ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Família entra na Justiça e consegue remédio milionário para salvar a vida de bebê com doença rara
Criança de 11 anos morre com suspeita de dengue em Caldas Novas
Planos de saúde deve custear transporte se no município do paciente não oferecerem atendimento
Brasil ultrapassa 3 milhões de casos prováveis de dengue
Estudo mostra que 64% das pessoas que tiveram covid longa seguem com sintomas
Artigo: “É hora de aumentar o acesso à saúde suplementar no Brasil”
PORTAL G1
Família entra na Justiça e consegue remédio milionário para salvar a vida de bebê com doença rara
Bebê de 1 ano e 8 meses tem doença genética rara e progressiva. Para que seja eficaz, o medicamento só pode ser aplicado até os 2 anos.
A Justiça Federal concedeu um medicamento que custa cerca de R$ 7 milhões para tratamento da pequena Anny Tereza Moscôso, de 1 ano e 8 meses, diagnosticada com uma doença rara: Atrofia Muscular Espinhal (AME). O remédio se chama Zolgensma e é considerado o mais caro do mundo pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).
A decisão saiu na noite desta quarta-feira (10), concedendo com urgência o medicamento para Anny, de acordo com documento da Justiça Federal da 1ª Região (TRF1).
A urgência se justifica pela idade da Anny, já que este tratamento é indicado somente para menores de 2 anos. A família, que mora em Cristalina, no entorno do Distrito Federal (DF), pede judicialmente pelo tratamento desde janeiro deste ano.
“Ai, meu Deus, eu já chorei, só que dessa vez de felicidade. Que aconteçam essas coisas no prazo. Na primeira etapa a gente já venceu”, disse a mãe sobre a decisão.
A mãe, professora universitária e agrônoma, Janielly Moscôso, e o pai, o agrônomo Leandro Araújo, ambos com 37 anos, planejaram a gravidez da primeira filha. Motivo de alegria para os novos papais, Anny nasceu no dia 1º de junho de 2022. Os pais só perceberam os primeiros sintomas da doença quando ela tinha sete meses, após um alerta da avó.
Ela contou que a sogra veio da Paraíba para os visitar. “Ela achou estranho que a Anny não firmava as pernas”, disse. Janielly afirma que, inicialmente, pensaram que era um atraso normal, porém, aos nove meses, Anny ainda não engatinhava, o que preocupou os pais. Eles a levaram para fazer exames e o diagnóstico de Atrofia Muscular Espinhal (Ame) foi confirmado em 29 de dezembro de 2023.
Janielly relata dificuldades até o diagnóstico, por ser um caso raro. “É muito triste, é muito angustiante. Você, mesmo investigando o que é, depois descobrir que é uma doença rara, e o médico falar que era preguiça da menina. Isso não aconteceu só comigo, o que me deixa mais revoltada. Quando eu vou conversar com várias famílias é a mesma história”, contou.
Atrofia Muscular Espinhal (AME)
Esta é uma doença genética rara e progressiva. A neuropediatra Jeania Damasceno explicou, de forma simplificada, que a Ame afeta a sobrevivência de neurônios motores e leva à degeneração. Sobre os sintomas, explica que “o paciente vai ter fraqueza muscular, problemas para deglutição, problemas respiratórios e de uma maneira progressiva”.
“A gente reconhece atualmente quatro subtipos de Ame: a mais conhecida é a tipo 1, quando o paciente, desde a barriga da mãe, já demonstra assim que mexe pouco ou já nasce com alguns sinais clínicos. Tem uma mortalidade muito alta”, explica Jeania. O tipo 2 tem início de 7 a 18 meses, o tipo 3 em bebês com mais de 18 meses e o tipo 4 em adultos.
Anny foi diagnosticada com o tipo 2 de Ame. “Essa doença é progressiva e degenerativa. Vou ficar morrendo de medo. É uma preocupação constante”, disse a mãe.
“Ela está começando a ver as coisas e falar. Ela viu o coleguinha correndo, aí ela fala ‘correndo, correndo’, o colega pulando, ela fala ‘pulando, pulando’. Ela já está começando a perguntar. É como se fosse uma faca entrando no meu coração”, desabafa Janielly.
