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DESTAQUES
Hospitais de luxo disputam estrelas da medicina
Secretaria de Saúde de Goiânia quer dar mais transparência ao serviço de regulação de vagas
Casos de dengue aumentam 48% em Goiás
Hapvida recebe aval do Cade para comprar RN Saúde por R$53 mi
Artigo – Idosos e política de saúde
Entidades cobram carreira de Estado em debate sobre o Médicos pelo Brasil
Raio-X do aumento da contratação de planos de saúde entre idosos
O GLOBO
Hospitais de luxo disputam estrelas da medicina
SÃO PAULO E RIO – Negociações milionárias são rotina no mundo do futebol. As trocas de camisa de estrelas do esporte normalmente envolvem fortunas, mas negócios vultosos também acontecem em outros campos, como o da medicina.
A disputa cada vez mais acirrada no segmento premium de saúde foi exposta esta semana pela transferência recente do cirurgião Antonio Luiz Macedo, de 67 anos, que trocou o jaleco do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, pelo do Vila Nova Star, da Rede DOr, aberto em maio. Lá ele comandou, na segunda-feira, a mais recente cirurgia do presidente Jair Bolsonaro.
Especula-se que, na mudança, Macedo tenha fechado um contrato milionário por cinco anos, além de honorários de consultas, cirurgias e outros benefícios.
Médicos e especialistas ouvidos pelo GLOBO afirmam que o assédio a médicos do alto escalão é comum embora as remunerações estelares sejam oferecidas a um grupo bem restrito de profissionais.
Ninguém fala oficialmente de cifras, mas quem está nos bastidores dessas negociações garante que quando a conversa envolve médicos famosos, os contratos são longos, contam com pagamento de luvas e, em alguns casos, até mesmo um imóvel de luxo próximo do hospital para deslocamentos a pé, além da garantia de levar sua própria equipe.
Os que recebem essas luvas representam uma minoria. Uns 5%, eu diria. Não é crime. É uma forma de conquistar um mercado diz um médico do Hospital Sírio-Libanês que pediu para não ser identificado.
Imóvel e equipe própria
O Sírio-Libanês também perdeu um médico renomado para a DOr: o oncologista Paulo Hoff, que vai chefiar a área de câncer da rede. No meio médico, o comentário é que o profissional, que tratou os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, também recebeu uma proposta irrecusável.
É muito importante para um hospital ter uma personalidade em seu quadro. Isso garante a ele representatividade, renome e, obviamente, clientela diz Luiz Roberto Londres, ex-dono da Clínica São Vicente.
Essa disputa por médicos renomados era comum em São Paulo, onde as disputas já levaram alguns executivos a quase trocarem socos em reuniões do setor, segundo relatos. O que se vê agora é o fenômeno chegar a outras capitais, como Rio, Brasília e Goiânia, com a inauguração de unidades do Einstein, do Sírio-Libanês e da rede Star, do grupo DOr, nessas cidades.
Equipamentos de última geração no Vila Nova Star. Foto: Divulgação / Agência O Globo
O cardiologista Evandro Tinoco, presidente da seção fluminense do Colégio Brasileiro de Executivos de Saúde, diz que, ao atrair um profissional que é considerado um artífice numa determinada técnica ou que tenha núcleo de serviços com resultados diferenciados, a instituição acelera seu ciclo de reconhecimento:
É um elemento de competição, mas, por si só, não garante alta qualidade.
Pacientes famosos
A disputa na qual o Vila Nova Star mergulha agora na capital paulista já era travada, principalmente, entre os hospitais Sírio-Libanês, fundado em 1921, e Albert Einstein, inaugurado em 1955. Tradicionalmente, os dois disputaram os holofotes com pacientes famosos. Antes do Vila Nova, Bolsonaro foi operado no Einstein, onde se tratou após o atentado que sofreu em 2018.
Já pelo Sírio passaram os ex-presidentes Lula e Dilma. Com uma economia em recessão e a decadência dos planos de saúde, os grandes hospitais tentam se reinventar.
Planos individuais: Alta de 382% desde 2000, e Ipea culpa falhas na regulação
Sírio e Einstein, por exemplo, são sociedades sem fins lucrativos, não distribuem lucros aos acionistas e podem reinvestir o que resta no fim do mês.
Nos últimos anos, passaram a se concentrar ainda mais em pesquisa, formação e inovação, para reduzir custos e expandir a capacidade para além da classe A.
O segmento premium encolheu com a crise. Cada vez mais as iniciativas têm de mudar para um sistema que remunere valor, focado mais no paciente do que em amenidades de luxo e chef da alta gastronomia defende Sidney Klajner, presidente do Albert Einstein.
Paulo Chapchap, diretor-geral do Sírio considera que a movimentação de profissionais entre hospitais é uma prática normal do mercado.
Temos grandes profissionais hoje no Sírio-Libanês que vieram de outras instituições, assim como já tivemos outros médicos que optaram por seguir carreira em outro lugar.
Clima de hotel sofisticado
O saguão do Hospital Vila Nova Star pode ser facilmente confundindo com o de um hotel de luxo e não por acaso. Um de seus objetivos é evitar o clima de hospital: não há paredes brancas ou luzes de LED.
O paciente que ficar internado lá tem uma hotelaria caprichada: chef de cozinha francês, televisão de tela plana e a possibilidade de se comunicar com os enfermeiros por meio de um tablet que fica acoplado à cama, além de acessos a aplicativos e à internet.
Bolsonaro, sua equipe e seus familiares estão em uma ala separada só para eles no oitavo andar do prédio. O presidente tem na TV acesso ao Première Futebol Clube, a plataforma de pay-per-view do Campeonato Brasileiro. Desde a internação, já comemorou as vitórias de Palmeiras e Botafogo, dois de seus clubes do coração, segundo o porta-voz Otávio Rêgo Barros.
Os dois familiares que o acompanham, a primeira-dama Michelle e o filho Carlos, têm um quarto cada um.
A unidade também tem alguns dos equipamentos mais modernos em uso atualmente na medicina e uma estrutura escondida.
Além dos 16 andares, o hospital tem quatro pisos subterrâneos, onde fica uma unidade de radiologia.
Instrumentos utilizados no tratamento de câncer também prometem incidência apenas na área afetada, chamado de CyberKnife.
O equipamento é, na prática, um braço robótico que direciona a radiação com mais precisão, diminuindo a chance de efeitos colaterais. Segundo o hospital, essa é o único modelo no país.
Outra novidade que o hospital divulga é um sistema de entretenimento dentro do equipamento de ressonância magnética. Com óculos e fones de ouvido, ele permite aos pacientes assistirem filmes ou ouvirem músicas durante o exame.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Secretaria de Saúde de Goiânia quer dar mais transparência ao serviço de regulação de vagas
A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Superintendência de Regulação e Políticas de Saúde, apresentou nesta terça-feira, 10, à Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPEGO), uma nova ferramenta de acompanhamento do sistema do Complexo Regulador de Goiânia, área responsável pelo encaminhamento de pacientes à rede pública de saúde na Capital.
Por meio da intranet, uma rede privada de computadores, os Defensores Públicos que recebem as demandas da sociedade na área da saúde poderão, a partir de agora, acompanhar diretamente como está se desenvolvendo a regulação das vagas.
Secretaria municipal de Saúde apresenta às defensoras públicas o novo sistema de acompanhamento do processo de regulação de vagas para pacientes que buscam assistência na rede pública de saúde da Capital O acesso é feito com senha específica a três telas: Lista de espera de consulta especializada. Lista de espera de cirurgia eletiva e Leitos de UTI, sendo que a última será pública.
A apresentação do sistema foi realizada na sede da DPEGO às defensoras Michelle Bitta Alencar de Sousa e Lucianna Fernanda de Castro Barbosa.
"( Conhecer e poder acompanhar de perto o desenrolar dos casos que chegam até nós é de fundamental importância, pois o defensor terá mais condições de tomar uma decisão de forma cada vez mais justa"-explicou a defensora Lucianna Fernanda de Castro Barbosa.
A Defensora Pública, Michelle Bitta Alencar de Sousa, afirmou que o acesso às informações vai agilizar o trabalho do órgão. "Como o Complexo Regulador envolve, em muitos casos, a pactuação entre o município de Goiânia, municípios do interior e até o Estado, será possível cobrar uma solução dos entes envolvidos de forma mais efetiva e direcionada"
A proposta da Superintendência de Regulação e Políticas de Saúde da SMS é dar mais transparência ao trabalho que é desenvolvido pelo Complexo Regulador de Goiânia "Temos uma gestão que se preocupa em ser mais justa, rápida e transparente possível. Reforçamos cada vez mais a segurança e o controle de distribuição das vagas, realização de exames, consultas e cirurgias, portanto, fazemos questão que órgãos como a Defensoria Pública acompanhe de perto este rigoroso trabalho que temos feito para prestar o melhor serviço ao usuário do SUS".
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Casos de dengue aumentam 48% em Goiás
Goiás é um dos seis estados brasileiros que registram aumento no número de casos de dengue no Brasil. Em relação ao ano passado, o aumento no Estado foi de 47,8%, cerca de 35 mil casos a mais em relação ao ano de 2018. Em todo o Brasil foi registrado um aumento de cerca de G0ü% nos casos de dengue até 24 de agosto deste ano. Em números, o País registrou 1.439.471 casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira (11/9).
O maior número de casos foi registrado em Minas Gerais, seguido por São Paulo, os dois juntos concentram 63% de todos os registros da doença. Goiás, Espírito Santos, Baliia e Mato Grosso do Sul também se destacam na sequência do alto número de casos registrados. Já o total de mortes confirmadas devido à infecção chegou a 591.
Este é o quarto ano com mais casos registrados de dengue, ficando atrás só em 2013 (1.452.489), 2016 (1.500.535) e 2015 (recorde com 1.688.688).
Segundo o Ministério da Saúde, vários fatores contribuíram para o aumento dos casos da doença, entre eles estão o alto volume de chuvas e altas temperaturas, grande número de pessoas suscetíveis uma vez que nos dois últimos anos houve baixa ocorrência de dengue em toda a região das Américas e a mudança no sorotipo predominante.
Chikungunya e Zika
O governo informou ainda que houve alta de 44% nos casos de Chikungunya. Foram 110.627 casos, contra 76.742 no mesmo período do ano passado. Os estados q ue mais apresentaram registros da doença foram Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. O número total de mortes foi 57.
Já em relação a Zika, a pasta relatou aumento de 47,1% nos casos de Zika neste ano, que teve até agora 9.813 casos, enquanto em 2018 foram 6.669. Entre os estados com mais casos destacam-se Tocantins, Rio Grande do Norte, Alagoas e Espírito Santo. Neste ano foram confirmadas duas mortes por Zika.
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EXTRA
Hapvida recebe aval do Cade para comprar RN Saúde por R$53 mi
Por Peter Frontini
A operadora de planos de saúde Hapvida recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para adquirir fatia de 75% da RN Saúde por 53 milhões de reais.
A aquisição da RN Saúde, sediada em Minas Gerais, faz parte da estratégia de expansão geográfica da Hapvida, por meio da utilização de plataforma de crescimento na região do Triângulo Mineiro, informou a empresa em nota.
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O POPULAR
Artigo – Idosos e política de saúde
"Cada vez mais, ações devem ser dirigidas à terceira idade, focando em orientação e prevenção"
O Brasil passa por uma transição demográfica muito rápida, com acelerado envelhecimento populacional, queda da fecundidade e natalidade e aumento da expectativa de vida. Nos países desenvolvidos, esse processo se deu de forma gradual, ao longo de mais de um século, acompanhado de um progresso socioeconômico favorável e da consequente melhoria das condições de vida da população, que contou com um amplo sistema de proteção social.
Ao contrário, nos países em desenvolvimento, o processo de envelhecimento vem ocorrendo rapidamente, num ambiente pouco favorável à expansão de um sistema de proteção social para todos os grupos etários, em especial para os idosos. Isso significa que, neste momento de transição, é preciso investir no sistema de saúde, compreendendo o seu papel enquanto indutor do desenvolvimento econômico e, sobretudo, enquanto resposta às novas necessidades criadas pelas transformações demográficas e epidemiológicas.
Cabe aos gestores nos três níveis da Federação (municipal, estadual, federal), assim como ao controle social do SUS (Conselhos de saúde, municipal, estadual, nacional) levar em consideração essas mudanças aceleradas no perfil da população ao planejarem investimentos em saúde. Os recursos do SUS, escassos, deverão ser aplicados da melhor maneira possível, sob pena de grave deterioração do sistema de saúde.
Na promoção à saúde cada vez mais ações deverão ser direcionadas à população idosa. Atividades físicas, lúdicas, de conscientização, educação e prevenção de doenças, assim como o controle adequado de condições crônicas, deverão ser priorizados.
Na Atenção Primária à Saúde (APS), a Estratégia de Saúde de Família (ESF) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) deverão focar cada vez mais em doenças crônico-degenerativas. Unidades de cuidados continuados e paliativos deverão constar de qualquer planejamento em saúde. Esta é uma área em que a demanda será crescente.
Na média e alta complexidade, atenção especial deverá ser dada a unidades oncológicas e de especialidades voltadas às doenças crônicas e degenerativas.
Dessa forma, o Sistema Único de saúde (SUS) estará preparado para o desafio de prestar um atendimento adequado à população, contribuindo decisivamente para a redução das desigualdades sociais e para o bem-estar dos cidadãos.
Leonardo Vilela – Médico, ex-secretário de Saúde e mestrando em Saúde Coletiva (UFG)
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JORNAL DO SENADO
Entidades cobram carreira de Estado em debate sobre o Médicos pelo Brasil
Defesa da criação da carreira médica de Estado e opiniões divididas sobre a Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps) marcaram debate promovido nesta quarta-feira (11) pela comissão mista que analisa a medida provisória do Médicos pelo Brasil ( MP 890/2019 ), programa criado em substituição ao Mais Médicos. Criada pela MP, a agência será responsável pelas regras gerais do novo programa e deverá se encarregar da contratação dos profissionais.
As maiores críticas à Adaps vieram do presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Heleno Corrêa, que associou a "agencialização" da administração pública a uma ameaça aos direitos sociais conquistados na Constituição de 1988. Ele condenou as ações do governo federal que promovem o esvaziamento dos conselhos sociais, transferindo suas atribuições para agências onde "o usuário não tem vez". Na avaliação de Corrêa, a medida provisória mantém a tendência contrária à democracia participativa direta.
– De um lado, se criminaliza a gestão, de outro, se agencializa o Estado – resumiu, cobrando maior presença do Conselho Nacional de Saúde.
Heleno Corrêa defendeu a carreira médica de Estado e a importância de fundações tradicionais como a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que, afirmou, reduzem a necessidade de criação de novas instituições que farão "mais do mesmo".
O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira, lembrou que a carreira médica de Estado é uma importante aspiração da categoria, mas ressalvou que, sem equipamentos e condições de trabalho, o profissional não passará de um "espectador angustiado". Ele defendeu o atendimento de saúde como política "de Estado, e não de governo" e criticou os aspectos políticos que invadem continuamente questões técnicas na ciência médica.
– A pessoa dedica seus melhores anos na formação e não tem como exercer aquilo que aprendeu. [Não sabe] se terá condições de trabalho e até se vai receber. Por isso, faltam médicos – disse.
Para Ferreira, o programa Médicos pelo Brasil representa oportunidade aos "jovens colegas", ainda que não através da carreira clássica que esperavam. Ele afirmou que não existe solução fácil para os médicos diante da complexidade do país.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Carlos Fernando da Silva, reconheceu os avanços do Médicos Pelo Brasil em relação aos Mais Médicos, mas opinou que o regime de contratação dos profissionais pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não é carreira e não garante a fixação dos profissionais em seus postos. Segundo estatística que citou, os médicos contratados por organizações sociais permanecem somente cinco anos em suas funções e a proposição da MP, na opinião dele, poderia ser melhorada nesse aspecto.
– O médico não necessita somente da parte financeira. Não é o salário somente que vai fixar os médicos nos rincões – afirmou.
O representante da Fenam ainda citou questões políticas locais que se sobrepõem à competência técnica e levam ao afastamento dos médicos por desentendimentos com autoridades municipais. Segundo ele, a contratação através de uma fundação, em vez de uma agência, permitiria um controle maior sobre o programa.
O diretor da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Lucas Wollmann, defendeu a Adaps. Ele ressaltou que o Médicos pelo Brasil terá a mesma dotação orçamentária do Mais Médicos e que a agência consumirá 0,3 % destes recursos – parcela inferior à taxa de administração de qualquer organização, conforme declarou.
Wollmann disse que o programa oferece perspectivas aos médicos, que terão progressão de carreira clara e salário atrativo, com possibilidade de adicionais de desempenho. Ele acrescentou que o Médicos pelo Brasil favorece o melhor uso do dinheiro público quando aumenta a possibilidade de os municípios fixarem os profissionais.
O representante do Ministério da Saúde também declarou apoio à realização, duas vezes por ano, do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida). E defendeu a regra do Médicos pelo Brasil de só aceitar profissionais com diplomas devidamente revalidados. Para ele, isso remove restrições impostas pelos municípios para exercício de certas atividades.
– Liberdade profissional no Brasil para exercício de medicina, só através de diploma emitido por instituição brasileira ou através de revalidação de diploma estrangeiro – declarou.
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REVISTA APÓLICE
Raio-X do aumento da contratação de planos de saúde entre idosos
José Cechin, superintendente executivo do IESS, analisa os fatores que levaram a alta no produto, equivalente a 16,1%, segundo o NAB
EXCLUSIVO- Os vínculos entre planos médico-hospitalares e pessoas com 80 anos ou mais é o que mais cresceu nos últimos 4 anos e meio. De acordo com análise da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o número dos beneficiários nesta faixa etária pulou de 1,01 milhão, em dezembro de 2014, para 1,17 milhão em junho de 2019. A alta de 16,1% é equivalente a 162,8 mil novos vínculos.
José Cechin, superintendente executivo do IESS, atribui o crescimento da presença em planos médico-hospitalares ao maior cuidado que os idosos têm com a saúde. "O idoso é um usuário intensivo do serviço de saúde. Com a idade mais avançada, vão aparecendo mais problemas de saúde, o que acarreta em presenças mais constantes nos hospitais e procedimentos cada vez mais complexos", explica. "Os idosos se sentem mais seguros com um plano de saúde. Eles possuem o acesso à tecnologia, o tempo de espera não é muito longo e, portanto, se sentem mais seguros", completa.
A população idosa somava 9,7% em 2004, saltou para 13,7% em 2014 e a projeção é que em 2030 o Brasil terá a quinta maior população com idade superior de 60 anos, segundo o IBGE.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde (ANS), o número de idosos com mais de 80 anos e clientes do convênio médico aumentou 62% nos últimos 10 anos. Apesar da alta, Cechin analisa que o produto tem espaço para crescer ainda mais. "Com o envelhecimento da população o plano de saúde pode crescer ainda mais. O envelhecimento requer um maior cuidado com a saúde, relata.
Apesar do envelhecimento da população brasileira, muitos idosos ainda não saíram do mercado de trabalho. O número da população mais velha, acima dos 60, no mercado de trabalho saltou de 484 mil em 2013 para 649,7 mil em 2017. Uma das principais motivações que levam a retardar a saída do mercado está atrelada à falta de renda. A crise econômica e a alta do desemprego, que atinge 13 milhões de brasileiros, os obrigam a ajudar na renda familiar.
Além disso, o projeto de Lei (PLS 154/2017) prevê incentivos às empresas que contratarem idosos. Idealizado pelo senador Pedro Chaves (PSC-MS), o intuito é diminuir a taxa de desemprego entre a população mais velha. Com o estímulo, companhias começaram a criar vagas destinadas a este público.
Um outro fator que contribuiu com o crescimento do convênio médico foi a medida do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que em sua decisão ratificou que aposentados e desempregados, não demitidos por justa-causa, podem continuar ligados ao plano de saúde coletivo, caso tenham participado do pagamento mensal. A deliberação foi firmada em 22 de agosto de 2015.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação