanguíneo.
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CORREIO BRAZILIENSE
Visão do Correio: O SUS também sofre de covid longa
A síndrome da covid longa é uma condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde desde outubro de 2021 e se refere aos efeitos que se prolongam por meses ou até mais de um ano entre vítimas da infecção causada pelo coronavírus, sem que possam ser explicados por outro diagnóstico. Que esse quadro tem potencial de afetar um percentual expressivo de pacientes já se sabe. Mas um estudo de cientistas brasileiros aponta que ele pode estar de certa forma se replicando no Sistema Único de Saúde, fazendo com que o SUS sofra efeitos prolongados da pandemia que ainda terão de ser monitorados, controlados e tratados por bastante tempo e por especialistas de diferentes áreas.
Os sintomas dessa “síndrome” no SUS se manifestam por uma significativa demanda de procedimentos médico-hospitalares represada desde o início da pandemia – quando a prioridade máxima era socorrer as vítimas da covid-19, o que levou à suspensão de vários atendimentos. Agora, o quadro de sobrecarga é diagnosticado em nota técnica elaborada por pesquisadores ligados à Fundação Oswaldo Cruz, apontando um mal sistêmico que tende a levar vários anos até que possa ser tratado ou, eventualmente, “curado”.
Os números obtidos a partir de comparação entre a média de procedimentos registrados no SUS no pré-pandemia, no período de 2014 a 2019, e após o início da crise sanitária, de 2020 a 2022, impressionam. De acordo com o comparativo, o país tem um deficit estimado de nada menos que 1 milhão e 100 mil procedimentos represados desde o começo da epidemia mundial provocada pelo coronavírus.
E, de acordo com o trabalho, as consequências podem ir além do desafio de zerar a fila dos milhares de pacientes que ainda aguardam por procedimentos que deveriam ter sido feitos durante os três anos de emergência sanitária. “Algumas regiões do país apresentam deficit considerável de atendimentos clínicos e procedimentos cirúrgicos que podem evoluir com complicações. Além disso, a demanda reprimida nos exames e diagnósticos representa problemas para agravamento de condições clínicas não atendidas a tempo”, adverte a nota técnica.
Apenas o Sudeste, região mais populosa do país, tem deficit estimado em quase 400 mil procedimentos hospitalares que deixaram de ser realizados desde 2020 – também o mais alto índice nacional, apontam os pesquisadores. Apesar de os tratamentos clínicos para pacientes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo deixarem de apresentar represamento nos últimos dois anos, o ritmo das cirurgias não se recuperou, com destaque para operações dos aparelhos digestivo, geniturinário, circulatório, das vias aéreas e superiores, além de pequenas intervenções e procedimentos de pele, tecido subcutâneo e mucosa, indica a análise.
Já no Centro-Oeste, os tratamentos clínicos que apresentaram deficit em outras regiões tiveram expressiva recuperação em 2021 e 2022. Porém, os procedimentos cirúrgicos não seguiram a tendência. Entre os que apresentam deficit, segundo os cientistas da Fiocruz, se destacam cirurgias do aparelho digestivo, órgãos anexos e parede abdominal, tratamentos em nefrologia, operações dos aparelhos geniturinário e circulatório, além de procedimentos das vias aéreas superiores, da face, da cabeça e do pescoço.
Dados como esses indicam que o Sistema Único de Saúde, cuja importância talvez tenha sido reconhecida de forma inédita durante a pandemia, parece ter superado os efeitos mais agudos da crise sanitária, mas precisará de anos de tratamento e cuidados para se recuperar das consequências crônicas da própria “covid longa” que enfrenta. “Os desafios do SUS nos próximos anos são enormes, tanto pelo passivo adquirido durante a pandemia quanto pelos cuidados pós-covid que eventualmente o sistema terá que tratar”, destaca o pesquisador da Fiocruz Diego Xavier, um dos responsáveis pelo estudo.
É prudente que o alerta seja ouvido. Afinal, após a experiência com a pandemia, parece inevitável concluir que poucas coisas teriam sido piores no já problemático enfrentamento da crise do que não dispor de um sistema de saúde público, gratuito, universal e de capilaridade nacional. Por mais doente e sobrecarregado que ele já estivesse.
