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DESTAQUES
Setor de produtos médico-hospitalares cresce 10,5% no primeiro trimestre
Como mitigar os impactos da responsabilização judicial na saúde
Oferta de serviços online aos pacientes avança nos estabelecimentos de saúde
MEDICINA S/A
Setor de produtos médico-hospitalares cresce 10,5% no primeiro trimestre
O consumo de dispositivos médicos, no Brasil, teve alta de 10,5% nos três primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período de 2023. Os dados estão no Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), que acaba de ser divulgado. Entre os segmentos que compõem o setor, Reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro tiveram o maior crescimento (29%), seguido de Materiais e equipamentos para a saúde (1,7%) e Próteses e implantes – OPME (1,4%).
Boa notícia também nos negócios internacionais. O país importou 19% mais produtos para a saúde entre janeiro e março, do que no primeiro trimestre no ano passado. Foram comercializados quase US$ 2 bilhões. As exportações de dispositivos médicos somaram US$ 190 milhões, uma alta de 11%, no período em questão.
Apesar do recuo de 5,5% na produção nacional, o primeiro trimestre empregou mais. O crescimento foi de 1,4%, com a abertura de 1.980 vagas nas atividades industriais e comerciais do setor de DMs, totalizando o contingente de 146.577 trabalhadores nesse mercado, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica.
“O crescimento do setor no primeiro trimestre é atribuído ao crescimento de 29% na atividade do segmento de reagentes. A retomada de internações e cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também contribuiu positivamente para a maior utilização de produtos médico hospitalares”, afirma o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
Segundo o Boletim, foram realizadas 3,2 milhões de internações no SUS, entre janeiro e março deste ano. Destaque para as internações para “Métodos de diagnósticos em especialidades”, com alta de 92,1%.
Entre janeiro e março deste ano aconteceram 1,4 milhão de cirurgias pelo SUS, sendo as dos olhos que apresentaram a maior alta: 97,2%, seguidas das cirurgias bucomaxilofaciais (90,2%) e pequenas cirurgias e cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa (85,4%).
Já o número de exames ambulatoriais teve aumento de 2,7%, no primeiro trimestre deste ano – 301 milhões. O “diagnóstico por tomografia” no SUS cresceu 10,5%. E com o aumento dos casos de dengue, no mesmo período, a realização de “diagnósticos por testes rápidos” registrou alta de 6,9%.
O Boletim Econômico ABIIS é desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica.
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Como mitigar os impactos da responsabilização judicial na saúde
Por Bruna Braga
Em um cenário jurídico cada vez mais complexo, a responsabilização judicial se tornou uma realidade para empresas e profissionais, especialmente na área da saúde e estética. O aumento das ações judiciais, impulsionado pela conscientização dos direitos do consumidor e pela cultura da litigância, torna essencial a adoção de estratégias jurídicas eficazes para proteger os negócios.
O primeiro passo para minimizar os impactos judiciais é a identificação meticulosa dos riscos jurídicos específicos de cada modelo de negócio e área de atuação. Essa análise deve considerar as particularidades do setor, histórico de litígios, tendências de mercado e mudanças regulatórias.
Entre os principais riscos a serem avaliados estão a Responsabilidade Civil, Trabalhista, Fiscal e de Proteção de Dados. Especialmente a Responsabilidade Civil, que trata de danos ao consumidor por falhas na prestação de serviços, é uma área de grande crescimento no judiciário e pode impactar financeiramente e na reputação da clínica.
Após identificar os riscos, é crucial desenvolver políticas internas claras e eficazes que permeiem a cultura organizacional e orientem os colaboradores sobre procedimentos corretos, normas e responsabilidades, prevenindo falhas e promovendo a conformidade através de medidas como a criação de manuais operacionais, desenvolvimento de programas de treinamento contínuo e realização de auditorias internas periódicas.
Contratos e documentos legais bem elaborados são estratégias eficazes para minimizar riscos judiciais com a definição de responsabilidades e alinhamento de expectativas objetivando a prevenção de mal-entendidos, o estabelecimento de prova documental em litígios e o fortalecimento da imagem da clínica/consultório. Entretanto, para garantir a eficácia desses documentos jurídicos é preciso se ater a questões como a utilização de linguagem clara, abordagem de pontos relevantes, atualização constante e armazenamento seguro.
Estratégias jurídicas são essenciais para minimizar impactos judiciais e identificar riscos, desenvolver políticas internas, utilizar contratos bem elaborados e atualizar-se com mudanças legislativas ajuda a proteger negócios e reduzir litígios e, assim, a conformidade legal fortalece a confiança de clientes e parceiros, investindo na longevidade e segurança do trabalho na área da saúde e estética.
*Bruna Braga é advogada, especialista em Advocacia Empresarial pela PUC Minas e aplica sua especialidade em demandas jurídicas de clínicas médicas.
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Oferta de serviços online aos pacientes avança nos estabelecimentos de saúde
Após período de estabilidade, a oferta de serviços online aos pacientes cresceu em 2023. É o que revela a nova edição da TIC Saúde, lançada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A pesquisa é conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Entre 2022 e 2023, o agendamento de consultas pela Internet subiu de 13% para 34%, enquanto a marcação de exames aumentou de 11% para 19% e a visualização de prontuário de 8% para 18%. Já no sistema privado, a visualização online de resultados de exames apresentou elevação significativa (de 33% em 2022 para 40% em 2023).
“Ao longo dos 10 anos do estudo, acompanhamos uma maior informatização dos estabelecimentos de saúde, relacionada, sobretudo, à infraestrutura e a sistemas eletrônicos, principalmente durante a pandemia da Covid-19”, informa Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br. “A continuidade do levantamento permite examinar como os recursos tecnológicos foram integrados nas unidades de saúde e como isso propiciou o avanço da saúde digital no país”.
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), os serviços mais oferecidos via Internet em 2023 foram a visualização de resultados de exames e de agendamento de consultas (27%), e a verificação de prontuário eletrônico (21%).
Apesar da crescente demanda por informações e serviços de saúde no ambiente digital, hoje cerca de metade dos estabelecimentos na área contam com website (49%) e redes sociais (53%), conforme o levantamento do Cetic.br.
Telessaúde
A TIC Saúde 2023 também revelou um aumento no percentual de estabelecimentos públicos que ofereceram educação à distância (de 24% para 31%) e teleconsulta (de 15% para 21%), entre 2022 e 2023. Na esfera privada, duas em cada dez unidades disponibilizaram serviços como telediagnóstico e teleconsulta.
“A telessaúde tem desempenhado um papel fundamental na ampliação do acesso aos serviços de saúde em todo o território nacional. Após alguns anos de estabilidade, houve um aumento no percentual dos estabelecimentos que ofertaram educação à distância para os profissionais e teleconsulta, crescimento impulsionado pela rede pública”, comenta Barbosa.
Nordeste (26%) e Centro-Oeste (22%) foram as regiões que tiveram mais estabelecimentos que disponibilizaram educação à distância por meio da telessaúde. A teleconsulta, por sua vez, foi mais comum no Norte (24%) e Nordeste (24%).
Sistemas eletrônicos
Com base na série histórica da pesquisa, constatou-se, nos últimos anos, um avanço gradual da adoção de sistemas eletrônicos para o registro de informações dos pacientes, passando de 74% em 2016 para 87% dos estabelecimentos de saúde em 2023. Esse progresso foi especialmente marcante nas unidades públicas, onde o indicador passou de 56% para 85% no mesmo período.
O estudo também observou disparidades regionais quanto a esse recurso. Norte (79%) e Nordeste (83%) apresentam as menores proporções de estabelecimentos com algum tipo de sistema de registro eletrônico de informações dos pacientes. O maior percentual foi encontrado na região Sul (93%). Os estados com estabelecimento menos equipados com sistemas eletrônicos são Amapá (66%), Maranhão (71%) e Acre (72%).
Esse avanço se refletiu na maior disponibilidade em formato eletrônico de alguns tipos de informações dos pacientes, sobretudo nos estabelecimentos públicos. Se em 2013, 64% das unidades da rede pública tinham informações cadastrais nesse formato, dez anos depois, passou-se a 88%. Já informações sobre os principais motivos que levaram o paciente ao atendimento (de 28% para 83%), diagnósticos de saúde (de 27% para 82%) e vacinas administradas (de 29% para 78%) figuram entre as informações mais presentes de forma digital na última década.
IA e outras tecnologias
No módulo de novas tecnologias, foram incluídos indicadores que trazem informações mais detalhadas sobre a aplicação de inteligência artificial (IA). Em 2023, cerca de 3.200 estabelecimentos de saúde se valeram desse recurso, a grande maioria da rede privada (aproximadamente 2.800). Entre as ferramentas mais utilizadas por aqueles que adotaram IA estão as voltadas para a automatização de processos de fluxos de trabalho (46%), o uso de reconhecimento de fala (33%), e na mineração de texto e análise de linguagem escrita ou falada (32%). O reconhecimento e o processamento de imagens, bem como a aprendizagem de máquina para predição e análise de dados, foram aplicados por 21% e 16%, respectivamente.
O uso de IA pelos estabelecimentos tiveram como objetivo, principalmente, melhorar a segurança digital (45%), apoiar a organização de processos clínicos e administrativos (41%) e melhorar a eficiência dos tratamentos (38%). Por outro lado, aplicações para apoiar a gestão de recursos humanos ou recrutamento (28%) e auxiliar na dosagem de medicamentos (16%) foram menos citadas.
No caso das unidades de saúde que não recorreram a soluções baseadas em inteligência artificial, 63% dos gestores não consideraram a tecnologia como uma prioridade. Em quase metade dos estabelecimentos, a não utilização se deu por conta de incompatibilidade com equipamentos, software ou sistemas existentes no estabelecimento de saúde (52%), custos muito elevados (50%) e falta de necessidade ou interesse (49%). As preocupações com a violação da proteção de dados e privacidade (39%) e questões éticas (22%) foram menos citadas.
Um baixo percentual de estabelecimentos recorreu a tecnologias como blockchain (1.200), robótica (3.200) e Internet das Coisas (IoT) (4.300). Também uma parcela reduzida dos estabelecimentos de saúde adotou serviços em nuvem. Hospitais com mais de 50 leitos de internação foram os que mais usaram esses serviços, com destaque para e-mail em nuvem (63%) e armazenamento de arquivos ou bancos de dados em nuvem (57%). Em relação à análise de big data, ela tem sido mais realizada pelos hospitais com internação e mais de 50 leitos (22% em 2023). A principal fonte são os dados provenientes do próprio estabelecimento como de fichas cadastrais, formulários e prontuários (64%) e de dispositivos inteligentes ou sensores (58%).
A pesquisa
A pesquisa tem o objetivo de investigar a adoção das TIC nos estabelecimentos de saúde e sua apropriação por profissionais da área. Nesta 10ª edição, as entrevistas foram realizadas pelo telefone e pela Internet entre fevereiro e agosto de 2023 com 4.117 gestores de estabelecimentos de saúde entrevistados em todo o território nacional.
A pesquisa é realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e conta com o apoio institucional de organismos internacionais – como a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) – além do apoio institucional e técnico do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e de especialistas vinculados a importantes universidades.
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Assessoria de Comunicação