Tratamento
O tratamento para Ame é multidisciplinar, segundo a neuropediatra. Ela explica que a doença não tem cura e que é um “tratamento de suporte ao paciente, a gente precisa manejar os sintomas”. Ela também diz que a doença é uma das que mais apresentam avanços terapêuticos.
“São pacientes que vão precisar de profissionais da fisioterapia, tanto motora quanto respiratória, vão precisar de fonoaudióloga, cuidados nutricionais, do apoio psicológico à família”, pontuou.
Sobre a indicação do melhor tratamento, a médica explica que, por preço e dificuldade de acesso, “hoje a gente faz uma escolha muito mais relacionada àquela que esteja disponível”. Continua dizendo que precisa analisar “a disponibilidade do tratamento: aquele que está mais rápido para conseguir, a possibilidade do paciente de conseguir receber o tratamento”.
O Zolgensma é uma das opções de tratamento, de reposição gênica, técnica que introduz genes saudáveis no organismo. Somente uma dose é aplicada em toda a vida. “Pacientes que receberam a terapia de reposição gênica melhoraram de modo significativo os marcos motores, a condição respiratória e nutricional. Há uma modificação mesmo do curso da doença, de modo significativo. A gente tem muitas esperanças”, disse.
A médica exemplifica: “bebês que não tinham expectativa clínica de sentar, conseguiram sentar e se alimentar por via oral; pacientes que receberam o tratamento precoce chegaram até a andar sem apoio”.
Além da fisioterapia, de acordo com a mãe, obrigatória, Anny já fazia um tratamento com Spinraza, atua na produção da proteína SMN, necessária para a sobrevivência dos neurônios motores. Ela faz aplicações periódicas e precisa ficar internada. Segundo Janielly, a intenção é retardar o desenvolvimento da doença. Este tratamento será interrompido para que Anny possa usar somente o Zolgensma.
Preço
O preço do medicamento varia de acordo com a cotação do dólar, por isso, atualmente, o custo seria de cerca de R$ 7 milhões. Os pais chegaram a abrir uma vaquinha para arrecadar o dinheiro, mas os resultados – 37 mil reais – ainda eram muito distantes do necessário. A neuropediatra Jeania Damasceno explicou que medicações voltadas para doenças raras são consideradas “órfãs”.
“O que a indústria fala para a gente é que a produção desses remédios não é muito viável, porque a utilização é muito pequena. E, além disso, para produzir exige muitos estudos e recursos tecnológicos e financeiros”, disse.
O g1 solicitou posicionamento para o TRF e para o Ministério da Saúde, que não responderam até a última atualização desta matéria. O espaço continua aberto.
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Criança de 11 anos morre com suspeita de dengue em Caldas Novas
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, menino precisou ser entubado e teve uma parada cardiorrespiratória. Caso está sob investigação da Vigilância Epidemiológica.
Miguel Silva Nascimento, de 11 anos, morreu com suspeita de dengue em Caldas Novas, no sul de Goiás. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o menino precisou ser entubado e teve uma parada cardiorrespiratória.
A secretaria informou que a criança chegou no Hospital Municipal Dr. André Ala Filho acompanhado pela mãe na terça-feira (9), em estado grave e com os rins comprometidos. Após ser atendido pela equipe médica, ele foi medicado e fez exames laboratoriais.
A SMS disse que devido à gravidade do caso e à evolução do quadro, Miguel precisou ser entubado e, posteriormente, teve uma parada cardiorrespiratória. O menino acabou morrendo no hospital, quase quatro horas após a entrada no local.
A prefeitura informou que “o caso está sob investigação da Vigilância Epidemiológica, e que, a confirmação oficial só será possível, após análise pela equipe estadual de Vigilância de óbito por dengue e outras arboviroses e o resultado final do exame para dengue, emitido pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN)”.
A prefeitura disse por meio de nota que “lamentamos profundamente o ocorrido, nos solidarizamos com a família neste momento de dor, e respeitosamente, nos colocamos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos”.
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PORTAL PORTO FERREIRA HOJE
Planos de saúde deve custear transporte se no município do paciente não oferecerem atendimento
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que as operadoras de plano de saúde devem custear o transporte de ida e volta para uma cidade que ofereça o serviço médico necessário, quando não houver possibilidade de atendimento do beneficiário no município onde surgiu a demanda, e independentemente de ser o prestador do serviço credenciado ou não pelo plano. O entendimento dos ministros da 3ª Turma foi unânime.
Caso no estado de SP
A Justiça do estado de SP já havia condenado a operadora Unimed Tatuí a fornecer transporte a um beneficiário do plano, morador de Tatuí, para o tratamento em hospital de Sorocaba – ambas cidade do interior do Estado. A condenação foi fixada em primeira instância e mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
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AGÊNCIA ESTADO
Brasil ultrapassa 3 milhões de casos prováveis de dengue
Nesta quarta-feira, 10, o Brasil ultrapassou os 3 milhões de casos prováveis de dengue. Os dados foram divulgados pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, que também confirmou 1.256 óbitos em decorrência da doença. Além disso, 1.857 mortes estão sob investigação.
De acordo com as informações fornecidas pela pasta, o coeficiente de incidência atual da dengue é de 1.508 casos para cada 100 mil habitantes, marcando a maior epidemia já registrada no País. Esse índice ultrapassa significativamente o limite estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para considerar uma situação como epidêmica, que é de 300 casos por 100 mil habitantes.
Além do recorde em número de casos, a quantidade de óbitos também se configura como a maior da história. O recorde anterior aconteceu em 2023, com 1.094 mortes. Já o terceiro ano com maior número foi 2022, com 1.053.
Vale ressaltar que os números reportados pelo Ministério da Saúde muitas vezes não refletem imediatamente a realidade, havendo um intervalo até que estejam totalmente atualizados. Portanto, é provável que o número atual, reportado às 15h37 desta quarta-feira, seja ainda maior.
Formas de prevenção
A eliminação de criadouros de mosquitos segue sendo uma das melhores maneiras de evitar a doença. Além disso, vale apostar em métodos físicos, como uso de roupas claras, mosquiteiros e repelentes, especialmente aqueles à base de icaridina, DEET e IR3535, que possuem duração superior em comparação a outros tipos.
A Qdenga, vacina contra a dengue fabricada pela farmacêutica japonesa Takeda, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Trata-se do primeiro imunizante de uso amplo contra a doença liberado no País. Anteriormente, a Anvisa havia aprovado a Dengvaxia, vacina da Sanofi Pasteur contra a dengue, mas que é indicada apenas a quem teve exposição anterior à doença.
Em julho de 2023, a Qdenga começou a ser oferecida pela rede privada no Brasil e, em dezembro do mesmo ano, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se do primeiro País do mundo a disponibilizar o imunizante na rede pública de saúde. Devido ao número limitado de doses, contudo, inicialmente só alguns municípios receberam a vacina para aplicar em crianças e adolescentes.
Como informado em reportagem publicada no início de março pelo Estadão, a procura pela vacina, no entanto, ficou aquém do esperado nessas localidades. Por isso, as doses começaram a ser redistribuídas, chegando a municípios que, de início, não receberiam o imunizante, como a capital paulista.
Vale reforçar que ainda não existe um tratamento específico para a doença. Mas a hidratação adequada é capaz de salvar vidas.
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CORREIO BRAZILIENSE
Estudo mostra que 64% das pessoas que tiveram covid longa seguem com sintomas
Estudo norte-americano identificou que 64% das pessoas que tiveram a forma grave da doença continuavam com um ou mais sintomas depois de um ano. Outra pesquisa, do Reino Unido, descobriu cinco subtipos da condição
Dois terços dos pacientes que sofreram covid-19 grave apresentam problemas físicos, psiquiátricos e/ou cognitivos um ano depois de contrair a doença infecciosa, sugere um estudo da Universidade da Califórnia, em San Francisco (UFSC). O prolongamento de sintomas passada a fase aguda vem sendo estudado desde os primeiros meses da pandemia, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020. Porém, agora, passados quatro anos, os pesquisadores acreditam ter uma melhor ideia do número de pessoas afetadas.
Publicado na revista Critical Care Medicine, o estudo atual avaliou o impacto do Sars-CoV-2 na vida de sobreviventes de covid severa – a maioria deles passou, em média, um mês com ventiladores mecânicos. Devido ao uso prolongado do respirador artificial, os pacientes foram encaminhados, após a alta, a hospitais de cuidados agudos de longa duração, instituições especializadas no desmame do aparelho e na reabilitação de pessoas que ficaram muito tempo hospitalizadas.
Dos 156 participantes do estudo, 64% relataram ter comprometimento persistente após um ano, incluindo físico (57%), respiratório (49%), psiquiátrico (24%) e cognitivo (15%). Quase metade, ou 47%, tinha mais de um tipo de problema. E 19% continuaram precisando de oxigênio suplementar. Segundo os autores, o acompanhamento de longo prazo é necessário para compreender a extensão das sequelas em pacientes que adoeceram no início da pandemia: nesse caso, o grupo foi infectado entre 2020 e 2021, com média de dois meses de hospitalização.
“Temos milhões de sobreviventes da doença covid grave e prolongada em todo o mundo”, analisa o primeiro autor do estudo, Anil N. Makam, MD, professor associado de medicina na UCSF. “Nosso estudo é importante para compreender sua recuperação e deficiências de longo prazo, e para fornecer uma compreensão diferenciada de sua experiência de mudança de vida.”
Retorno
Camila Ahrens, infectologista do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba, esclarece que os sintomas da covid longa costumam durar semanas, meses ou mesmo anos, podendo, inclusive, serem interrompidos e retornarem depois. “Os mais comuns são fadiga incapacitante, falta de ar ou dificuldade para respirar (sintomas que pioram após esforço físico ou mental), tosse persistente e dor no peito”, diz. “Também pode ocorrer febre, dificuldade de concentração, depressão, ansiedade, dor nas articulações, problemas para dormir e mudanças no ciclo menstrual.”
No caso do advogado Guilherme Kovalski (foto), as sequelas persistem três anos depois da alta. Ele foi internado em julho de 2020, aos 35 anos, e ficou na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital paranaense durante quase sete meses. Nesse período, esteve entubado, dependendo de ventiladores mecânicos. Em fevereiro de 2021, recebeu alta.
O advogado conta que ainda sofre as sequelas da doença e faz acompanhamento com especialistas como infectologistas, nefrologista, ortopedista, pneumologista, cirurgião vascular e endocrinologista. “Cada dia é uma luta diferente. Há dias melhores, em que as sequelas não me atrapalham, e há dias em que as doenças me afetam mais, mas cada dia é a luta para sobreviver, não dá para desanimar”, relata.
“Milagre”
No estudo norte-americano, a equipe acompanhou os sobreviventes com entrevistas frequentes até um ano depois da alta. Makam conta que, além das sequelas da doença, muitos sofreram os efeitos de uma longa internação, incluindo úlceras por compressão, conhecidas como escaras, e danos nos nervos, que limitaram o movimento dos braços ou das pernas. “Muitos dos participantes que entrevistamos ficaram mais incomodados com essas complicações, portanto, evitar que elas aconteçam é fundamental para a recuperação”, diz.
Todos afirmaram que eram saudáveis antes da covid. Embora 79% tenham afirmado não ter regressado à saúde habitual, 99% voltaram para casa e 60% dos que tinham emprego recuperaram o posto laboral. Segundo Makam, uma característica em comum é a gratidão pela sobrevivência, que muitos creditaram a um “milagre”.
O pesquisador da UCSF ressalta que outras doenças graves, que exigem muito tempo de internação, podem deixar sequelas persistentes. “Nos casos de sintomas prolongados, o melhor tratamento é por meio da reabilitação multidisciplinar”, explica.
A infectologista Camila Ahrens recomenda que o paciente procure um profissional de saúde, caso os sintomas continuem por mais de três meses após a infecção. “O paciente é sempre o protagonista. Ele sabe o que muda no decorrer do tempo e quais sintomas não são comuns. A conversa franca com o médico e o detalhamento do que está sentindo contribuem consideravelmente para o melhor atendimento.”
Cinco subtipos e seus sintomas
A covid longa tem cinco subtipos, segundo um novo estudo com mais de 700 pessoas, publicado na revista Nature Immunology. Os pesquisadores, liderados pelo Imperial College London, na Inglaterra, descobriram que alguns grupos de sintomas parecem associados a proteínas específicas detectadas no sangue dos pacientes. Por exemplo, pessoas com sequelas gastrointestinais tinham níveis aumentados de um biomarcador chamado SCG3, anteriormente associado ao prejuízo da comunicação entre intestino e cérebro.
Apesar de alguns pontos em comum, no geral, os pesquisadores dividiram os subtipos de covid longa em fadiga; comprometimento cognitivo; ansiedade e depressão; sequelas cardiorrespiratórias; e problemas gastrointestinais. Os cientistas destacam que é possível um único paciente se situar em vários grupos, dependendo dos sintomas, mas afirmam que os cinco representam bem os mecanismos biológicos da doença.
Tratamento
Para a equipe do Imperial College London, a classificação dos subtipos poderá ser útil em estudos sobre o tratamento da covid longa, além de pesquisas que expliquem por que alguns sintomas persistem depois da fase aguda da infecção. “Com cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo sofrendo de sintomas contínuos, precisamos urgentemente de mais pesquisas para entender essa condição. No momento, é muito difícil diagnosticá-la e tratá-la”, comentou, em nota, Peter Openshaw, principal pesquisador.
“A covid longa é um importante problema de saúde que afeta pessoas infectadas com o vírus Sars-CoV-2, e os casos continuam a ocorrer. Também é claramente bastante complicada: diferentes pessoas com covid de longa duração relatam diferentes padrões de sintomas, e ainda há um longo caminho a percorrer na busca por tratamentos eficazes”, afirma Kevin McConway, pesquisador da Open University, na Inglaterra, que não participou do estudo. ” É muito provável que as descobertas levem a pesquisas mais focadas e úteis sobre como surgem os sintomas prolongados, como e por que eles diferem entre as pessoas, e a pesquisas produtivas sobre tratamentos”, acredita.
Cinco subptipos e seus sintomas
A covid longa tem cinco subtipos, segundo um novo estudo com mais de 700 pessoas, publicado na revista Nature Immunology. Os pesquisadores, liderados pelo Imperial College London, na Inglaterra, descobriram que alguns grupos de sintomas parecem associados a proteínas específicas detectadas no sangue dos pacientes. Por exemplo, pessoas com sequelas gastrointestinais tinham níveis aumentados de um biomarcador chamado SCG3, anteriormente associado ao prejuízo da comunicação entre intestino e cérebro.
Apesar de alguns pontos em comum, no geral, os pesquisadores dividiram os subtipos de covid longa em fadiga; comprometimento cognitivo; ansiedade e depressão; sequelas cardiorrespiratórias; e problemas gastrointestinais. Os cientistas destacam que é possível um único paciente se situar em vários grupos, dependendo dos sintomas, mas afirmam que os cinco representam bem os mecanismos biológicos da doença.
Tratamento
Para a equipe do Imperial College London, a classificação dos subtipos poderá ser útil em estudos sobre o tratamento da covid longa, além de pesquisas que expliquem por que alguns sintomas persistem depois da fase aguda da infecção. “Com cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo sofrendo de sintomas contínuos, precisamos urgentemente de mais pesquisas para entender essa condição. No momento, é muito difícil diagnosticá-la e tratá-la”, comentou, em nota, Peter Openshaw, principal pesquisador.
“A covid longa é um importante problema de saúde que afeta pessoas infectadas com o vírus Sars-CoV-2, e os casos continuam a ocorrer. Também é claramente bastante complicada: diferentes pessoas com covid de longa duração relatam diferentes padrões de sintomas, e ainda há um longo caminho a percorrer na busca por tratamentos eficazes”, afirma Kevin McConway, pesquisador da Open University, na Inglaterra, que não participou do estudo. ” É muito provável que as descobertas levem a pesquisas mais focadas e úteis sobre como surgem os sintomas prolongados, como e por que eles diferem entre as pessoas, e a pesquisas produtivas sobre tratamentos”, acredita. (PO)
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Artigo: “É hora de aumentar o acesso à saúde suplementar no Brasil”
Para fazer com que os serviços de alta qualidade prestados pelo setor cheguem a ainda mais brasileiros, respeito a normas estabelecidas e segurança jurídica são essenciais
Gustavo Ribeiro*
O balanço da saúde suplementar de 2023, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão regulador do setor, traz dados que podem parecer conflitantes a quem desconheça o funcionamento do sistema. Pela primeira vez, 51 milhões de brasileiros têm acesso a planos de assistência médica – e, mesmo assim, o setor continuou a enfrentar resultado operacional negativo. No acumulado desde 2021, as perdas superam R$ 20 bilhões. Pode parecer paradoxal. Mas não é.
O descasamento entre esses dois dados mostra que a sustentabilidade do setor de saúde suplementar está em xeque. A explicação para esse estado de coisas tem, entre as suas raízes, o incontável número de questões técnicas que o setor tem de enfrentar. Uma delas são os crescentes gastos com reembolsos fraudulentos que, no acumulado de 2019 a 2023, superaram os R$ 10 bilhões, segundo estimativas da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).
Outro ponto relevante é a judicialização indevida em excesso. Os dados do Conselho Nacional de Justiça são de tal ordem que poderiam soar como um exagero. Antes fosse. Em 2023, a Justiça recebeu mais de 570 mil novas ações referentes a questões ligadas à saúde – e, destas, 219 mil se referem ao setor de saúde suplementar. A judicialização em excesso movida por comportamentos fraudulentos contra os sistemas de saúde público e privado representa um grave obstáculo ao Sistema Judiciário, que se vê sobrecarregado com ações sem mérito, iniciadas sob justificativas implausíveis.
O impacto se traduz em números impressionantes para a saúde suplementar. Nos últimos cinco anos, os custos com a judicialização somaram mais de R$ 15 bilhões. Entre 2017 e 2018, as despesas judiciais pagas por operadoras de planos de saúde cresceram 11,4%; de 2018 para 2019, houve um avanço mais expressivo: 19,9%. Mas ainda assim, nada comparado aos 58,2% de aumento que se viu entre 2021 e 2022. Nada há de trivial nesses números, nem há de ser trivial a busca pela solução desse problema. A ação, contudo, é necessária e urgente já que a inação prejudica a sustentabilidade do setor e, acima de tudo, os beneficiários.
Hoje, um em cada quatro brasileiros possui plano de saúde. São 677 operadoras de planos médico-hospitalares que respondem pela realização, a cada dia, de um total de 3 milhões de exames (laboratoriais e de imagem), 10 mil cirurgias, 25 mil internações, 4.300 sessões de quimioterapia e muitos outros serviços e procedimentos. Por ano, o total de procedimentos supera a marca de 1,6 bilhão. Os 51 milhões de beneficiários da saúde suplementar no Brasil já são mais que a população de qualquer país da América Latina, à exceção do México.
Com todos os obstáculos à frente, ainda assim há espaço para crescer no Brasil. O plano de saúde é o terceiro maior desejo de consumo dos brasileiros, depois de educação e casa própria, segundo pesquisa do Vox Populi feita a pedido do Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS). O dado é corroborado por estudo da própria Abramge, que ouviu 1.599 pessoas e verificou que 94% delas pagariam pelo benefício se pudessem.
O brasileiro deseja a segurança que o serviço proporciona e espera que o custo seja compatível com seu orçamento. Aumentar o acesso da população ao sistema é possível e é uma das razões de ser da Abramge. Mas, para fazer com que os serviços de alta qualidade prestados pelo setor cheguem a ainda mais brasileiros, é preciso haver crescimento com equilíbrio. E para isso, respeito a normas estabelecidas e segurança jurídica são essenciais.
Entendemos que há sempre espaço para melhorias, mas é preciso racionalizar o debate. A observância de normas e regulações por agentes do setor e instâncias julgadoras é imprescindível para que se possa garantir o justo atendimento a todos os beneficiários. E isso só será alcançado se, quando comprovadas as fraudes além de qualquer recurso cabível, forem aplicadas as medidas punitivas em toda a sua extensão.
É preciso olhar para esse estado de coisas com atenção. Por isso, é imprescindível que os representantes do setor participem do debate e contribuam na construção de uma solução. O grande beneficiário de um debate em que todos os lados são ouvidos será o usuário do plano.
*Presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge)
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Assessoria de Comunicação