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UOL NOTÍCIAS
O que fazer quando há suspeita de dengue e quais remédios não tomar
A dengue é uma doença viral aguda transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também é responsável por infectar humanos com o vírus causador da chikungunya, da zika e da febre amarela urbana.
“Essas doenças, chamadas de arboviroses, podem ter sintomas semelhantes, e por isso é necessário ter atenção aos sinais. Suspeitamos de dengue quando há um quadro de febre associado à muita dor muscular, dor intensa atrás dos olhos, cansaço, e às vezes, manchas aparecem na pele depois que a febre cede”, indica Melissa Valentini, infectologista do Grupo Pardini.
A confirmação do diagnóstico só é dada por meio de exame sorológico, feito usualmente cinco dias após o início dos sintomas.
“Em caso de suspeita de dengue, a pessoa deve procurar um serviço médico para ser avaliada, realizar um hemograma e exame de sorologia, além de se manter bem hidratada [já que a dengue seca o líquido de dentro dos vasos sanguíneos, comprometendo a circulação]”, recomenda Vera Rufeisen, infectologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP).
Outra indicação importante é atentar-se a sinais mais graves como desmaios e sangramentos, mesmo que gengivais. “São alertas de que a doença pode estar evoluindo para um caso de dengue com complicações hemorrágicas.”
Quais medicamentos você não deve tomar em caso de dengueSalicilatos, como ácido acetilsalicílico, ácido salicílico, diflunisal, salicilato de sódio, metilsalicilato, dentre outros;Anti-inflamatórios não esteroidais: indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxeno, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindac e diflunisal;Anti-inflamatórios denominados hormonais ou corticoesteroides: prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona.”Esses medicamentos podem aumentar o risco de hemorragia por contribuir para a queda no número de plaquetas, um fenômeno que já acontece durante a dengue”, diz a infectologista do Vera Cruz Hospital.
Não há nenhum tratamento específico para a dengue, explica Walesca Fernanda Gomes Bezerra, médica clínica geral da AmorSaúde, em Petrolina (PE) e, por isso, os pacientes são tratados apenas com os remédios considerados seguros e que atuam para aliviar sintomas como dor e febre.
“Paracetamol (Tylenol) e a dipirona (Novalgina) são os medicamentos que indicamos com segurança e podem contribuir para melhorar o mal-estar, além de ser importante repousar, manter a hidratação e uma boa alimentação”, aponta Bezerra.
Como se proteger da dengueComo o mosquito que é vetor da dengue precisa de água parada para se proliferar, as especialistas recomendam que todos tenham responsabilidade em vigiar o entorno de suas casas ou prédios, aumentando a vigilância durante os períodos de maior chuva.
O Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas de proteção individual:
Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas de mangas compridas;Usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de icaridina nas partes expostas do corpo. Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação. Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. Repelentes de insetos contendo DEET, IR3535 ou icaridina são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com as instruções do fabricante. Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes ao dia;A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.
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PORTAL TERRA
Como escolher o tipo de cobertura ideal do plano de saúde?
O plano de saúde sempre foi uma das prioridades no orçamento do brasileiro, afinal, o atendimento ruim do SUS faz o cidadão buscar uma proteção maior ara a família. Estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revela que a pandemia fez com que o plano de saúde se consolidasse como o terceiro item dentro da lista de prioridade entre os brasileiros, ficando atrás apenas da casa própria e da educação.
Diante desse quadro, escolher um bom plano de saúde também levanta diversas questões que precisam ser respondidas antes de assinar um contrato. Mas, afinal, como escolher o melhor plano de saúde para sua família?Antes de mais nada, é preciso estar atento para os diferentes tipos de cobertura existentes nos planos de saúde.
“O primeiro ponto de atenção é saber que quando falamos sobre cobertura do plano de saúde, nos referimos à segmentação assistencial, que funciona como uma espécie de divisão de serviços. Atualmente, o mercado trabalha com três tipos de cobertura: ambulatorial, hospitalar e completo. Dessa forma, é preciso, antes de tudo, entender a diferença de cada uma delas”, diz o dr. Marcus Vinicius Gimenes, cirurgião cardíaco e CEO da Cuidar.me, healthtech especializada em planos de saúde mais baratos.
Plano ambulatorial
“No plano ambulatorial o beneficiário garante a cobertura a consultas em clínicas e consultórios, exames, terapias e outros procedimentos ambulatoriais (curativos, retirada de pontos, pequenas cirurgias, primeiros-socorros), ou seja, que não precisem de uma estrutura hospitalar. Além disso, o cliente tem direito aos atendimentos de emergência durante as primeiras 12 horas. Após esse período, a cobertura hospitalar fica sob responsabilidade do segurado”, diz Marcus Vinicius.
Plano hospitalar
Aqui já há uma cobertura para situações urgentes, quando se faz necessário ter uma cobertura assistencial.
“Podemos citar ocasiões de urgência como: internação com número ilimitado de dias, inclusive na UTI; cirurgias eletivas e emergenciais; e procedimentos como quimioterapia, radioterapia e transfusões. Vale ressaltar ainda que a opção pelo plano hospitalar ainda traz a possibilidade de contar com a assistência obstétrica, além da internação e o parto em si. O recém-nascido também tem direito à cobertura do plano por até 30 dias após o nascimento, garantindo mais segurança tanto para o pós-natal quanto para a saúde e segurança do bebê”, diz o médico.
Plano completo
É o que oferece uma cobertura total, tanto ambulatorial quanto hospitalar e, em alguns casos, obstétrica. Obviamente, esse é o plano mais caro de todos.
Como escolher a cobertura ideal?
O primeiro passo é avaliar de maneira detalhada a opção que se encaixa melhor com as necessidades do beneficiário e de sua família.
“Quando uma pessoa busca por um plano de saúde, a principal preocupação deve passar pela rede credenciada, que inclui as clínicas, laboratórios e os hospitais. Até porque, é o prestador de serviço de saúde que vai fazer o atendimento efetivo no momento de necessidade. Nesse sentido, é imprescindível que o beneficiário procure identificar quais são as unidades que estarão disponíveis no plano e buscar referências para garantir um suporte ideal quando for necessário”, diz o especialista.
Também é preciso estar atento à área de abrangência do plano. Por exemplo, se o cliente não possui o costume de viajar pelo País, não vale a pena escolher um com abrangência nacional. Um plano com abrangência regional se encaixa melhor nesse tipo de caso e custa bem menos.
Tem que pensar também nas acomodações
Se você precisou acionar o plano de saúde, então nada mais justo do que pensar também em seu bem-estar na hora da necessidade.
“A acomodação que será disponibilizada na necessidade de uma internação é um fator relevante no processo de decisão. Para quem busca maior privacidade e o direito a um acompanhante durante a internação é ideal buscar por planos de apartamento diferentemente da enfermaria, onde o paciente divide o espaço com outras pessoas”, diz Marcus Vinicius.
Observando cada uma dessas opções, você entende qual a sua necessidade particular. Daí em diante, a questão é encaixar as necessidades com os valores que você se propõe a gastar mensalmente com o plano escolhido.
“Ninguém gosta de antever a possibilidade de precisar passar por cirurgias ou um atendimento de emergência. No entanto, é justamente nesse tipo de situação que lembramos a importância de contar com um plano de saúde capaz de atender todas as nossas expectativas. Ou seja, somente fazendo esse processo de uma maneira assertiva, conseguimos evitar dores de cabeças futuras e, assim, garantir a melhor proteção possível”, finaliza o médico.
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AGÊNCIA ESTADO
Criada no Tocantins, Afya se torna líder no ensino de medicina no Brasil
Fundada pelos médicos Nicolau e Rosangela Esteves em 1997 no interior do Tocantins sob o nome NRE, a companhia de ensino de medicina Afya chegou a Wall Street com uma abertura de capital na Nasdaq 22 anos depois. Foi uma trajetória relativamente rápida, impulsionada por aquisições, e que ganhou velocidade ainda mais impressionante após o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês). Nos últimos três anos, a empresa tornou-se a principal consolidadora do setor no País, investindo R$ 3,2 bilhões na compra de dez faculdades de medicina, que somam 1,5 mil vagas por ano.
A expansão está longe de chegar ao fim. A empresa promete adquirir instituições que garantam 200 novas vagas por ano para chegar a 4,5 mil em 2028. O número representa 15% do mercado de ensino de medicina do Brasil e um aumento de 50% na comparação com o volume de vagas atual. Hoje, a companhia possui cerca de 3 mil vagas para oferecer anualmente e 18,1 mil alunos de graduação.
“É um ritmo conservador de expansão, comparado com o que temos feito nos últimos três anos”, diz o CEO, Virgilio Gibbon. Apenas na última operação, em outubro, a empresa comprou, por R$ 825 milhões, duas faculdades que oferecem, juntas, 340 vagas por ano. Foi a maior aquisição desde o IPO.
Hoje, a Afya atua não só com faculdades, mas também com cursos preparatórios para residência médica, pós-graduação e plataformas digitais que auxiliam o trabalho médico. A intenção da empresa é ter produtos para oferecer ao profissional durante toda sua carreira.
A estratégia tem sido vista como bem-sucedida no mercado financeiro. Nos nove primeiros meses deste ano, a empresa registrou alta de 38,2% na receita líquida ante o mesmo período de 2021, atingindo R$ 1,7 bilhão. Sem considerar as unidades de negócios adquiridas no período, o crescimento foi de 15,6%.
Dos nove bancos que cobrem a Afya, seis recomendam a compra de ações da empresa e três são neutros. “Ela se diferencia do restante das empresas de educação porque tem uma exposição muito acima da média ao curso de medicina, que é o mais rentável e sustentável no Brasil”, diz o analista Vinicius Figueiredo, do Itaú BBA.
O ensino de medicina também tem se mostrado resiliente. Graduações de outras áreas sofreram durante a pandemia, devido a altos índices de evasão, e agora lutam para se adaptar a uma maior presença do ensino a distância, que tem margens mais elevadas, mas também maior desistência por parte dos alunos.
“Ainda que o custo de um curso de medicina seja alto, dado que exige investimentos em equipamentos e às vezes estrutura hospitalar, as mensalidades cobradas compensam. Sem dúvida, é a menina dos olhos de toda instituição”, diz William Klein, CEO da consultoria da área de educação Hoper.
No caso da Afya, a média das mensalidades foi de R$ 9.351 de janeiro a setembro deste ano. No mesmo período de 2021, havia ficado em R$ 8.591. O aumento foi de 8,8%, ou 4,71 pontos porcentuais a mais do que o IPCA no período. Figueiredo, do Itaú BBA, destaca que a companhia é uma das poucas do setor de educação superior que tem conseguido repassar a inflação.
GRUPO ALEMÃO. Apesar de ter sido fundada no interior do Tocantins, a Afya hoje é controlada por um grupo alemão com 187 anos de história. A Bertelsmann é uma companhia originalmente de mídia – comanda, por exemplo, a gravadora BMG e a editora Penguin Random House. Há quase uma década, criou a unidade de educação.
Em maio deste ano, em uma transação de US$ 161 milhões, a Bertelsmann assumiu o controle da Afya. Hoje, o grupo alemão detém 37,5% das ações da empresa brasileira. A família Esteves ficou com 18% do capital.
O presidente do Bertelsmann Education Group, Kay Krafft, diz que a aposta na Afya reflete o caráter estratégico da educação na área de saúde, dado que o segmento tem uma empregabilidade maior do que a média e porque o setor privado tem participação significativa no ensino superior no Brasil.
Ainda que tenha se tornado controladora da Afya só agora, a Bertelsmann é parceira da empresa desde 2014, quando investiu na brasileira por meio de um fundo de private equity (que compra participações em empresas). “Essa experiência nos ajudou a formar uma visão da Afya que nos fez elevar a participação e nos tornarmos acionistas controladores. É uma evolução da parceria”, diz Krafft.
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Assessoria de Comunicação