ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
• MP apura repasse de R$ 5 milhões para OS gerir Credeq ainda fechado, em Goiás
• Pacientes denunciam que médicos fecharam Cais Cândida de Morais por falta de segurança
• Pacientes da campanha Cirurgia Plástica, Anestesiologia e Hospitais Solidários serão operados na próxima semana
• Martírio infantil na fila por um órgão
• Ministério da Saúde pode comprar testes que comprovam zika
• Ministério Público investiga governo por repasse de verbas ao Credeq
• Suposta fraude – Clínica de Paulo do Vale teria dado R$ 285 mil de prejuízo aos cofres públicos
• Metade dos pacientes que precisam de transplante de rim poderiam evitar cirurgia
• Gestores solidarizam com secretária de Saúde
TV ANHANGUERA/GOIÁS
MP apura repasse de R$ 5 milhões para OS gerir Credeq ainda fechado, em Goiás
http://g1.globo.com/goias/bom-dia-go/videos/t/edicoes/v/mp-apura-repasse-de-r-5-milhoes-para-os-gerir-credeq-ainda-fechado-em-goias/5083940/
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Pacientes denunciam que médicos fecharam Cais Cândida de Morais por falta de segurança
http://g1.globo.com/goias/bom-dia-go/videos/t/edicoes/v/pacientes-denunciam-que-medicos-fecharam-cais-candida-de-morais-por-falta-de-seguranca/5083938/
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SAÚDE BUSINESS
Pacientes da campanha Cirurgia Plástica, Anestesiologia e Hospitais Solidários serão operados na próxima semana
Os pacientes selecionados na primeira etapa da campanha Cirurgia Plástica Solidária, promovida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO), serão operados na próxima semana. As cirurgias vão ser realizadas simultaneamente nos dias 15 e 16 (quarta e quinta-feira), em Goiânia.
Os pacientes vão ser operados por cirurgiões plásticos voluntários, que estão abrindo mão de 100% de seus honorários para fazer o bem. A campanha, rebatizada de Cirurgia Plástica, Anestesiologia & Hospitais Solidários, conta também com apoio de médicos anestesiologistas, que vão trabalhar voluntariamente, e hospitais da capital, que estão subsidiando os custos hospitalares, o que reduziu consideravelmente os valores a serem pagos pelos pacientes.
A campanha foi lançada no final de abril com o objetivo de atender pessoas que carecem de cirurgias reparadoras e não dispõem de recursos para arcar com os custos totais dos procedimentos. As inscrições aconteceram no início de maio e mais de 2 mil pessoas se candidataram.
Os organizadores fizeram uma pré-seleção, excluindo as cirurgias estéticas e priorizando as reparadoras mais urgentes. Cerca de 300 pessoas foram selecionadas para a triagem socioeconômica e clínica, que aconteceu no dia 14 de maio e foi realizada por assistentes sociais e cirurgiões plásticos voluntários.
Um grupo de aproximadamente cem pacientes foi aprovado nesta triagem. Nas últimas semanas, eles passaram por consultas médicas e exames e tiveram suas cirurgias agendadas. Entre os procedimentos a serem realizados estão correção de cicatrizes, otoplastia (orelha de abano), reparação de sequelas de tratamentos oncológicos e cirurgias nas mamas e abdome de pacientes que eram obesos e foram submetidos a procedimentos bariátricos.
O presidente da SBCP-GO, Luiz Humberto Garcia de Souza, considera a campanha um sucesso, com grande participação da população e a adesão expressiva dos cirurgiões plásticos, anestesiologistas e hospitais goianos. “Estamos unidos para fazer o bem”, diz o presidente, que, em conjunto com a diretoria da SBCP-GO, já programa uma segunda etapa da campanha para o final deste ano. (11/06/16)
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O POPULAR
Martírio infantil na fila por um órgão
Em Goiás, crianças sofrem com a falta de hospital para fazer cirurgia e de suporte adequado
Infância em tratamento – Lara Castro passa duas horas por dia na máquina de hemodiálise em clínica em Goiânia. Tratamento é realizado quatro vezes por semana, enquanto ela não consegue nova chance de receber um transplante de rim
Crianças enfrentam um xadrez de vida e morte na fila de transplante em Goiás. Nenhuma unidade de saúde pública ou particular goiana realiza o procedimento pediátrico de transferência de órgão ou tecido. Para serem transplantadas fora do Estado, elas têm de passar por outro martírio. Ao receber a notícia surpresa de que há doador compatível, devem se encontrar em bom estado de saúde e conseguir voo disponível de última hora para chegar ao centro cirúrgico no horário determinado. O desespero acirra a corrida contra o relógio.
O Estado não tem nenhum tipo de controle da quantidade de crianças que precisam de transplante, apesar de o procedimento sempre exigir uma logística rápida para obter êxito. Levantamento do POPULAR revela que, em Goiás, ao menos 60 crianças já necessitam ou vão precisar de um rim antes de alcançar a fase adulta. Outras 19 entraram na fila por uma córnea, no Estado, entre janeiro e março deste ano, segundo a pesquisa mais recente do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT).
O governo de Goiás também não oferece transporte aeromédico para atender às famílias, caso elas não encontrem voo disponível por meio do serviço de Tratamento Fora do Domicílio (TFD), que custeia o traslado com verba do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Estado não conseguiu tirar do papel uma licitação para contratação de empresa especializada no serviço de transporte aéreo de doentes e equipes médicas. A falta de estrutura castiga ainda mais as crianças, que contam somente com tratamentos médicos paliativos na capital, enquanto não são transplantadas.
“Quero um rim”, diz menina de 5 anos
Cleomar Almeida
“Quero um rim para passar para o meu corpo”, afirma Lara Castro, de 5 anos, enquanto faz hemodiálise, tratamento por meio do qual uma máquina limpa e filtra o sangue. No último dia 4, data do seu aniversário, por coincidência, a menina quase recebeu o transplante de presente, depois de uma ligação à noite do Hospital do Rim, em São Paulo, dizendo que a criança deveria estar no centro cirúrgico até as 6 horas do dia seguinte. A família parou tudo. Deixou convidados da festinha. Não cantou parabéns. A falta de estrutura e de suporte fez todo o esforço ser em vão.
A mãe da criança, a dona de casa Jade Santos Teles, de 25, conta que por volta das 18h30 do dia do aniversário uma atendente do Hospital do Rim disse, por telefone, que o resultado do exame de compatibilidade ainda não havia sido liberado. Ficou de sobreaviso. Ligou, em seguida, para a equipe do Tratamento Fora do Domicílio (TFD), mas recebeu o alerta que haveria risco de não conseguir viajar por causa do horário já adiantado. Mais tarde, outra ligação confirma que a criança poderia ir. “Largamos tudo antes de cantar parabéns”, conta Jade.
No Aeroporto Santa Genoveva, já não havia mais voo disponível para São Paulo. Desesperada e sem mais nenhum tipo de suporte, Lara seguiu de carro com a mãe e o pai, o gerente Rogério de Castro Teles, de 33, para Brasília, de onde partiria para a capital paulista no voo das 3 horas da madrugada. Tudo para chegar ao Hospital do Rim antes das 6 horas. Não adiantou. Ao chegar à capital federal, outra ligação dizia que a família não precisava ir mais. O tempo estourou. Lara ficou no meio do caminho.
“Se fosse caso de vida ou morte, como a gente agiria nessa situação?”, pergunta o pai, ressaltando que, se houvesse mais suporte, Lara teria sido transplantada. “Goiás está muito subdesenvolvido na questão da saúde”, desabafa a mãe. Ainda sem um rim e mesmo após perder os parabéns, Lara carrega a incessante vontade de viver.
Médicos destacam falhas
Médicos reclamam da falta de suporte aos pacientes que necessitam de transplante em Goiás e dizem que o Estado precisa melhorar muito o atendimento à população. Os profissionais destacam, ainda, que a população precisa se mobilizar a favor da cultura de doação de órgãos.
O médico Johnathan Freitas, nefrologista pediátrico do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), aponta problemas de infraestrutura de captação de órgãos no Estado. “Vira e mexe tem relato de pessoa que queria doar mas não conseguiu. Esses dias soube de um caso no interior. Tentaram, por várias horas, conseguir equipe que captasse os órgãos porque não tinha profissional especializado para captar”, afirma.
Vice-presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), o administrador hospitalar Gustavo Suzin Clemente critica a falta de planejamento do Estado. “Não existe planejamento. Não tem cadastro regional, de quem precisa e de qual órgão. Não tem monitoração em Goiás”, diz.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que fez captação de 233 órgãos desde 2014 e que, entre 1995 e 2015, realizou 14 mil transplantes. Para o médico Robson Azevedo, além de o Estado resolver os problemas, a população precisa se sensibilizar. “É necessário estimular as pessoas a doarem órgãos”.
3 perguntas para Luciano Leão
Gerente da Central de Transplantes e Captação de Órgãos de Goiás, Luciano Leão diz que serviço aeromédico pode diminuir parte dos problemas de atendimento
1 – Goiás não deveria ter o controle de crianças que precisam de transplante?
Deveria, por interesse social, por assim dizer. As ações que a central de transplantes tem de obrigatoriamente exercer é de controle dos procedimentos que correm sob a sua jurisdição. Não temos acesso à fila de crianças que são receptoras. Existem várias dificuldades.
2 – Por que o Estado não faz transplante pediátrico?
É um procedimento complexo e também, por parte da rede privada, exige interesse das equipes. Não tem lógica que todos os Estados realizem os transplantes. A gente precisa ter hospitais que são referência. A gente não pode sonhar. Fazer transplante uma vez por ano. É preciso que o paciente, independente do transplante que vá realizar, tenha o acesso garantido, mas não só em Goiás.
3 – Se sair do papel, a licitação do serviço aeromédico vai diminuir os problemas?
Já estamos discutindo isso. Vamos fortalecer a descentralização. Em Goiás hoje é restrito a Goiânia. Existem cidades do interior, por exemplo, que podem pelo menos fornecer doações. Com certeza vamos resolver os problemas, não digo 100%. (12/06/16)
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Ministério da Saúde pode comprar testes que comprovam zika
O ministro fez o comentário durante entrevista a correspondentes estrangeiros para apresentar as ações de saúde com vistas aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai a Salvador, na segunda-feira (13), verificar – junto ao Laboratório Bahiafarma – a possibilidade de compra, em grande quantidade, pelo governo federal, de um teste rápido de comprovação do vírus zika. Ele não informou quantos testes seriam comprados, mas acrescentou que, atualmente, os testes que já são aplicados em pessoas que apresentam os sintomas permitem a identificação e notificação de todos os casos.
Por isso, classificou de confiáveis os números de registros da doença feitos no país.
“Estamos procurando dar a vocês subsídios para que possam tranquilizar as pessoas de que neste período [dos Jogos], no Rio de Janeiro, o risco é baixíssimo de alguém ser contaminado com zika. Menos de uma pessoa em 500 mil visitantes estrangeiros, pelas projeções da Universidade de Cambridge [no Reino Unido] e de outros tantos cientistas, está sujeita a ser contaminada, portanto, é quase risco zero”, contou.
O ministro espera que, com as informações prestadas, os atletas estrangeiros se tranquilizem e venham para o Brasil. “Estamos falando de um espetáculo, de um mega evento, mas para cada atleta é a vida deles. Aquilo para o que se dedicam e aquilo no que acreditam e nós queremos que eles venham com absoluta tranquilidade para o ápice de toda a preparação que fizeram durante anos”, destacou.
Reunião da OMS
Ricardo Barros revelou que, na terça-feira (14), o comitê de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS) vai se reunir, por videoconferência, como ocorre a cada 90 dias, e poderá avaliar as recomendações feitas com relação aos cuidados e prevenção relacionados ao vírus zika.
O ministro da Saúde afirmou que tudo indica que as recomendações permanecerão, como a de que grávidas evitem viajar para os 60 países onde foi constatada a presença do vírus, ou então, para que mulheres retardem a gravidez até que a comunidade científica internacional amplie os conhecimentos sobre os reflexos do vírus. Barros descartou, no entanto, a possibilidade de o comitê propor a mudança de datas ou de local dos Jogos 2016.
“Nós não consideramos a hipótese de adiamento das Olimpíadas. Não há nenhuma base científica que recomende este tipo de decisão. O que espero em relação aos atletas que estão em dúvida de virem ao Rio de Janeiro é que a nossa explanação hoje sirva de informação para que eles possam rever a sua posição e venham competir no Brasil, porque, de fato, nós estaremos em uma das regiões de menor circulação do vírus. Nos outros países em que ele existe, muitos estarão em temporada de verão, com alta proliferação do vírus. A região do Caribe, por exemplo, onde há uma circulação de milhares de turistas, tem uma possibilidade muito maior de alguém adquirir o vírus lá, do que aqui durante o inverno no Rio de Janeiro. Espero que os atletas possam, a partir das nossas informações, rever as suas posições e esperamos ter todos aqui conosco nas olimpíadas”, disse.
De acordo com o ministro, o governo brasileiro resolveu acatar todas as recomendações da OMS para as Olimpíadas e para o vírus zika. “Temos uma grande estrutura montada para que possamos – com segurança – receber aqueles que vêm ao Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos e vamos informar o que está disponível em infraestrutura para suportar esta vinda dos turistas e da família olímpica para os Jogos Olímpicos”, disse.
O ministro da Saúde afirmou, ainda, que, durante a Copa do Mundo, quando o número de visitantes superou 1 milhão de pessoas, houve apenas três casos de dengue e que, às vésperas dos Jogos 2016, a possibilidade é menor, com a expectativa de o país receber até 500 mil turistas para acompanhar as competições.
Barros assegurou que a rede de saúde está preparada. O governo federal repassou mais R$ 19,5 milhões para a rede de saúde do estado do Rio de Janeiro. Já há ambulâncias disponíveis e recursos para esses veículos no valor de R$ 30 milhões. Estão selecionados, ainda, 130 leitos para atendimentos de emergência caso sejam comprovados casos de zika. Além disso, haverá o reforço de 3 mil profissionais atuando no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. No Rio de Janeiro, mais de 80% dos imóveis foram vistoriados para identificar focos de dengue.
Cuidados
De acordo com o ministro, o Comitê Olímpico vai distribuir repelentes para todos os atletas e o governo brasileiro está adquirindo unidades do produto para distribuir gratuitamente a gestantes incluídas no Programa Bolsa Família.
Ainda com relação às mulheres que querem engravidar, o ministro da Saúde lembrou que o Instituto Evandro Chagas desenvolveu pesquisas com a Universidade do Texas de uma vacina para o vírus zika e a previsão é iniciar os testes clínicos em novembro. “Temos a expectativa de fazer os testes em fast track como aconteceu com o vírus Ebola e, em pouco tempo, as mulheres poderão ter uma gravidez segura”, afirmou. . (11/06/16)
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DIÁRIO DA MANHÃ
Ministério Público investiga governo por repasse de verbas ao Credeq
Apesar de ainda não funcionar, o Centro de Tratamento para Dependentes Químicos (Credeq) teria repassado, através do governo goiano, R$ 5 milhões para que uma Organização Social (OS) realizasse serviços.
Conforme o MP-GO, a entidade foi selecionada para administrar o Credeq de Aparecida de Goiânia.
Conforme o MP, a Secretaria de Saúde teria repassado desde 2014, por meio do Fundo Estadual de Saúde (FES), o valor de R$ 1.773.105,38; em 2015, o valor de R$ 3.402.385,60; e, em 2016, até a última atualização dos dados no dia 5 de junho, já teriam sido pagos R$ 2.075,96.
O MP afirma que é uma “aberração” o repasse de recursos para a entidade.
O Governo de Goiás informa que a OS receberá R$ 28 milhões pela prestação de serviços até 2017.
Conforme o governo, a partir de julho o Credeq começara a atender os dependentes químicos.
O Governo de Goiás rebate o MP e diz que foram repassados apenas R$ 2,8 milhões e que os recursos foram utilizados para pagar os salários de 21 servidores. (12/06/16)
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JORNAL OPÇÃO
Suposta fraude
Clínica de Paulo do Vale teria dado R$ 285 mil de prejuízo aos cofres públicos
Auditoria aponta que a Clínica Nefrológica de Rio Verde não comprovou 230 sessões cobradas do SUS e pagas com dinheiro dos fundos Nacional e Estadual de Saúde
Marcos Nunes Carreiro
Às vésperas das eleições municipais, o pré-candidato à prefeitura de Rio Verde Paulo do Vale tem enfrentado entraves judiciais. Após ser condenado, no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), por improbidade administrativa, agora o peemedebista deve ter que devolver aproximadamente R$ 286 mil ao Fundo Municipal de Saúde de Rio Verde.
Relatório do Sistema Nacional de Auditoria do SUS (SAS), sobre auditoria feita pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás na Clínica de Doenças Renais — ou Clínica Nefrológica de Rio Verde, que pertence a Paulo do Vale —, aponta várias irregularidades na empresa. A principal delas é a cobrança por sessões de hemodiálise não realizadas entre maio e julho de 2014.
O relatório conseguido com exclusividade pelo Jornal Opção descreve: “Houve cobranças de sessões de hemodiálise a mais das comprovadas em documentos pertinentes, que totalizaram R$ 432.178,42, sendo R$ 217.700,48 em maio, R$ 102.942,25 em junho e R$ 111.535,69 em julho de 2014, contrariando a Portaria SAS/MS nº 140 de 20 de abril de 1999”.
A fonte de evidência da fraude, de acordo com os auditores que assinam o relatório, é a ausência de documentos que comprovem a realização de 230 sessões de hemodiálise cobradas do SUS. Os 230 procedimentos somam, segundo detalha anexo do relatório, R$ 285.911,12 e que foi comprovada pela auditoria da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, que foi realizada entre os dias 15 e 17 de setembro de 2014.
O relatório traz a justificativa da empresa, que afirma ter havido um “equívoco no encaminhamento dos documentos relativos aos registros de reuso dos dialisadores. Foram encaminhados os rascunhos utilizados para abastecer os dados da planilha do Nefrodata.” A clínica, então, encaminhou novos documentos, mas a justificativa só foi aceita parcialmente, visto que os 230 procedimentos não foram comprovados.
Dessa forma, o relatório recomenda que a Clínica Nefrológica de Rio Verde devolva ao Fundo Municipal de Saúde de Rio Verde os R$ 285.911, 12, devidamente atualizados monetariamente e acrescido de juros e mora. Tal recomendação teria sido motivo para que a Polícia Federal (PF) abrisse inquérito para investigar o suposto desvio de recursos federais de saúde destinadas à clínica.
Acontece que R$ 233.109,78 do montante descrito no relatório da auditoria são provenientes do Fundo Nacional de Saúde; os outros R$ 52.801,34 saíram do Fundo Estadual de Saúde. Dessa forma, por se tratar de verba federal, a PF teria sido acionada e o inquérito estaria sob a responsabilidade da Delegacia da PF em Jataí. Procurada pela reportagem, a PF informou que só responde a questionamentos sobre inquéritos aos investigados ou por meio de advogado.
Informações dão conta de que Paulo do Vale, assim como funcionários teria prestado depoimento ao delegado da PF Ricardo Mendes, que estaria responsável pelo caso. Contudo, a informação não foi confirmada nem pela PF nem por Paulo do Vale. Procurado pela reportagem, Paulo do Vale diz desconhecer o inquérito da PF e não quis comentar a auditoria da Secretaria Estadual de Saúde, que data de 2014, mas ainda está em tramitação. Paulo do Vale diz: “Não estou sabendo. É uma informação nova. Não fui comunicado, intimado ou prestei depoimento. É isso o que tenho a responder”.
Outras irregularidades
Porém, o relatório aponta para várias outras irregularidades, entre documentação não atualizada de profissionais que atuam na clínica e a ausência, no registro da utilização de um novo dialisador, da assinatura do paciente.
As questões envolvendo os profissionais são frequentes no relatório e vai desde à falta de apresentação de registro no Conselho Regional de Enfer-magem de Goiás (Coren-GO) por parte de enfermeiras à não capacitação de funcionários que realizam certas atividades.
O documento relata: “No momento da visita, a funcionária que estava trabalhando no reuso da sala branca demonstrou desconhecimento sobre o adequado processamento dos dialisadores dos pacientes e não realizava nenhuma anotação sobre os níveis residuais dos produtos saneantes empregados, contrariando os artigos 30 e 32, parágrafo 2º, da Resolução de Diretoria Colegiada RDC/Anvisa nº 11, de 13 de março de 2014”.
Outro ponto levantado pelo relatório diz respeito à não implantação de mecanismos de avaliação da qualidade e monitoramento dos processos desenvolvidos no serviço por meio de indicadores ou de outras ferramentas. Assim, fica a empresa responsável por implantar efetivamente os mecanismos de avaliação de qualidade dos processos.
Além disso, de acordo com o documento, o número de máquinas de hemodiálise informado ao Cadastro Nacional de Esta¬belecimentos de Saúde (CNES) não confere com o encontrado no estabelecimento, “como também não confere o número de profissionais cadastrados.”
Ainda na questão dos profissionais¸ no relatório consta que a clínica “não registra nos prontuários os pacientes as evoluções de enfermagem, os atendimentos nas áreas de nutrição, psicologia e assistência social e não anexa aos mesmos os exames de imagem, eletrocardiogramas e cartão de vacinas.”
De ordem técnica, a auditoria do SUS aponta outras irregularidades encontradas na Clínica de Paulo do Vale, entre elas, a falta de protocolo na limpeza e esterilização de equipamentos, assim como falta de implantação do Núcleo de Segurança do Paciente e a falta de funcionamento automático de geradores.
Mas a consideração mais séria talvez esteja na constatação nº 359975, que diz: “A Clínica Nefrológica de Rio Verde realiza exames de análises clínicas em suas próprias dependências, sem dispor de alvará sanitário para a atividade de laboratório clínico e sem profissional legalmente habilitado como responsável técnico”.
A empresa justifica a indagação informando que a clínica, há vários anos, exames de análises clínicas, “tendo por diversas vezes ocorrida a visita da Vigilância Sanitária, sem contudo exigir o alvará sanitário de laboratório.” A justificativa, porém, não foi acatada pela equipe de auditores.
MP e TCM
O Ministério Público de Goiás (MP) e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) também investigam contratos da Clínica Nefrológica de Rio Verde com a prefeitura da cidade.
Acórdão do TCM analisou a contratação direta da Clínica Nefrológica de Rio Verde pelo município em janeiro de 2012. O documento aponta para as seguintes irregularidades:
1) Não demonstração da estimativa de pacientes a serem atendidos;
2) Não explicação para a diferença verificada entre os valores despendidos entre 2009 e 2012, apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde e os valores registrados no Sis¬tema de Controle de Contas Municipais (Sicom);
3) Falta dos atestados da efetiva realização dos serviços;
4) Falta da especificação do número de procedimentos realizados, bem como não há estimativa de procedimentos a serem executados;
5) Apresentação de informações esparsas e sem a demonstração de conexão entre os dados e a contratação.
Isso gerou para a clínica, à época, uma multa de R$ 6 mil. Mas o fato mais importante do acórdão é que Paulo do Vale ainda era secretário municipal de Saúde em janeiro de 2012. Sobre isso, o acórdão descreve:
“Paulo Faria do Vale, Gestor do FMS [Fundo Municipal de Saúde] é sócio-proprietário da empresa contratada, sendo, ao mesmo tempo, representante legal da contratante e da contratada, ferindo, além da moralidade administrativa, o art. 9º, III da Lei nº 8.666/93, que veda terminantemente tal conduta”.
Com a saída de Paulo da secretaria, o TCM solicitou informações sobre os pagamentos feitos entre 2009 e 2012. Os valores informados pelo secretário que substituiu Paulo — Leonardo Vieira do Carmo — foram os seguintes:
2009: R$ 3.325.531,07
2010: R$ 1.402.302,70
2011: R$ 2.640.277,08
2012: R$ 1.756.937,27
Porém, os valores apurados pelo próprio TCM eram diferentes:
2009: R$ 4.029.396,88
2010: R$ 2.548.908,82
2011: R$ 3.684.547,56
2012: R$ 5.402.570,33
A notícia foi parar no MP, que abriu Inquérito Civil Público (ICP) para apurar o caso.
Defesa recorreu de condenação no Tribunal de Justiça de Goiás
Paulo do Vale enfrenta ou¬tras acusações. No ano passado, o peemedebista foi condenado pelo juiz Márcio Marrone Xavier, da Vara das Fazendas Públicas, Registros Públicos e Ambiental do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), por improbidade administrativa devido a irregularidades constatadas durante o tempo em que foi secretário de Saúde de Rio Verde.
Paulo teria, em 2010, alugado sem licitação um imóvel pelo valor de R$ 4 mil mensais no qual seria instalado o Centro de Recuperação de Obesidade Mórbida. O imóvel ficou alugado entre setembro de 2010 a abril de 2011, o que gerou o gasto de R$ 32 mil aos cofres públicos com o pagamento do contrato. Porém, a obra do Centro não saiu do papel.
A 4ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP) entendeu que o contrato de aluguel, por dispensa de licitação, não tinha caráter de emergência e que o dinheiro público usado em um imóvel que não atendeu a qualquer necessidade da saúde de Rio Verde foi desperdiçado. Por isso, propôs, em 2013, a ação civil pública por improbidade administrativa contra o então secretário.
A ação civil pública do MP levou à condenação e, pela decisão, Paulo teria que ressarcir o erário municipal em R$ 32 mil e ainda ficaria impedido de contratar com o Poder Público por dois anos. Paulo, que é médico, recorreu da decisão que o deixaria inelegível pelo prazo de cinco anos. Contudo, em abril deste ano, o TJ-GO manteve a condenação, mesmo que tenha acatado parcialmente os embargos de declaração apresentados pela defesa.
Sobre isso, Paulo destaca: “Fizemos um embargo declatório e aguardamos. Mas chega isso é porque é época de campanha. Você sabe…”.
Entretanto, a condenação é de primeira instância, e cabe recurso em outras Cortes. Enquanto houver possibilidade de recurso, Paulo está autorizado a manter seu nome como pré-candidato à prefeitura de Rio Verde. Isso acontece porque o peemedebista só ficará inelegível e terá os direitos políticos cassados se o processo for encerrado e a condenação for mantida. (12/06/16)
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Metade dos pacientes que precisam de transplante de rim poderiam evitar cirurgia
Segundo nefrologista, diagnóstico tardio é principal causa de lesões irreversíveis.
Exames e visitas recorrentes ao médico podem reduzir operações em 50%
Metade dos pacientes submetidos a transplantes de rim no Brasil poderia evitar a cirurgia se tivesse tido o cuidado de fazer exames preventivos de saúde, no caso os de sangue e de urina. O alerta é do nefrologista Diogo Medeiros, responsável pelos transplantes desse órgão no Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, segundo o qual o diagnóstico tardio é a principal causa de lesões irreversíveis.
Desde o início das atividades da instituição, em 2010, foram feitos 430 transplantes de rim, dos quais 50% referiam-se às pessoas que apresentavam diabetes e hipertensão ou uma dessas doenças. “Em metade dos casos” – informa Diogo – “as pessoas só procuraram o médico porque passaram mal e, como a consulta foi tardia, não houve mais chance de recuperação ou de se postergar a evolução da doença”.
Resta ao paciente ficar na fila dos transplantes e, enquanto aguarda um doador, tem que se submeter à hemodiálise para a filtragem do sangue.
Segundo o especialista, o número de doações é insuficiente, numa proporção de cinco mil para dez mil pacientes. No entanto, se as visitas periódicas ao médico ocorressem a cada seis meses, haveria maior qualidade de vida e de longevidade. O Hospital de Transplantes é uma unidade da Secretaria de Saúde do estado, gerenciada em parceria com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
Ainda de acordo com o nefrologista, os rins têm múltiplas funções no organismo, como a produção de hormônios na formação dos ossos e do sangue, no controle da pressão arterial e na filtragem de impurezas e eliminação de toxinas por meio da urina. E são fundamentais para manter os líquidos e sais do corpo em níveis adequados.
Em casos de pessoas com diabetes e hipertensão, os primeiros sinais de lesão podem ocorrer em um período de cinco anos. Mas se forem feitas análises clínicas periódicas a cada seis meses, é possível http://g1.globo.com/to/tocantins/bom-dia-tocantins/videos/t/edicoes/v/criminosos-invadiram-a-unidade-de-saude-em-araguaina-11-pessoas-foram-vitimas/5084290/ um controle contra a progressão para uma Doença Renal Crônica (DRC). Por meio do exame de sangue, o médico poderá constatar se há concentração de creatinina (substância derivada da absorção de proteína no músculo) e cruzar essa informação com o resultado do exame de urina, indicando se houve ou não a eliminação de toxinas. (12/06/16)
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DIÁRIO DE APARECIDA
Gestores solidarizam com secretária de Saúde
Na semana passada, todos os secretários municipais enviaram uma nota de desagravo para que fosse publicada no jornal. Na nota, os gestores oferecem apoio à secretária de Saúde, Vânia Cristina, que recentemente foi acusada por um meio de comunicação de fazer parte do desvio de verba dentro da secretaria.
Nota na íntegra
“Nós, secretários e secretárias da administração do prefeito Maguito Vilela, que prezamos pela moralidade, legalidade, eficiência, economicidade e publicidade dos atos administrativos, repudiamos a tentativa maldosa de um meio de comunicação em imputar fatos ilegais à secretária de Saúde de Aparecida de Goiânia, Vânia Cristina Rodrigues.
Nos últimos sete anos e seis meses, Aparecida superou a cultura política atrasada em atender interesse de grupos ou indivíduos em detrimento dos interesses públicos. Sob a forte liderança do prefeito Maguito Vilela e com o apoio da sociedade civil organizada e dos poderes constituídos, estamos escrevendo uma nova história baseada em relações institucionais sadias, fundamentadas nos valores republicanos.
Assim continuaremos até o último dia deste mandato do prefeito Maguito Vilela, que transformou a cidade e, sobretudo, a cultura política local. Reafirmamos, portanto, o nosso repúdio a toda e qualquer tentativa de tentar interromper ou até retroceder este processo saudável de trato com a coisa pública em Aparecida.
A divulgação de forma equivocada e claramente maldosa pelo jornal de fatos apurados e denunciados pela própria secretária municipal de Saúde, Vânia Cristina, sobre assuntos relacionados ao Fundo Municipal de Saúde, representa o que havia de pior no passado em Aparecida: denuncismo, chantagem e mentiras. É público que este jornal impresso não circulava já há alguns meses em Aparecida e estranhamente circula com um texto mal-intencionado e cheio de ilações contra a secretária, no exato momento em que ela se encontra de férias.
Confiamos no trabalho da secretária Vânia Cristina e acreditamos que a Justiça será feita e os danos à sua imagem serão devidamente reparados. O trabalho de investigação do Ministério Público e da Polícia Federal, que foram acionados pela própria secretária de Saúde de Aparecida, vai confirmar a verdade dos fatos.” (13/06/16)
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação