ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Suspeita de coronavírus aparece em documentos
Atestado de óbitos: Familiares questionam supostas mortes por COVID-19
Respirador por 2 mil reais
Trabalhadores da Saúde têm de ser afastados por causa do coronavírus em Goiânia
Trabalhadores da Saúde podem estar se contaminando com coronavírus ao tirar EPI, em Goiás
Proposta de entidades médicas prioriza UTIs para quem tiver mais chance de viver
Golpe promete kit para realizar teste de Covid-19 em casa
CNJ recomenda uso de leitos da rede privada
Psiquiatras veem agravamento de doenças mentais durante pandemia
Mais de 50% dos adultos têm fator de risco para ter covid-19 grave
Escalonamento de horários do comércio será obrigatório em Goiânia
Goiás tem quase 200 pacientes internados por suspeita ou confirmação da Covid-19
Hospital de Campanha de Águas Lindas não tem aparelhagem para 40 leitos de UTI, diz Caiado
TV RECORD/GO
Suspeita de coronavírus aparece em documentos
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=74956151
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Atestado de óbitos: Familiares questionam supostas mortes por COVID-19
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=74940642
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TV ANHANGUERA/GO
Respirador por 2 mil reais
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=74966912
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Trabalhadores da Saúde têm de ser afastados por causa do coronavírus em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/8547240/programa/
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Trabalhadores da Saúde podem estar se contaminando com coronavírus ao tirar EPI, em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/8547242/programa/
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ESTADÃO
Proposta de entidades médicas prioriza UTIs para quem tiver mais chance de viver
Documento é baseado em resoluções do Conselho Federal de Medicina e na legislação nacional; adoção das medidas não é obrigatória e é uma sugestão com bases legais e científicas para que a escolha seja feita
RIO – Um protocolo para atendimento a vítimas da covid-19 , lançado por quatro entidades médicas nacionais, sugere parâmetros para os médicos escolherem quais pacientes terão prioridade para ir para UTIs ou respiradores – procedimentos que podem ser fundamentais para que não eles morram. Segundo o documento, baseado em resoluções do Conselho Federal de Medicina , na legislação nacional, na Constituição federal e outros textos, os recursos em esgotamento deveriam ser alocados para quem tiver mais chance de sobrevivência.
Pacientes em estado muito grave, com chances reduzidas de vida, receberiam outros cuidados, possivelmente em enfermaria. A triagem considera escores de avaliação de funções-chave, comorbidades preexistentes e possibilidade de um ano ou mais de sobrevida. A adoção das medidas não é obrigatória – é uma sugestão com bases legais e científicas para que a escolha seja feita.
A gente sabe que isso (escolher quem vai receber o recurso que pode salvar sua vida) é muito duro do ponto de vista moral , diz a médica intensivista Lara Kretzer , uma das autoras das Recomendações da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), ABRAMEDE (Associação Brasileira de Medicina de Emergência, SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) e ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos) de alocação de recursos em esgotamento durante a pandemia por covid-19 . É uma decisão moralmente pesada. A gente não é treinado para isso. O documento também foi escrito pelos especialistas Eduardo Berbigier , Rafael Lisboa , Ana Cristina Grumann e Joel Andrade .
O modelo de triagem foi criado pela AMIB e pela ABRAMEDE e revisado pela SBGG e pela ANCP. Ele recomenda que, primeiramente, seja calculado, para o paciente, o escore Sofa (Sequential Organ Failure Assessment). Trata-se de um sistema de pontuação usado internacionalmente, que considera as funções respiratória, cardiovascular, hepática, renal, neurológica e de coagulação. Cada um desses fatores recebe uma nota, de zero a quatro – quanto mais alta, pior o estado do paciente.
Em seguida, avalia-se se o doente tem comorbidades graves – outras doenças, em estado avançado -, com expectativa de sobrevida menor que um ano. A avaliação é convertida em pontos também, preferencialmente pelo SPCIT-BR (versão nacional do Supportive and Palliative Care Indicators Tool) ou PIG-GSF (Proactive Identification Guidance Registration Form). São instrumentos com dados clínicos que sugerem maior probabilidade de que o paciente esteja no último ano de vida.
O terceiro fator a ser aplicado é uma medida de funcionalidade, ou Performance Status, chamado ECOG, escala desenvolvida pelo Eastern Cooperative Oncology Group. Amplamente usado em pacientes com câncer, o ECOG busca quantificar a capacidade funcional física e capacidade de independência e autocuidado do paciente. Quanto pior o PS, menor a reserva fisiológica do paciente e piores os desfechos clínicos, informam os autores no documento.
A cartilha de conduta recomenda então que se some os pontos dos três itens, e aconselha alocar o leito de UTI ou o ventilador mecânico ao paciente com menor pontuação total desde que não tenha havido empate . Se pacientes ficarem empatados, o desempate se dará pelo menor escore SOFA total. Depois, se prevalecer a igualdade nas avaliações, será resolvido pelo julgamento clínico da equipe de triagem.
Lara Kretzer destaca que o uso do protocolo de triagem deveria ser uma exceção, imposta pela realidade de falta de vagas ante o avanço do novo coronavírus . Não exime, pontua ela, as autoridades de investir na ampliação dos recursos destinados ao atendimento dos pacientes da pandemia. E só poderia ser acionado, de acordo com o próprio documento, se fossem atendidas algumas condições. Entre elas, estão a identificação da compatibilidade do protocolo com o arcabouço bioético e legal brasileiro; a declaração de estado de emergência em saúde pública; o reconhecimento de que foram feitos esforços razoáveis para aumentar a oferta dos recursos em esgotamento.
Tudo (no processo de triagem) deve ser registrado, escrito, sujeito a auditoria , diz Lara. Ela afirma que o protocolo de triagem tira o peso da decisão técnica, da decisão moral e da questão jurídica dos profissionais envolvidos. O processo de triagem deveria ser comunicado à família do paciente de forma empática , diz o documento, que cita como base a Constituição federal e seu reconhecimento, como princípio, da dignidade da pessoa humana; resoluções do Conselho Federal de Medicina e dispositivos do Código de Ética Médica que vedam a eutanásia (abreviação da vida do paciente, mesmo a pedido dele) e a distanásia (o seu prolongamento, com procedimentos inúteis).
Os mesmos textos permitem a ortotanásia (limitação ou suspensão de procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável), e citam a obrigação de cuidados paliativos. Também é lembrada resolução do CFM que estabelece critérios para indicação de admissão ou alta para pacientes em UTI.
A resolução recomenda que as admissões em UTI devem ser baseadas, entre outros critérios, na necessidade do paciente, prognóstico e potencial benefício para o paciente. Os critérios de priorização são: 1) Prioridade 1: pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico; 2) Prioridade 2: pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico; 3) Prioridade 3: pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com baixa probabilidade de recuperação ou com limitação de intervenção terapêutica; 4) Prioridade 4: pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de intervenção imediata, mas com limitação de intervenção terapêutica; e 5) Prioridade 5: pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, sem possibilidade de recuperação , registra o documento.
O ponto de partida para o trabalho concluído pelas quatro entidades em 1.º de maio foi um modelo norte-americano, desenvolvido no Estado de Maryland, mas foi preciso adaptá-lo ao Brasil. Um ponto rejeitado aqui, após consulta pública a outras entidades, inclusive das áreas de bioética e jurídica, foi o uso do critério idade na triagem. No modelo brasileiro, esse parâmetro foi considerado discriminatório – e eliminado. Houve também preocupação para que nos processos de escolha, não pesem questões de gênero, raça, renda, origem social etc.
O presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, André Filipe Junqueira , diz que o protocolo pode ser usado para todas as doenças, apesar de ter sido elaborado para a covid-19 . Seria o caso de haver um doente com o novo coronavírus em estado gravíssimo e uma vítima de infarto do miocário, por exemplo, e apenas uma UTI ou respirador no hospital. Imagine um homem de 50 anos, infartado, e outro com câncer avançado que pegou covid , expõe. A pessoa do infarto teria prioridade.
E como lidar com familiares de pessoas nessa situação? Para Junqueira, é preciso recorrer ao conceito de comunicação acolhedora , como nos protocolos de catástrofe. É preciso mostrar que o paciente não foi priorizado, mas será atendido, de outra forma , diz. Dar prioridade não pode ser ferramenta de exclusão. Todos merecem cuidados.
Junqueira diz que a pandemia causa o uso intensivo e inédito de recursos dos sistemas de saúde, que não têm outra alternativa, a não ser priorizar a quem vão destiná-los. Para comparação, lembrou o terremoto do Haiti, em 2010, e o tsunami de 2006, mas lembrou que o impacto, em cada um desses casos, foi único e direcionado.
Imagine isso todo dia , questiona.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Golpe promete kit para realizar teste de Covid-19 em casa
Criminosos utilizam a internet para praticar estelionato com a tentativa de colocar em prática um golpe que oferece um Kit de testagem para Covid-19 através da plataforma do Mercado Livre, site usado por pessoas físicas para realizar vendas. O produto que é oferecido promete de forma enganosa testes rápidos para coronavírus que podem ser feitos em casa.
Pessoas que tentaram efetivar a compra no site identificaram que o anúncio era um golpe. Nos comentários, internautas que tentaram efetuar a compra dizem que pagaram o boleto, porém, reclamaram por não ter recebido o Kit, que por detalhe a venda online é proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência não permite que o teste seja feito pelo paciente em casa sem a inspeção de profissional de saúde
No último final de semana ainda permaneciam dois anúncios da categoria em atividade na plataforma. De acordo com o Mercado Livre, já foram afastados 125 vendedores com propostas semelhantes e 58 mil propagandas duvidosas de produtos que "prometiam e asseguravam a cura do coronavírus".
Os testes rápidos em farmácias foram autorizados pela agência na semana passada. Ao UOL, a Abrafarma (Associação Brasileira de Farmácias) declara não ter conhecimento da comercialização destes produtos, mas esclarece que o procedimento não é válido. "É ilícito, a venda" afirmou o presidente Sergio Mena Barreto.
Anvisa só libera teste em farmácia, laboratório e hospital.
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EXTRA
CNJ recomenda uso de leitos da rede privada
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou que os governos federal, estaduais e municipais requisitem ou contratem leitos da rede privada quando os da rede pública não forem mais suficientes para atender os pacientes de Covid-19. Segundo o CNJ, essa solução é melhor do que criar estrutura temporárias, como hospitais de campanha.
"Quando, e se, os recursos existentes estiverem esgotados, devem ser mobilizados recursos novos, tais como: estruturas hospitalares temporárias, abertura de novas estruturas dentro de hospitais existentes e novos hospitais. A preferência neste momento deve se dar pela requisição/contratação de leitos não SUS pela rapidez e
A nota técnica sugere abertura de hospitais de campanha só após esgotamento da rede pela economicidade dessa ação em relação à construção de hospitais de campanha, mantendo-se, é claro, a utilização das estruturas já criadas", diz trecho de nota técnica obtida pela revista "Exame" e aprovada pelo plenário do CNJ.
Os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal se manifestaram contra um pedido feito pelo PSOL ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar os governos federal, estaduais e municipais a controlarem os leitos de UTI na rede
Hospital de campanha em ginásio de Santo André, em São Paulo privada. Isso ocorreria em caso de esgotamento da rede pública no enfrentamento à epidemia de Covid-19.
No começo de abril, o relator do processo, o ministro Ricardo Lewandowski, negou o pedido do PSOL. O partido recorreu e, na semana passada, Lewandowski deu um despacho permitindo que os estados se manifestassem caso quisessem.
Em documento do Colégio Nacional de Procuradores Gerais dos Estados e do Distrito Federal, os estados argumentam que tiveram agilidade para adotar medidas de enfrentamento à doença, "sempre atentos à realidade local e particularidades de cada sistema de saúde". Assim, não cabe impor uma medida geral a todos os estados.
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AGÊNCIA BRASIL
Psiquiatras veem agravamento de doenças mentais durante pandemia
Pesquisa ouviu cerca de 400 médicos de 23 estados e do DF
Pesquisa realizada na semana passada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com cerca de 400 médicos de 23 estados e do Distrito Federal, correspondentes a 8% do total de psiquiatras do país, mostra que 89,2% dos especialistas entrevistados destacaram o agravamento de quadros psiquiátricos em seus pacientes devido à pandemia de covid-19. "O isolamento social mexe muito com a cabeça das pessoas", comentou, em entrevista à Agência Brasil , o presidente da ABP, Antonio Geraldo da Silva.
De acordo com o levantamento, divulgado nessa segunda-feira (11) pela associação, 47,9% dos consultados tiveram aumento nos atendimentos após o início da pandemia. Essa expansão atingiu até 25%, em comparação ao período anterior, para 59,4% dos psiquiatras entrevistados.
Do total de entrevistados, 44,6% afirmaram ter percebido queda no número de atendimentos, por razões diversas, entre as quais interrupção do tratamento pelo paciente com medo de contaminação pelo vírus, restrições de circulação impostas pelas autoridades e redução no atendimento aos grupos de risco.
A pesquisa mostra também que 67,8% dos médicos receberam pacientes novos, que nunca haviam apresentado sintomas psiquiátricos antes, após o início da pandemia e do isolamento social. Outros 69,3% relataram ter atendido pacientes que já haviam recebido alta médica, mas que tiveram recidiva de seus sintomas.
O presidente da ABP disse que a população brasileira vê o número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus aumentar a cada dia. "São quase 200 mil casos e mais de 11 mil mortes, e as pessoas não veem uma solução", afirmou o especialista.
"É uma situação de medo, de ameaça constante, sem saber o que fazer", completou. Muitos pacientes não vão ter acesso a medicamentos. Com isso, a ansiedade, o estresse e a paranoia aumentam e eles deixam de ir ao médico, perdendo as orientações necessárias.
Antonio Geraldo da Silva destacou que há 45 dias escreveu um artigo alertando o governo sobre o surgimento da "quarta onda", que é a das doenças mentais, como resultado dos impactos que a pandemia traria nos atendimentos e na saúde mental da população.
"Não se pode descuidar das doenças de pacientes mentais e da parte da saúde mental das pessoas", observou.
A resposta veio por intermédio da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. O Ministério da Saúde firmou parceria com a ABP para garantir atendimento psiquiátrico aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) que estão na linha de frente do combate à covid-19. O Amazonas foi um dos primeiros estados atendidos.
Antonio Geraldo da Silva informou que cerca de 900 mil profissionais do SUS vão receber questionários "para saber sobre a saúde mental deles, com a preocupação do tipo cuidando do cuidador". A ABP apoia também outra sondagem sobre a saúde mental do povo brasileiro, para identificar as doenças que vão aparecer mais neste período de pandemia.
O presidente da ABP vai levar ao Ministério da Saúde os resultados da pesquisa com os psiquiatras, mostrando que há crescimento das doenças mentais no país. "A gente precisa fazer uma política pública mais direcionada para atender a essas pessoas que estão sofrendo. A gente precisa, com urgência, cuidar dessa quarta onda, que é a das doenças mentais, dos transtornos traumáticos. Não dá para esperar. Isso é gravíssimo", afirmou.
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Mais de 50% dos adultos têm fator de risco para ter covid-19 grave
Estudo foi feito pela Universidade Federal de São Paulo
Uma parcela de 54,5% da população adulta brasileira, ou cerca de 86 milhões de pessoas, apresenta ao menos um fator de risco para manifestações graves da covid-19, de acordo com estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Entre os adultos que concluíram somente a primeira etapa do ensino fundamental, que representam na pesquisa a parcela da população com menor nível socioeconômico, esse índice chega a 80,2%.
Foram considerados fatores risco ter mais de 65 anos, doenças crônicas – cardiovasculares, diabetes, hipertensão e doença pulmonar obstrutiva crônica -, cânceres diagnosticados há menos de cinco anos, realização de diálise ou outro tratamento para doença renal crônica, obesidade, asma moderada ou grave e tabagismo.
Se considerados apenas os brasileiros com menos de 65 anos, essa proporção ainda é alta e chega a 47%. Entre os brasileiros com mais de 65 anos, 75,9% apresentaram pelo menos outro fator de risco para os casos graves da doença. Os pesquisadores usaram dados de 51.770 participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Diante dos resultados, o coordenador da pesquisa Leandro Rezende, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp), avalia que o isolamento social é a melhor medida para este momento.
"Ainda temos poucas informações da parcela da população que já foi infectada pelo vírus e, portanto, quando observamos em um estudo populacional, de amostra representativa da população brasileira, que mais de 50% dos adultos apresenta pelo menos um fator de risco para covid-19 – desses que tem sido relatados na literatura – é bastante preocupante a tentativa de flexibilização, não nos parece a melhor alternativa para esse momento", disse.
Entre os adultos que concluíram somente a primeira etapa do ensino fundamental, a presença dos fatores de risco para a forma grave da covid-19 foi muito maior do que entre os adultos com nível superior completo. A parcela de 80,2% dos adultos com a primeira etapa do ensino fundamental se encaixou no grupo de risco com pelo menos um fator de risco relacionado com quadros graves da covid-19, enquanto entre as pessoas com nível superior essa proporção foi de 46%.
"Já conhecemos as desigualdades em saúde no Brasil, vários estudos têm relatado isso em outras perspectivas e, dentro da covid-19, temos visto uma discussão muito grande da dificuldade das medidas de isolamento em pessoas em vulnerabilidade social alta, morando, por exemplo, em comunidades, com muitas pessoas por domicílio. Isso já é uma dificuldade para esse grupo e o nosso estudo mostrou que, ainda por cima, pessoas com baixa escolaridade, ou menor nível socioeconômico, também tendem a acumular maior proporção da população no grupo de risco", disse Rezende.
Outra preocupação do pesquisador é que o grupo com menor escolaridade e mais pobre tende a ser menos diagnosticado sobre condições que são fatores de risco para a covid-19 grave. "É possível que esse grupo ainda tenha um menor diagnóstico de doenças comuns como, por exemplo, diabetes, hipertensão e, portanto, ficamos bastante preocupado com esse resultado, o que sugere que a medida de isolamento social, especialmente para esse grupo, é bastante importante".
Apesar da possível subnotificação dos fatores de risco por terem menos acesso a serviços de saúde para diagnóstico médico, Rezende destacou o trabalho importante realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no atendimento a essa população. "Novamente a pandemia vem ressaltando a importância do SUS nesse contexto. Com o SUS, a atenção primária foi altamente expandida no Brasil e portanto permite para essas pessoas terem, pelo menos, o mínimo de cobertura para assistência à saúde. É possível que seja subnotificado, mas o que vale ressaltar é que, se não fosse o SUS, certamente essa subnotificação seria maior ainda".
Os pesquisadores analisaram separadamente os dados estaduais e observaram que a proporção da população no grupo de risco é maior no Rio Grande do Sul (58,4%), em São Paulo (58,2%) e no Rio de Janeiro (55,8%). Já os estados com menor proporção foram Amapá (45,9%), Roraima (48,6%) e Amazonas (48,7%). Rezende avalia que os indicadores estaduais podem ser utilizados para orientar gestores públicos em estratégias de prevenção e controle da doença.
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A REDAÇÃO
Escalonamento de horários do comércio será obrigatório em Goiânia
Goiânia – A prefeitura de Goiânia determinou, nesta segunda-feira (11/5), a atualização dos decretos sobre a flexibilização dos horários de abertura do comércio, para definir atendimento do transporte coletivo e fiscalização dos estabelecimentos. O escalonamento será obrigatório, e as empresas que insistirem em não contribuir com o fim das aglomerações poderão ser punidas. A decisão foi tomada em reunião do comitê de crise do novo coronavírus.
“Devemos redigir, no decorrer desta semana, um novo decreto que irá determinar tanto o atendimento por parte dos usuários do transporte coletivo, como também das empresas que terão que obedecer a demanda escalonada. Tudo isso só será possível com o apoio da população para que Goiânia saia desse último lugar no isolamento social”, disse o secretário de Governo e presidente do comitê, Paulo Ortegal.
O gestor ressalta que a prefeitura continua acreditando no diálogo com os empresários, mas que medidas administrativas estão previstas para frear o índice de contágio na cidade. “Não queremos chegar nisso, queremos sim o apoio da população dos empresários e do povo”, afirma.
Reunião remota
Nesta segunda-feira (11/5), o prefeito Iris Rezende se reuniu de forma remota com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, para tratar de possíveis ajustes nas medidas de enfrentamento à covid-19 na capital. O prefeito reforçou que a Goiânia segue em sintonia com o Estado nas medidas necessárias para reduzir as taxas de contaminação. O novo decreto municipal deve ser publicado depois do decreto estadual.
O prefeito destacou que a prefeitura “vem acompanhando com muita responsabilidade, com muita preocupação essa situação que vive hoje a população de Goiânia” e citou os esforços da gestão para garantir a Saúde da população: “são 92 unidades de Saúde abertas para atender a população a qualquer hora do dia e estamos tomando ações para evitar ajuntamentos”, reforça.
O titular de segurança pública do Estado, Rodney Miranda, também participou da reunião do comitê de crise com o prefeito Iris Rezende no Paço Municipal. Segundo ele, prefeitura e Estado permanecerão integrados e trabalhando para poupar vidas durante a pandemia. "Tenho certeza de que se precisarmos endurecer as regras, a prefeitura de Goiânia vai ser fundamental como já está sendo", comentou.
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JORNAL OPÇÃO
Goiás tem quase 200 pacientes internados por suspeita ou confirmação da Covid-19
Por Felipe Cardoso
Dentre os que estão nos hospitais da rede pública e privada, 36 já testaram positivo e 102 aguardam resultados. HCamp, por sua vez, conta com 49 internados
De acordo com o último balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), Goiás já conta com 1.100 casos confirmados de coronavírus (Covid-19). Atualmente, a rede de hospitais do Estado — sem contar o HCamp — possui com um total de 36 pacientes internados que já testaram positivo para a doença.
Outros 102 pacientes também estão internados, no entanto, ainda aguardam o resultado dos testes. Sendo assim, seguem tratados como casos suspeitos da doença. O balanço diz ainda que outros 12 aguardam internação.
HCamp
Com os números do Hospital de Campanha (HCamp), o saldo é ainda maior. Isso porque apenas a unidade de saúde conta com 49 pacientes internados, sendo 19 deles em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 30 em enfermarias.
Apesar do hospital não divulgar separadamente o número de casos confirmados e suspeitos, vale lembrar que a unidade foi transformada em um Hospital de Campanha, cujo o principal objetivo é amparar pacientes que apresentam fortes indícios da doença.
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Hospital de Campanha de Águas Lindas não tem aparelhagem para 40 leitos de UTI, diz Caiado
Por Eduardo Pinheiro
Unidade está com estrutura pronta, mas ainda não foi repassada ao governo do estado. Governador disse ter cobrado da União a agilidade na transferência
Em entrevista na tarde desta segunda-feira, 11, à Globo News, o governador Ronaldo Caiado (DEM) afirmou que o Hospital de Campanha de Águas Lindas ainda não foi transferido para o estado de Goiás. Esse seria o motivo, segundo o democrata de a unidade do Entorno, ainda não estar em funcionamento.
O governador disse ainda que encaminhou seis ofícios ao governo federal solicitando a transferência. A resposta foi encaminhada somente na última sexta-feira, 8, para que seja feita o chamamento da Organização Social que irá gerir o Hospital de Campanha de Águas Lindas, que terá a função de desafogar o sistema de saúde do Entorno do Distrito Federal durante a pandemia de Covid-19.
O Hospital de Campanha de Águas Lindas foi iniciado no dia 7 de abril pela União, como promessa de servir como modelo para outras unidades do tipo pelo país. A princípio, a promessa é que teria 160 leitos de enfermaria e 40 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
No entanto, ainda durante a entrevista, Caiado afirmou que a promessa pelos 40 leitos de UTI não teria sido mantida. Sobretudo devido à falta de leitos e equipamentos, como os ventiladores mecânicos, considerados de essencial importância para tratamento de pacientes graves da Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2.
Perguntado se o atraso no funcionamento do hospital teria relação com a saída do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta da pasta, Caiado negou. “O governo [federal] esperava que houvesse suporte maior de respiradores e leitos de UTI. No entanto, tiveram que remetê-los para outros estados que precisam mais. Eu não posso responsabilizar a falta do material para iniciarmos o atendimento como forma de retaliação ao estado de Goiás”, aponta.
Lockdown
Para Caiado, não houve cálculo político na flexibilização para abertura de comércio no estado de Goiás. Ele diz que houve “um aprendizado” e salientou que a motivação deve ser baseada em dados científicos, por isso a necessidade de se fechar novamente nas regiões onde há maiores incidências de Covid-19 em Goiás.
“Vamos tratar de forma intermitente. Quando for necessário vamos ampliar o isolamento. Tornou a sair do controle, vamos fechar novamente. Quando você fecha, o cidadão não se sente contemplado. Ele abre o comércio. Vai para a rua”, aponta.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação