Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás

CLIPPING SINDHOESG 12/04/13

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

O POPULAR

Ipasgo
74 médicos vão ser suspensos
Bárbara Daher

O Instituto de Assistência aos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) vai suspender o atendimento de 74 médicos credenciados a partir da segunda-feira. O presidente do Ipasgo, Francisco Taveira Neto, informou que a decisão foi tomada após uma série de reclamações de usuários sobre estes profissionais. Foi feito um levantamento que apontou 368 profissionais que realizaram menos de 10 atendimentos mensais em 2013. Deste total, o Ipasgo encontrou reclamações dos usuários sobre 74 deles. “Alguns estavam se recusando a atender pelo convênio. Outros diziam que se fosse pelo Ipasgo só teria vaga em cinco meses, mas se o cliente pagasse a consulta particular, teria vaga na hora”, explicou.
Estes profissionais estarão impedidos de continuar atendendo pelo convênio e terão o prazo de dez dias a partir de segunda-feira para apresentarem justificativa em relação às reclamações dos usuários. “Se eles não se pronunciarem, ou se a explicação não for plausível, vamos descredenciar”, afirmou. Entre as especialidades dos médicos que terão o atendimento suspenso estão cardiologia, geriatria, ginecologia e obstetrícia, urologia, dermatologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e clínico geral. Pediatria e endocrinologia, que recebem mais reclamação de falta de profissionais no Ipasgo, não serão afetadas.

Instituto publicará edital

O Instituto de Assistência aos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) vai publicar, na segunda-feira, um edital de credenciamento de novos profissionais em todas as especialidades, para Goiânia e interior do Estado. Os outros 294 prestadores com baixo índice de atendimento também vão receber advertência, lembrando-os do compromisso em atender aos usuários.
Francisco Taveira Neto afirmou que vai pedir ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) e ao Ministério Público que investiguem estes profissionais. “Eles estavam chantageando o usuário, forçando a consulta particular”. O Ipasgo pede que os usuários continuem denunciando maus profissionais através do telefone 0800-62-1919. “A denúncia é anônima”, diz.
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Coluna Direito e Justiça – Câncer – O juiz Rodrigo de Silveira, da 4ª Vara Cível de Goiânia, determinou que a Unimed Goiânia custeie e forneça o tratamento de um segurado com câncer de próstata. Além disso, o magistrado condenou o plano ao pagamento de R$ 10 mil, acrescido de juros e correção monetária, de indenização por danos morais.

Médico condenado
A 2ª Câmara Cível do TJ-GO manteve sentença da comarca de Jataí, que condenou o médico urologista Pedro Alves de Abreu Filho a indenizar em R$ 15 mil o auxiliar de almoxarifado Nasson Assis Lima por uma cirurgia desnecessária, para desobstrução de uréter. O paciente não tinha o rim, mas o médico alegou que ele tinha, sim, problema no uréter.
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JORNAL OPÇÃO

Unimed Goiânia terá de pagar R$ 10 mil a cliente considerado inadimplente

O juiz analisou que o valor deve ser pago com acréscimo de juros e correção monetária, referente à indenização

Marcello Dantas
Além do valor de R$ 10 mil, a Unimed Goiânia vai ter que custear e fornecer os tratamentos necessários a Djalma Santos Camargo como forma de indenização por danos morais. Ele, que sofre de câncer de próstata e é cliente do plano de saúde, necessitava passar por radioterapia do tipo IMRT (Intensidade Modulada de Feixe) e Simulação de Tratamento Complexa. Porém, a Unimed alegou que esse tipo de terapia não constava no contrato do plano e o considerou inadimplente.

A determinação é do juiz Rodrigo de Silveira, da 4ª Vara Cível de Goiânia, que condenou a Unimed a pagar indenização com acréscimo de juros e correção monetária, referente à indenização por danos morais. Os argumentos apresentados pela Unimed foram rebatidos pelo magistrado, que dizia que a radioterapia do tipo IMRT não constava no rol de procedimentos editados pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Com isso, o tratamento teria excluído do plano de saúde, ante a ausência de contratação do custeio do procedimento.

Rodrigo de Silveira justificou também que, em se tratando de plano de saúde, é preciso considerar o Código de Defesa do Consumidor (CDC), especialmente seu artigo 51. O argumento da existência de cláusula contratual que exclui da cobertura do plano os procedimentos que estão fora da lista da ANS qualifica abuso e contraria a própria função social do contrato, que é a assistência à saúde.

“Ademais, é abusiva e afronta o princípio da boa-fé contratual a cláusula, razão pela qual deve ser ignorada”, lembrou. Já para a indenização por danos morais, o juiz analisou que a seguradora se recusou a cobrir o tratamento oncológico por radioterapia e caracterizou Djalma como inadimplente.

“O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu o direito de ressarcimento dos danos morais advindos da injusta recusa de cobertura de plano de saúde, pois tal fato agrava a situação de aflição psicológica e de angústia do usuário, uma vez que, ao pedir a autorização, o contratante já se encontra em condição de dor, de abalo psicológico e com a saúde debilitada”, relatou.

No início do mês, cerca de 300 mil usuários do plano de saúde da Unimed Goiânia não puderam contar com atendimento eletivo nos maiores hospitais da capital. A paralisação reuniu 15 hospitais particulares e durou 24 horas. Somente os casos de emergência e urgência foram atendidos. As unidades hospitalares que aderiram ao protesto fazem parte da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
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O HOJE
Uma criança em cada quatro é obesa
Levantamento demonstra índice preocupante de obesidade em Goiás, tanto em crianças de 5 a 10 anos quanto em adultos
LOREN MILHOMEM

Dados levantados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde e divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) apontam que, em Goiás, uma em cada quatro criança (25%), entre 5 e 10 anos de idade, são consideradas obesas. Além da preocupante taxa infantil, quase a metade dos adultos (48%) está enquadrada na doença, que é tida como crônica. Embora a rede pública de saúde tenha intensificado o trabalho de orientação e acompanhamento por meio de programas de atendimento à família, especialistas acreditam que ainda há precariedade quanto a políticas que informem a população sobre os riscos da doença e consideram o índice referente a obesidade infantil como o dobro do esperado.
Ainda segundo o levantamento, crianças abaixo de 5 anos estão 10% dentro do índice de obesidade, adolescentes de 10 a 19 anos, 21%; gestantes, 37%; e idosos são 40% obesos. Os fatores responsáveis pelo aumento do número de obesos no Estado ainda são os mesmos apontados por profissionais da saúde nos últimos anos: genética, maus hábitos alimentares, sedentarismo e ausência de rotina alimentar. Somado a estes, está ainda há falta de consciência sobre os problemas que são ocasionados com a doença, como diabetes, hipertensão, complicações respiratórias, cardiovasculares e até mesmo a depressão, entre outras.
Coordenadora da Vigilância Nutricional do Estado de Goiás, a nutricionista Maria Janaína Cavalcante classifica o indicativo referente às crianças entre 5 e 10 anos como “assustador” e o dobro do que era esperado. Ela coordena trabalho de capacitação dos profissionais que atuam nos Núcleos de Apoio à Família e nas regionais de saúde direcionados a atendimentos a pessoas com obesidade. O trabalho é voltado para abordagem do obeso e realização de exames simples, e é custeado pelo Ministério da Saúde em parceria com o governo do Estado. De acordo com ela, após as avaliações, os pacientes considerados obesos são encaminhados ao serviço especializado das unidades de saúde regionais.
Em 2011 e 2012, os profissionais capacitados conseguiram atender a 182 municípios goianos, mas, para Maria Janaína, a meta ainda não foi alcançada e o trabalho realizado ainda não é suficiente para impedir a crescimento da doença. “O ideal seria chegar aos 246 municípios, o que é a nossa meta para este ano. Mas o que percebemos nessas visitas é muita falta de informação por parte das pessoas e resistência em modificar os hábitos alimentares, em praticar exercícios”, diz. Ela explica ainda que, muitas vezes, o obeso começa a fazer reeducação alimentar, mas não termina o procedimento.
Na infância
A nutricionista Andréia Menezes trata crianças com obesidade e endossa a constatação de que ainda há falta de informação e disponibilidade dos pacientes e da família em mudar os hábitos alimentares e inserir a atividade física na rotina. No caso específico de crianças, segundo ela, o tratamento está diretamente relacionado ao acompanhamento constante dos pais. Se não houver participação e controle da família, dificilmente a criança alcançará resultados. “Os pais costumam delegar o tratamento das crianças somente a elas mesmas, o que é um erro. É extremamente necessário que a família, em todo caso de obesidade, acompanhe o obeso e faça uma rotina de alimentação, de reeducação alimentar e pratique os exercícios físicos”, atenta.
Punições ou recompensa
Andréia diz ainda que um dos entraves encontrados no tratamento da obesidade, principalmente a infantil, é a forma como a família associa a doença a punições e a recompensas às crianças. “Os pais costumam retirar os alimentos de forma a ofender a criança, ressaltando a doença para elas, o que afeta na autoestima e pode causar até depressão. Ou, ao contrário, costumam oferecer alimentos como recompensas por um bom comportamento ou até mesmo para suprir a falta que fazem em casa. Nesses casos, os alimentos, geralmente industrializados, surgem como presentes para as crianças, que começam a enxergar de forma errada a alimentação”, explica.
A empregada doméstica Elcione Ferreira Borges tem uma filha de 5 anos de idade que se enquadra como obesidade leve, apesar de a menina estar apenas com três quilos acima do peso ideal. Elcione conta que só descobriu a doença quando levou a filha para realizar exames de rotina devido a outro problema de saúde. “Levei-a ao clínico geral, e foi ele quem me disse que ela já podia ser considerada como obesa. Eu comecei, então, a mudar a alimentação da minha casa”, disse.

Tratamento público em casos graves
Atualmente, Goiânia conta com um serviço público de tratamento aos pacientes obesos, o Programa de Prevenção e Controle da Obesidade (PPCO). Desde 1998, o Hospital Alberto Rassi (conhecido como HGG) é o único a oferecer trabalho multidisciplinar à pessoa que tem obesidade, com índice de massa corpórea acima de 35. Cerca de dez profissionais, entre eles endocrinologista, nutricionista, cardiologia, fisioterapeuta, psicólogo e cirurgiões bariátricos, são coordenados pelo cirurgião Juarez Távora. No HGG, o paciente recebe tratamento que antecede à cirurgia, que só é realizada, segundo Juarez, após tentativa de outros métodos que não foram eficazes para o emagrecimento do paciente. Desde 2011, o HGG é gerido pela Organização Social (OS) Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idetech).
Juarez diz que somente em seu consultório atende pelo menos seis pessoas todas as sextas-feiras que são encaminhadas para avaliação cirúrgica. “O trabalho que a equipe faz é muito importante porque, se houver caso de cirurgia, o paciente tem todo acompanhamento antes e depois. É uma espécie de casamento com o paciente. Nós o acompanhamos para sempre”, brinca. De acordo com ele, após a cirurgia, o paciente recebe avaliações, que depois passam a ser anuais.
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DIÁRIO DA MANHÃ

Câncer na infância: 85% curaram doença

No mundo, cerca de 160 mil crianças tem a doença que mais mata, o câncer. E a medicina tem contribuído para que estas crianças continuem sorrindo. A boa notícia, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) é que 85% destes pacientes conseguem a cura devido ao diagnóstico precoce. Segundo o Instituto Ronald McDonald, nas cidades em que o Programa Diagnóstico Precoce foi desenvolvido, houve um aumento de 23% no número de casos encaminhados para hospitais especializado e consequentemente uma queda no tempo de tratamento, diminuindo de treze para cinco semanas.
O Instituto Ronald McDonald revela que o câncer ainda é a principal causa de mortalidade, por doença, na faixa de 5 a 19 anos. A hematologista do Cebrom, Leandra Paiva, diz que o câncer desenvolve da mesma forma entre crianças e adultos, sendo diferente apenas os tipos. “Os tipos de câncer estão relacionados as faixas etárias. Nas crianças são comuns a leucemia, os linfomas, tumores no sistema nervoso, rins e ossos”, afirma.
As mães devem estar atentas em sintomas como: perda de peso, febre de origem indeterminada, palidez, nódulos palpáveis (pescoço e barriga) e dores ósseas, que não passam com o uso do remédio habitual. A hematologista diz que nestes casos o correto é que a criança seja levada ao hospital, o mais rápido possível. “ A principal forma de diagnóstico é com o exame físico, onde o médico tem contato com a criança. Depois, com a ajuda da tecnologia, são realizados os exames complementares que são essenciais”, diz.
Diagnóstico
O pequeno Pedro, de 3 anos, tinha apenas 11 meses, quando começou a tossir excessivamente, sentia dores nas juntas e tinha constantemente febre alta. Os pais, Veríssimo Santos e Luciana Drumond, preocupados, levaram o filho em um pediatra da cidade. O diagnóstico do médico dizia que ele estava com anemia e pneumonia. Passado um mês, para desespero dos pais, Pedro não comia, não andava e nem conseguia dormir. “ Levamos a um parasitologista que nos disse que poderia ser Leucemia. Fomos aconselhados que ele fosse internado o mais rápido possível no hospital Araújo Jorge”, relembra Veríssimo.
Para isso, eles necessitavam que um pediatra de algum cais fizesse o pedido. “ Foi dito e certo. Só de olhar, a pediatra do cais Novo Mundo já sabia. Fomos encaminhados para o Araújo Jorge, que após os exames constatou que Pedro tinha Leucemia Linfoide Aguda (LLA)”, afirma. De imediato, Pedro deu início ao tratamento. Os médicos davam apenas 30% de chance de vida. Foram dois anos e meio de quimioterapia e medicamentos, tempo em que seu pai esteve ao seu lado tempo todo. “Ele é forte, mais forte que eu. Em momento algum chorava quando aplicavam injeção ou iam tirar sangue. Devido a intensidade do tratamento, o seu cabelo caiu por diversas vezes”, explica Veríssimo.
Pedro que está com três anos, recebeu no último dia 04, uma boa notícia. Ele foi totalmente curado e não precisa mais tomar os medicamentos. Desde o começo do ano, já frequenta a escola e de acordo com o pai, sua rotina volta ao ritmo normal. “Ele é considerado o mais alegre, animado e o que mais tem amigos na turma. Os enjoos estão diminuindo e ele já sente uma fome de leão”, afirma. Segundo Veríssimo, o erro de diagnóstico do pediatra no caso de Pedro, serviu para ajudar outras crianças. “Na mesma época, uma criança apresentava os mesmos sintomas que o meu filho. O médico não se enganou duas vezes, diagnosticou como leucemia”, diz. Ele também relata que o tratamento que recebeu no hospital Araújo Jorge fez toda a diferença: “É a melhor equipe do mundo, além do trabalho eles transmitem amor”, conclui.
Pesquisa
O Instituto Ronald McDonald é instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo promover a saúde e a qualidade de vida de crianças e adolescentes com câncer. O Programa Diagnóstico Precoce foi desenvolvido em 2008, em parceria com o INCA e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope)  a fim de capacitar profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) e os médicos da atenção básica do SUS, para que sejam referência no atendimento dos pacientes e que casos suspeitos sejam corretamente encaminhados, contribuindo para a cura de crianças e adolescentes.
O programa que  é desenvolvido em 116 municípios, cuja a capital goiana não faz parte, realizou uma pesquisa mostrando um aumento de 23% de crianças e adolescentes que chegaram aos hospitais especializados para concluir a avaliação diagnóstica, sendo encaminhados por médicos. Consequentemente houve uma queda de 61% no tempo de tratamento, passando de treze para cinco semanas, o que é associado ao diagnóstico precoce.
Saúde Pública
O tratamento para as crianças podem ser a quimioterapia, radioterapia e cirurgias. Tudo irá depender do local e a evolução da doença. A hematologista explica que os protocolos são diferentes e a mortalidade nessa fase é bem menor. “De cada quatro crianças com a doença, três sobrevivem”, ressalta. Todos os pacientes, sejam adultos ou crianças, que já foram submetidos a quimioterapia e a radioterapia, estão sujeitos ao segundo tumor. Leandra destaca: “Mas as chances de acontecer são raras”.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não há um programa específico ou diferenciado para as crianças, em Goiânia. Todos são submetidos ao mesmo tratamento. Os médicos da rede pública, caso queiram, podem solicitar exames tumorais e de imagem para os pacientes. Também é disponibilizado pela Central de Regulação de Vagas, a biópsia e caso, haja a confirmação da doença, o encaminhamento para o tratamento.  Há recursos, mas o problema está no tempo de espera. São semanas, chegando a meses. Para a hematologista, o sistema público ainda tem muito o que melhorar. “Há atrasos no diagnóstico, mas o principal é não ter leitos suficientes na U.T.I e material para atender a todos os pacientes”, conclui.
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SUS descobre rombo no Samu
Afinal, para onde teriam ido R$ 1,7 milhão? Verba do SUS era destinada a pagar plantões de médicos, só que não existiam profissionais

ELPIDES CARVALHO
Levantamento feito pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus/SUS) aponta suspeita de irregularidades no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Anápolis, sobre o destino de R$ 1,7 milhão. O dinheiro teria sido utilizado no pagamento a 24 médicos plantonistas, entre os anos de 2009 e 2010, mas, a princípio, os trabalhos destes profissionais não teriam ocorrido. A instituição federal pede que o secretário de Saúde anterior e a atual gestão ressarçam os cofres públicos. A Polícia Federal (PF) trabalha no caso para averiguar a autenticidade de diversas suspeitas. No entanto, o titular da Secretaria de Saúde do município afirmou que está reunindo a documentação para a comprovação dos indícios.
Conforme as informações do relatório técnico repassadas ao Diário Manhã, a auditoria realizada  no Samu de Anápolis, pelo Denasus, finalizou no mês passado. Na ocasião foram constatadas diversas irregularidades. Entre os apontamentos está a existência de pagamentos a médicos sem prestação de serviço, por um período a 190 dias, registros em ata dos enfermeiros constando que não havia médicos em alguns plantões, e que os serviços não pararam, porque várias ocorrências foram atendidas sem médicos. Além do desaparecimento de  documentos úteis à investigação, recusa de atendimento profissional de urgência e emergência, realização de transferências irregulares pelas unidades móveis.
Em entrevista ao DM, o atual secretário, Luiz Carlos Teixeira, que assumiu a pasta em maio do ano passado, não teve seu nome relacionado ao objeto de investigação. Disse que dos 31 itens questionados pelo órgão federal, todos tiveram a veracidade aceita, ficando apenas a comprovação dos dias trabalhados pelos médicos. "Este item ainda está em fase de comprovação, pois tenho certeza que os médicos trabalharam e vou comprovar isto. Pode ter ocorrido em alguns dias a ausência de dois ou três médicos, pois é impossível prestar um serviço tão necessário à sociedade por tanto tempo sem a presença deste profissional", explica o secretário.
O relatório também apurou o cumprimento de informidades em vistorias anteriores. E verificou ainda que não há como comprovar que os plantões médicos foram devidamente  realizados. Conforme os pagamentos efetuados, a Denasus determinou o ressarcimento de R$ 1,7 milhão aos cofres públicos por parte dos gestores anteriores.
Segundo Teixeira, na semana que vem uma equipe vai se deslocar a Brasília para verificar os tipos de documentos que o órgão federal necessita além dos que já foram comprovados às atividades médicas. No entanto, o secretário diz que o Danasus solicita um "livro de frequência" dos profissionais que não foi localizado.
Secretários
Dos três ex-secretários, apenas Roberson Guimarães ainda mantém vínculo com a gestão municipal. Wilmar Martins e Irani Ribeiro pediram demissão do posto. Eles deverão prestar depoimentos à PF a fim de que contribuam oferecendo informações sobre o período em que integraram a administração do órgão.
Segundo Luiz Carlos, a Secretaria Municipal decidiu abrir auditoria interna para verificar a coerência dos argumentos no relatório do Denasus e, caso confirmada a existência de irregularidades, tomará medidas administrativas para punir os culpados. "Não podemos julgar todo mundo. Se houve erro, os culpados devem pagar, mas há pessoas íntegras que estão sendo envolvidas nisso, pessoas que têm seus nomes a zelar", diz o secretário.
era para atender,estavam em shows
Na avaliação do Denasus, a Secretaria de Saúde de Anápolis infrigiu o artigo 63 da Lei 4.320/69, ou seja, o pagamento só pode ser efetuado após apresentação de documentos que comprovem os serviços prestados. De acordo com o regimento do SUS, as ambulâncias do Samu servem exclusivamente ao transporte de pacientes em estado de urgência e emergência. No entanto, o relatório da auditoria apresentou que unidades serviram a atividades paralelas, como shows artísticos e eventos esportivos.
secretário contesta sus
Segundo o secretário Teixeira, se houvesse irregularidades, o município não teria recebido  quatro novas ambulâncias, duas entregues em dezembro do ano passado, e as outras em março, sendo duas de suporte básico, que atende casos de menor complexidade, e outras duas de suporte avançado – conhecida como UTI móvel e presta socorro a pacientes com risco de morte – são mais modernas e substituirão as viaturas antigas. "O número de ambulâncias que o Samu de Anápolis dispõe está acima do que é recomendado. O Ministério da Saúde indica que os municípios tenham uma ambulância de suporte básico para cada 100 mil habitantes e uma de suporte avançado para cada 400 mil", ressalta.
As investigações da PF, que tiveram início em 29 de outubro de 2012, tinham 30 dias para concluir o inquérito, mas até hoje não foi concluído, pois o prazo foi prorrogado várias vezes. Segundo a PF, o relatório só deve ser elaborado no segundo semestre deste ano, pois precisa ser analisada e periciada minuciosamente, o que gasta tempo devido à demanda de investigações do órgão.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessora de Comunicação