Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 11/09/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES DE HOJE

• Saúde – Cupcake solidário no Araújo Jorge
• Paciente morre à espera de socorro replique montre
• E se o ebola chegar em Goiás?
• Médico é condenado a indenizar por resultado mal sucedido em cirurgia plástica
• Mais de 4 mil leitos para gestantes foram fechados em cinco anos
• Planos de saúde ganham 1,83 milhão de beneficiários em 12 meses


O POPULAR
Saúde
Cupcake solidário no Araújo Jorge
Paciente do hospital se mobiliza para garantir doadores e possibilitar tratamentos
Patrícia Drummond

A descoberta inesperada de um mieloma múltiplo na medula levou Karlla de Oliveira Cardozo, de 28 anos, até o Banco de Sangue do Hospital Araújo Jorge (HAJ), um lugar que ela jamais imaginaria frequentar na vida. A nova realidade – de, após um rigoroso tratamento com sessões de radioterapia e de quimioterapia, ter de coletar as próprias células saudáveis para um transplante autólogo – levou a moça a conhecer de perto a situação dessas instituições de saúde. Karlla se deparou com a ausência de doadores que possam garantir o estoque de hemocomponentes para a transfusão em pacientes que – como ela – dependem do sangue de terceiros para sobreviver. E quis ajudar.
“Na primeira vez, no fim de julho passado, fiquei seis horas no Banco de Sangue do HAJ para realizar o procedimento. Escutei as enfermeiras falando da falta de sangue em estoque. Sempre que volto, posso observar como são poucos os doadores que se dispõem a colaborar. Foi quando decidi fazer a minha parte”, conta a jovem. “Na sexta-feira (amanhã), vou presentear com 150 cupcakes, que eu mesma faço, quem aparecer por aqui para doar sangue. O lanche pós-doação será gostoso”, acrescenta.
Hoje, Karlla se dedicará ao preparo dos cupcakes solidários; amanhã, estará, das 8 às 17 horas, à espera de candidatos à doação de sangue. Ela aguarda apenas um telefonema do HAJ para se internar e realizar o transplante de suas células congeladas. Serão 15 dias no hospital. Mas, o Centro de Transplante de Medula Óssea da unidade, com certeza, deve ter visto poucos pacientes tão animados quanto ela: “Em breve, farei mais cupcakes para o lanche dos doadores”.

Associação admite dificuldades em doações
Vice-presidente da Associação Brasileira de Bancos de Sangue (ABBBS), Antônio César Teixeira afirma que há déficit no estoque de bolsas nos bancos de sangue públicos, filantrópicos e privados. “Em Goiânia, a maioria dos hospitais é atendida por bancos de sangue. No caso do Hemocentro, que é público, esse déficit é ainda maior, já que a demanda, também, é muito grande, visto que os grandes hospitais de urgência e emergência da capital dependem dele. Em bancos de sangue públicos, outra dificuldade é a captação de doadores”, esclarece, reiterando que os bancos de sangue privados “sofrem em menor escala”. Teixeira assegura que, mesmo com o déficit, não existe risco de pacientes deixarem de ser atendidos, em transfusões, por falta de sangue.
Katiúscia Freitas, coordenadora de coleta do Hemocentro, lembra que o banco de sangue público atende 80 unidades de saúde em todo o Estado. A hemorrede tem sede em Catalão, Ceres, Rio Verde e Jataí e unidades de coleta e transfusão em Iporá, Quirinópolis, Formosa e Porangatu. Além disso, há o Hemocentro coordenador na capital e um centro de coleta e transfusão no Hospital das Clínicas.
Doença fez mudar planos
A história de Karlla Cardozo teve início no fim de novembro de 2013, quando, recém-casada, após ter deixado o emprego, e com o plano de se mudar para Anápolis com o marido, teve o diagnóstico da doença: um tumor comprimia a medula e poderia deixá-la tetraplégica. “Eu tinha dor forte nas costas, cansaço, dormência nos dedos do pé, fraqueza, muito sono e muita indisposição. Achava que era por causa de uma dieta, iniciada em junho de 2103, e que me fez ir dos 93 quilos para 75 no fim de novembro”, relata.
O hemograma solicitado pelo médico, em outubro do ano passado, para saber se Karlla estava com anemia, não acusou nada. Encaminhada para um ortopedista, ela fez raios X e o resultado também não apontou problema. À essa altura, a dor só aumentava; vinha, então, acompanhada de dormência. Com os sintomas descritos, os especialistas lhe pediram uma ressonância magnética.
Karlla foi encaminhada a um hematologista, fez biópsia e mais exames, e, no dia 15 de dezembro, começou o tratamento: 25 sessões de radioterapia, 7vezes por semana, paralelamente à quimioterapia. A melhora veio a partir da 20ª sessão.
…………………………………………

DIÁRIO DA MANHÃ
Paciente morre à espera de socorro
ELPIDES CARVALHO

"Apesar de sofrer epilepsia, era forte e saudável". Assim Andréia Geraldina dos Santos, 34 anos, descreve seu tio Ari Jesus dos Santos, 68, que morreu no início da tarde de ontem, por volta das 12h30, por falta de socorro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O caso ocorreu na Rua Alonso Machado Mendonça, no Bairro Goiá II, em Goiânia. A família e vizinhos acusam o órgão por negligência no atendimento, cobrando explicações e questionando o porquê da equipe não prestar o serviço. Os familiares ainda pedem esclarecimentos do Corpo de Bombeiros, que também foi acionado e não se prontificou a ajudar.
A família ainda garante que foram dois dias, apenas nesta semana, de pedidos de socorros negados. "Na segunda-feira, 8, por volta das 16h, quando ele (Ari) começou a sentir mal, minha mãe ligou para o Samu vir prestar atendimento e foi informada que não havia ambulância. Eles ainda disseram que era para gente colocar meu tio em um carro e levar ao hospital. Foi então, quando ligamos para o Corpo de Bombeiros, que alegou que só poderiam prestar socorro se estivesse morrendo", afirma Andréia. Conforme ela, tudo foi assistido por vizinhos próximos.
Segundo os parentes de Ari, o único problema que o paciente sofria era a epilepsia, mas estava com as crises da doença controladas e fazia uso de medicação de maneira rigorosa. No dia em que o idoso sofreu o mal-estar, a família contou que ele sentia falta de ar, não conseguia andar e nem falar normalmente, batimentos cardíacos diminuídos e tremia muito.
A partir daí, de acordo com a sobrinha da vítima, aumentou-se o desespero. "O jeito foi arrumar um carro e correr o risco dele morrer no meio do caminho por falta de estrutura médica. Então, minha mãe com 60 anos, usando marcapasso e que não pode fazer esforço, junto com minha tia, de 67 anos, o arrastaram para dentro do veículo e o levaram até o Cais do bairro, onde foi estabilizado seu quadro clínico. Lá disseram que o meu tio deu entrada no hospital com febre alta, uma quase convulsão. Não tinha nada a ver com o problema de saúde dele", conta Andréia. 
Mais uma vez negado
Ainda na noite de segunda-feira, após receber alta médica, Ari foi levado para casa. Na terça-feira, o homem teve um dia estável, de acordo com parentes. No entanto, na manhã de ontem, o idoso voltou a sentir-se mal. "Eram 9h, quando minha mãe ligou novamente para o Samu, informou que tentou sentir o pulso dele e não conseguiu, falou ainda que a respiração estava ofegante e os batimentos mais fracos. Ela também voltou a ligar para oCorpo de Bombeiros, mas eles não se propuseram a dar o socorro", garante a sobrinha da vítima. 
Para a vizinha Nirce Antunes Simão, 67, que acompanhou o drama, não ficaram dúvidas de que os socorristas trataram a ocorrência com descaso. "A gente paga eles é para isso, atender a população. Agora, a gente quer saber o porquê do não atendimento. Não queremos que outra família passe pelo que nós passamos, desabafa Nirce. A família de Ari ainda ficou indignada com a demora da remoção do corpo pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO). "Quando ligamos para buscarem o corpo dele, falaram que demoraria entre seis e oito horas o tempo para a remoção. Ele morreu às 12h30. Só conseguimos antes desse tempo todo, por volta das 15h, porque o pessoal do Cais ajudou a gente ligando lá", afirma Andréia.
Respostas
A reportagem do Diário da Manhã entrou em contato com a assessoria de comunicação do Samu, prestou informações sobre o caso, mas até o fechamento dessa edição não houve resposta oficial. O método foi aplicado ao Corpo de Bombeiros, enviamos e-mail com pedido de resposta, mas a instituição também não se manifestou sobre o ocorrido. A causa da morte de Ari Jesus dos Santos, até o fechamento desta edição, não foi divulgada pelo SVO.
………………………………………………..
E se o ebola chegar em Goiás?
Estado tem unidade de referência para combater a doença, o que poderia atrair corrida no Brasil por atendimento no Estado
WELLITON CARLOS

De tempos em tempos, a humanidade cria seus inimigos invisíveis: os micro-organismos não perdoam alvos. Humanos ou animais, eles simplesmente invadem, habitam, parasitam e destroem.
Bactérias e vírus, principalmente, se comportam como piratas celulares que atacam o organismo, minando defesas e facilitando a incidência de doenças oportunistas.
Na última segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta: o vírus ebola se espalha “exponencialmente”. Na Libéria, informa o órgão das Nações Unidas (ONU), milhares de novos casos são esperados até a primeira semana de outubro.
Na natureza não existem alfândegas nem barreiras. Vírus não falam línguas nem escolhem países. Apenas chegam. E se o ebola, então, chegasse ao Brasil? Ou mais específico, em um Estado como Goiás?
O Hospital de Doenças Tropicais (HDT) seria estratégico na defesa dos goianos e devido ao grau de excelência em seu atendimento poderia atrair moradores de outros Estados. De imediato, todos os olhares se voltariam para esta unidade de saúde. Conforme a gerente médica Analzira Nobre, existem apenas oito hospitais semelhantes no Brasil. Ou seja, faltariam unidades para cuidar de todo País. E os hospitais goianos que já são procurados normalmente teriam uma demanda ampliada.
“O HDT seria referência regional e nacional. Ele é estratégico para a população, pois a partir de qualquer ameaça infecciosa da população, nós somos referência. O HDT deve se responsabilizar, assim, por qualquer surto ou doença infecciosa”, explica a médica. 
Analzira Nobre diz que é pequena a chance da chegada do ebola em Goiás. Mas ela não descarta: “Em termos de possibilidade não devemos usar a palavra nunca. Mas a chance é pequena.”
Vigilância
A gerente informa que como o HDT é um hospital importante para a vigilância, os casos seriam concentrados nele. “No caso de ebola dentro de Goiás, precisaríamos dessa centralização que este hospital oferece. A doença é altamente virulenta, de letalidade muito grande.”
O HDT concentraria, assim, ações de combate, pesquisa e prevenção. Seria uma espécie de bunker em meio à guerra contra o invisível. Desta forma, diz a médica ao Diário da Manhã, o hospital seria estratégico para conter o avanço da doença e, talvez, tentar o tratamento, ao entrar em contato com outros países que atuam na busca de uma vacina.
Até agora, apenas o boato se espalhou na população. Em agosto, o Ministério da Saúde emitiu nota para esclarecer que as informações que circulavam nos celulares, por meio do WhatsApp, são falsas.
Nenhum nigeriano, portanto, foi internado no Maranhão e disseminou a doença no País. Nenhum haitiano também. O boato serviu apenas para suscitar um outro aspecto científico, mas sociológico: o preconceito à flor da pele que temos com os negros imigrantes que chegam ao Brasil.
A epidemia que caminha para o registro de 2.288 mortes pelo mundo é perigosa, mas não deve causar pânico, esclarece a infectologista Otília Lupi, da Fundação Oswaldo Cruz. Lupi ainda informa que a doença mexe com o “imaginário das pessoas e o medo da doença é motivado pelo fato dela nos lembrar da morte”.
A imagem mais distante é a peste – horripilante e medieval que obrigava os médicos a andarem com vestes negras e uma máscara em forma de bico. O Sars seria o mais recente: midiático, que não chegou no Brasil.
ZONAS RURAIS
Conforme Lupi, o ebola saiu das zonas rurais e começou a ameaçar as áreas mais urbanas, o que ampliou a matemática da epidemia. “O mundo hoje é muito pequeno e precisamos acompanhar tudo que está acontecendo. Para se preparar e para cooperar”, diz.
A infectologista informa que a doença é considerada grave, pois tem tirado a vida de cerca de 60% das pessoas contaminadas. Conforme a OMS, o maior surto ocorreu na África Ocidental. A doença rapidamente se espalhou, principalmente em equipes médicas e de atendimento. Enfermeiros e médicos passaram a ser vítimas e na maioria dos casos acabaram morrendo em contato com o vírus.
Guiné, Serra Leoa e Libéria são os países mais afetados. A incidências de mortes aumentou nos últimos dias, informou a OMS. A metade ocorreu nas últimas três semanas. Se no Brasil a narrativa é de susto e temor, em Serra Leoa é de coragem para muitos enfermeiros que continuam militando na guerra.
O principal erro do combate inicial foi uso simples de óculos Lassa. Os agentes de saúde se esqueceram do restante do rosto, permitindo o ataque dos vírus. A enfermeira Sellu, por exemplo, perdeu 15 amigos da equipe médica. Só restou ela.
Vírus já passou por 300 mutações
O vírus ebola é de fita simples, com genoma de RNA. Na literatura biológica, os vírus RNA de cadeia simples podem ser de três formas: vírus de cadeia positiva, negativa e retrovírus.
O ebola é negativo e envelopado, ou seja, quando rompe as células hospedeiras, carrega camadas de proteínas destas células, os envelopes. Ser negativo significa que ele sintetiza RNA positivo a partir do RNA que chega dentro do capsídeo. Sintetizar significa produzir, se organizar internamente para construir novos microorganismos.
Dentro das células, ocorre uma série de procedimentos naturais cuja meta é empacotar novos vírus e depois arrebentar a parede celular, liberando novos capsídeos. Hantavírus e influenza são exemplos de vírus cadeia negativa.
Entender o vírus ebola é uma das ações mais complexas para os cientistas, pois ele tem sofrido mutações constantes. Artigo publicado no começo do mês na revista Science diz que o micro-organismo teve até agora 300 modificações desde o surto de 1976, que ocorreu também na África. Por isso quando uma equipe entende a doença, ela já se modificou.
O vírus costuma afetar primeiro o fígado e a vascularização do corpo. Seus sinais são característicos de outras doenças: febre alta, anorexia, náusea, dor abdominal, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta e prostração. Dentro das células e sob os tecidos dos órgãos, todavia, ocorre uma luta interna: células endoteliais, fagócitos mononucleares e os hepatócitos dos humanos – células do fígado que sintetizam proteínas – são atacadas pelo ebola.
Ele chega e produzir a glicoproteína segregada (SGP), que começa a interferir nas células humanas. A superfície interior dos vasos sanguíneos, formada pelas células endoteliais atacadas, por exemplo, começam a sofrer transformação. Aos poucos, as células passam a liberar citocinas com a inflamação e a crise de imunidade se intensifica. O corpo entra em colapso.
Como evitar
Uma das formas de impedir o contágio é evitar o contato com sangue ou secreções corporais – vômito, urina, fezes, etc. Ingerir carne infectada também produz a doença. Parentes contaminados e equipe médica são os mais passíveis de propagação do vírus.
A febre hemorrágica é nada mais do que as microlesões vasculares e suas complicações. Ao se identificar a doença a equipe médica deve pedir isolamento do suspeito. É a chamada quarentena. Não existe ainda uma vacina eficaz contra a doença.
saiba mais
Se o vírus chegar…
…Goiás tem o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), um dos oito centros médicos preparados para agir rapidamente contra focos infecciosos.
…inúmeros pacientes migrariam para o Estado em busca de atenção médica. Já é comum isso acontecer, com unidades de referência, caso do Hospital do Câncer e Crer.
…a rede privada talvez não teria a capacidade e agilidade para realizar as investigações necessárias.
…o paciente será analisado, como o HDT já fez com uma mulher, que foi a primeira suspeita. Ela foi até Moçambique em missão religiosa e voltou com fortes suspeitas. Mas a equipe médica não confirmou a doença. O fato ocorreu no início de agosto.
….se o paciente estiver em uma cidade do interior deve urgentemente buscar auxílio médico e, se constatada a suspeita, deve encaminhar com urgência o paciente para o HDT.
………………………………………
ROTA JURÍDICA
Médico é condenado a indenizar por resultado mal sucedido em cirurgia plástica

A 3.ª Vara Cível de Taguatinga (DF) condenou cirurgião a indenizar uma paciente, em danos morais e materiais, em razão do insucesso de uma cirurgia plástica. O profissional recorreu, mas a 5.ª Turma Cível do TJ-DFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) manteve a condenação.
A autora conta que se submeteu a procedimentos cirúrgicos de natureza estética (mamoplastia, lipoaspiração e miniabdominoplastia), os quais foram realizados pelo réu, e que, mesmo seguindo o pós-operatório recomendado, os resultados não foram os esperados, pois seu corpo ficou repleto de cicatrizes.
Em sua defesa, o  médico sustenta que adotou a técnica médica recomendada no caso; que não houve erro médico; que a realização dos procedimentos narrados torna obrigatória a existência de cicatrizes; e que a autora abandonou os cuidados do pós-operatório.
Inicialmente, o juiz explica que o caso versa sobre a responsabilidade do médico em procedimentos de natureza estética, embelezadora. "Nesse tipo de procedimento, a jurisprudência está pacificada no sentido de que o profissional assume a obrigação de resultado e não de meio", afirma.
O magistrado segue ensinando que "na obrigação de resultado, o contratado se compromete a alcançar um resultado específico, que constitui o cerne da própria obrigação, sem o que haverá a inexecução desta. Nas obrigações de resultado há a presunção de culpa. Assim, se o médico se obriga a alcançar o resultado esperado pela paciente e tal fato não ocorre, deve o profissional ser responsabilizado. A responsabilização prescinde da análise da obediência às técnicas adequadas ou mesmo da ocorrência de erro médico".
Nesse ponto, o julgador destaca que as cicatrizes apontadas nas fotos juntadas aos autos não condizem com o resultado esperado por alguém que realiza cirurgia embelezadora. Assim, "não restando evidenciada nos autos a existência de circunstância capaz de romper o nexo de causalidade, cabe ao requerido indenizar a autora pelos prejuízos experimentados".
Quanto aos danos materiais, "tendo em vista que o não alcance do resultado pretendido equivale ao inadimplemento contratual, cabe ao requerido indenizar a autora pelas perdas materiais experimentadas, que, no caso, refletem-se sobre o valor pago para a realização da cirurgia feita pelo réu", decidiu o juiz.
No tocante aos danos morais e estéticos, "é evidente que a autora está com sequelas visíveis na pele. As sequelas afetam o própria vaidade inerente a toda mulher, restringem o uso de roupas que exponham o seu corpo e justificam a inibição à vida sexual. São situações que sem dúvida alguma causam abalo moral que ultrapassa o mero aborrecimento", motivo pelo qual o magistrado julgou procedente o pedido da autora para condenar o réu também ao pagamento de indenização por danos dessa natureza.
Processo: 2011.07.1.032264-4APC
………………………………………………….

SAÚDE BUSINESS 365
Mais de 4 mil leitos para gestantes foram fechados em cinco anos
Além do SUS, queda também ocorre em hospitais particulares, tendo diminuído em 36,5% o atendimento desse perfil

Desde 2009, o Brasil perdeu 4.086 leitos para gestantes no Sistema Único de Saúde (SUS). A queda também ocorreu em hospitais particulares conveniados, diminuindo em 36,5% a capacidade de atendimento. Atualmente, há uma tendência dos hospitais em focarem nos pacientes de maior complexidade, que demandam maior custo, para melhor viabilizar as receitas.

De acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB), para a realização de um parto normal, o valor do procedimento pago aos profissionais é de cerca de R$690, enquanto um procedimento cardíaco, o valor é de R$1.200, não incluindo diárias e outros custos. O gasto médio de um plano de saúde para uma cesárea eletiva agendada é de R$3.753, entretanto, o de um paciente em tratamento de câncer é de R$18.007. As comparações justificariam o interesse dos hospitais em investir em áreas consideradas mais rentáveis.

Hospitais referência em obstetrícia como, por exemplo, o Santa Catarina fechará a maternidade em outubro e a Santa Casa de Belo Horizonte, para evitar o mesmo destino, lançou campanha na internet e negocia ajuda de governos. Porém, novas consultas já não são marcadas. Segundo o presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso, há urgente necessidade dos setores competentes dimensionarem adequadamente leitos públicos e privados no Brasil, assim como estratificar por áreas. Para ele, se isso não ocorrer, a carência de leitos para obstetrícia e pediatria vai se agravar ainda mais.
…………………………………………..
Planos de saúde ganham 1,83 milhão de beneficiários em 12 meses

Maior parte dos que aderiram entre junho de 2013 e o mesmo mês de 2014 estavam nos planos coletivos empresariais, com 1,45 milhão de beneficiários a mais

O número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares no Brasil cresceu 1,83 milhão entre junho de 2013 e o mesmo mês deste ano. O setor encerrou o primeiro semestre de 2014 com 50,9 milhões de mutuários, 3,7% mais que no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre ante o trimestre anterior, a alta foi de 0,5%, representando a geração de 255,87 mil novos vínculos.

Os dados constam do boletim “Saúde Suplementar em Números”, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) com base nas informações que acabam de ser atualizadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O crescimento foi impulsionado pela contratação de planos coletivos empresariais, que subiu 4,5% em 12 meses, correspondendo a 1,45 milhão de beneficiários. No total, os planos coletivos empresariais atendem a 33,46 milhões de beneficiários.

Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS, diz que o resultado das contratações dos planos empresariais apresenta “descolamento” em relação à geração de empregos segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mesmo período, o Caged registrou um saldo positivo de criação de postos de trabalho formais da ordem de 38 mil ocupações, enquanto em junho de 2013 esse saldo era de 158 mil postos. Ou seja, apesar do baixo crescimento de registros em carteira, a empresas intensificaram a contratação de planos de saúde.

Carneiro aponta como hipótese para explicar o movimento de mercado o fato de as empresas utilizarem o benefício do plano de saúde como um fator para atrair e reter talentos.

O boletim Saúde Suplementar em Números revela, ainda, que enquanto os planos individuais passaram a atender 265,3 mil beneficiários a mais entre junho de 2013 e o mesmo mês deste ano, uma alta de 2,7%, totalizando 10,2 milhões de beneficiários, os planos coletivos por adesão somaram 201,2 mil vínculos à base de beneficiários, uma alta de 3,1%, chegando a 6,7 milhões de vínculos.

Planos odontológicos
O total de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos cresceu 1,63 milhão entre junho de 2013 e o mesmo mês de 2014, um crescimento de 8,4%. O saldo de novos beneficiários dos planos exclusivamente odontológicos corresponde a população de Recife (1,61 milhão). Com o resultado, o segmento alcançou a marca de 21,1 milhões de beneficiários.
………………………………………..

Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação