Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 11/12/14

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.


DESTAQUES DE HOJE


• Mais de 39% dos brasileiros apresentaram doença crônica em 2013
• Secretaria de Saúde Goiânia lança cartilha sobre Dengue e Chikungunya
• Prato contraditório dos goianos
• Cais: Por que faltam médicos


 

SAÚDE WEB 365

Mais de 39% dos brasileiros apresentaram doença crônica em 2013

Juntas, as doenças crônicas não transmissíveis respondem por mais de 70% das mortes no País

Cerca de 40% da população adulta brasileira, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas, possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT), segundo dados inéditos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). O levantamento, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou nesta quarta-feira (10) que essas enfermidades atingem principalmente o sexo feminino (44,5%) – são 34,4 milhões de mulheres e 23 milhões de homens (33,4%) portadores de enfermidades crônicas.

As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais de 72% das causas de mortes no Brasil. A hipertensão arterial, o diabetes, a doença crônica de coluna, o colesterol (principal fator de risco para as cardiovasculares) e a depressão são as que apresentam maior prevalência no país. A existência dessas doenças está associada a fatores de risco como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo.

O estudo classificou ainda a presença das doenças crônicas por região, mostrando que o Sul e o Sudeste obtiveram os maiores índices – com 47,7% e 39,8%, respectivamente. Em números absolutos, isso significa 10,3 milhões de habitantes do Sul e 25,4 milhões do Sudeste. O Centro-oeste é a terceira região com maior prevalência – 4 milhões de pessoas (37,5%), seguido do Nordeste e o Norte, com 36,3% e 32% dos habitantes – sendo 14 milhões de nordestinos e 3,4 milhões dos que vivem na região Norte. Em todas as regiões as mulheres tiveram maior prevalência quando comparadas aos homens. Isso ocorre pelo fato delas procurarem atendimento em saúde de forma espontânea com mais frequência do que os homens, facilitando assim o diagnóstico de alguma possível doença crônica.

Realizada entre agosto de 2013 a fevereiro de 2014, a PNS tem como objetivo servir de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos anos. Durante o levantamento, foram entrevistados 63 mil adultos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os moradores da residência para responder ao questionário. Essa é a primeira parte da pesquisa; uma segunda fase trará informações resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da pressão arterial dos brasileiros.

Hipertensão e Diabetes – Doenças crônicas de grande magnitude, sendo também as mais graves, a hipertensão e o diabetes foram alvo de profunda investigação da PNS. A pesquisa revelou que a hipertensão atinge31,3 milhões de pessoas acima de 18 anos, o que corresponde a 21,4% da população. Importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a doença aparece mais no sexo feminino, com prevalência em 24,2% das mulheres e 18,3% dos homens.

A proporção de hipertensos no país aumenta com o passar da idade. Entre os jovens, de 18 a 29 anos, o índice é de apenas 2,8%; dentre as pessoas de 30 a 59 anos é de 20,6%, passando para 44,4% entre 60 e 64 anos, 52,7% entre 65 e 74 anos e 55% entre as pessoas com 75 anos ou mais. O acesso à informação também é visto como um fator de proteção. A PNS revela que 31% das pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto afirmaram ter a doença. A proporção se reduz quanto maior a escolaridade – caindo para 16,7% entre os com ensino fundamental. No entanto, em relação às pessoas com superior completo o índice é de 18,2%.

De acordo com a PNS, 69,7% dos hipertensos receberam assistência médica no último ano, sendo que 45,9% foram tratados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Destes, 56,4% afirmaram que o médico que os atendeu na última consulta era o mesmo das anteriores e outros 92% afirmaram que conseguiram realizar todos os exames complementares. Já 87% dos pacientes foram encaminhados para consulta com médico especialista e conseguiram o atendimento.

Outro importante dado apontado pela PNS é a obtenção do medicamento para o tratamento. No Brasil, 35,9% afirmaram obter pelo menos um medicamento para hipertensão por meio do Programa Farmácia Popular. Além disso, 91,1% receberam recomendações médicas para reduzir a ingestão de sal; 87,4% para a realização de acompanhamento regular; 88,4% para a manutenção de uma alimentação saudável e 84,7% para a manutenção do peso adequado.

O sudeste é aregião com maior prevalência da hipertensão arterial (23,3%), seguida pelo Sul e o Centro-Oeste, com 22,9% e 21,2%. Nordeste e Norte têm as menores prevalências, registrando índices de 19,4% e 14,5% da população. Somente 3% dos entrevistados afirmaram nunca terem aferido a pressão arterial.

Já o diabetes, transtorno metabólico causado pela elevação da glicose no sangue,atinge 9 milhões de brasileiros – o que corresponde a 6,2% da população adulta. As mulheres (7%), mais uma vez, apresentaram maior proporção da doença do que os homens (5,4%) – 5,4 milhões de mulheres contra 3,6 milhões de homens. Assim como no caso da hipertensão, quanto maior a faixa etária maior a prevalência da doença: 0,6% entre 18 a 29 anos; 5% de 30 a 59 anos; 14,5% entre 60 e 64 anos e 19,9% entre 65 e 74 anos. Para aqueles que tinham 75 anos ou mais de idade, o percentual foi de 19,6%.

Em relação à escolaridade, percebe-se que as pessoas sem instrução e com fundamental incompleto apresentaram maior predominância do diabetes (9,6%). Já as com superior completo apresentaram apenas 4,2% de prevalência. O Sudeste é a regiãocom a maior proporção de diagnósticos médicos (7,1%), com 4,5 milhões de habitantes diabéticos. O Centro-Oeste aparece em segundo lugar (6,5%), com 696 mil pessoas, seguido pelo Sul – com 1,3 milhão de doentes (6,2%). Nordeste e Norte são as regiões com menor prevalência – 2 milhões de nordestinos (5,4%) e 464 mil habitantes do Norte (4,3%).

A Unidade Básica de Saúde (UBS) também foi o principal local mencionado pelos entrevistados com diabetes que receberam assistência médica nos últimos 12 meses – 47% da população com a doença, ou seja, 3,7 milhões de pessoas foram atendidas na Atenção Básica. Destes, 65,2% dos portadores da enfermidade entrevistados foram atendidos pelo mesmo médico, 95,3% conseguiram fazer todos os exames solicitados e 83,3% foram consultados com especialistas após encaminhamento.

O Programa Farmácia Popular também foi citado por 4,2 milhões de pessoas (57,4%) como a principal forma de obtenção do tratamento para o diabetes. Já a recomendação médica mais frequente para pacientes foi ter alimentação saudável (94,9%), seguida por manter o peso ideal (91,8%) e não beber em excesso (87,8%). Quanto se trata das complicações de saúde mais comuns entre os que disseram ter a doença – tanto para os com mais ou menos de 10 anos de diagnóstico – destacam-se problemas de vista, os circulatórios e nos rins.

Problema Crônico de Coluna e Colesterol chamam a atenção
A Pesquisa Nacional de Saúde traz, pela primeira vez, o percentual de brasileiros que afirmam ter um diagnóstico médico de problema crônico de coluna. Atualmente, 27 milhões de adultos no país são acometidos pela doença, o que corresponde a 18,5% da população. Os problemas lombares são os mais comuns e a prevalência também é maior entre as mulheres (21%), contra 15% dos homens.

A doença crônica de coluna está diretamente ligada ao avançar da idade, atingindo 8,7% dos jovens de 18 a 29 anos, indicador que aumenta para 26,6% das pessoas acima de 60 anos ou mais. No grupo com mais de 65 anos as proporções são ainda maiores, atingindo 28,9% deles. Um destaque levantado pela PNS está no fato de que 53,6% das pessoas que dizem ter a doença garantiram fazer tratamento. A maioria, 40% desse grupo, fez referência ao uso de medicamentos ou injeção, enquanto outros 18,9% praticam exercício físico ou fazem fisioterapia.

Ao contrário das demais doenças crônicas alvo da pesquisa, essa foi a única em que a prevalência foi menor na área urbana do que na rural – com percentuais de 18% e 21,3%, respectivamente. As proporções para Norte, Sudeste e Centro-Oeste, estão no mesmo patamar, com prevalência de 16,9%. O Nordeste apresentou prevalência de 19,2% e a região Sul foi identificada como a que possui os maiores índices de problemas de coluna, com 23,3% da população.

No caso do colesterol, a PNS identificou que 18,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos apresentam colesterol alto, o que representa 12,5% da população adulta. Sendo 15,1% das mulheres e 9,7% dos homens, diferença considerada significativa. Esse fator de risco também está mais associado à população mais velha. Ou seja, 25,9% das pessoas com mais de 60 anos apresentam altas taxas de colesterol. Enquanto apenas 2,8% dos jovens com idade entre 18 e 29 anos dizem ter esse problema de saúde.

Já a depressão, distúrbio afetivo que ocasiona queda do humor, atualmente atinge 11,2 milhões de pessoas com 18 anos ou mais no país. O diagnóstico da doença corresponde 7,6% da população – sendo que a prevalência é de 10,9% entre as mulheres e 3,9% nos homens. A doença é mais comum entre os idosos – 11,1% entre os acima de 60 anos, enquanto 3,9% dos jovens de 18 a 29 anos relataram ter depressão. Do total dos que afirmaram receber o diagnóstico, 52% disseram usar medicamentos, 16,4% fazem psicoterapia e 46,4% receberam assistência médica nos últimos 12 meses. Em relação ao local de atendimento, 47,7% mencionaram que foram atendidas em algum serviço da rede pública – sendo 33,2% em Unidades Básicas de Saúde, 9,2% em hospitais públicos e 5,3% em Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Apresentaram maior prevalência desse os habitantes da região Sul (12,6%) e o Sudeste (8,4%). O alto índice pode ser explicado pelo fato de essas regiões concentrarem maior população de idosos.

Prevenção e no combate de doenças crônicas
O Ministério da Saúde (MS) lançou, em 2011, o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil, com metas e ações previstas até 2022. Nesse contexto estão previstas a redução da mortalidade por DCNT em 25%, do consumo de sal em 30%, do tabaco em 30%, do álcool abusivo em 10%, da inatividade física em 10%, além do aumento da ingestão de frutas, legumes e verduras em 10% – com a expectativa de reduzir a hipertensão em 25% e frear o crescimento do diabetes e da obesidade.

Ainda com enfoque na prevenção e combate das doenças crônicas, o Ministério da Saúde tem investido no atendimento oferecido pela Atenção Básica, por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF). O monitoramentorealizado pelo Ministério permitiu concluir que quanto maior a cobertura da (ESF) menor é a proporção de internações por condições sensíveis à atenção básica, como diabetes e hipertensão. A cobertura da estratégia, que era de 49,2% em 2008, subiu para 55,3% em 2012. Já o número de internações por condições sensíveis à atenção básica, que era de 35,8% em 2008, caiu para 33,2% em 2012.

Nesse sentido, o Programa Mais Médicos levou mais de 14 mil profissionais para cerca de 3,7 mil municípios. Somente com esses médicos, o número geral de consultas realizadas em Unidades de Básicas de Saúde (UBS) cresceu quase 35% entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014. Entre esses atendimentos, tiveram destaque os de pessoas com diabetes, que aumentaram cerca de 45%, e os de pacientes com hipertensão arterial, que aumentaram 5%. O encaminhamento a hospitais diminuiu em 20%, o que mostra um maior grau de resolubilidade da Atenção Básica.
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O HOJE


Secretaria de Saúde Goiânia lança cartilha sobre Dengue e Chikungunya

A conscientização iniciada na escola com crianças incentiva em casa o combate ao mosquito transmissor das doenças
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), lançou nesta quarta-feira, 10, a cartilha “Dengue e Chikungunya? Aqui não!”. O evento de lançamento, que ocorreu na Escola Municipal Professor Aristoclides Teixeira, também marcou o início da Semana de Saúde na Escola, que irá até o dia 17 nas instituições de ensino municipais da capital.
Participaram do lançamento a diretora de Vigilância em Saúde da SMS< Flúvia Amorim, a chefe do departamento de Atenção Primária da SMS, Mirlene Guedes, a apoio técnico/professor da divisão de Estudos e Projetos da SMS, Paula Cristina Ferreira, também representando a secretária municipal de Educação, Neide Aparecida. Ainda estiveram presentes a diretora da Escola Municipal Professor Aristocledes Teixeira, Itana da Silva Ataide Alves, e a presidente do conselho escolar da escola, Simone Cristine do Carmo Figueredo.
Como destacou a diretora de Vigilância em Saúde da SMS , Flúvia Amorim, o que motivou a criação da cartilha foi a capacidade das crianças em incorporar mudanças de comportamento. Por meio do público infantil, “que as pessoas pensem que qualquer recipiente que acumulem água pode se tornar um criadouro. A cartilha mostra isso de uma forma interativa e desejamos que as informações da cartilha sejam colocadas em prática”, ressaltou Amorim.
“A cartilha é muito importante porque a conscientização dos alunos, da comunidade escolar e da família faz a diferença na mudança de hábitos das pessoas”, afirmou Paula Cristina Ferreira, da SME. Ferreira elogiou a cartilha, destacando que “é bem instrutiva, serve para as crianças aprimorarem os conhecimentos deles e é uma forma lúdica de também aprender”.
No evento, uma apresentação educativa sobre a dengue foi feita pela educadora do departamento de Educação e Mobilização em Saúde do Distrito Campinas-Centro , Carmem Lúcia Siqueira, e a agente-mirim Me Hanne Mendonça. As duas dançaram uma paródia de funk explicando o combate e a prevenção das doenças, a ideia da apresentação e a letra foram baseadas nas informações da cartilha.
Ações permanentes
Para a secretária de Educação, Neyde Aparecida, a parceria entre as Secretarias traz resultados positivos. “Esse trabalho educativo com as crianças possibilita, muitas vezes, um resultado melhor do que quando é realizado com os adultos. Se elas se convencem e têm conhecimento, contribuem muito na questão da prevenção e verificação, em casa ou nas proximidades, de focos de proliferação do mosquito da dengue”, explica.
A prefeitura de Goiânia, por meio das secretarias de Saúde e Educação, Agencia Municipal de Meio Ambiente e Comurg, realiza constantemente ações de educação, prevenção e combate à dengue e chikungunya. Dentre as ações, que são realizadas no Projeto Goiânia Vencendo a Dengue, atividades de educação e mobilização em saúde, assistência em saúde, eliminação de criadouros do mosquito, coleta de pneus e outros resíduos que podem acumular água e atrair o mosquito transmissor das doenças.
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O POPULAR


Saúde
Prato contraditório dos goianos
Apesar do bom consumo de feijão, frutas e hortaliças, goiano exagera em gordura, álcool e cigarro
Vandré Abreu

 

O goiano se alimenta mal, pratica pouca atividade física, consome muita bebida alcoólica e a consequência disso é ter doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e doenças do coração. Este é o resultado da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados relativos a 2013. O prato do goiano se mostra contraditório, já que possui o consumo de alimentos bons, como feijão e hortaliças, mas acompanhados de carnes com excesso de gordura, refrigerantes e doces.
Segundo especialistas, estes são hábitos goianos, próprios da cultura local e que, por isso, é difícil ser modificado. A nutricionista Cristiane Spricigo afirma que a pesquisa mostra bem a realidade no Estado, especialmente com o baixo consumo de peixe, sendo deixado a datas específicas, como a Páscoa, e a presença de doces como sobremesa. “Isto com os anos vem mudando e esse reflexo já vem sendo observado nos pacientes no consultório. A mudança de hábitos ainda é discreta, mas já vem acontecendo”, afirma.
O secretário estadual de Saúde e médico, Halim Girade, explica que a presença de feijão, hortaliças e frutas com alimentos menos saudáveis não pode ser entendida como uma contradição, mas mesmo parte de uma cultura. “A gente tenta que os hábitos mudem, mas é um conjunto de fatores de riscos, que é não fazer atividade física, ingerir bebida alcoólica, tabagismo e má alimentação.” A dificuldade de mudar os hábitos é inerente à saúde pública, sendo a mesma quando se refere, por exemplo, à falta de cuidados da população em relação à dengue.
Mesmo que ocorra consumo dos bons alimentos, Cristiane diz que não é o suficiente, já que os maus se sobrepõem aos bons nesse sentido. “A exposição diária do organismo a estes alimentos não permite que o indivíduo consiga desintoxicar ou utilizar este excesso de açúcar e gorduras, promovendo acúmulos, gerando problemas de saúde que se agravam se o indivíduo for sedentário.” E o goiano é. De acordo com os dados da pesquisa, Goiás não fica entre os dez melhores estados brasileiros em nenhum quesito da prática de atividade física.
Neste sentido, Goiânia parece representar bem esta contradição, já que há diversos parques sempre bem frequentados para caminhadas, corridas e outras atividades, ao mesmo tempo que os bares são convidativos. “O goiano é fisicamente ativo sim, poderia ser melhor, mas é possível aliar atividades físicas a lazer. E existe o comodismo com o estilo de vida que se leva. A pessoa está acima do peso, gosta de beber, comer alimentos gordurosos e não se propõe a mudanças de estilo de vida e acaba virando estatística”, diz Cristiane Spricigo.
Halim Girade conta que a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) possui um plano de enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis desde o ano passado e com finalização para 2022. “A intenção é reduzir a mortalidade prematura, deter o crescimento da obesidade, incentivar a atividade física, reduzir o tabagismo e outros. É preciso que tenhamos essas metas para poder controlar e combater essas doenças.” Pela pesquisa, Goiás está entre os estados que se destacam no diagnóstico de hipertensão, diabetes, doença do coração, artrite, problema renal e depressão.
O secretário explica que a ação é em conjunto com os municípios por serem responsabilidade das administrações municipais. A SES-GO atua na preparação das equipes de saúde da família, já que estes possuem a competência de entrar nas casas das pessoas e explicar sobre a mudança necessária dos hábitos, por serem mais próximos dos pacientes. Girade afirma que, atualmente e assim como no Brasil, 72% dos óbitos em Goiás se dá pelas doenças crônicas não transmissíveis. A intenção é que os goianos possam melhorar as práticas alimentares e realizarem mais atividades físicas.

Brasileiro come mal e leva vida sedentária
Rio – Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um quadro diferente do goiano quando se observa o perfil nacional. O brasileiro come pouca quantidade de hortaliças e frutas, ingere mais alimentos gordurosos do que deveria, tem trocado refeições por lanches rápidos e é sedentário – 46% da população com mais de 18 anos pratica menos de 150 minutos semanais de exercícios, mesmo levando-se em conta atividades de lazer, de trabalho e o deslocamento.
O consumo de álcool também preocupa: um em cada quatro brasileiros consome bebidas alcoólicas uma vez ou mais por semana. A boa notícia é que o tabaco, um dos principais fatores de risco para a saúde, está cada vez menos presente no dia a dia no País – 15% dos brasileiros com mais de 18 anos relataram fumar ou usar outros derivados de tabaco.
Os pesquisadores levaram em conta como marcador de consumo saudável de alimentos a ingestão diária de 400 gramas de verduras, legumes, frutas e sucos, divididos em cinco porções diárias. O problema é que 62,7% dos brasileiros não seguem a recomendação. Na região Nordeste, a proporção é ainda maior, 71,8%, com destaque para a Paraíba, onde 82% da população ingerem menos de 400 gramas de frutas e hortaliças diariamente.
As regiões Sudeste e Centro-Oeste registram os melhores índices de consumo; 42,8% e 43,9%, respectivamente. Em todas as regiões as mulheres se alimentam com mais frutas e hortaliças do que os homens (39,4% ante 34,8%). No consumo de feijão, outro marcador de alimentação saudável, a situação se inverte – eles comem o grão mais do que elas. A proporção é de 76,8% e 67,6%.
EXERCÍCIOS
Somente um quarto dos brasileiros pratica exercícios físicos com regularidade. E, ao contrário do senso comum, não é no litoral que a população tem maior preocupação com a forma física. O Centro-Oeste é a região que tem a proporção mais elevada de pessoas que fazem exercícios ao menos 150 minutos semanais – 24,1% da população. No Distrito Federal, quase metade dos homens faz alguma atividade física (41,6%); entre as mulheres, a proporção é de 29,6%. Os sedentários, a proporção de adultos classificados de “insuficiente ativos”, correspondem a 46% da população.

25% bebe ao menos uma vez por semana
Rio – Pela primeira vez o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) investigou o consumo de álcool: um em cada quatro brasileiros ingeriu bebida alcoólica ao menos uma vez por semana ao longo de 2013.
Um pouco mais de um em cada dez (13,7% da população) relatou consumo abusivo – cinco ou mais doses em uma única ocasião nos últimos 30 dias. E, entre aqueles com carteira de motorista, 24,3% disseram ter dirigido depois de beber.
Os homens bebem mais do que as mulheres. O uso habitual de álcool foi de 36,3% para eles e 13% para elas. O consumo abusivo também foi relatado mais por homens – 21,6% ante 6,6%.
O Sul é a região do País com maior prevalência de consumo habitual de bebida alcoólica (28,4%); com destaque para o Rio Grande do Sul, onde 47% dos homens responderam que bebem ao menos uma vez por semana. O Nordeste foi a região com maior proporção de homens que relataram o consumo abusivo (25,5%). Chamam a atenção os Estados da Bahia (29,4% dos homens) e Piauí (28,5%).
O consumo de bebida alcoólica começou por volta dos 18 anos, sem grandes variações entre as regiões.
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Artigo – Cais: Por que faltam médicos

Acordamos, nos últimos dias, com os jornais da capital estampando em suas principais páginas manchetes sobre o fechamento de CAIS por falta de médicos. Não que esteja faltando médicos em Goiânia. Pelo contrário. Está sobrando. O que falta é médico disposto a trabalhar em um CAIS, onde as condições de trabalho não são adequadas para o exercício da profissão.
E olha que não estou falando do profissional que falta a plantões sem uma justificativa aceitável. Para este não há defesa. Estou falando da imensa maioria de médicos que quer prestar um serviço digno aos pacientes.
Para estes, não há condições mínimas de segurança, já que médicos e outros profissionais de saúde ficam expostos a agressões de todo tipo de louco, bêbados e desajustados. As condições técnicas de trabalho são precárias, visto que o aparelhamento de um CAIS deixa muito a desejar, expondo o médico a dificuldades de diagnósticos e possibilidades maiores de erros.
Além disso, a remuneração incompatível com a formação profissional, fazendo com que o emprego seja “um bico” para completar seu orçamento e não um plano de carreira como deveria ser. Agora, por último, a obrigatoriedade do profissional atender casos de pediatria, mesmo não tendo uma formação adequada para tal. Com estas atitudes o governo não dá sinais de querer resolver o problema de atendimento a população.
Infelizmente “vai sobrar”, novamente, para o lado mais fraco, ou seja, para o médico e para a população. O médico, mais uma vez, ficará como o vilão da história nesta campanha difamatória criada e orquestrada por este pessoal que quer fazer do Brasil uma Cuba, uma Venezuela.
E a população? Ficará sem assistência médica adequada e sem ter a quem recorrer, já que os senhores e a senhora que poderiam resolver esta situação preferem jogar a culpa em outros ou criar saídas mirabolantes como a importação de agentes de saúde cubanos com status de médicos, ao invés de enfrentar diretamente o problema.

 

José Umberto Vaz de Siqueira é presidente da Associação Médica de Goiás (AMG)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação